Promoção da Saúde: Intersetorialidade; Comunicação; Educação Popular; Participação Social e Planejamento Participativo Comunicação de Risco, Saúde e Ambiente: uma agenda em construção Maria Cristina S. Guimarães ICICT/FIOCRUZ Por que falar em Risco? • Conceito recorrente na/da Modernidade – complexo e multifacetado • Conceito “filho” do tempo – aponta para o futuro • Inseparável da incerteza, da ameaça e do perigo • Quantificável, é da ordem da ciência • Perceptível, é da ordem da cultura • Restrito (sujeito consciente) ou amplo (coletivo, [não]intencional) • Pressupõe decisão • Relação intrínseca com acesso e uso de informação (amplifica ou atenua percepção de risco; orienta tomada de decisão). Comunicação de risco • Comunicação de risco: componente estratégico na gestão de desastres naturais (ou não) e nas emergências de saúde pública. •Diferentes tipos de crise manifestam ameaças diferentes e impõem diferentes exigências de comunicação (comunicação de risco x comunicação de crise). • Pressuposto básico: assimetria de informação entre emissor e receptor (especialistas e poder público x sociedade). • Meta clara: mudança de comportamento • Foco privilegiado: indivíduo (cognoscente) Por que repensar Comunicação de risco? • pouco eficaz quando pensada divorciada da gestão de risco • pouco eficaz quando pensada fora da cultura e do território • pouco eficaz quando pensada como processo de educação • deve ser pensada como espaço para construção coletiva de alternativas e estratégias frente a uma percepção compartilhada de risco “um processo interativo de troca de informação e opinião entre indivíduos, grupos e instituições” The National Research Council, 1989 Algumas perspectivas importantes • Confiança (fonte > conteúdo > frequência > incidência) • Percepção de risco (familiaridade; natural ou tecnológico; voluntário ou involuntário, pontual ou estratificado, próximo ou distante, geração futura etc.) • Risco e valores (cultura, perfil demográfico etc.) • Risco e probabilidade • Efeitos indiretos de amplificação social (Internet) Repensar Comunicação de risco • Vencer a ênfase na “percepção pública equivocada” • Investigação empírica sobre o que preocupa a coletividade • Identificar outras racionalidades e promover aprendizado comum entre especialistas e leigos Uma agenda para investigação • Desafio: Comunicação de risco como prática indissociada das ações de promoção de saúde • Ponto de partida: Determinantes sociais (capacidade de mobilização é influenciada pela percepção das condições sociais e pelo acesso à informação como guia para resolução dos problemas) • Foco no território (espaço social e geográfico) e na coletividade • Estratégias de comunicação de risco devem ter como orientador a identificação do comportamento no acesso e uso da informação Modelo de análise para comunicação de risco em saúde e ambiente Determinantes Sociais Posição sócioeconômica (SEP) — Renda — Educação Condições Moderadoras Sóciodemográficas (SD) — Idade — Sexo — Raça/etnia Redes sociais — Capital social —Recursos Padrão de comunicação Acesso à informação Processamento de informação Uso da informação Percepção de risco — Conscientização e percepção de ameaças ambientais — Mudanças comportamentais em relação a ameaças (Taylor-Clark, Koh, and Viswanath, 2007)