SEMANA DE ARTE MODERNA O Modernismo Brasileiro inicia-se oficialmente em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Porém, já vinham ocorrendo algumas manifestações artísticas de um grupo que formavam a Vanguarda Brasileira. São elas: *Criação da Revista "O Pirralho", dirigida por Oswald de Andrade e Emílio de Menezes, em 1911; *Exposição de obras do pintor russo Lasar Segall, em 1913; *Participação do brasileiro Ronald de Carvalho, em 1915, na fundação da revista Orpheu, que deu início ao Modernismo em Portugal; *Publicação das obras poéticas "Há uma gota de sangue em cada poema“ (1917), Mário de Andrade (sob o pseudônimo de Mário Sobral) e "A cinza das horas“ (1917), de Manuel Bandeira; *Exposição de Anita Malfatti, também de 1917, que sofreu grave ataque de Monteiro Lobato com o artigo "Paranoia ou Mistificação", no jornal O Estado de São Paulo, fazendo a artista ficar reclusa e se voltar, aos poucos, para uma arte que não ousava mais nas suas experimentações. Galeria: <http://www.passeiweb.com/saiba_mais/arte_cultura/galeria/anita_m alfatti/1#> <http://obrasanitamalfatti.wordpress.com/> <http://www.google.com.br/imgres?q=BAYLINSON+charcoal+drawings &hl=pt-BR&biw=1517&bih=693&tbm=isch&tbnid=nk59mDWwGSGCM:&imgrefurl=http://www.artfact.com/artist/baylinson -abraham-s-wprslpb4lj&docid=8dQ6ZhWbR8Y5M&itg=1&imgurl=http://image.artfact.com/housePhotos/christies/2 7/309427/H0027L24466006_mida.jpg&w=200&h=242&ei=Bv9cUPCDDJHK9QSLrYCAAw &zoom=1&iact=rc&dur=371&sig=113478794260278262467&page=1&t bnh=153&tbnw=124&start=0&ndsp=27&ved=1t:429,r:10,s:0,i:99&tx=1 17&ty=103> SEMANA DE ARTE MODERNA – 1922 Centenário da Independência do Brasil. Oswald de Andrade buscava uma ação dos artistas novos "que fizesse valer o Centenário!“ Ocorreu entre os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 (terça, quinta e sábado) no Teatro Municipal de São Paulo. No hall, obras de Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Di Cavalcanti, Brecheret, entre outros. 1º dia: *Abertura com Graça Aranha apoiando o Modernismo em linguagem acadêmica, seguida de músicas de Villa Lobos e poesias. 2º dia: *Noite mais polêmica: Menotti del Pichia desassocia o Modernismo do Movimento Futurista de Marinetti e defende a arte puramente nacional. Houve, como pode se observar, uma divergência de opiniões entre os próprios artistas; *Durante as leituras dos poemas e dos fragmentos de textos em prosa, a plateia se inflamou com manifestações que alternavam suas diversas reações: urrando, gritando, aplaudindo, latindo, relinchando, vaiando ou berrando, as pessoas interagiam com os artistas. *Poema: "Os sapos", de Manuel Bandeira, recitado por Ronald de Carvalho, com a plateia participando em uníssono: "Foi, não foi!“ *Mário de Andrade fez, após tudo isso, uma análise das obras que estavam expostas no Hall, em meio a vaias e xingamentos; *A plateia só se acalmou com uma apresentação de dança e da pianista Guiomar Novaes. 3º dia: *Dia mais calmo com a música de Heitor Villa Lobos. Modernismo "O Modernismo, no Brasil, foi uma ruptura, foi um abandono de princípios e de técnicas consequentes, foi uma revolta contra o que era a Inteligência nacional." 1ª fase (1922-1930): FASE HEROICA - "OS ANDRADES" - Publicação de Revistas para difundir os novos ideais da Arte Brasileira, entre elas a "Klaxon" (São Paulo, 1922) e "Estética" (Rio de Janeiro, 1924), "A Revista" (Belo Horizonte, 1925), "Terra Roxa e outras terras" (São Paulo, 1927) e "Revista de Antropofagia" (1928). Simultaneamente às revistas, foram lançados manifestos e movimentos que aglutinavam ou dividiam os escritores e artistas modernos. Os principais foram: Pau-Brasil: "Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres." ou " A Poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida como uma criança.", vendo o Brasil de verdade, desvinculando esse novo olhar do antigo olhar dos colonizadores sobre a cultura brasileira. Em 1924, é lançado o Manifesto Pau-Brasil e, como o nome sugere, trazendo à tona nosso primeiro produto de exportação, defendia-se a exportação da poesia brasileira, primitiva, contra a dominação cultural acadêmica e europeia. Os poetas saíam em defesa de uma língua brasileira: "A língua sem arcaísmos, sem erudição", "A contribuição milionária de todos os erros", "a síntese; o equilíbrio, a surpresa." Verde-Amarelismo e Anta: a reação Contrapondo-se ao tipo de nacionalismo defendido por Oswald de Andrade no Manifesto da Poesia Pau-Brasil, surgiu Verde-Amarelismo, liderado por Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Plínio Salgado. Defendia o radicalismo da "brasilidade", com um ufanismo que tendia ao nazifascismo (mais tarde, Plínio Salgado se filia ao Integralismo) e afirmava que o Pau-Brasil era um movimento "afrancesado". Em 1927, o grupo adotou o índio tupi e a anta como símbolos nacionais, tornando-se Escola da Anta. Antropofagia Revidando com sarcasmo o primitivismo xenófobo da Anta, Oswald de Andrade, Raul Bopp e Oswald de Andrade, criaram o Movimento Antropófago, em 1928. O movimento foi inspirado por um quadro que Tarsila deu como presente de aniversário a Oswald, seu marido na época, ilustrando um sonho que ele lhe tinha contado. Quando Oswald mostrou o quadro a Raul Bopp, ele disse que remetia a um ser Antropófago, batizando o movimento que propunha a deglutição simbólica da cultura estrangeira, como a absorver a "força do inimigo" e misturar à arte genuinamente nacional, criando a nossa identidade mestiça. "Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente." "Tupy or not tupy, that´s the question". (Piratininga, ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha - "1554", ano zero) OSWALD DE ANDRADE/MÁRIO DE ANDRADE/MANUEL BANDEIRA/ANTÔNIO ALCÂNTARA MACHADO – “à moda de ADONIRAN BARBOSA” 2ª fase (1930-1945): ROMANCE REGIONALISTA DE 1930 NORDESTE: Graciliano Ramos - "Vidas secas", 1938 Raquel de Queirós - "O quinze", 1930 José Lins do Rego - "Menino de Engenho", 1932 Jorge Amado - "Capitães da Areia", 1937 SUL (1949) Dionélio Machado - "Os ratos", 1935 Érico Veríssimo - "O tempo e o vento", 1949 Raquel de Queirós, José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Jorge Amado, em sentido horário Poesia de 1930: *CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - MG - Poesia social, filosófica, niilista e memorialista; *VINÍCIUS DE MORAES - Poesia social, de transcendência espiritual e do amor sensual - "Antologia poética“; *JORGE DE LIMA - PB (Alagoas) - críticas sociais e reflexões filosóficas - "O Mundo do Menino Impossível" e "Essa Negra Fulô" - escreveu de 1914 até 1952; *MURILO MENDES - MG - poesia espiritualista, experimentalista, surrealista, social - diversas tendências. Escreveu desde a primeira fase modernista e se enveredou pela poesia mística e católica. *CECÍLIA MEIRELES - Neo-simbolismo - mundo onírico - efemeridade do tempo - memória ("Romanceiro da Inconfidência", 1953) Em sentido horário, Murilo Mendes (pintura de Alberto Guignard), Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Jorge de Lima. Geração de 1945: *Clarice Lispector - fluxo de consciência e epifania - "Perto do coração selvagem" (1944), "A hora da estrela" (1977), entre outras; *João Cabral de Melo Neto - Engenheiro da palavra - "Morte e vida severina" (1965); *Guimarães Rosa - Universalismo do Sertão - Regionalismo reinventado - inovações vocabulares - "Sagarana" (1946), "Grande sertão: veredas" (1956)