BRASIL Síntese do Contexto Histórico Legal da Formação dos Trabalhadores Técnicos da Saúde 1996 - lei 9394/96 (LDB) – estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1997 - decreto 2208/97 regulamenta a Educação Profissional: níveis básico, técnico e tecnológico. - Parecer CNE/CBE 17/97 – Estabelece as diretrizes operacionais para a educação profissional em nível nacional. 1999 - Parecer CNE/CEB 16/99 – Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. - Resolução CNE/CEB 04/99 – institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. 2000 - Referenciais Curriculares Nacionais – Estabelece os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. 2004 - Decreto 5154/2004 regulamenta artigos 39-41 da LDB. - Parecer CNE/CBE 39/2004 – aplicação do Decreto 51/2004 na Educação Profissional Técnica de Nível Médio e no Ensino Médio. 2005 - Resolução 01/2005 – Atualiza as Diretrizes Nacionais para a Educação Profissional à luz do Decreto 5154/2004. 2008 - Resolução 03/2008 – dispõe sobre a instituição e a implantação do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio. 17 habilitações da Saúde. Organização do Sistema Educacional Brasileiro Educação Básica: obrigatoriedade - Educação Infantil (creche e pré-escola) - Ensino Fundamental (2 ciclos – total de 9 anos) a partir dos 6 anos de idade. - Ensino Médio. Educação Profissional: - Formação Inicial e Continuada ou Qualificação Profissional (ensino fundamental); - Educação Profissional Técnica de Nível Médio (ensino médio): articulada com o ensino médio (integrada ou concomitante) subseqüente (ensino médio concluído); - Educação Profissional Tecnológica de Graduação e Pós-Graduação (ensino superior). Educação Superior: - Graduação - Pós-graduação. Organização do Sistema Educacional Brasileiro Educação de Jovens e Adultos: Deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo: uma no nível de conclusão do ensino fundamental para os maiores de quinze anos; e outro no nível de conclusão do ensino médio para os maiores de dezoito anos. Possibilidade de certificação de habilidades e conhecimentos adquiridos por meios informais. Instituições responsáveis pela regulação da formação Ministério da Educação (MEC) - autoriza o funcionamento da instituição, aprova os cursos e valida os certificados educacionais em âmbito federal. Conselhos Estaduais de Educação – autorizam, reconhecem e supervisionam os cursos integrantes do sistema estadual de educação. Ministerio da Saúde (MS) - é responsável pela elaboracão das Diretrizes Curriculares Nacionais das Habilitacões Técnicas. Instituições responsáveis pela regulação do exercício profissional Conselhos Profissionais - correspondentes às profissões de nível superior em cada área de atuação, com exceção dos técnicos em radiologia (grande variedade de situacões no que diz respeito aos procedimentos de registro e regulacão, assim como de jurisdição). ETAPA QUANTITATIVA Estabelecimentos, por Dependência Administrativa, segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação (2007) Fonte: CNCT/MEC Cursos de Habilitação Técnica em Saúde no Brasil, segundo subáreas de formação, nas grandes regiões (2007) Fonte: CNCT/MEC Concentração de cursos nas subáreas do Mercosul por dependência administrativa (2007) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Pub Federal Pub Estad Biodiagnóstico 5,9 8,9 3,7 Enf ermagem 2,3 9,1 Hemoterapia 0 Radio e Diag por Imagem Outros Fonte: CNCT/MEC Priv Conf e Priv Filant Priv Comuni Sistema S 63 0,7 7,4 2,2 8,1 1,3 66 0,3 5,7 1,4 13,9 0 0 5,1 0 0 0 94,9 1,8 3,1 0 87,9 0 4 0,4 2,7 3,7 1,5 2 54 1,1 4 1,9 31,8 Pub Muni Priv Part Distribuição dos cursos das subáreas da saúde por estabelecimento, nas grandes regiões (2007) 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Biodiagn Enferma Farmáci Hemoter Estética óstico gem a apia Nutrição Rad e Reabilita Saúde e Diag por ção Bucal Dietética Imagem Saúde Visual Seguranç Vigilânci Saúde Equip Gestão Terapias Veteriná a no a Comunit Médicos em Alternati Outros ria Trabalho Sanitári ária Hosp Saúde vas Norte 5,6 57,3 1,6 1,6 0,0 2,4 8,1 0,0 9,7 0,0 11,3 0,8 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Nordeste 5,8 53,6 1,3 2,9 0,0 2,9 9,4 1,3 8,1 2,9 9,1 0,3 1,0 0,0 0,3 0,6 0,3 0,0 Sudeste 5,0 43,2 3,0 5,7 2,3 6,7 7,7 3,5 7,4 0,7 12,8 0,4 0,0 0,0 0,2 0,8 0,4 0,2 Sul 3,0 39,3 2,4 2,2 0,0 2,6 8,1 4,5 11,3 2,0 21,3 0,8 0,6 0,0 0,2 0,4 1,2 0,0 Centro-Oeste 5,6 40,4 3,1 1,9 0,0 1,2 7,5 9,3 6,2 1,9 19,9 1,9 0,0 0,0 0,0 0,6 0,6 0,0 Fonte: CNCT/MEC Orientação Curricular dos Estabelecimentos de Ensino (2007) 7% 2% 18% 73% Competências Conteúdo de ensino Por projeto Outros Fonte: CNCT/MEC Instituições que possuem Projeto Político Pedagógico elaborado (2007) Sim Não 5% 95% Fonte: CNCT/MEC Público Fonte: CNCT/MEC Privada* Sistema S Outros PP Pedagógico da Instituição Disponibilidade de recursos humanos na sede da instituição Atendimento de demandas dos gestores (público/Privado) Execução da política de saúde no nível federal/estadual/municip al Estudos/levantamentos de necessidade Estratégias dos Estabelecimentos para Definição de Cursos. Brasil (2007) % 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ETAPA QUALITATIVA 1792 1854 1869 1890 1900 1903 1906 1909 1911 1918 1924 1928 1931 1934 1936 1938 1941 1943 1945 1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 Escola - Criação da instituição 140 120 100 80 60 40 20 0 Público Fonte: CNCT/MEC Privado Elaboração e implementação do PEI (PPP) Maior parte das instituições possui PPP, entretanto em alguns casos, os próprios entrevistados reconhecem que o PPP constitui um mero requisito formal para o funcionamento da instituição; Grau de participação na elaboração no PPP é variável (direção, coordenação técnica, docentes, estudantes e, em poucos casos, participação da comunidade, Secretaria Estadual de Educação, sindicatos, empregadores, entidades de classe, pessoal administrativo etc); Reformulação do PPP é uma prática frequente entre as escolas, orientadas principalmente por mudanças na legislação e por “demandas” do mercado de trabalho. Criação dos cursos da saúde e perfil do trabalhador O mercado de trabalho é o que orienta, predominantemente, a definição da oferta de cursos das escolas; O perfil do trabalhador acompanha essa orientação. A ênfase está no saber fazer e na “empregabilidade” dos formandos; Em alguns casos, foram apontadas concepções “humanistas” que permeiam esse perfil (responsabilidade, ética, dedicação ao doente, etc). Outras capacidades enfatizadas foram: iniciativa, comunicação, tomada de decisões, empreendedorismo, responsabilidade social, comprometimento com a profissão, criticidade, trabalho em equipe, versatilidade, adequado saber técnico-científico e visão integral do paciente. Política de Formação de Técnicos em Saúde Maior parte acompanha a Política de Educação Profissional (MEC), mas não participa de sua construção. Meios de acompanhamento citados: internet, jornais, reuniões, encontros e outros eventos; Em relação à Política de Educação Permanente em Saúde, preconizada pelo MS, há um número bem menor de escolas acompanhando. Algumas escolas declaram articulação com instituições diversas: com algumas ETSUS, com os conselhos de saúde, com os sindicatos dos trabalhadores em saúde, conselhos profissionais, etc; Há uma preocupação formal pela adequação institucional às prescrições governamentais e um desconhecimento real sobre os seus fundamentos e orientações específicas. Currículo (Definição) Associação de currículo com plano de curso, lista de conteúdos, grade de atividades e/ou grade curricular; Concepção curricular mais ampla incluindo as relações inter-pessoais, as aprendizagens não prescritas, o ambiente institucional, enfim, “todo o trabalho desenvolvido dentro da escola”; Definição das propostas curriculares: elaboradas pela própria instituição, geralmente de forma coletiva (incluindo, de forma variável, direção, coordenação técnica e docente, corpo docente); Os referenciais para a definição dessa proposta são, principalmente, os Parâmetros Curriculares Nacionais, as “necessidades” do mercado de trabalho e, em menor medida, o perfil profissional e as características regionais. Currículo (competências) A maior parte dos entrevistados relacionam o conceito aos conhecimentos e, sobretudo, habilidades (principalmente, a de ser competente) que o discente deve adquirir com vistas a atender às necessidades do mercado de trabalho; Em alguns casos, não souberam responder à indagação, mesmo quando declaram utilizar a avaliação por competências como eixo de organização curricular; Constata-se a existência de dificuldades de compreensão e utilização do conceito. Utilização meramente formal, ou simples substituição dos antigos objetivos pelas atuais competências; Outros poucos entrevistados ainda declararam que suas instituições optaram por não aderir a essa conceituação, continuando a trabalhar “por objetivos”; Currículo (competências) A maior parte das instituições que aderem ao modelo de competências utiliza os Parâmetros Curriculares Nacionais como principal referência para sua definição; Algumas implicações da adoção do modelo de competências segundo os entrevistados: formação de um profissional diferente (mais responsável, mais crítico, mais participativo, mais adequado ao mercado de trabalho ou com uma visão mais humanista); mudanças operacionais importantes no novo sistema: flexibilização e/ou integração do currículo, gestão do curso (principalmente, no que diz respeito à contratação de docentes); Para alguns, não houve impacto concreto na adoção desse modelo dificuldades para lidar com ele ou mesmo rechaço. Currículo (conteúdos de ensino, conteúdos relacionados com o SUS) A seleção dos conteúdos de ensino é pautada basicamente pelos Referenciais Curriculares Nacionais (MEC) e pelos “requerimentos” do mercado; Embora pautada pelos Referenciais Curriculares Nacionais, reflexões acerca do SUS e do processo de trabalho em saúde são trabalhadas, na maioria dos casos, de forma inespecífica ao longo do curso; Grau de aprofundamento e debate dos conteúdos é muito variável, apresentando situações diferenciadas de instituição para instituição. Organização da pesquisa na instituição Tendencialmente, as instituições não desenvolvem projetos de pesquisa - a ideia de “pesquisa” está assimilada à busca de informação (e não à produção de conhecimento). Qualificação docente Há uma demanda de formação continuada por parte dos docentes, especialmente para preparação didático-pedagógica e/ou atualização; Há oferta de capacitação específica em algumas instituições; em outras há incentivos diretos (através de financiamento ou liberação dos docentes) ou indiretos (que os docentes procurem formação fora da instituição); Em algumas instituições, essas atividades são consideradas de responsabilidade e iniciativa do professor. Estágios Alguns entrevistados relatam dificuldades para arranjarem espaços ou horários adequados e, em alguns poucos casos, não há supervisão específica; Forma de articulação entre teoria e prática é variável. Podem ser desenvolvidas de forma concomitante ou subseqüente.