CURSO ILPES/CEPAL/SPI AVALIAÇÃO DE GRANDES PROJETOS Opções para enfrentar o viés antiinvestimento público Índice 1.Evidencia empírica 2. A regra de oro 3.Alternativas de flexibilidade fiscal a) Cobertura b) Parcerias público-privadas c) Regra estrutural 4. Para una agenda integrada Ricardo Martner Varinia Tromben 1 O que é um viés anti-investimento público? A idéia de que o investimento se reduz mais que outros gastos em períodos de “consolidação fiscal” é consensual: Balassone e Franco (2000) mostram que a inclusão de una meta de déficit pode implicar uma redução do investimento Turrini (2004) apresenta evidência para a UE, especialmente entre 1994 e 1998 Blanchard y Giavazzi (2004), entre outros, propõem a “regra de oro” para a UE Eliminar o viés anti-investimento não é equivalente privilegiar um gasto sobre outro: pelo contrário. Não existe necessariamente um dilema com o gasto social (hospitais, escolas, habitação..) 2 A qualidade do gasto público na América Latina e no Caribe... Pagamento de juros da dívida pública e investimento público. Resultados global y primário 5 2 4 0 (% de PIB) (% de PIB) 1 -1 -2 3 2 1 -3 -4 0 90 91 92 93 94 95 Resultado global 96 97 98 99 00 01 02 03 Resultado primario 90 91 92 93 94 95 96 Pago de intereses de la deuda 97 98 99 00 01 02 inversión pública Fonte: CEPAL sobre a base de informações oficiais. Médias ponderadas. 3 03 Existe um viés anti-investimento? Prova 1 Períodos de ajuste fiscal: variação no gasto de capital e gasto primário corrente, 1990-2003, em % de PIB. 3 Variação no gasto de capital 2 PE (92-95) 1 RD (02-03) CO (91-92) GT (95-96) BR (96-99) CR (00-01) BO (99-00) CO (00-03) PY (93-94) BO (94-95) CL (00-01) AR (99-00) CL (94-95) AR (01-03) CR (95-97) SV (02-03) EC (99-00) NI (02-03) VE (02-03) 0 PA (94-96) BR (01-03) -1 UY (00-03) GT (00-03) PA (99-00) SV (93-94) -2 VE (99-00) -3 -3 -2 -1 0 1 2 3 variação no gasto prim ário corrente Fonte: CEPAL sobre a base de informações oficiais. 4 Existe um viés anti-investimento? Prova 2 Investimento fixo do governo central, 1990-2003, como porcentagem do gasto primário. 30 (% del gasto primario) 15 10 5 0 20 15 10 5 Bolivia Brasil Chile Colombia 30 Costa Rica Guatemala 20 03 20 02 20 01 20 00 19 99 19 98 19 97 19 96 19 95 19 94 19 93 19 92 19 91 19 90 20 03 20 02 20 01 20 00 19 99 19 98 19 97 19 96 19 95 19 94 19 93 19 92 19 91 19 90 0 Argentina Honduras 40 (% de gasto primario) 25 20 15 10 5 30 20 10 Perú Uruguay Venezuela (R. Bolivariana) 20 03 20 02 20 01 20 00 19 99 19 98 19 97 19 96 19 95 19 94 19 93 20 03 20 02 20 01 20 00 19 99 19 98 19 97 19 96 19 95 19 94 19 93 19 92 19 91 19 90 México 19 92 0 0 19 91 (% de gasto primario) 25 19 90 (% del gasto primario) 20 Ecuador El Salvador Nicaragua Panamá Paraguay R. Dominicana Fuente: CEPAL sobre la base de información oficial. 5 Existe um viés anti-investimento? Prova 3 América Latina e o Caribe: componentes do gasto do governo central (exclui previdência social) 2003 (en % de PIB) Nicaragua R. Dominicana Paraguay Haití El Salvador Honduras Bolivia Ecuador Panamá Chile Venezuela Perú Uruguay Colombia Guatemala Brasil Costa Rica Argentina México Am érica Latina Gasto corriente prim ario 10.8 12.9 14.3 8.9 9.9 17.7 21.5 10.7 11.6 17.2 15.7 12.9 19.1 14.6 7.8 9.9 11.5 13.2 16.9 13.7 Gasto en inversión 5.4 5.2 3.1 3.0 2.8 2.8 2.6 2.5 2.1 2.0 1.7 1.7 1.3 1.3 1.0 0.4 0.2 0.2 0.1 1.8 Variación real 1998-2003 (en porcentajes) Gasto corriente prim ario 30.3 11.8 -6.6 20.5 17.4 69.6 15.2 19.8 0.2 21.0 -4.1 22.4 -6.1 26.7 30.8 32.9 -2.2 64.9 22.4 Gasto en inversión 81.1 123.3 -1.6 54.3 59.2 -18.4 80.7 0.7 -28.2 -51.2 180.5 -36.9 -50.4 -15.8 -33.8 -58.3 -48.7 -34.8 -69.7 -14.1 Fuente: CEPAL, sobre la base de información oficial. 1/ Promedio simple sin incluir Haití, R. Dominicana y Venezuela. 6 Existe um viés anti-investimento? Prova 4 Disciplina Fiscal resultou na queda do investimento públcio não somente nos países em desenvolvimento – mas também na UE. As metas fiscais estabelecidas pelo Tratado de Maastritch contribuíram para uma diminuição do investimento público na Europa: • Dos 9 países déficit superiores aos limites de Maastritch em 1992, 8 conseguiram alcançar em 1997. O Investimento público caiu em todos esses oito países 8 ! • Especialmente investimento em infra-estrutura caiu. 7 Existe um viés anti-investimento? Prova 4 Ajuste Fiscal e Investimento Público (média de 9 países da UE, porcentagem do PIB 1,4 3 1,3 2 1 1,2 0 -1 1,0 -2 0,9 -3 0,8 -4 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 -6 1989 0,6 1988 -5 1987 0,7 Transport Inv e stme nt, me an (le ft scale ) Primary De ficit, me an (right scale ) Sources: World Developm ent Indicators - World Bank; and provisional data from ECMT. Notes: (a) Total = Roads + Rails + Airports. (b) 9 EU countries: Austria, Finland, France, Netherlands, Norw ay, Portugal, Spain, Sw eden and United Kingdom . 8 % PIB % PIB 1,1 Opção 1: A regra de ouro Governo central: Déficit “admissível” Como no setor privado, o investimento líquido Nicaragua Rep. Dominicana da depreciação não Paraguay dever formar parte da Haití conta de resultados El Salvador Isto supõe um equilíbrioHonduras na contar y um déficit Bolivia Ecuador de... Panamá Chile Venezuela Perú Uruguay Colombia Fonte: Martner y Troben (2005). 1/ Média simples não inclue Haiti, R. Dominicana e Guatemala Brasil Venezuela. Costa Rica Argentina México América Latina 1/ Inverstimento Bruto em 2003 5.4 5.2 3.1 3.0 2.8 2.8 2.6 2.5 2.1 2.0 1.7 1.7 1.3 1.3 1.0 0.4 0.2 0.2 0.1 1.8 Investimento “líquido”ou déficit “admissível”, k=30% 3.9 3.7 1.6 1.5 1.3 1.3 1.1 1.0 0.6 0.5 0.2 0.2 -0.2 -0.2 -0.5 -1.1 -1.3 -1.3 -1.4 0.3 (i - δk) Investimento “líquido” ou déficit “admissível”, k=20% 4.4 4.2 2.1 2.0 1.8 1.8 1.6 1.5 1.1 1.0 0.7 0.7 0.3 0.3 0.0 -0.6 -0.8 -0.8 -0.9 0.8 9 A regra de ouro no Reino Unido (1998) Durante o ciclo, o Governo se endivida somente para cobrir o 12 investimento líquido 10 Dívida pública líquida inferior a 40% 8 Orçamentos separados 6 4 Orçamentos trianuais (% de PIB) Inversión pública en el Reino Unido 2 Inversión Pública Neta Inversión Pública Bruta 10 2006 2004 2002 2000 1998 1996 1994 1992 1990 1988 1986 1984 1982 1980 1978 1976 1974 1972 Diagnóstico: “A evolução do investimento público depois da introdução da regra de ouro não parece ser muito diferente do período anterior à su aplicação” Boas perspectivas futuras... 1970 0 Opção 1- bis: o Manual de Estatísticas das Finanças Públicas 2001 FLUJOS TRANSACCIONES Ingreso menos OTROS FLUJOS ECONÓMICOS Gasto BALANCE DE APERTURA Activos no financieros Ganancias y pérdidas por tenencia = RESULTADO OPERATIVO NETO menos Activos no financieros Otras variaciones en el volumen de activos BALANCE DE CIERRE Activos no financieros Activos no financieros Activos no financieros Activos financieros Activos financieros Activos financieros Pasivos Pasivos Pasivos = PRÉSTAMO NETO/ENDEUDAMIENTO NETO Activos financieros Activos financieros • efectivo • otros activos financieros menos Pasivos Patrimonio neto Pasivos Variaciones en el patrimonio neto Patrimonio neto 11 Opção 2: reduzir coberturas Cobertura institucional de las estadísticas y metas en los informes del FMI Proposta FMI de excluir empresas Total “com gestões comerciais” América Latina Metas fiscais cobrem Governo OCDE desarrollados General na União Européia, Chile edel cual: Europa outros países. El MEFG 2001 Africa também. Por que não avançar nesta Asia 1/ cobertura? Medio Oriente Otros europeos 0 20 40 60 100 80 (% del total del grupo de países) Gobierno central Gobierno general Sector público no financiero 12 Opção 3: parcerias público-privadas Experiência do México (PEMEX y CGE) Definição mais ampla: inverstimento e operação do setor privado em áreas tradicionalmente públicas (hospitais, escolas, rodovías) Dão lugar à transferências futuras (em operaçã e amortização do investimento). Exemplos: PFI no Reino Unido, PPS no México. Investimento público toatl como porcentagem do PIB no México 3.4 3.3 0 2.9 0 3.3 1994 2.9 1995 3.1 0.2 0.1 3 1996 3.6 3.4 0.9 3.7 3.7 3.2 3.2 1 1.1 2.2 2.1 1.9 2001 2002 2003 1.1 1 1.8 3.2 2.7 1997 1998 Presupuestaria 2.4 1999 2.6 2000 Financiada Grande potencial para reduzir o viés anti-investimento público, ainda que não chegar a representar a mais de 15% do investimento total (Reino Unido) 13 Opção 4: regras estruturais 4 3 2 1 Gobierno central Gobierno general 14 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 0 1987 Boas perspectivas futuras; o investimento público não é tema especial de debate na agenda politica. Investimento Público Real no Chile (% de PIB) Superávit estrutural de 1% do PIB no Chile Comissão de especialistas para determinar PIB potencial e o preço do cobre de longo prazo Gasto determinado por estimativas de longo prazo MEFG 2001 Uma agenda integrada Ademais de uma combinação das quatro opções anteriores, deve-se agregar: Impostos aos combustíveis para financiar infra-estrutura (Argentina, Estados Unidos) Papel dos Bancos de Desenvolvimento: o gasto desses projetos seriam contabilizados inter-temporalmente, abrindo maior espaço fiscal para seu financiamento. 15 OS GRANDES PROJETOS E O VIÉS ANTIINVESTIMENTOS RISCO FISCAL - DIFERENTES PERSPECTIVAS - DO TESOURO - DO GESTOR DO PROJETO 16 OS GRANDES PROJETOS E O VIÉS ANTI-INVESTIMENTOS RISCO FISCAL – PERSPECTIVA DO TESOURO RISCOS FINANCEIROS DE LONGO PRAZO DO PROJETO: FONTES DE FINANCIAMENTO: ORÇAMENTO - TRIBUTOS/ TAXAS DÍVIDA - MOEDA, CONDIÇÕES, CUSTOS FORMAS DE MITIGAR RISCO - ORÇAMENTO PLURI-ANUAL - OPERAÇÕES DE HEDGE/ SEGUROS 17 OS GRANDES PROJETOS E O VIÉS ANTI-INVESTIMENTOS RISCO FISCAL – PERSPECTIVA DO TESOURO RISCO OPERACIONAL - COMPLEXIDADE LEGISLAÇÃO - LICITAÇÃO - CONTRATAÇÃO - MONITORAMENTO - CONDICIONALIDADES E PENALIDADES - MECANISMOS DE SEGURO/HEDGE 18 OS GRANDES PROJETOS E O VIÉS ANTI-INVESTIMENTOS RISCO FISCAL - PERSPECTIVA DO TESOURO MECANISMOS EXTRA-ORÇAMENTÁRIOS, QUASE FISCAL OU AUTONÔMOS. -PPI -PPP -GARANTIAS -PASSIVOS – EXPLÍCITOS IMPLÍCITOS, DIRETOS E CONTINGENTES. 19 MATRIZ DE RISCOS FISCAIS - PASSIVOS PASSIVOS EXPLÍCITOS - O PASSIVO GOVERNAMENTAL É RECONHECIDO POR LEI OU CONTRATO IMPLÍCITOS - “OBRIGAÇÃO MORAL DO GOVERNO QUE REFLETE EXPECTATIVAS DA POPULAÇÃO E PRESSÃO DE GRUPOS DE INTERESSE “ ou “SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS”. DIRETOS (OBRIGAÇÃO EM QUALQUER EVENTO) CONTINGENTES (OBRIGAÇÃO SE UM EVENTO PARTICULAR OCORRE) - Dívida Contratual e Mobiliária - Transferência e Vinculações Constitucionais Direitos Econômicos, Sociais e Culturais estabelecidos na Constituição ou Leis - - Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de interpretação judicial. - Passivos Ambientais genéricos - Benefícios especiais - Situações setoriais “emergenciais” - Crises de Balanço de Pagamentos - Crise Bancária. - demandas particulares ou de grupos - compensações por danos - situação de transição de ajuste ocupacional. - Situações de desastre naturais. FONTE: Polackova, Hana. “Government Contingent Liabilities: Avais Seguros Exportação, Agrícola Fundos de Garantias 20 MENSURAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PASSIVOS E GARANTIAS. -INCERTEZA E RISCO - (O ACASO VS. PRÊMIOS) -CONHECIMENTO E TRANSPARÊNCIA -INCENTIVOS E PENALIDADES 21 INCERTEZA E RISCO A DECISÃO DE INVESTIR DECORRE DA EXPECTATIVA DE UM RETORNO FUTURO POSITIVO PARA O INVESTIDOR. DECISÃO BASEADA NAS CONDIÇÕES ATUAIS E ESTIMATIVAS DE DESEMPENHO FUTURO DO MERCADO. HÁ INCERTEZAS ATUANDO SOBRE A EVOLUÇÃO DOS MERCADOS ( É O IMPONDERÁVEL OU O ACASO), MAS HÁ SITUAÇÕES DE RISCO ONDE HÁ MENSURAÇÃO – PROBABILIDADE - E PRINCIPALMENTE ALGUÉM QUE COBRE OS CUSTOS/PREMIOS DESSE RISCOS – PROBLEMA PARA GRANDES PROJETOS. 22 CONHECIMENTO E TRANSPARÊNCIA -CONHECIMENTO: - IDENTIFICAÇÃO DE QUEM É RESPONSÁVEL POR CADA TIPO DE RISCO (SETOR PÚBLICO VS SETOR PRIVADO) - MENSURAÇÃO DAS GARANTIAS E/OU RISCOS ESTABELECIDOS NOS CONTRATOS -TÉCNICAS DE SIMULAÇÃO DE MONTE CARLOS -MECANISMOS DE “OPÇÃO” DE BLACKSHOLES -VALOR PRESENTE 23 CONHECIMENTO E TRANSPARÊNCIA TRANSPARÊNCIA: - MECANISMOS DE AJUSTE E FLEXIBILIDADE PARA USO DE GARANTIAS (PASSIVOS CONTINGENTES). - REGISTRO E CONTABILIDADE DAS GARANTIAS - DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DO PROJETO. 24 INCENTIVOS E PENALIDADES INCENTIVOS: -CREDIBILIDADE INSTITUCIONAL -“LIBERDADE” ORÇAMENTÁRIA -CAPTAÇÃO DE NOVOS RECURSOS -MENOR CUSTOS 25 INCENTIVOS E PENALIDADES PENALIDADES: RESTRIÇÕES DE RECURSOS E GESTÃO ONERAÇÃO SOBRE RESULTADOS E METAS FISCAIS. SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA PÚBLICA 26 RISCOS FISCAIS – PERSPECTIVA DO GESTOR RISCOS FISCAIS - CONTINGENCIAMENTO - CRISES CAMBIAIS - METAS DE INFLAÇÃO - METAS FISCAIS DE LONGO PRAZO - COMPETIÇÃO DE RECURSOS 27 EXPERIÊNCIA BRASILEIRA – PASSIVOS CONTINGENTES LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL LDO – ANEXOS LEI DAS PPP 28