Amostragem de Aceitação
Professor: Silvano Rocha
UDESC/CCT
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Porque a Inspeção?
Problemas de produção, transporte ou manuseio geram unidades
defeituosas.
A inspeção 100 % além de tediosa, é caríssima e toma um tempo
enorme. Por esse motivo adotou-se um sistema de controle por
amostragem.
Esse sistema se baseia em amostras, formadas por um certo número
de peças extraídas do lote de acordo com regras bem determinadas.
A partir das informações obtidas no exame da amostra, inferem-se
em bases estatísticas as características de qualidade do lote,
orientando a decisão de aceitar ou rejeitar os que atendem ou não as
especificações.
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Aplicações dos planos de amostragem
 Produtos terminados
 Componentes e matéria-prima
 Operações
 Materiais em processamento
 Materiais estocados
 Operações de manutenção
 Procedimentos administrativos
 Relatórios e dados
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Vantagens da amostragem
(qdo contraposta a inspeção 100 %)
1.
Usualmente é menos dispendiosa, pois há menos inspeção.
2.
Há menos manuseio do produto, logo menos avarias.
3.
Aplica-se a testes destrutivos.
4.
Menos pessoas são envolvidas na atividade de inspeção.
5.
Em geral, reduz enormemente a quantidade de erros de
inspeção.
6.
A rejeição de lotes inteiros em lugar do simples retorno de
defeituosos, em geral, fornece uma motivação mais forte ao
vendedor em relação a melhorias na qualidade.
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Desvantagens da amostragem
(qdo contraposta a inspeção 100 %)
1.
Há risco de aceitação de lotes “ruins” e rejeição de lotes
“bons”.
2.
Em geral, gera-se menos informação sobre o produto ou sobre
seu processo de manufatura.
3.
A amostragem de aceitação exige planejamento e
documentação do procedimento de amostragem, ao contrário
da inspeção 100%.
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Normas brasileiras utilizadas
NBR – 5425
Guia para inspeção por amostragem no controle e certificação de
qualidade
NBR 5426
Planos de amostragem e procedimento na inspeção por atributos –
Procedimento
NBR – 5427
Guia de utilização da Norma 5426 – Planos de amostragem e
procedimentos na inspeção por atributos – procedimento
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Normas brasileiras utilizadas
NBR – 5428
Procedimentos estatísticos para determinação da validade de
inspeção por atributos feita pelos fornecedores – Procedimento
NBR 5429
Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por variáveis –
Procedimento
NBR – 5430
Guia de utilização da Norma 5429 – Planos de amostragem e
procedimentos na inspeção por variáveis – procedimento
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Definições
 Inspeção
Processo de medir, ensaiar e examinar a unidade de produto ou
comparar suas características com as especificações.
 Inspeção por atributos
Inspeção segundo a qual a unidade de produto é classificada
simplesmente como defeituosa ou não (ou o número de defeitos é
contado) em relação a um dado requisito ou conjunto de
requisitos.
 Inspeção por Variáveis
Usada quando a característica de qualidade é determinada em
termos de quantidades ou termos mensuráveis ou seja, é apreciada
em termos de valores de uma escala numérica contínua.
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Classificação das unidades defeituosas
Defeituosa crítica – unidade de produto que contém um ou mais
defeitos críticos. Pode conter defeitos toleráveis e graves.
Defeituosa grave – unidade de produto que contém um ou mais
defeitos graves. Pode conter defeitos toleráveis mas não críticos.
Defeituosa tolerável – unidade de produto que contém um ou mais
defeitos toleráveis. Não contém defeitos graves nem críticos.
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Classificação de defeitos
Defeito crítico – aquele que pode produzir condições perigosas ou
inseguras para quem usa ou mantém a unidade de produto ou que
pode impedir o funcionamento ou o desempenho de uma função do
produto.
Defeito grave – aquele que pode resultar em falha ou reduzir
substancialmente a utilidade da unidade do produto para o fim a que
se destina.
Defeito tolerável – aquele que não reduz substancialmente a
utilidade do produto para o fim a que se destina.
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Nível de Qualidade aceitável (NQA)
Máxima porcentagem defeituosa ( ou o número máximo de defeitos
por cem unidades – DCU) que, para fins de inspeção por
amostragem, pode ser considerada satisfatória como média de um
processo.
Qualidade limite (QL)
Máxima porcentagem defeituosa, além da qual a qualidade é
considerada não satisfatória para fins de inspeção por amostragem.
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Qualidade Média Resultante (QMR)
Qualidade média resultante de todo um processo de inspeção por
amostragem, incluídos os resultados de todos os lotes aceitos e todos
os lotes rejeitados após estes terem sido inspecionados 100% e as
unidades defeituosas substituídas por não defeituosas.
Limite da qualidade resultante (LQMR)
Valor máximo de QMR para um dado plano de amostragem
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Planos de Amostragem
Planos segundo os quais uma ou mais amostras são retiradas do lote
de inspeção com o objetivo de fornecer informações, mediante
inspeção, sobre a conformidade deste lote com as exigências
especificadas.
Curvas características de operação
Curvas que, para um dado plano de amostragem, indicam as
probabilidades de aceitação de um lote em função de sua qualidade
(porcentagem de defeitos nele existentes).
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Lote de inspeção
Conjunto de unidades de produto a ser amostrado para verificar
conformidade com as exigências de aceitação.
Tamanho do lote
Números de unidade de produto contido no lote
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Formação de lotes
A maneira como o lote é formado pode influenciar na eficiência do
plano de amostragem de aceitação. Algumas considerações
importantes em relação à formação de lotes:
 Os lotes devem ser homogêneos (unidades devem ser produzidas
pelas mesmas máquinas, mesmos operadores, MP comuns,  ao
mesmo tempo).
 Lotes maiores são preferíveis a lotes menores
 Os lotes devem se sujeitar aos sistemas de manuseio de materiais
das instalações do vendedor e do consumidor.
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Apresentação dos lotes para inspeção
As unidades de produto podem ser apresentadas para inspeção em:
 lotes contínuos
 lote a lote
 lotes salteados
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Lotes contínuos
As unidades de produto são em fluxo contínuo, apresentadas à
inspeção, como, por exemplo, em uma esteira móvel tal qual saem
de uma linha de produção.
Aplicável quando:
as instalações para estocagem são inadequadas ou é impraticável
acumular o produto em lotes para fins de inspeção;
a formação de lotes individuais aumenta o trabalho de inspeção e
resulta em aumento de custos;
existe inadequação entre as facilidades para inspeção e o
requerido por um processo de produção em função de suas
exigências.
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Lote a lote
A inspeção lote a lote exige que cada lote seja aceito ou rejeitado,
individualmente, com base nos resultados de inspeção obtidos de
uma ou mais amostras retiradas, aleatoriamente, de cada lote.
Este tipo de inspeção pode ser aplicada em produto finais, lotes em
recebimento ou produtos semi-acabados.
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Lotes salteados
As amostras podem ser retiradas de apenas uma fração dos lotes
submetidos a inspeção, como por exemplo: um em cada três lotes,
três lotes em 25 ou qualquer outra fraçào conveniente.
O principal propósito é reduzir a freqüência de inspeção por
amostragem e o custo total de inspeção.
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Tipos de Planos de Amostragem
O plano de amostragem aplicável deve ser utilizado numa das
seguintes forma:
 Planos de amostragem simples (uma amostra);
 Planos de amostragem duplo (duas amostras);
 Planos de amostragem múltipla (maior que 2);
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Planos de Amostragem
Amostragem simples
No plano de amostragem simples, o tamanho da amostra a ser
inspecionado é dado pelo plano. O lote inspecionado será aprovado
se o número de defeitos encontrados na amostra for igual ou
inferior ao número aceitável (Ac). Se o número de defeitos excede
o número aceitável, o lote será rejeitado.
Planos de amostragem simples são encontrados nas tabelas 2, 3, e 4
da NBR 5426.
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Planos de Amostragem
 Amostragem dupla
Os planos de amostragem dupla fornecem dois tamanhos de
amostras com a letra de código e com correspondentes números de
aceitação e rejeição. Como na amostragem simples, se o número de
defeitos for igual ou superior ao número rejeitável, o lote será
reprovado. Caso o número de defeitos estiver compreendido entre
Ac e Re deve-se recorrer à segunda amostra.
Se a soma dos números de defeitos encontrados na primeira e
segunda amostras, for menor ou igual ao segundo número de
aceitação o lote será aprovado. Se esta soma é igual ou excede o
segundo número de rejeição, o lote será rejeitado.
Planos de amostragem dupla são encontrados nas tabelas 5, 6 e 7 da
NBR 5426.
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Planos de Amostragem
 Amostragem múltipla
Esses planos são extensões dos planos de amostragem dupla. A
diferença é que mais amostras são requeridas para aceitar ou rejeitar
o lote. Exemplos são encontrados nas tabelas 8, 9 e 10 da NBR
5426.
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Planos de Amostragem
Aplicação dos planos de amostragem - Nível de inspeção
O nível de inspeção determina a relação entre o tamanho do lote
produzido e o tamanho da amostra inspecionada.
Para uso geral, a NBR 5426 fornece três níveis gerais de inspeções,
I, II, III. Quando não há especificações, o nível II deve ser adotado.
O nível I de inspeção será adotado quando se exige menos rigorismo
na inspeção e o nível III, quando for exigido maior rigorismo.
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Planos de Amostragem
A NBR 5426 fornece também quatro níveis especiais de inspeção.
Os níveis S1, S2, S3, S4, que podem ser utilizados quando são
necessárias pequenas amostras e quando grandes riscos podem ser
tolerados.
Os sete níveis fornecidos pela NBR 5426 são apresentados na tabela
1 do anexo A da NBR 5426.
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Planos de Amostragem
Regime de severidade na inspeção
A NBR 5426 fornece três tipos de inspeções:
a)
Inspeção atenuada – nível I;
b)
Inspeção – normal - nível II;
c)
Inspeção severa – nível III.
O procedimento de inspeção é iniciado com a inspeção normal,
Salvo determinação em contrário. A inspeção normal, atenuada
ou severa, deve manter-se inalterável para cada classe de
defeitos nos sucessivos lotes, exceto quando, pelo sistema de
comutação, for recomendada uma substituição de regime.
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Planos de Amostragem
Sistema de comutação
 Normal para severo
Quando estiver sendo aplicada a inspeção normal e dentre cinco
lotes consecutivos, dois forem reprovados. Não serão computados
para efeito deste item, os lotes reapresentados para inspeção.
 Severo para normal
Quando estiver sendo aplicada a inspeção severa, a normal deve
substitui-la se, cinco lotes sucessivos tiverem sido aprovados.
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Planos de Amostragem

Normal para atenuado
A inspeção atenuada deve substituir a normal, quando ocorrerem as seguintes
situações:
a)
Dez lotes consecutivos forem aprovados pela inspeção normal;
b)
O número total de unidades defeituosas nas amostras de dez ou mais lotes
consecutivos, submetidos a inspeção normal e não rejeitados, for menor ou
igual ao número limite dado pela tabela 17 da NBR 5426. Se amostragens
duplas ou múltiplas estão sendo aplicadas, deve ser comutado o número total
de unidades defeituosas encontrado em todas as amostras, para efeito de
comparação com os números da tabela 17;
c)
Quando a produção for regular;
d)
A inspeção atenuada for considerada satisfatória pelos responsáveis.
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Planos de Amostragem
 Atenuado para normal
A inspeção atenuada deixa de ser aplicada, voltando-se à inspeção
normal se:
a) Um lote for reprovado;
b) A produção passar a ser irregular
c) A ocorrência de situações adversas que justifiquem a mudança
para a inspeção normal;
a) Um lote for aprovado sem que se tenha definido os critérios de
aceitação ou rejeição durante a seqüência de amostragem. Neste
caso o lote é aceito, mas passa-se à inspeção normal no lote
subseqüente.
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Planos de Amostragem
 Interrupção da inspeção
Se eventualmente dez lotes ou um número definido pelo
responsável, permanecerem em regime de inspeção severa,
recomenda-se interromper a inspeção efetuada sob as diretrizes
descritas acima, até que sejam adotadas providências para melhoria
da qualidade do produto.
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Seqüência de operações
OPERAÇÕES
1. Determiniar o tamanho do lote
2. Escolher o nível de inspeção
3. Determinar o código literal do tamanho da amostra
4. Escolher o plano de amostragem
5. Estabelecer a severidade da inspeção
6. Determinar o tamanho da amostra e o número de
aceitação
EXPLICAÇÃO
Tamanho do lote, estabelecido pelos critérios de formação do lote,
contidos nos documentos de aquisição, ou conforme acordo entre
produtor e consumidor.
No início do contrato ou produção é aconselhável usar nível II.
Podem ser usados outros níveis de inspeção, se o histórico da
qualidade assim o indicar.
É encontrado na tabela 1 da NBR 5426 e baseado no tamanho do
lote e no nível de inspeção.
Geralmente usa-se o plano de amostragem simples. Podem,
entretanto, ser usadas amostragem dupla e múltipla.
No início do contrato ou produção utiliza-se inspeção em regime
normal.
Baseados nos requisitos para inspeção simples e regime normal
são encontrados na tabela 2 da NBR 5426: o valor do NQA
especificado e o código literal do tamanho da amostra e o número
de aceitação.
7. Retirada da amostra
A amostra é retirada do lote, ao acaso, na quantidade de unidade
de produto, conforme determinado na tabela 2 da NBR 5426.
8. Inspeção da amostra
O número de defeituosos (ou "defeitos por cem unidades") é
contado e comparado com o (s) número (s) de aceitação, adotando
o critério próprio para cada tipo de plano de amostragem (ver
anexo da NBR 5426)
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Exercício 1:
Utilizando a norma NBR 5426 determine o plano de amostragem e o
critério de aceitação/rejeição para:
m
6000
180
2000
1000
Plano
a
b
c
32
Nível
II
II
S3
II
Código
J
F
M
NQA
4%
2,5 %
1,5 %
1,0 %
NQA
1,0
0,65
1,0
Amostragem
simples
simples
dupla
dupla
Amostragem
simples
simples
simples
Inspeção
normal
normal
normal
severa
Inspeção
normal
normal
severa
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Exercício 2:
Utilizando a norma NBR 5426 determine o plano de amostragem e o
critério de aceitação/rejeição para:
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