Tales de Mileto 624 – 546 a.C Resumo histórico Tales foi incluído entre os sete sábios da antiguidade. Estrangeiro rico e respeitável, o famoso Tales, durante sua estadia no Egito estudou Astronomia e Geometria. . Ao voltar à Mileto, Tales abandonou, passado algum tempo, os negócios e a vida pública. A partir de então, passou a dedicar-se inteiramente às especulações filosóficas e às observações astronômicas e matemáticas. . Foi capaz de prever o eclipse em 585 a.C. Fundou a mais antiga escola filosófica que se conhece – a escola jônica. . • Para Tales, a arqué (princípio) seria a água; • Sua doutrina baseia-se na água como elemento primordial de todas as coisas. Fragmentos: . • A água, por permanecer basicamente a mesma, em todas as transformações dos corpos, apesar de assumir diferentes estados (sólidos, líquido e gasoso) – seria a arché, a substância primordial, a origem de todas as coisas, presente em tudo o que existe. • Como princípio vital, a água penetraria todas as coisas e tudo seria animado por ela, de tal modo que tudo teria alma (isto é, anima ou psyché). Por isso, tudo seria divino (ou “cheio de deuses”), não havendo separação entre o sagrado e o mundano. O universo seria uno e homogêneo. . • Apesar da simplicidade da afirmação de Tales a respeito da água – e considerando que a água não representava para ele o mesmo que representa hoje para nós –, pela primeira vez tentava-se explicar a multiplicidade da realidade de maneira sintética e simples, empregando um elemento natural e concreto, visível para todos. • Era também a primeira concepção monista da filosofia, isto é, considera que tudo o que existe pode ser reduzido a um princípio único ou realidade fundamental. Muitas outras surgiriam depois. Comentador: • “A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário determo-nos nela e leva-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida (estado latente, prestes a se transformar), está contido o pensamento: ‘Tudo é Um””. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego” (Nietzsche, A filosofia na época trágica dos gregos, em Souza, Pré-socráticos, p.10). Tarefa: • Elabore, no caderno, um comentário sobre os fragmentos de Tales, tomando como exemplo o comentário de Nietzsche sobre o autor. • Aproximadamente 10 linhas.