DESAFIOS ATUAIS, NOVAS OPORTUNIDADES PARA OS ATUÁRIOS Danilo Cláudio da Silva Diretor Técnico da SUSEP [email protected] V Semana de Ciências Atuariais e Estatística da UFRJ 03 Dez 2014 Sumário Visão Geral da SUSEP Supervisão Baseada em Riscos O profissional de ciências atuariais Novos desafios para as ciências atuariais Conclusão Dúvidas e curiosidades Visão Geral da SUSEP Missão da SUSEP “Supervisionar e estimular o desenvolvimento dos mercados de seguro, de previdência complementar aberta, de capitalização e de resseguro, protegendo os direitos dos consumidores e os interesses da sociedade em geral.” Fiscalização Presencial (on site) – direta x Fiscalização à Distância (off site) – direta e indireta Ferramentas de supervisão à distância Estabelecimento e atualização de ferramentas técnicas de fiscalização à distância, incluído o protocolo para aferição de solvência das supervisionadas e/ou grupo e conglomerados de seguros. O sistema Rating gera, ao final, um ranking de classificação das supervisionadas. Supervisão Baseada em Riscos Passado Primeiros passos ... construção da base de dados - Formulário de Informações Periódicas (FIP/Susep); sedimentação dos conceitos de provisões técnicas; estabelecimento de ativos garantidores; aprovação a priori de notas técnicas; avaliação atuarial. Barreiras iniciais ... controle excessivo, conhecimento pouco maduro; por falta de cálculo adequado de provisões técnicas e rigor excessivo, criaramse algumas anomalias no mercado. Passado novas tecnologias permitiram um grande desenvolvimento em sistemas e banco de dados maiores; fim da aprovação a priori de notas técnicas; mudança na forma de controle e supervisão da Susep (testes de consistência); maior independência dos atuários; desenvolvimento de tábuas próprias. Solvência I: observância de um montante mínimo de capital destinado à absorção de perdas eventuais. Resoluções CNSP nº 73/2002 e 08/1989 (revogada pela Resolução CNSP nº 55/2001) Presente Solvência II: Diretiva Política de regulação de seguros da União Européia. Legislação (Diretiva) aprovada, em 22 de abril de 2009, pelo Parlamento Europeu. Abrangência: Estados-Membros da União Européia. Supervisão baseada em três pilares: Pilar I: Requerimentos de Capital (capital baseado em riscos) Pilar II: Atividades de Supervisão (controles internos e gestão de riscos) Pilar III: Reporte Financeiro e Divulgação ao Público (transparência) Presente No Brasil, a primeira regulamentação de capital adicional baseado em risco ocorreu no final de 2006 para o capital de risco de subscrição de danos. Em seguida, foram regulamentados os capitais adicionais baseados em: - risco de crédito; - risco de subscrição para vida e previdência e para capitalização; - risco operacional. Risco de mercado em processo final de regulamentação. Além de tudo isso, também ocorreu: obrigatoriedade do Teste de Adequação do Passivo (TAP); modificação das regras de Patrimônio Líquido Ajustado (PLA). Presente Elaboração e atualização periódica de modelos para avaliação do capital em função dos riscos das supervisionadas. Estabelecimento dos níveis de capital requerido das supervisionadas, considerando critérios de agregação dos riscos. Presente Futuro Construção e desenvolvimento dos princípios atuariais Supervisão de conglomerados Orientações normativas Atuário Modelos próprios Maior abertura para as supervisionadas demonstrarem seus planos de gestão de risco Enterprise Risk Management (ERM) Auditoria atuarial Maior independência dos atuários Maior responsabilidade O profissional de ciências atuariais Decreto Lei nº 806/1969 - Art. 5º Compete, privativamente, ao Atuário: a) a elaboração dos planos técnicos e a avaliação das reservas matemáticas das empresas privadas de seguros e de capitalização, das instituições de Previdência Social, das Associações ou Caixas Mutuárias de pecúlios ou sorteios e dos órgãos oficiais de seguros e resseguros; b) a determinação e tarifação dos prêmios de seguros de todos os ramos, e dos prêmios de capitalização, bem como dos prêmios especiais ou extra-prêmios relativos a riscos especiais; c) a análise atuarial dos lucros dos seguros e das formas de sua distribuição entre os segurados e entre portadores dos títulos de capitalização; d) a assinatura, como responsável técnico, dos balanços das empresas de seguros e de capitalização, das carteiras dessas especialidades mantidas por instituições de previdência social e outros órgãos oficiais de seguros e resseguros e dos balanços técnicos das mutuárias de pecúlios ou sorteios, quando publicados; e) desempenho de cargo técnico-atuarial no Serviço Atuarial do Ministério do Trabalho e Previdência Social e de outros órgãos oficiais semelhantes, encarregados de orientar e fiscalizar atividades atuariais; f) a peritagem e a emissão de pareceres sobre assuntos envolvendo problemas de competência exclusivamente do atuário. O profissional de ciências atuariais Com a Lei nº. 1.401 (1951), o profissional graduado em Ciências Atuariais passou a ter sua base de formação acadêmica muito mais exigida em áreas de Probabilidade e Estatística, fazendo com que algumas Instituições de Ensino Superior migrassem seus cursos de Ciências Atuariais dos Departamentos de Economia, Administração e Contabilidade para seus correspondentes da Matemática e/ou Estatística. Realizam cálculos cada vez mais apurados e têm capacidade de modelar premissas demográficas, financeiras e econômicas de longo prazo. Devem ter formação técnica e ética para se responsabilizarem pela gestão de passivos e de ativos de elevada monta com finalidades econômico-sociais. Início: Alta inflação Resultados das seguradoras originado dos altos ganhos financeiros Importância menor do atuário Baixa inflação Resultados das seguradoras originado da subscrição e administração dos riscos Importância maior do atuário Solvência I Estrutura Curricular Ciências Atuariais UFRJ Necessidades: Probabilidade e Estatística; Noções de Contabilidade; Noções de Economia; Noções de Administração; Gestão de Ativos Financeiros; Conhecimento computacional. Novos desafios para as ciências atuariais Modelagem estatística de riscos de crédito, operacional, subscrição, capitalização, mercado... Em sintonia com Solvência II, SUSEP modificou cálculo do CMR a partir de 2006, introduzindo gradativamente parcelas de capital para cobertura dos seguintes riscos: Atuário Risco de Crédito: risco de créditos a receber de outras seguradoras, resseguradoras, EAPC e soc. capitalização, além do risco de crédito dos demais ativos. Risco de Subscrição: perdas relacionadas às atividades de subscrição da instituição. Inclui funções de cunho técnico, como a análise de sinistros, cálculo das indenizações ou dos benefícios, o dimensionamento dos prêmios, das contribuições e de outras tarifas, e a apuração de provisões técnicas e matemáticas. Risco Operacional: perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos. Inclui o risco legal. Risco de Mercado: perdas resultantes de flutuações dos mercados financeiros, que causam mudanças na avaliação econômica de ativos e passivos das sociedades supervisionadas. Outros modelos..... Investimento em modelos internos das seguradoras motivados por redução potencial de capital (comparado a fórmula padrão) Outras novas modelagens: Risco Climático, Precificação de Seguros de Automóveis... Enchentes, Atuário Auditoria atuarial interna e externa independente A regulação reforça o papel e responsabilidade do Atuário Relatórios Atuariais são tradicionalmente focados apenas em avaliar a adequação das provisões técnicas Esta nova análise é geralmente suportada por uma detalhada documentação atuarial Público primário é auditoria interna, externa e órgão supervisor regulador Atuário Gerenciamento de Risco Corporativo Enterprise Risk Management É um processo onde toda a empresa: – Identifica os riscos – Quantifica os riscos e compara os resultados com o apetite de risco – Determina como gerenciar o risco – Toma uma decisão – Revisa os resultados ERM requer uma coordenação central da gestão de risco para toda a empresa Regimes regulatórios podem não identificar alguns riscos que a empresa enfrenta Atuário Own Risk and Solvency Assessment (ORSA) fecha os gaps entre o regime regulatório e a identificação. Outros desafios... Conclusão Qual o papel do atuário no futuro ? Cenários de risco cada vez mais complexos; Aumento da interdependência entre os países; Internet traz diariamente um grande fluxo de novas informações / análise de dados; Modelos de Capital estão ficando cada vez mais consistentes e econômicos; Pósgraduação O tamanho do balanço está crescendo e acionistas exigem mais previsibilidade nos resultados; O que o atuário precisa? Ampliar seu escopo de atuação, conhecendo outras áreas Sugestão: cadeiras eletivas Prover uma opinião independente da companhia do ponto de vista atuarial Apresentar a situação atual e possíveis melhorias da companhia do ponto de vista atuarial Ser proativo na identificação de problemas e acompanhamento do progresso Fortalecer a comunicação com a liderança sênior Demonstrar mentalidade flexível e antecipar o desconhecido Buscar aperfeiçoamento contínuo visando unir conhecimentos acadêmicos com desafios reais do mercado. Exemplo: nacionalização das correlações entre os riscos. Convênio SUSEP – Ciências Atuariais da UFRJ 27 Obrigado pela atenção!