ANÁLISE E GESTÃO DO RISCO AGRÍCOLA Julho 2012 O AGRONEGÓCIO O agronegócio em 2010 PIB Brasil : US$ 2,089 trilhão PIB Agronegócio 2010: US$ 467,9 bilhões (22,40%) Agronegócio Agricultura US$327,5 bilhões (70%) Agronegócio Pecuária US$140,3 bilhões (30%) PIB Demais setores (76,60%) US$ 1,621 trilhão Fonte: CEPEA/USP, CNA, BACEN US$ 1 = R$ 1,759, média BACEN 2010 O agronegócio em 2010 Exportações totais do Brasil US$ 201,92 bilhões Agronegócio US$ 76,44 bilhões (37,9%) Demais setores US$ 125,48 bilhões (62,1%) Mais de um terço das exportações do Brasil!! O agronegócio em 2010 Saldo da Balança Comercial 63,0 Agronegócio Outros setores Total 50 35 20,3 20 5 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 -10 -25 -40 -42,7 Fonte: MAPA O agronegócio em 2010 Geração de Empregos no Agronegócio Agronegócio 37% Demais setores 63% O agronegócio em 2010 180,0 3.500 3.156 kg/hectares 3.000 160,0 140,0 2.500 120,0 100,0 2.000 80,0 1.500 34 anos 60,0 1.000 40,0 20,0 Poupança agrícola 2010/11 Crescimento % Produção (toneladas) 46,9 154,2 228 Área Plantada (hectares) 37,3 48,9 31 Produtividade 1.258 3.156 151 /1 1 10 /0 9 20 20 08 /0 7 06 /0 5 20 20 04 /0 3 02 /0 1 1976/77 20 20 00 /9 9 19 98 /9 7 19 96 /9 5 19 94 /9 3 92 /9 1 19 19 90 /8 9 19 88 /8 7 19 86 /8 5 84 /8 3 19 19 82 /8 1 80 19 78 19 76 19 /7 9 - /7 7 0,0 500 1.258 kg/hectares 20 700 Região SE: responsável por 67% da produção nacional 600 16 Foram preservados 7,6 milhões de hectares 500 12 8 400 Produção (milhões de t) 300 Área Preservada** 200 4 67,8 Área Plantada (milhões de ha) 1,7 100 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2010 * Elaboração: GV Agro Nota: * Estimativa **Area calculada a partir da produtividade de 1970 Fontes: IBGE (Censo Agropecuário: 1970-1975-1980-1985; PAM (1990 até 2008); e LSPA (2009 e 2010) 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1985 1980 1975 0 1970 0 milhões de toneladas milhões de ha O agronegócio – cana de açúcar Crédito Rural Financiamento Privado • CDA-WA: Certificado de Depósito Agropecuário / Warrant Agropecuário; • NCA: Nota Comercial do Agronegócio (Instrução Normativa 422/05, CVM); • Títulos de Refinanciamento: – LCA - Letra de Crédito do Agronegócio; – CDCA - Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio; – CRA - Certificado de Recebíveis do Agronegócio; Número de Registros por Título Fonte: CETIP e BMFBovespa (2011) Volume Financeiro (milhões R$) Fonte: CETIP e BMFBovespa (2011) Fluxo Operacional do LCA Dispersão geográfica da produção - MILHO BRASIL 52,112,217 Paraná 14,258,086 27.4% Mato Grosso 6,130,082 11.8% Minas Gerais 6,066,077 11.6% Rio Grande do Sul 5,969,118 11.5% São Paulo 4,190,573 8.0% Goiás 4,155,599 8.0% Santa Catarina 3,793,364 7.3% Mato Grosso do Sul 2,972,221 5.7% Outros 4,577,097 8.8% Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) Dispersão geográfica da produção – MILHO (PR) PARANÁ Assis Chateaubriand Terra Roxa Castro Toledo São Miguel do Iguaçu Tibagi Guarapuava Palotina Pitanga Ponta Grossa 14258086 277200 277100 238000 229150 228788 198100 186150 172400 164950 144500 Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 1.9% 1.9% 1.7% 1.6% 1.6% 1.4% 1.3% 1.2% 1.2% 1.0% Guaraniaçu Reserva Marechal Cândido Rondon Guaíra Ubiratã Ortigueira Lapa Candói Cascavel Sertaneja 136695 124800 122153 119878 119700 112500 112000 111675 108680 108640 1.0% 0.9% 0.9% 0.8% 0.8% 0.8% 0.8% 0.8% 0.8% 0.8% Cor De Até Freqüência % 40 1.300 69 17,3 1.375 3.463 84 21,1 3.500 6.300 91 22,8 6.330 12.000 85 21,3 12.080 59.000 67 16,8 Dispersão geográfica da produção - SOJA Brasil 57857172 Mato Grosso 15275087 26.4% Paraná 11876790 20.5% Rio Grande do Sul 9929005 17.2% Goiás 5937727 10.3% Mato Grosso do Sul 4846031 8.4% Minas Gerais 2417996 4.2% Bahia 2298000 4.0% São Paulo 1243833 2.1% Outros 4032703 7.0% Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) Dispersão geográfica da produção – SOJA (MT) Mato Grosso 15275087 Sorriso 1662666 10.9% Sapezal 1011140 6.6% Nova Mutum 970610 6.4% Campo Novo do Parecis 894000 5.9% Querência Diamantino 796147 5.2% Santa Rita do Trivelato Lucas do Rio Verde 623758 4.1% Ipiranga do Norte Primavera do Leste 620200 4.1% Campo Verde Nova Ubiratã 576382 3.8% Santo Antônio do Leste Itiquira 513360 3.4% Tapurah Campos de Júlio 474730 3.1% Brasnorte Canarana Sinop São José do Rio Claro Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 449500 2.9% 436320 2.9% 374400 2.5% 367080 2.4% 366007 2.4% 338731 2.2% 249000 1.6% 240000 1.6% 240000 1.6% 220525 1.4% Dispersão geográfica da produção - TRIGO Brasil 4114057 Paraná 1927216 46.8% Rio Grande do Sul 1723007 41.9% Santa Catarina 203334 4.9% São Paulo 105159 2.6% Minas Gerais 51253 1.2% Goiás 48018 1.2% Mato Grosso do Sul 40061 1.0% Distrito Federal 14479 0.4% Mato Grosso 1530 0.0% Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) Dispersão geográfica da produção – TRIGO (PR) PR Tibagi Londrina Cambé Céu Azul Toledo Assis Chateaubriand Guarapuava Castro Luiziana Corbélia 1927216 62500 44928 44040 41645 40000 35500 32450 32400 30100 29730 Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 3.2% 2.3% 2.3% 2.2% 2.1% 1.8% 1.7% 1.7% 1.6% 1.5% Rolândia Mamborê Assaí Arapoti Cornélio Procópio São Sebastião da Amoreira Ibiporã Manoel Ribas Boa Esperança Santa Mariana 27390 1.4% 26892 1.4% 25779 1.3% 25606 1.3% 24180 1.3% 23188 1.2% 19200 1.0% 18150 0.9% 17600 0.9% 17600 0.9% Cor De 8 200 800 2.300 5.800 Até Freqüência % 180 37 9,3 750 81 20,3 2.200 75 18,8 5.600 71 17,8 28.000 45 11,3 Dispersão geográfica da produção - CAFÉ Brasil Minas Gerais Espírito Santo São Paulo Bahia Paraná Rondônia Goiás Pará Rio de Janeiro Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 2249011 987292 617538 234551 151782 97389 88639 19043 15979 15734 43.9% 27.5% 10.4% 6.7% 4.3% 3.9% 0.8% 0.7% 0.7% Dispersão geográfica da produção – CAFÉ (MG) Minas Gerais Patrocínio Manhuaçu Campos Gerais Monte Carmelo Três Pontas Araguari Rio Paranaíba Boa Esperança Piumhi Nepomuceno Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 987292 29927 16065 15274 15180 15000 13800 13200 13020 12626 12600 3.0% 1.6% 1.5% 1.5% 1.5% 1.4% 1.3% 1.3% 1.3% 1.3% Cor De Até Freq % 1 108 270 31,8 112 420 103 12,1 441 1.585 91 10,7 1.656 4.095 87 10,3 4.116 29.927 83 9,8 Dispersão geográfica da produção - LARANJA Brasil São Paulo Bahia Sergipe Minas Gerais Paraná Rio Grande do Sul Pará Santa Catarina Goiás Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 18684985 14904621 930035 764110 583509 502979 347140 210360 125118 113600 79.8% 5.0% 4.1% 3.1% 2.7% 1.9% 1.1% 0.7% 0.6% Dispersão geográfica da produção – LARANJA (SP) SÃO PAULO Aguaí Casa Branca Itápolis Mogi Guaçu Matão Bebedouro Boa Esperança do Sul Brotas Botucatu Pirassununga 14904621 672000 586000 550800 430570 387000 350251 330000 326040 313320 306000 Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 4.5% 3.9% 3.7% 2.9% 2.6% 2.3% 2.2% 2.2% 2.1% 2.1% Limeira Itapetininga Colômbia Borborema Barretos Ibitinga Descalvado Conchal Olímpia Tambaú 283765 1.9% 276860 1.9% 256384 1.7% 244188 1.6% 241200 1.6% 233180 1.6% 228480 1.5% 224400 1.5% 222625 1.5% 201960 1.4% Cor De 15 600 5.120 19.583 53.080 Até 585 5.115 19.380 50.000 672.000 Freq. 79 84 78 72 70 % 12,6 13,4 12,4 11,5 11,2 Dispersão geográfica da produção - CANA Brasil São Paulo Paraná Minas Gerais Alagoas Goiás Pernambuco Mato Grosso do Sul Mato Grosso Bahia Paraíba Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 549707314 329095578 45887548 38741094 24993144 22387847 19637061 15839993 15000313 6279183 6222223 59.9% 8.3% 7.0% 4.5% 4.1% 3.6% 2.9% 2.7% 1.1% 1.1% Dispersão geográfica da produção – CANA (SP) SÃO PAULO Morro Agudo Guaíra Miguelópolis Barretos Paraguaçu Paulista Piracicaba Batatais Guararapes Ituverava Jaboticabal 329095578 7626000 5100000 4700000 4580100 4320000 3840000 3757500 3735000 3600000 3600000 Fonte: IBGE (Toneladas, 2007) 2.3% 1.5% 1.4% 1.4% 1.3% 1.2% 1.1% 1.1% 1.1% 1.1% Jaú Olímpia São Manuel Valparaíso Lençóis Paulista Araçatuba Pitangueiras Dois Córregos Bebedouro Araraquara 3444000 3271500 3132000 3021886 2923200 2840000 2762500 2720000 2637000 2560000 1.0% 1.0% 1.0% 0.9% 0.9% 0.9% 0.8% 0.8% 0.8% 0.8% Cor De Até 2 847 850 2.800 2.900 6.800 6.840 15.580 15.700 93.000 Freq 107 86 106 102 82 % 16,8 13,5 16,6 16,0 12,9 Milho • Fonte: MAPA (2012) Projeções – prod.-cons.-exp.-milho • Fonte: MAPA (2012) Projeções – área plantada-milho • Fonte: MAPA (2012) Soja • Fonte: MAPA (2012) Projeções – prod.-cons.-exp.-soja • Fonte: MAPA (2012) Projeções – área plantada-soja;cana • Fonte: MAPA (2012) Projeções – área plantada-café • Fonte: MAPA (2012) Projeções – prod.-cons.-exp.-açúcar • Fonte: MAPA (2012) Projeções – prod.-cons.-exp.-etanol • Fonte: MAPA (2012) Projeções – prod.-exp.-laranja/suco • Fonte: MAPA (2012) Projeções – Celulose • Fonte: MAPA (2012) Projeções – Frutas • Fonte: MAPA (2012) Projeções – Frutas • Fonte: MAPA (2012) Projeções – Grãos – MATOPIBA • Fonte: MAPA (2012) • Fonte: MAPA (2012) O RISCO E O AGRONEGÓCIO O risco • Em todas as atividades econômicas os indivíduos estão, em maior ou menor grau, sendo influenciados pelo risco; • Definição: “Risco é a impossibilidade de um agente econômico prever o valor ou a magnitude de determinada variável relevante em certo momento futuro (Nelson, 1961)” “Risco é a exposição a chance de perda ou acidente (Hart et al., 1996)” O risco • Grande parte dos riscos apresenta conseqüências econômicas e são estes riscos e suas conseqüências que interessam ao mercado securitário; • Os agentes econômicos têm de lidar com vários tipos de riscos: naturais, sociais, econômicos, pessoais, entre outros; O risco e o agronegócio • Agricultura – risco relacionado à ocorrência de fenômenos climáticos adversos, pragas e doenças que podem afetar negativamente a lavoura; • Exemplos: – Café: geada no Sul de Minas Gerais; – Hortifruti: sensível a baixas temperaturas; – Soja e Milho: susceptível à deficiência hídrica; O risco o agronegócio • Alguns números: – Safra 2004/05 – quebra de ~ 20 milhões de ton na colheita de grãos, prejuízos da ordem de R$ 10 bilhões, em função principalmente da estiagem no Centro-Sul do Brasil. – Safra 2003/04 – perdas de 4,5 milhões de ton de soja devido a ferrugem asiática totalizando um custo de aproximadamente US$ 2 bilhões. Principais fontes de risco Risco Preço Risco produção Risco Agronegócio Risco contratos Risco Crédito Principais fontes de risco Risco Preço Risco produção Risco Agronegócio Medidas de Mitigação: Zoneamento agrícola; Seguro agrícola; Tecnologia; Risco contratos Risco Crédito Principais fontes de risco Risco Preço Risco produção Risco Agronegócio Risco contratos Medidas de Mitigação: Contratos futuros, a termo e de opções; Risco Crédito Principais fontes de risco Risco Preço Risco produção Risco Agronegócio Risco Crédito Risco contratos Medidas de Mitigação: Cadastro, garantias, seguro, novos títulos, certificação positiva; Principais fontes de risco Risco Preço Risco produção Medidas de Mitigação: cláusulas de arbitragem, etc Risco Agronegócio Risco contratos Risco Crédito Outras fontes de risco • • • • Risco de transporte; (ver próxima figura) Risco sanitário; Risco na variação cambial; Etc. Malha Ferroviária Malha Ferroviária - USA MACAPA BELEM SANTAREM ITAQUI PECEM FORTALEZA MANAUS AREIA BRANCA NATAL CABEDELO RECIFE SUAPE MACEIO BARRA DOS COQUEIROS ARATU ILHEUS Hidrovias e Portos BARRA DO RIACHO VITORIA SEPETIBA FORNO SANTOS ANTONINA SAO FRANCISCO DO SUL ITAJAI IMBITUBA PORTO ALEGRE PELOTAS RIO GRANDE Gestão integrada do risco • Um sistema ideal de gerenciamento de risco deveria ser capaz de propiciar uma visão completa dos riscos gerais da empresa; • Pois as vantagens de um sistema desta natureza é a maior estabilidade dos lucros, cuja volatilidade vem aumentando nos últimos anos; Gestão integrada do risco • Por muitos anos os produtores agrícolas administraram seus riscos desenvolvendo diferentes mecanismos: – – – – Diversificação espacial; Diversificação de culturas; Diversificação inter-setorial; Mecanismos baseados no princípio da mutualidade; Gestão integrada do risco – Diversificação espacial; Gestão integrada do risco – Diversificação culturas; Gestão integrada do risco – Diversificação inter-setorial; Gestão integrada do risco Granizo Gestão integrada do risco Iodeto de prata Gestão integrada do risco • Apesar da relativa eficiência comprometiam o retorno esperado do empreendimento, devido ao trade off entre risco e retorno: “Maiores retornos esperados estão associados a maiores níveis de risco” Gestão integrada do risco • Alguns produtores podem escolher maximizar seu retorno dado um certo nível aceitável de risco. • Outros decidem minimizar seu risco associado ao retorno desejado. • A estratégia é um tanto quanto subjetiva e pode variar consideravelmente entre produtores de uma determinada região. Gestão integrada do risco • Exemplo: o produtor de soja poderá obter retorno elevado no final da safra se utilizar corretamente seus insumos e contar com o clima favorável. • Entretanto, intempéries climáticas podem reduzir sua produção e causar graves prejuízos econômicos. • Apostar no clima produzindo apenas soja poderá ser uma escolha inadequada. Gestão integrada do risco • Caso o indivíduo seja averso ao risco, provavelmente substituirá a atividade lucrativa por outra com menor potencial de lucro, mas que seja menos arriscada. • Nesta situação, o produtor tem a escolha de cultivar conjuntamente outra cultura com menor necessidade de aplicação de insumos. Gestão integrada do risco • É interessante observar que: – Em um contexto mais geral outros tipos de riscos devem ser considerados, como por exemplo, o risco de oscilação não esperada dos preços. • Em última análise os produtores estão preocupados com a renda esperada (preço x produção). Soja: rentabilidade operacional CONAB (Londrina e Primavera do Leste) 90 80 70 59,9 60 10 50 8 32,0 31,9 40 6 30 13,1 4 2 11,5 20 4,8 10 0 Soja (Londrina) Margem (%) Câmbio R$ 1,80 -4,91 Câmbio R$ 2,00 5,65 Câmbio R$ 2,10 10,94 Câmbio R$ 2,20 16,22 Câmbio R$ 2,30 21,50 0 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06P Fonte: Conab; MB Associados Produtividade: 2600 kg/há Atualização: Jan/06 Soja (Primavera) Margem (%) Câmbio R$ 1,80 -18,93 Câmbio R$ 2,00 -9,93 Câmbio R$ 2,10 -5,42 Câmbio R$ 2,20 -0,92 Câmbio R$ 2,30 3,58 Soja - Primavera MT 18,0 60,0 Preço médio Custo total Margem operacional (%) 15,0 12,0 52,4 50,0 40,0 39,6 30,0 9,0 21,6 20,0 6,0 7,2 3,0 0,0 0,8 -5,5 10,0 3,4 -1,0 0,0 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06P Fonte: Conab; MB Associados Produtividade: 3000 kg/há Atualização: Jan/06 -10,0 Margem operacional (%) 12 81,5 Preço, Custo (US$/sc) Preço, Custo (US$/sc) 14 Preço médio Custo total Margem operacional (%) 57,4 Margem operacional (%) Soja - Londrina PR 16 O RISCO DE PREÇO E SUA GESTÃO Proteção via mercado (BM&F) Iniciativas governamentais Contratos futuros agropecuários (BM&F) • Finalidade: – Para sinalizar as expectativas dos agentes do mercado com relação aos preços futuros (commodities, câmbio, juros), facilitando o planejamento dos negócios; – Para dar transparência à negociação, possibilitando a “descoberta” do preço de equilíbrio entre oferta e demanda; Contratos futuros agropecuários (BM&F) • Finalidade: – Para garantir antecipadamente um preço futuro para a mercadoria vendida ou comprada (seguro de preço através da transferência de risco). • O comprador fixa o preço de sua matéria-prima para evitar oscilações imprevistas na sua margem operacional; • O vendedor fixa o preço de venda de sua mercadoria para cobrir seu custo de produção e sua margem de lucro; Negociação no pregão viva voz Negociação eletrônica Produção hedgeada na BM&F Contratos agropecuários na BM&F Contratos agropecuários na BM&F Participação por commodity/total de contratos negociados (2008*) Volatilidade dos preços do milho Iniciativas governamentais O RISCO DE PRODUÇÃO E SUA GESTÃO Proteção via mercado (SEGURO) Iniciativas governamentais O seguro - conceitos e definições O que é o seguro? “É UM MECANISMO PELA QUAL SE TRANSFERE UMA DESPESA FUTURA E INCERTA (DANO), DE VALOR ELEVADO, POR UMA DESPESA ANTECIPADA E CERTA DE VALOR RELATIVAMENTE MENOR (PRÊMIO)” O seguro - conceitos e definições • Alguns conceitos relativos ao mercado securitário: – Sinistro: efetivação do evento; – Objeto: designição genérica de qualquer interesse segurado, sejam elas: coisas, pessoas, bens, responsabilidades, obrigações, direitos e garantias; – Contrato de seguro: acordo pelo qual o segurado, mediante pagamento de um prêmio, garante para si ou para seus beneficiários, indenizações decorrentes da realização de um dos riscos previstos no contrato; O seguro - conceitos e definições – Apólice: documento emitido pelo segurador e constitui o contrato de seguro; – Endosso: documento pela qual se altera um documento; – Averbação: documento utilizado pelo segurado para informar à seguradora sobre bens e verbas a garantir; – Beneficiário: pessoa física ou jurídica designada pelo segurado para receber indenizações devidas pelo segurador; O seguro - conceitos e definições – Cosseguro: consiste na distribuição da responsabilidade assumida em um contrato entre duas ou mais seguradoras, denominadas seguradoras cotizantes ou cosseguradoras; – Estipulante: pessoa (física ou jurídica) que contrata o seguro a favor do segurado. Não necessariamente a pessoa do estipulante é a mesma que a pessoa do segurado, podendo ser o representante ou mandatário do segurado; – Franquia dedutível: valor inicial da importância segurada até o qual o segurado é o segurador de si próprio; O seguro - conceitos e definições – Resseguro: método utilizado pelas seguradoras para pulverizar as responsabilidades; – Seguro Multirrisco: tem por objetivo incluir diversas coberturas em uma única apólice; O seguro - conceitos e definições • Embora o seguro seja uma das formas mais eficientes de transferência do risco existem limites, na qual a probabilidade de perda ou dano não pode ser reduzida. • Nota-se ainda que nem todos os tipos de riscos são seguráveis. O seguro - conceitos e definições • Os critérios básicos para a segurabilidade são apontados, a seguir: – A perda esperada deve ser calculável. Para calcular o prêmio, a seguradora deve ser capaz de estimar a severidade e a freqüência média da perda; – As circunstâncias de uma perda devem ser possíveis de definição, ademais, devem ser não intencionais e acidentais; O seguro - conceitos e definições – Deve haver um grande número de unidades expostas, homogêneas e independentes; – O prêmio deve ser economicamente viável. Quando um risco tem alta freqüência e baixa severidade, o custo de transação é elevado; – Não haja perda catastrófica. Se os riscos forem sistêmicos (positivamente correlacionados) entre unidades seguradas, a Lei dos Grandes Números não se aplica; Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do cosseguro • Distribuição da responsabilidade assumida em um contrato entre duas ou mais seguradoras, denominadas seguradoras cotizantes ou cosseguradoras; • Existe a emissão de apenas uma apólice pela seguradora líder, que tem a função de receber a proposta, emitir a apólice, arrecadar e distribuir o prêmio e indenizar o segurado; Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do cosseguro • O contrato deve estipular a quota de participação de cada seguradora sobre a responsabilidade total; • O prêmio é equivalente a uma taxa sobre o valor segurado de cada seguradora e a indenização correspondente à quota de cada firma sobre o valor da indenização a ser paga; Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Resseguro é o seguro das seguradoras. É o seguro do risco assumido pela seguradora, que não pode ou não deseja garantir sozinha. Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Resseguro é um mecanismo de transferência de risco, através do qual o segurador (ressegurado) transfere parte ou todo o risco da apólice por ele emitida a outro segurador (ressegurador), que concorda em indenizá-lo pelas perdas decorrentes da referida apólice. Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • O ressegurador pode realizar uma operação denominada retrocessão: quando ocorre cessão ou um repasse de parte de suas responsabilidades ao mercado securitário nacional Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Retrocessão é o resseguro do ressegurador. corretor Seguradora Prêmio Retrocessão Segurado Seguro Cedente Promessa de Indenização por perdas Ressegurador Principais Funções do Resseguro • Fornecimento de capacidade (auxílio de capital) • Estabilização de resultados (menor volatilidade dos resultados da subscrição) • Proteção contra catástrofe (proteção dos balanços contra prejuízos inesperados) Principais Funções do Resseguro • Fortalecimento financeiro (surplus relief) (aproveitar economias de escala) • Acesso à experiência e aos serviços do ressegurador (produtos, taxação, subscrição e gestão de sinistros) Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Tipos de resseguro Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Vamos analisar 3 tipos: – Resseguro quota-parte; – Resseguro de excedente de responsabilidade; – Resseguro de excesso de danos; Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Resseguro quota-parte: um percentual de cessão é estabelecido sobre a responsabilidade assumida pela seguradora, sendo o prêmio e a indenização realizados na mesma proporção; Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Exemplo: Segurado r Direto $ 1.000.000 $ 160.000 $ 120.000 Limite da Apólice $1.000.000 Ressegurado r 20% 80% Limite Prêmio Sinistro $ 200.000 $ 32.000 $ 24.000 $ 800.000 $ 128.000 $ 96.000 Índice de Sinistro 75% 75% 20% Retenção Líquida do Segurador Direto 80% Ressegurador Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Resseguro de excedente de responsabilidade: é um contrato de resseguro proporcional, na qual a seguradora cedente ou retrocedente repassa a resseguradora aceitante parte ou totalidade do que exceder o seu limite de retenção, ou seja, a responsabilidade máxima que a seguradora mantém em cada risco isolado; CONTRATO DE EXCEDENTE DE RESPONSABILIDADE ($20.000 de retenção e $240.000 de Limite) Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Resseguro de excesso de danos: modalidade do resseguro não proporcional. O segurador direto é responsável financeiramente sozinho por todos os sinistros do ramo especificado no contrato até determinado limite – chamado “prioridade” –, independentemente da importância segurada. O ressegurador, por sua vez, responde pelos sinistros que superarem esse limite até o teto da cobertura acordada previamente. Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • O segurador direto contratou resseguro de excesso de danos de R$ 4 milhões, em excesso de R$ 1 milhão. • No caso de um sinistro com indenização de R$ 800 mil, o pagamento seria de responsabilidade total do segurador direto. Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • No caso de um sinistro com indenização de R$ 1,5 milhão, o segurador direto responderia por R$ 1milhão, e o ressegurador, por R$ 500 mil. • No caso de um sinistro com indenização de R$ 3 milhões, o segurador direto pagaria R$ 1 milhão, e o ressegurador, R$ 2 milhões. Exercícios • Carteira com limite de cobertura do seguro direto de R$ 1 bilhão, com prêmio total de R$ 80 milhões. • Cessão de resseguro em quota-parte de 80%. • Quanto o ressegurador recebe de prêmio e qual seu limite de cobertura? Exercícios • Prêmios = R$ 64 milhões; • Limite de cobertura = R$ 800 milhões; • Qual o prêmio da seguradora e qual sua responsabilidade? Exercícios • Prêmios = R$ 16 milhões; • Limite de cobertura = R$ 200 milhões; • O que aconteceria na hipótese de um sinistro de R$ 500 milhões, prevalecendo o resseguro em quota-parte de 80%? Exercícios • A responsabilidade do ressegurador seria de R$ 400 milhões; • Enquanto a do segurador direto, de R$ 100 milhões Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • • No Brasil, o IRB-Brasil Re detinha o monopólio das operações de resseguro; Com a abertura do mercado três categorias de resseguro foram criadas: • Local; • Admitida; e, • Eventual; Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • As resseguradoras locais precisam ser constituídas no Brasil e ter capital mínimo de R$ 60 milhões, mantendo todas as garantias no Brasil; • As admitidas são as estrangeiras com escritório de representação no Brasil; Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Devem ter uma conta de US$ 5 milhões vinculada à Susep, para as garantias, e, dependendo da nota dada por agências de classificação de risco, precisam fazer reservas adicionais. Transferência do risco pelas seguradoras – o caso do resseguro • Já as eventuais só precisam ter procurador no país e capital mínimo de US$ 150 milhões na matriz, não podendo estar constituídas em paraísos fiscais; • Para essas, será estabelecido em decreto presidencial um limite de quanto poderão ressegurar;