Mário de Andrade
&
Oswald de Andrade
Capítulos 10 e 11
Prof. Esp. Volney Tigrão
Mário de Andrade
"O passado é lição para refletir, não para
repetir."
“Já não tenho tempo para mediocridades!”
“O essencial faz a vida valer a pena. “
Mário de Andrade
Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo
no dia 9 de outubro de 1893.
Faleceu na sua cidade aos 51 anos (1945).
Escreveu Poesia, Romance, Contos, Ensaios.
Foi um dos principais nomes do Modernismo no
Brasil e da literatura brasileira.
O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS
Contei meus anos e descobri que terei menos
tempo para viver daqui para a frente do que já
vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma
bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas
percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos
inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando
destruir quem eles admiram, cobiçando seus
lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas
intermináveis, para discutir assuntos inúteis
sobre vidas alheias que nem fazem parte da
minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres
de pessoas, que apesar da idade cronológica, são
imaturos.
O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS
Detesto fazer acareação de desafetos que
brigaram pelo majestoso cargo de secretáriogeral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os
rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater
rótulos, quero a essência, minha alma tem
pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado
de gente humana, muito humana; que sabe rir
de seus tropeços, não se encanta com triunfos,
não se considera eleita antes da hora, não foge
de sua mortalidade...
O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS
Caminhar perto de coisas e pessoas
de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
Características Literárias
Crítico;
Nacionalista;
Revisor da cultura e da língua brasileiras;
Estudioso da Música Popular Brasileira;
Mesclou etnias: preto, branco e índio.
Principais Obras
1. MACUNAÍMA (1928) – é um repertório de obras
indígenas e do folclore brasileiro de Norte ao Sul.
Vocábulos indígenas e africanos
- Gírias
- Provérbios
- Ditados populares
- Modismos
- Anedotas da história brasileira
- Erotismo
- Surrealismo
- O fantástico se confunde com o real
- Superstições
- Aspectos da vida urbana e rural do Brasil
Trecho de Macunaíma
“No fundo do Mato-Virgem nasceu
Macunaíma, herói de nossa gente. Era
preto retinto e filho do medo da noite.
Houve um momento em que o silêncio foi
tão grande escutando o murmurejo do
Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu
uma criança feia. Essa criança é que
chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar.
De primeiro passou mais de seis anos não
falando. Si o incitavam a falar exclamava:
- Ai! que preguiça!...”
Principais Obras
2. PAULICEIA DESVAIRADA (1922) –
aborda a urbanização da cidade
de São Paulo;
Primeiro livro de poemas
modernistas;
Não possui um roteiro e tem a
cidade de São Paulo como tema;
Poesia urbana e antirromântica;
Poema “Cortejo”
Monotonias das minhas retinas...
Serpentinas de entes frementes a se
desenrolar...
Todos os sempres das minhas
visões! "Bom giorno, caro."
Poema “Cortejo”
Horríveis as cidades!
Vaidades e mais vaidades...
Nada de asas! Nada de poesia! Nada de
alegria!
Oh! Os tumultuários das ausências!
Paulicéia - a grande boca de mil dentes;
e os jorros dentre a língua trissulca
de pus e de mais pus de distinção...
Giram homens fracos, baixos, magros...
Serpentinas de entes frementes a se
desenrolar...
Poema “Cortejo”
Estes homens de São Paulo,
Todos iguais e desiguais,
Quando vivem dentro dos meus
olhos tão ricos,
Parecem-me uns macacos, uns
macacos.
Oswald de Andrade
José Oswald de Sousa Andrade (São Paulo, 1890-1954);
Viajou à Europa em 1912 e conheceu o futurismo;
Obteve, na Faculdade de Filosofia de São Paulo, o título de
livre-docente;
Candidatou-se por duas vezes à ABL;
Escreveu Poesia, Romance e Teatro;
Faleceu aos 64 anos.
Trechos de Oswald de Andrade
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Trechos de Oswald de Andrade
Como poucos, eu conheci as lutas e as
tempestades. Como poucos, eu amei
a palavra liberdade e por ela briguei.
A vida é uma calamidade a prestações.
Trechos de Oswald de Andrade
PRONOMINAIS
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Movimento Pau-brasil

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Lançado em 1924 por Oswald de Andrade e
Tarsila do Amaral, apresentava uma posição
primitivista, buscando uma poesia ingênua, de
redescoberta do mundo e inspirada nos
movimentos de vanguardas da Europa.
Combatia a linguagem rebuscada, vazia.
Convive dialeticamente o primitivismo e o
moderno, o nacional e o cosmopolita.
Capa da 1ª edição de Pau-brasil, 1925.
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Mário de Andrade & Oswald de Andrade Capítulos 15 e 16