Literatura • Goza, goza da flor da mocidade, que o tempo trata a toda ligeireza, e imprime em toda flor sua pisada. Ó não aguardes, que a madura [idade, te converta essa flor, essa beleza, em terra, em cinza, em pó, [em sombra, em nada. Capítulo 4 Barroco e as origens da literatura brasileira (parte II) • Texto para a questão 1. Gregório de Matos “Meu bem, meu amor, meu esposo, meu senhor, meu amigo, meu irmão centro do meu coração, Deus e pai! Pois com entranhas de mãe Quereis de mim ser comigo Roubais todo o meu sentido, Para vós!” 3. (Fuvest) Os tercetos acima ilustram: a) o caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do século XVI, sustentando uma crítica à preocupação feminina com a beleza. b) o jogo metafórico próprio do Barroco, a respeito da fugacidade da vida, exaltando o gozo do momento. c) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratificando as reflexões do poeta sobre as mulheres maduras. d) as características de um texto romântico, porque fala de flores, terras, sombras. e) uma poesia que fala de uma existência mais materialista do que espiritual, própria da visão do mundo nostálgico cultista. • Texto para a questão 4. José de Anchieta 1. • (UFV) Assinale a alternativa que corresponde ao texto. a) Trata-se de um poema barroco, por causa do jogo de antíteses. b) Pertence à fase do Romantismo, como revela o intenso sentimento religioso. c) Percebe-se, pelo desejo de exaltação, que é um poema épico do paríodo quinhentista. d) Expressa a religiosidade nos padrões simbolistas. e) Trata-se de um poema lírico do Quinhetismo. “Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela, que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina, que lhes dão, a não querem receber; ou é porque o sal não salga, e os Pregadores dizem uma cousa, e fazem outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem: ou é porque o sal não salga, e os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.” Texto para a questão 2. “Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam aos que vão buscar a seara tão longe hão-lhes de medir a semeadura; sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura; e hão-lhe de contar os passos. Ah! Dia do juízo! Ah! Pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com mais passos...” Pe. Antônio Vieira Padre Vieira 2. Texto para a questão 3. 4. (Fuvest) A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas da prosa seiscentista, a saber: a) o sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir. b) a busca do exotismo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem. c) a exaltação do heroico e do épico, por meio das metáforas grandiloquentes da epopeia. d) o lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas. e) o conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética. ensino médio 1 (UFBA) O autor aponta como causa da corrupção na terra: a) a doutrina pregada é fraca ou os homens não lhe são receptivos. b) os pregadores pregam uma falsa doutrina ou a doutrina é ineficiente. c) os homens não são receptivos à doutrina, porque ela é verdadeira. d) a ação dos pregadores não testemunha o que eles pregam. e) os homens tentam imitar os pregadores, seguindo-lhes a doutrina. 1ª- ano O trecho acima exemplifica uma das características do homem ilustrado do século XVIII e pertence a um dos poetas que conseguiu aliar a ideologia do Iluminismo com a sensibilidade poética própria do Arcadismo. O autor do trecho e a característica aí patente são, respectivamente: a) Cláudio Manuel da Costa e o repúdio do poder militar representado por César Augusto e por Alexandre, O Grande, presentes em outras estrofes do poema. b) Silva Alvarenga e o elogio do homem comum que, por sua bondade inata e sua vida justa, contrasta com os grandes conquistadores militares. c) Alvarenga Peixoto e o louvor do homem que consegue assimilar o social ao natural. d) Tomás Antônio Gonzaga e a exaltação do homem comum que se forma e se constrói segundo um ideal de bondade inata e de urbanidade. e) Tomás Antônio Gonzaga e a construção ideal de um homem heroico cuja medida seria a bondade inata, base de uma vida harmonizadora das disposições individuais e das vicissitudes sociais. Capítulo 5 Neoclassicismo – Arcadismo • Texto para as questões 1 e 2. Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores? Vê como ali, beijando-se, os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores. Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folhas a abelhinha para, Ora nos ares, sussurrando, gira: Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara. 4. Bocage 1. (Unifesp) A descrição que o eu lírico faz do ambiente é uma forma de mostrar à amada que o amor a) acaba quando a morte chega. b) tem pouca relação com a natureza. c) deve ser idealizado, mas não realizado. d) traz as tristezas e a morte. e) é inspirado por tudo o que os rodeia. 2. (Unifesp) O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e a valorização da cultura greco-romana, que estão exemplificados, respectivamente, em: a) Tudo o que vês, se eu te não vira/Olha, Marília, as flautas dos pastores. b) Ei-las de planta em planta as inocentes/Naquele arbusto o rouxinol suspira. c) Que bem que soam, como estão cadentes!/Os Zéfiros brincar por entre flores? d) Mais tristeza que a morte me causara./Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes. e) Que alegre campo! Que manhã tão clara!/Vê como ali, beijando-se, os Amores. • Texto para questão 3. 3. (Vunesp) Leia com atenção. b) E sonho-me eu também me meio dos pastores. Menalcas é o meu nome, ou Hano, ou Tirses. Canto E cajado e surrão ás plantas te deponho. Enastrado por ti o meu rabel de flores, Em contendas me travo a celebrar-te o encanto. Oh! tempos que lá vão! oh! vida antiga... oh! sonho! c) Longe, a tarde es estorce, em violácea agonia. Essas horas de susto e de melancolia, como é triste ao pastor transviado compreendê-las! d) Enquanto a luta jogam os Pastores, E emparelhados correm nas campinas, Toucarei teus cabelos de boninas, Nos troncos gravarei os teus louvores. “O ser herói, Marília, não consiste Em queimar os impérios: move a guerra, Espalha o sangue humano, E despovoa a terra Também o ma tirano. Consiste o ser herói em viver justo: E tanto pode ser herói o pobre, Como o maior augusto”. ensino médio (PUCCAMP-SP) A poesia pastoral não terá grande encanto se for tão grosseria quanto o natural ou limitar-se minuciosamente às coisas rurais. Falar de cabras e carneiros e dos cuidados que requerem nada tem de agradável em si; o que agrada é a ideia de tranquilidade, ligada à vida dos que cuidam das cabras e dos carneiros. A busca do “encanto” acima referido, num momento em que a arte busca uma linguagem racional e simples, e o poeta tenta dissolver qualquer notação subjetiva, encontra-se nos versos: a) Se tu viesses, donzela, Verias que a vida é bela No deserto do sertão! Lá têm mais aromas as flores E mais amor os amores Que falam no coração! e) Esta a imagem da vaca, a mais pura e singela que do fundo do sonho eu às vezes esposo e confunde-se à noite à outra imagem daquela que ama me amamentou e jaz no último pouso. 2 1ª- ano