Caracterização do fluxo de nêutrons epitérmicos do reator IEA-R1 e uso do método de monte carlo para determinação de incertezas João Pedro de Oliveira Flores – Dr. Renato Semmler Ipen – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares CRPq - Centro de Reator de Pesquisa Universidade São Paulo – Instituto de Física Prática de tratamento de dados em física experimental Professor : Dr. Zwinglio de Oliveira Guimaraes Filho São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Reator IEA-R1 do IPEN-CNEN/SP São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Introdução • O laboratório de Análise por Ativação com Nêutrons do IPEN (LAN-IPEN) vem analisando diferentes matrizes geológicas, biológicas, arqueológicas, dentre outras, empregando o método comparativo de análise por ativação com nêutrons. • Como uma alternativa ao método comparativo, foi desenvolvido o Método de Análise por Ativação Neutrônica k0 (k0-INAA), (1975) [1]. • O método do k0-INAA tem sido adotado em vários laboratórios do mundo inclusive no Brasil (CDTN/CNEN, CENA/USP). • Atualmente o método k0-INAA tem sido responsável por 90% da demanda analítica dos Laboratórios de Análise por Ativação com Nêutrons. Em 2006 esses laboratórios produziram 20.000 resultados aplicando o método k0. São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual • A utilização do método k0 requer uma caracterização precisa das instalações de irradiação e do sistema de detecção. • A caracterização precisa da instalação de irradiação requer a determinação dos seguintes parâmetros: - Parâmetro f : razão entre os fluxos de nêutrons térmico e epitérmico; - Parâmetro : relacionado com a distribuição de fluxo de nêutrons epitérmicos, aproximadamente dada por 1/E1+. É uma medida de quanto se afasta o fluxo de nêutrons epitérmicos do comportamento ideal 1/E. • Estes parâmetros são característicos da posição de irradiação no reator nuclear. • Na caracterização do sistema de detecção, um parâmetro de grande importância a ser determinado é a eficiência de detecção no intervalo de energia de interesse e na geometria do arranjo experimental. São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Objetivos • O objetivo principal do presente trabalho é a determinação do parâmetro do espectro de nêutrons epitérmicos E-(1+) para a estação pneumática do reator IEA-R1, utilizando o método bare triple monitor e determinar sua incerteza utilizando o método de Monte Carlo. • Como objetivo complementar, o presente trabalho visa também auxiliar o Laboratório de Ativação Neutrônica do IPEN no desenvolvimento de técnicas de irradiação, medidas e análise de dados para a utilização deste método, em suas medições habituais de análise multielementar aplicadas às diversas áreas do conhecimento. São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Justificativa • O método k0 é comumente utilizado em diversos laboratórios de pesquisa. • Existem diversos trabalhos publicados recentemente com resultados satisfatórios. • Melhorar e aumentar a capacidade analítica do LAN-IPEN. – Diminuir o tempo de análise das amostras. – Analisar um número maior de elementos num intervalo menor de tempo, sem perda da qualidade dos resultados. – Eliminar o uso de padrões diversos. • Uma caracterização precisa desta posição de irradiação possibilitará a implantação e utilização do método k0 de ativação neutrônica no Laboratório de Ativação para irradiações de curta duração (até 30min). São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Fundamentos Teóricos “Bare triple monitor” – Método dos três monitores descobertos[2] • Neste método, um conjunto de dois monitores juntamente com um monitor de referência, é irradiado sem cobertura de cádmio. • Logo depois de serem irradiados, as atividades induzidas são medidas utilizando um detector de HPGe. • Normalmente, neste método, são utilizados os radionuclídeos: – 97Zr (743,3 keV); – 95Zr – 198Au (724,2 + 756,7 keV); (411,8 keV). São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual • No método do “bare triple monitor”, o cálculo do pode ser obtido através da seguinte equação[2]: a b Q 0,1 Ge,1 G G a Q0,2 e,2 b Q0,3 e,3 0 Gth ,1 Gth ,2 Gth ,3 onde 1 Asp,2 k 0,Au (1) p,1 , a 1 Asp,1 k 0,Au (2) p,2 Asp 1 A k (1) p,1 b 1 sp,3 0,Au , A k ( 3 ) sp,1 0, Au p ,3 Np mSDCt m Q0,i 97Zr Q0,i 0,429 E r ,i São Paulo, dd/mm/2013 0,429 2 10,55 (743,3 keV) = 1, 95Zr (724,2 + 756,7 keV) = 2 198Au (411,8 keV) = 3. Seminário Anual Sendo: Gth – fator de correção para auto-blindagem (self-shielding) para os nêutrons térmicos; Ge – fator de correção para auto-blindagem (self-shielding) para os nêutrons epitérmicos; Asp – taxa de contagem específica; Np –número de contagens líquidas sob o pico de absorção total para a energia gama considerada durante o tempo de medida tm. m – massa do elemento na amostra ou do comparador irradiados; S – fator de saturação [S = 1 – exp(-ti)]; – a constante de decaimento; ti – tempo de irradiação; D – fator de decaimento [D = exp(-td)] ; td – tempo de decaimento; C – fator de contagem {C = [1 – exp(-tm)] /tm}; tm – tempo de medida; k0,Au(a) – fator k0 para o isótopo analisado, com referência ao comparador ouro; – eficiência de detecção de pico da energia E ; Q0 – razão entre a integral de ressonância (I0) e a secção de choque para nêutrons térmicos (0), ou seja, Q0 = I0/0, onde 0 (n,) é a secção de choque para nêutrons térmicos. São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Determinação da incerteza a partir de um modelo simples através da propagação de incerteza • Um modelo simples para encontrarmos a incerteza é o modelo do pêndulo simples: T 2 • L g ou g 4 2 L T2 Utilizando o método de propagação de incertezas temos : g2 ( g 2 g 2 2 2 ) T ( ) L T L O qual resulta em : g2 • 64 2 L2 16 4 2 L2 T 6 4 T T Assumindo L = 3,0044(3)m e T = 3,47880(17)s obtemos : g 9,8007(14)m / s 2 São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Determinação da incerteza a partir de um modelo simples através da simulação de Monte Carlo • Utilizando o mesmo modelo , podemos fazer uma simulação para os valores de entrada que são Lm e Tm com suas respectivas incertezas sL e sT. Onde L = Lm + ε𝑔 com T = Tm + ε𝑔 ’ com • ε𝑔 = 0,0003*randn ε𝑔 ’ = 0,00017*randn Erro Gaussiano Repito esse processo para encontrar o g 104 vezes e com isso vou ter um vetor com dez mil valores de g, basta agora encontrar o desvio padrão desses dez mil valores de g , que irá corresponder a incerteza do meu parâmetro g e o resultado obtido foi: g 9,8007(13)m / s 2 São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual A curva que descreve os valores de g simulados Gaussiana Curtose 2,947 São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Determinação da incerteza da equação para alfa através da simulação de Monte Carlo • Realizando então o mesmo procedimento , porém os parâmetros de entrada em vês de ser L(sL) e T(sT) são a,b, λ1, λ2, λ3 com suas respectivas incertezas sa,sb,sλ1,sλ2,sλ3. • Relembrando a equação para alfa: a b Q 0,1 Ge,1 G G a Q0,2 e,2 b Q0,3 e,3 0 Gth ,1 Gth ,2 Gth ,3 λ1 λ2 λ3 Com Q0,i Q0,i 0,429 E r ,i São Paulo, dd/mm/2013 0,429 2 10,55 Seminário Anual Procedimento para determinação da incerteza de através da simulação de Monte Carlo • Para fazermos a simulação consideramos então os seguintes valores de entrada: a = am + saa*randn b = bm + sb*randn λ1 = λ1m + sλ1*randn λ2 = λ2m + sλ2*randn λ3 = λ3m + sλ3*randn Parâmetro Incerteza a 1,2018 saa 0,0030 b 1,2717 sb 0,0010 λ1 0,97 sλ1 0,03 λ2 0,98 sλ2 0,03 λ3 0,99 sλ3 0,03 Valor medido mais um erro gaussiano • Com isso ,repito o experimento dez mil vezes e encontro um vetor com dez mil valores de alfa, basta determinar o desvio padrão desses valores que encontraremos a incerteza de . São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Dados obtidos da simulação para os valores de Gaussiana Parâmetro Incerteza de 0,03537 0,01080 São Paulo, dd/mm/2013 Curtose 3,0248 Seminário Anual São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Configuração do reator IEA-R1 do IPEN-CNEN/SP São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Bibliografia [1] SIMONITS A, DE CORTE F, HOSTE J Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, 24, 31–46, 1975. [2] DE CORTE F, MOENS L, SIMONITS A, DE WISPERLAERE A, HOSTE J. Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, 52, 295, 1979. [3] SEMMLER R, FIGUEIREDO A. M. G., FLORES J. P. O., GONÇALEZ O. L., FEDERICO C. A.. XXXV Reunião de Trabalho sobre Física Nuclear no Brasil, Maresias, SP, 2012 [4] MARTINHO E, SALGADO J, GONÇALVES I.F.Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, Vol. 261, No. 3 637–643.(2004) [5] MARTINHO E., GONÇALVES I.F., SALGADO J..Applied Radiation and Isotopes 58 371– 375. (2003) [6] GONÇALVES I.F., MARTINHO E, SALGADO J.Applied Radiation and Isotopes 56 945– 951. (2002) [7] NELSON R.A. , OLSSON M.G. ,American Journal of Physics 54 (1986) 112 [8] Suplemento 1 do GUM sobre propagação de incertezas usando método de Monte Carlo São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual Obrigado São Paulo, dd/mm/2013 Seminário Anual