R E D A Ç Ã O Unifesp 2009 Texto 1 Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” (Bíblia Sagrada, Editora Ave-Maria.) Unifesp 2009 Texto 2 Folha de S.Paulo, 2002 Unifesp 2009 Texto 3 Chega, irmãos! Não procurem a origem da violência, do cinismo, da falta de ética, da corrupção, das guerras, locais e internacionais, em razões, sempre irracionais. Olhem em volta. Todo o mal do mundo está na superpopulação. Seis bilhões e trezentos milhões de pessoas! Vocês já são trezentos milhões de pessoas a mais! Repito: olhem em volta! (http://veja.abril.com.br/080807/imagens/millor2.) Unifesp 2009 Texto 4 Inflação humana Aconteceu tudo em tempo recorde. Num abrir e fechar de olhos, a contar no relógio da História da espécie, ou numa fração infinitesimal disso, no calendário da História do planeta, o homem disse adeus a um modo de vida que inventara há uns 10 mil anos, quando pela primeira vez plantou uma semente, e escolheu crescer e multiplicar-se em aglomerações de pedra e cal – as cidades, um mundo de maravilhas, mas também um mundo literalmente à parte da natureza desta Terra. (…) Unifesp 2009 Na vertente ecológica, o aumento acelerado da população mundial – que simplesmente dobrou (...) em menos de quarenta anos – é apontado como principal responsável pelos desastres acumulados que ameaçam a vida na Terra, desde o efeito estufa até a extinção em escala sem precedentes de espécies animais e vegetais, do buraco na camada de ozônio ao esgotamento dos solos e de recursos minerais. Um desses serviços, ameaçados não só pelo aumento físico das populações como também pelas condições em que se dá a expansão da presença humana na Terra, é o que determina a qualidade da mistura de gases na atmosfera. (…) Unifesp 2009 A água potável, outro recurso natural não renovável, tampouco fica imune à superpopulação. Mais gente, logicamente, usa mais água – e a velocidade do crescimento do consumo já é maior que o tempo necessário à recuperação dos mananciais. (…) De todas as doenças que acometem a metrópole, nenhum sintoma parece tão desconfortável como o sufoco no trânsito que asfixia o cotidiano de ricos e pobres e para o qual não há medicamento eficaz à vista em parte alguma – a menos que se adotassem cirurgias sociais tão severas que atropelariam o sagrado direito de ir e vir. Unifesp 2009 Onde foi que homem errou, ao ocupar tanto e de forma tão desigual a superfície do planeta? Eis uma questão sujeita a chuvas e trovoadas, para a qual os especialistas oferecem as mais disparatadas explicações, muitas vezes em função das idéias políticas de cada um. Os conservadores, por exemplo, dirão que a culpa é dos pobres, sempre tão férteis e tão imprevidentes. Os progressistas acusarão as injustiças na distribuição da renda, tanto dentro de cada país como entre os países. Para além dessas simplificações, no entanto, pode-se dizer com alguma margem de confiança que tudo começou com os avanços da Medicina. (http://super.abril.com.br/superarquivo/1989/. Adaptado.) Unifesp 2009 Texto 5 Superpopulação: problema ou solução? As famílias de antigamente costumavam ser bem numerosas, e isso gerava o famoso comentário de que se essas famílias não se preocupassem com o controle de natalidade, os índices de miséria aumentariam consideravelmente. Não contesto a teoria, afinal são muitas bocas para serem alimentadas, muitos cadernos e livros a serem comprados, e no futuro muitas pessoas para serem empregadas ... Então, seria o controle da natalidade, a solução para os problemas sociais do terceiro mundo? Unifesp 2009 Mas existe um aspecto contraditório, porém verdadeiro. Os países europeus, que tiveram um “boom” econômico com o fim da 2ª Guerra Mundial, experimentaram uma preocupante queda da natalidade após essa melhoria de vida. São o que chamamos de países de idosos... Por outro lado, países com superpopulação tendem a dominar a economia no futuro. Certamente você já ouviu falar na sigla BRIC ... Mas aqui eu fecho a idéia do post. Brasil, Rússia, Índia e China serão no conjunto a maior potência econômica mundial em 40 anos. A China já dá sinais bem claros de que pode atingir esse posto bem antes, mas aqui no Brasil se discute a possibilidade de crescer 3,5%... Mas pensando com otimismo, se o PIB desses 4 países for mesmo o maior do mundo no futuro, nem assim dá para concluir que essa característica de ser superpovoado indique maior renda por habitante. É a maldita má distribuição!!! (http://legendaurbana.blogspot.com/2006/. Adaptado.) Unifesp 2009 Texto 1 Deus: multiplicar a humanidade e controlar a Terra, ou seja, agir racionalmente em todos os lugares do planeta Texto 2 O crescimento desordenado gera desconforto ao próprio homem (incômodo constante pela crise dos espaços urbanos) Texto 3 Todos os problemas sociais advém da superpopulação, sobretudo porque os homens são sempre diferentes, em culturas diferentes, regidas por valores diferentes. E somos todos iguais (irmãos). Texto 4 A civilidade não é natural, ao contrário, e seduz na mesma medida em que corrompe. Isso graças à velocidade das transformações socioculturais, cada vez mais acelerada. Os problemas ambientais são fruto da civilidade, ela que promove o consumo de bens naturais não renováveis, ela que agora exige medidas cirúrgicas extremas que comprometerão os direitos do homem. E a principal aliada disso foi a Medicina. Texto 5 O controle da natalidade pode ser a solução para as mazelas humanas? No caso dos países em desenvolvimento, o grande problema é a péssima distribuição de renda. Unifesp 2009 Pede-se Com base nas informações, elabore um texto dissertativo, na norma padrão da Língua Portuguesa, argumentando sobre: Tema ? De que forma a humanidade deve tratar a realidade da superpopulação. Unifesp 2009 Tese a superpopulação é vista como um dos problemas mais graves do presente, causa de muitos outros, mas revela a hipocrisia humana, principal característica da modernidade; desde o início da civilidade o homem só se preocupa com os problemas quando atingido por eles; hoje é um predador cruel e hipócrita, que sofre com as consequências de suas próprias ações, buscando “sobreviver a qualquer custo” em meio a superpopulação social. Unifesp 2009 Argumentação Albert Camus: o homem só não é hipócrita em seus prazeres; mas desenvolveu-se e o mundo em torno de prazeres imediatistas; sempre houve sofrimento com a miséria e a escassez de recursos naturais. Então por que hoje a discussão? Esta é a hipocrisia: o homem reclama hoje porque o problemas afeta a todos, não só aos pobres; todos falam em igualdade, mas quando o assunto é sobreviver, o homem esquece do homem; o homem é capaz de permitir horrores para sobreviver; só o PIB não importa, mas a distribuição de renda. • PROBLEMA: é nunca prever o futuro e viver o presente como se o que importasse fossem os índices econômicos, concentrando para si tudo o que pode, mesmo que falte aos outros, numa sociedade que cresce entre poucos ricos e muitos pobres. Unifesp 2009 Conclusão O homem precisa agir com inteligência e promover o crescimento demográfico de forma coerente com o que o planeta pode oferecer à vida. Do contrário a hipocrisia vencerá novamente e a vida perderá. Unifesp 2009 Projeto de texto = T + A + C 1) O que o tema diz? (T = IT + PP) O homem é um predador cruel e hipócrita. Sempre agiu em nome de seus prazeres. Com o crescimento populacional os problemas urbanos sobressaem, e obrigam as pessoas a “sobreviverem a qualquer custo” Unifesp 2009 2) AT O que sei sobre ele? (A = AT + A/P) O homem só não é hipócrita com os seus prazeres Albert Camus A1 A2 A hipocrisia, característica da Modernidade, fez o homem “pagar caro” para viver. Isso tem gerado superpovoamento urbano, causando transtorno/crises nos espaços da cidade. O homem tem consumido a natureza desordenadamente; as cidades entupidas são palco dos horrores contemporâneos. Unifesp 2009 Projeto de texto = T + A + C A3 Países como o Brasil, Rússia, Índia e China apresentam crescimento do PIB, o que pode ser resultado dos índices populacionais. A/P As cidades são palco dos horrores porque há equivocadas distribuição de renda, entre os homens, como há errada distribuição dos recursos naturais entre os países. Do contrário não haveria crescimento demográfico tão problemático como hoje. Unifesp 2009 Projeto de texto = T + A + C 3) C O que fazer? (C = T + “S” + t) É preciso ao homem agir com inteligência e planejar o crescimento no futuro. Só assim viver será um prazer, e a hipocrisia será esquecida em nome da vida. Título: A vida tem que vencer Unifesp 2009 A vida tem que vencer O homem tornou-se um predador cruel e hipócrita. Desde o início da civilidade sempre agiu pela satisfação de seus prazeres, mesmo deixando outros humanos miseráveis. Agora toda a população sente próxima de si a escassez dos recursos naturais, consequência da ação predatória contínua de uma sociedade repleta de pessoas, ansiosas por, como é comum ouvir, “sobreviver a qualquer custo”. Unifesp 2009 Tal expressão nunca foi tão tal real. Hoje o homem “paga caro” pelo crescimento demográfico, cujo desdobramento maior é a ocupação maluca dos espaços urbanos a partir da Modernidade. E somemos ainda o subdesenvolvimento nos locais mais pobres, que agrava o quadro, ainda mais quando os discursos pelo planeta são de paz, igualdade, em prol da natureza. Todavia, na prática, não é bem assim que as coisas acontecem, salvo em situações reservadas. Quem sabe até Albert Camus acertou ao dizer que o “homem só não é hipócrita em seus prazeres”. E para tê-los é capaz de horrores, fatos cujo palco é a cidade. Unifesp 2009 Por esse motivo estão entupidas, o consumo de tudo é exagerado, a natureza tem reclamado aos gritos com os furacões, tornados, inundações, com a extinção da fauna e da flora e a ampliação da miséria social. Enquanto isso, o que a mídia divulga é o crescimento do PIB dos países de maior população, como o Brasil, a Rússia, Índia e China, o que de pouco será útil se não houver melhor distribuição de renda nesses locais. O mesmo vale aos governos: os países precisam distribuir entre si os recursos naturais, ações que ajudarão no controle demográfico, além de inculcar valores mais solidários, mais humanos e em todo o mundo. Unifesp 2009 O homem não pode ser um predador cruel e hipócrita. Precisa ser inteligente para crescer e multiplicarse de forma racional pelo planeta, provando a si e aos outros irmãos que todos valem mais do que índices econômicos. Assim o viver será realmente um prazer, e não entendido como custo. O resultado disso será o crescimento proporcional, equivalente ao que o planeta precisa para garantir a vida humana. Do contrário, a hipocrisia sairá vencedora, e não a vida.