Anaximandro de
Mileto
Ápeiron
“O indeterminado”
Breve histórico:
Discípulo de Tales;
Desenvolveu
diversos
estudos
sobre
geometria,
geografia, e astronomia;
São atribuídas a ele:
a confecção de um mapa
celeste e de um mapa terrestre
das regiões habitadas;
a introdução do gnômon
(relógio de sol, ilustrado no
mosaico ao lado) na Grécia;
a tese de que a Terra é
cilíndrica e estaria no centro do
universo.
.
Pesquisou em meio aos
diversos
elementos
observáveis e determinados
do
mundo
natural,
procurando estabelecer a
arché;
Deu especial atenção aos
tradicionais
pares
de
contrários que se “devoram
entre si” (água, terra, ar e
fogo);
Contudo, divergindo de
seu mestre, não identifico
entre eles o princípio único e
primordial de todos os seres.
Fragmento:
“Princípio dos seres o ilimitado... Pois onde a
geração é para os seres também é onde a
corrupção se gera segundo o necessário; pois
concedem eles mesmos justiça e deferência uns
aos outros pela injustiça, segundo a ordem do
tempo.”
Comentário:
• Anaximandro pensou que deveria haver alguma substância
diferente, ilimitada, e que dela nascessem o céu e todos os
mundos nele contidos.
• Foi assim que o filósofo chegou à conclusão de que a arché é
algo que transcende os limites do observável, ou seja, que não
se situa em uma realidade ao alcance dos sentidos, como a
água.
• Por isso, denominou-a ápeiron, termo grego que significa “o
indeterminado”, “o infinito” no tempo (Cotrim; Fernandes.
Fundamentos de Filosofia, p.207).
Fragmento:
“A natureza do ilimitado é sem idade e sem
velhice”.
Comentário:
• O ápeiron seria a “massa geradora” dos seres e do cosmo,
contendo em si todos os elementos opostos.
• Segundo sua explicação, por diversos processos naturais de
diferenciação dos contrários (por exemplo, frio e calor)
teriam surgido o céu e a Terra, bem como os animais, em uma
sucessão evolutiva que faz lembrar a bem posterior teoria da
evolução das espécies (do século XIX) (Idem).
Fragmento:
“Imortal e imperecível, o ilimitado enquanto divino”.
Comentário:
• O cosmo, para Anaximandro, se manteria por compensações
cíclicas entre os contrários (as sucessivas estações do ano) até
ser reabsorvido no ápeiron e recriado novamente a partir deste.
• Isso significa que ele concebeu um cosmo dinâmico, mas
limitado no tempo (que é cíclico) e que tem sua origem e seu
fim no ápeiron, o qual é infinito (Idem, p.208).
Comentário:
• Em Anaximandro, temos certo retorno a algumas concepções
relativas aos deuses primordiais (ao Caos mítico, por exemplo),
porém sem voltar diretamente a eles e com maior grau de
abstração conceitual e justificação lógica (Bernhardt. O
pensamento pré-socrático: de Tales aos sofistas, em Châtelet.
História da filosofia: ideias, doutrinas, v.1, p.30).
Tarefa:
• Elabore, no caderno, um comentário sobre os fragmentos de
Anaximandro, considerando dois aspectos:
• 1 Implicações epistemológicas: de que modo existiria uma
mudança de perspectiva (em relação à Tales) sobre o
conhecimento da realidade.
• 2 Implicações jurídicas: em que sentido a teoria do autor
poderia ser relacionada ao contexto social, especialmente à
questão da justiça e o problema da imparcialidade.
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