UFRGS- Faculdade de Educação Física Max Weber Vida, obra e sua relação com a educação ALUNOS: Alexandre Lima, Gabriel Oliveira, Ivens do Canto, Laura da Silva, Leonardo Carravetta, Matheus Ginar, Matheus Ribeiro, Rogério Souza, Stéfano Zanata, Tiago Bortolini, Vinicuis Rauber, Vitória Sanchotene. DISCIPLINA: Sociologia da Educação I PROFESSOR: Graziele R. Schweig CRONOLOGIA • • • • • • • • • 1864 - Max Weber nasce na Alemanha 1882 –Aos 18 anos matricula-se na Faculdade Direito de Heidelberg. 1888 - Conclui seus estudos e começa a trabalhar nos tribunais de Berlim, aos 24 anos. 1889 - Escreve sua tese de doutoramento sobre a história das companhias comércio durante a Idade Média. 1891 - Escreve uma tese, História das Instituições Agrárias. 1893 - Casa-se com Marianne Schnitger. 1894 - Exerce a cátedra de economia na Universidade de Freiburg. 1898 - Consegue uma licença remunerada na universidade, por motivo de saúde. 1899 - É internado numa casa de saúde para doentes mentais, onde permanece algumas semanas. • • • • • 1904 - Publica ensaios sobre os problemas econômicos das propriedades dos Junker, sobre a objetividade nas ciências sociais e a primeira parte de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 1905 - Parte para os Estados Unidos, onde pronuncia conferências e recolhe material para a continuação de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 1914 - Início da Primeira Guerra Mundial. Weber, no posto de capitão, é encarregado de organizar e administrar nove hospitais em Heidelberg. 1919 - Pronuncia conferências em Munique, que serão publicadas sob o título de História Econômica Geral. 1920 - Falece em conseqüência de uma pneumonia aguda., aos 56 anos. Weber concebe o objeto da sociologia como "a captação da relação de sentido" da ação humana. Ou seja, conhecer um fenômeno social seria extrair o conteúdo simbólico da ação ou ações que o configuram. Por ação, Weber entende "aquela cujo sentido pensado pelo sujeito ou sujeitos é referido ao comportamento dos outros; orientando-se por ele o seu comportamento". Tal colocação do problema de como se abordar o fato significa que não é possível propriamente explicá-lo como resultado de um relacionamento de causas e efeitos (procedimento das ciências naturais), mas compreendê-lo como fato carregado de sentido, isto é, como algo que aponta para outros fatos e somente em função dos quais poderia ser conhecido em toda a sua amplitude. O CAPITALISMO É PROTESTANTE? As soluções encontradas por Weber para os intrincados problemas metodológicos que ocuparam a atenção dos cientistas sociais do começo do século XX permitiramlhe lançar novas luzes sobre vários problemas sociais e históricos, e fazer contribuições extremamente importantes para as ciências sociais. Como por exemplo, seus estudos sobre a sociologia da religião, mais exatamente suas interpretações sobre as relações entre as idéias e atitudes religiosas, por um lado, e as atividades e organização econômica correspondentes, por outro. A partir dessa afirmação, Weber coloca uma série de hipóteses referentes a fatores que poderiam explicar o fato. Analisando detidamente esses fatores, Weber elimina-os, um a um, mediante exemplos históricos, e chega à conclusão final de que os protestantes, tanto como classe dirigente, quanto como classe dirigida, seja como maioria, seja como minoria, sempre teriam demonstrado tendência específica para o racionalismo econômico. A razão desse fato deveria, portanto, ser buscada no caráter intrínseco e permanente de suas crenças religiosas e não apenas em suas temporárias situações externas na história e na política. A linha mestra dessa obra é constituída pelo exame dos aspectos mais importantes da ordem social e econômica do mundo ocidental, nas várias etapas de seu desenvolvimento histórico. Esse problema já se tinha colocado para outros pensadores anteriores a Weber, dentre os quais Karl Marx (1818-1883), cuja obra, além de seu caráter teórico, constituía elemento fundamental para a lufa econômica e política dos partidos operários; por ele mesmo criados. Por essas razões, a pergunta que os sociólogos alemães se faziam era se o materialismo histórico formulado por Marx era ou não o verdadeiro, ao transformar o fator econômico no elemento determinante de todas as estruturas sociais e culturais, inclusive a religião. A tipologia weberiana fundamental é a da ação social, que também é elemento importante para se compreender sua concepção de educação e, mais ainda, a sua ênfase na educação moderna: - construções subjetivas são instrumentos para se utilizar na análise da realidade empírica; - ação social afetiva, ação social tradicional, ação social racional com relação a valores, ação social racional com relação a fins (a predominância da ação social com relação a fins). A principal obra de Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo,apresenta a tese de que a ação social com relação a valores, expressa pelo protestantismo, foi uma condição de possibilidade para a formação do capitalismo, isto é, do processo de racionalização do mundo ocidental. Este processo também atinge a esfera da política e da educação. Assume grande importância no conjunto da obra deste autor sobre a questão da política e do poder a idéia relativa ao mando e à obediência. A relação entre mando e obediência pode ser concebida sob duas formas: como poder e como dominação. O poder e a dominação estão presentes em todas as relações sociais. Para Weber, existem três tipos fundamentais de educação: a) o tipo carismático,b) o tipo tradicional, e c) o tipo burocrático. Weber apresenta a finalidade de cada um tipo de educação. O tipo de educação carismática visa “despertar o carisma”, ou seja, “qualidades heróicas ou dons mágicos”. Este tipo de educação corresponde ao tipo de dominação carismática (e, sendo assim, está ligado à ação social afetiva, predominante em sociedades précapitalistas). Ela é voltada para heróis e feiticeiros e busca fazer o “noviço adquirir uma nova alma”, despertando um “dom de graça exclusivamente pessoal”. O tipo de educação tradicional, ou do “cultivo”, visa educar “um tipo de homem culto”, cuja natureza é dependente do ideal de cultura do respectivo estamento ao qual se pertence. Visa preparar o aluno para “uma conduta de vida” que pode ser religiosa ou mundana, mas sendo uma “conduta de estamento”. O terceiro tipo é o racional-burocrático, voltado para o treinamento e transmissão do conhecimento especializado e corresponde ao tipo de dominação burocrático. Ela busca treinar os alunos para finalidades práticas, visando treinar o aluno para “finalidades práticas úteis à administração”, tanto na organização das autoridades públicas, quanto nos escritórios, oficinas, laboratórios industriais, exércitos disciplinados (Weber, 1971: 482). Weber, ao relacionar os tipos de educação com os tipos de dominação legítima, deixa claro que a educação carismática e tradicional são comuns nas sociedades pré-capitalistas e a educação burocrática é a comum na sociedade capitalista. Weber analisa alguns casos de educação carismática (na Índia) e tradicional (na China) mas é na sociedade capitalista que a educação se desvincula do seu caráter carismático e tradicional e surge como processo cada vez mais racional, especializado e burocrático. Iremos focalizar, a partir de agora, a educação burocrática, que é a forma vigente na sociedade moderna, segundo Weber e é a forma na qual ele forneceu maior subsídios para analisá-la. Weber afirma que a burocracia moderna funciona através de: a) distribuição de forma fixa das atividades necessárias para os objetivos da organização burocrática; b) a autoridade de dar ordens para executar estes deveres é distribuída estavelmente e rigorosamente delimitada por normas ligadas aos meios colocados ao dispor dos funcionários e autoridades; c) existem “medidas metódicas” para a realização regular e permanente de tais deveres e execução dos direitos correspondentes, sendo que somente pessoas qualificadas tal como exigido em um regulamento geral podem ser empregadas. Este último item que na abordagem weberiana caracteriza o funcionamento da burocracia moderna nos remete diretamente ao problema educacional. A “qualificação” é necessária para a pessoa vir a ser empregada. Algumas características da burocracia que remetem imediatamente ao processo educacional, são as que pressupõe rudimentos educacionais, como, por exemplo, o fato da burocracia se fundamentar em documentos escritos, o que pressupõe o domínio da língua escrita. A exigência de treinamento especializado e a aprendizagem. Assim, a organização burocrática requer treinamento especializado. Weber aborda a posição do funcionário no interior desta organização e a importância da educação especializada. A burocracia moderna, a partir de seu desenvolvimento pleno, coloca em primeiro lugar o sistema de exames racionais, especializados. Este processo de burocratização traz junto com sua exigência de técnicos, funcionários, todos especializados, a generalização do sistema de exames pelo mundo todo. Isto é reforçado pelo estímulo do “prestígio social dos títulos educacionais”, conquistado através do sistema de exames. Isto produz também uma “camada privilegiada” POR FIM ... A educação burocrática é apontada por Weber como produto do progresso técnico e da racionalização da sociedade moderna. BIBLIOGRAFIA • http://www.artigos.com/artigos/humanas/educa cao/o-pensamento-sociologico-de-max-weber8767/artigo/, acesso em 21.03.2012. • http://www.culturabrasil.pro.br/weber.htm, acesso em 25.03.2012. • http://www.wikipedia.org/wiki/Max_Weber, acesso em 21.03.2012. • VIANA, Nildo. Weber: Tipos de Educação e Educação Burocrática. In: Revista Faculdade de Educação e Ciências Humanas de Anicuns. FECHA/FEA - Goiás, 01, 117-132, 2004.