A FÉ E OS JOVENS MCC SETOR ARAÇATUBA 05.XI.2013 CENÁRIO INTRODUTÓRIO Últimas manifestações sociais, resgatando a socialização e participação JMJ (Jornada Mundial da Juventude): evento ou experiência de fé YOU CAT: âmbito religioso católico Crescente índice de violência e drogaditos jovens: mundo do poder incontrolável e acidental “BROTHER, POR QUE SERÁ QUE NOSSOS JOVENS DE HOJE NÃO TÊM MAIS FÉ?” Três hipóteses: a) Ou ele nunca teve fé; b) ou manifesta a sua fé à sua maneira c) ou de fato a perdeu Os jovens de hoje são como cristais! São marcados por muitas dúvidas em relação ao futuro, aos estudos, a família e também a fé. São vítimas do encantamento por tudo aquilo que é material, palpável, consumível. São levados a, facilmente, trocar o abstrato pelo concreto. Atual cultura secularizada A) Um CERTO AGNOSTICISMO: sufocar o sentido religioso inscrito no fundo da nossa natureza humana. B) PROCESSO DE RELATIVIZAÇÃO E DE DESENRAIZAMENTO: corrói os vínculos mais sagrados e os afetos mais dignos do homem. Vive-se a sociedade do abstrato, do improvável, do medo e do imediatismo! CONTEXTO ATUAL “Época de mudanças” e formação de uma “mudança de época” (mundo globalizado e fragmentado: Conceito de SENTIMENTOS Significado dos SENTIDOS Critérios de SOCIALIZAÇÃO). Acontece a fragmentação da tradição cultural e religiosa, dando espaço a uma diversidade de novas visões do mundo e da vida, de estruturações sociais, de relação com o sagrado e de modelos antropológicos: “Vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus”. Há mudanças culturais e desarticulação dos “personagens sociais”. O rápido avanço tecnológico, com suas inúmeras possibilidades de conhecimento e de comunicação. Avanço do campo social virtual. O mundo se torna pequeno, e os contatos, inúmeros, dão a sensação de domínio e extensão. CORRE-SE O RISCO DA FRAGILIZAÇÃO DOS LAÇOS COMUNITÁRIOS E NEGAÇÃO DA VIDA PARADOXO: relativismo x fundamentalismo (destacando o pluralismo). Individualismo: que gera a consolidação de uma afetividade autônoma e narcisista, do encontro casual. Surge o paradoxo da presença comunitária sem vida comunitária. “É a primeira geração pronta para viver sem culpa. Ela não quer romper com nada nem criar novos padrões”. Vivência de uma fugaz felicidade no presente, sem grandes preocupações com o amanhã, o que anestesia a consciência histórica. Vive-se a própria vida e pronto. Sociedade (principalmente os jovens) marcada como alienada e descomprometida com a historicidade, a pessoa passa a projetar um mundo irreal, fantasioso. Felicidade, realização e sucesso em detrimento do bem comum e da solidariedade, corroborando um estilo de vida individualista, fechado a atitudes de altruísmo e de fraternidade. EXEMPLOS: manipulação de embriões, abortos, ausência de condições mínimas para uma vida digna com educação, saúde, trabalho, moradia, falta de proteção à família, às crianças e aos idosos. Relação dos jovens com o mercado de trabalho, tornandose cada vez mais exigente, e o grande número de assassinato entre os mesmos (violência). Grande fragilidade de instituições que outrora eram incumbidas de acolher e de servir os jovens, encontram-se fragmentadas, como a família; as instituições de ensino, que já abdicaram da função de formar e procuram apenas informar; o Estado, que oferece estruturas deficitárias para o desenvolvimento do potencial juvenil, e mesmo as igrejas, que já não contam com tantos voluntários para esse serviço. O ATIVISMO PRIVADO E A ATUAÇÃO DO JOVEM Os jovens de hoje, quando bem orientados, não se deixam manipular. Assumem suas decisões com mais determinação, aceitam correr o risco de voltar atrás. O espírito de aventura que caracteriza os jovens permite-lhes fazer tentativas. A cultura midiática pode ser compreendida como um processo comunicacional amplo e evidente! O jovem, com o advento da informática, deixa de ser passivo e passa a usar as novas tecnologias, dominando-as. Eles detêm o conhecimento técnico de tais instrumentos, pois nasceram e crescem na era digital. - Jovens marcados pela presença na “aldeia global”, que possibilita acesso e interação com um número muito grande de pessoas ou segmentos (redes sem fio, redes sociais e outros modos conectados). - O novo jeito de o jovem ser e interagir tem suas raízes nessa comunicação em rede. Ele respira e vive na chamada ambiência midiática, uma teia de novas tecnologias em que se pode ser, rapidamente, ouvido, visto, considerado. Comunicar não é, portanto, apenas uma questão instrumental, mecânica, unidirecional, é inter-relacional, é “vida”. PERIGO: PERDA DO CONTATO PRESENCIAL EM DETRIMENTO AO MUNDO CONECTADO VIRTUAL. “Convido os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web contribui para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição”. (PAPA BENTO XVI, Mensagem para o XXXXV Dia Mundial das Comunicações Sociais Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital. Vaticano, 5 de junho de 2011) - O protagonismo juvenil nesta cultura A relação natural entre os jovens e as novas mídias alimenta cada vez mais o gosto e o interesse por ser sujeito. - As novas gerações diante da sociedade Os jovens dominam as relações baseadas na interatividade, formando uma teia complexa e imensa de interatividade e relações. Essa interatividade está presente no protagonismo dos jovens na música, na arte, no esporte, no trabalho e na educação. - A relação do jovem com a família Muito diferente da observada nas gerações anteriores, frente as novas tecnologias no modo de estruturar e viver a vida familiar. Também na educação familiar, as novas tecnologias influenciaram e transformaram paradigmas. PARA PENSAR - Os jovens que crescem na cultura midiática acreditam firmemente que o planeta lhes pertence (visão planetária). Eles são mais sensíveis à ecologia, à comida e à bebida saudáveis para o futuro. Percebem que a ameaça à vida, à natureza, ao ecossistema pode gerar insegurança tanto para eles quanto para os seus futuros filhos. Querem viver em um mundo mais pacífico, mais tolerante e mais responsável. Por isso, estão se organizando, cada vez mais, por meio das redes sociais, para defender seus direitos, a natureza, a qualidade de vida das pessoas, e construir uma sociedade mais humana e solidária. Uma geração aberta ao mundo e à solidariedade experiências fortalecidas pelo voluntariado e a mobilização temática. - É preciso um olhar mais atento à questão da exclusão digital, considerando que, num país como o Brasil, com grande extensão territorial e diferenças regionais, o número de excluídos digitais ainda seja alarmante. Uma pesquisa recente da Data Folha e da Agência de Publicidade Box, realizada com 1.200 jovens entre 18 e 24 anos de idade, sugere um descontentamento com instituições políticas tradicionais e aponta que para eles a Internet é um instrumento de mobilização. social. Cerca de 71% dos jovens entrevistados acreditam que é possível fazer política usando a internet, sem a participação de intermediários, tais como os partidos políticos tradicionais. AS NOVAS GERAÇÕES DIANTE DA IGREJA Os jovens querem ser ativos na Igreja O avanço tecnológico não impede uma atitude de fé. Os integrantes da geração internet não parecem dispostos a abandonar a fé; eles acreditam em Deus e buscam o sagrado. Gostam das atividades religiosas que valorizam o afetivo e o simbólico, que levam à experiência de vida, ao senso de aventura, de originalidade, de experiência com o mistério. Para esses jovens, o retorno ao simbólico e ao afetivo não significa negação da racionalidade. O DESEJO DOS JOVENS NA IGREJA - Os jovens desejam ser ouvidos e querem ser participantes das atividades da Igreja: liturgia, catequese, pastorais sociais e outras atividades. Sua vida de oração, seus desejos profundos de viver e amar, seu sentido de solidariedade com o próximo e necessidade de pertença a uma comunidade passam pela subjetividade. Eles se envolvem como missionários quando são chamados e veem a autenticidade nas relações e organizações a serviço dos outros. Os jovens demonstram amar Jesus Cristo, “não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida”. COMO OS JOVENS SE RELACIONAM COM A IGREJA Deve ser visto a partir dos valores e das atitudes que eles têm como filhos da cultura midiática. Eles se relacionam, sobretudo, a partir da interatividade, querem escutar e falar ao mesmo tempo. Conseguem captar um conceito a partir da atitude do diálogo. Sem interação, não compreendem e, portanto, não podem estabelecer um relacionamento. Esse é um grande desafio! Para os jovens, parece não existir uma linha que separa os que seguem uma religião e outra. Não existem os de fora que devem ser evangelizados pelos de dentro (Igreja). A questão é saber dialogar e compreender a situação de busca do sobrenatural, da fé e da vivência cristã dos jovens, e saber somar com as diversas situações e experiências que eles vivem. O ciberespaço é lugar de evangelização quando visto como espaço de diálogo com a cultura midiática, com as expressões dos novos tempos e de intercâmbio de experiências e opiniões a respeito da fé e da religião. RESPOSTA DA IGREJA A utilização das redes sociais aproxima os jovens Da missão de evangelizar a todas as gentes. É um “lançar as redes em águas mais profundas”. Ela tenta fazer da rede um lugar de comunhão, de encontro entre pessoas que buscam a mensagem de Deus com aquelas que as ajudam a encontrá-la. Fenômeno juvenil deparamo-nos com uma diversidade de jovens. Ao mesmo tempo que vemos as novas gerações identificando-se com este mundo novo, assustam-nos as realidades sofridas que muitos jovens brasileiros enfrentam. Os jovens são notícia quase que diária em veículos de comunicação. Mesmo sendo idealizados nos comerciais, como modelos de beleza, de vigor, de saúde e de liberdade, nos noticiários são apresentados, muitas vezes, como violentos, como descompromissados, como desordeiros, como libertinos e voltados às drogas. A FORMAÇÃO DA SUBJETIVIDADE • • • Modos de existência produzidos nos diversos contextos em que as pessoas se encontram. Não se trata de um conceito oposto a objetividade, nem mesmo uma suposta adistinção entre sujeito-objeto, indivíduo-sociedade. Refere-se ao processo de constituição de uma vida, de uma existência, da pessoa, do eu, ou seja, dos modos de ser, de estar e de se relacionar com o mundo e com as demais pessoas, com a história e a cultura de um indivíduo pertencente a determinado grupo humano. Segundo essa compreensão, as subjetividades (modos de existência) são, em grande parte, produtos do contexto em que a pessoa vive. Comportamento de modo violento, apático ou desinteressado, isso reflete os contextos sociais engendrados pelas gerações anteriores. Comportamento de afastamento dos nossos jovens pode ser marcado pela falta de valores, princípios, conquistas culturais e sociais. Carência de pessoas para acompanhar um grupo de jovens nas comunidades; muitos deles caminham sozinhos. Falta de proposta eclesial para adolescentes e jovens. Há alguns anos, percebe-se o afastamento paulatino das estruturas eclesiais adultas do meio juvenil católico. A pertença na Igreja Católica deixa de ser por um determinado local eclesial e passa a ser uma pertença mais existencial e afetiva. Buscam-se ambientes de encontro, inclusive pelas redes sociais, e formam novas maneiras de se relacionar comunitariamente. A pertença à Igreja tende a se expressar pelas vias da comunhão dos diversos grupos afetivos, integrantes de movimentos, de pastorais ou de novas comunidades e congregações religiosas. FORMAS ASSOCIATIVAS DOS JOVENS PESQUISA DA UNESCO, detectou os grupos mais atraentes para os jovens: 81,1% grupos religiosos; 23,6% associações esportivas, ecológicas, culturais, artísticas, assistenciais; 18,7% de caráter corporativo, trabalhista ou estudantil; 3,3% em organizações partidárias. - O fenômeno das tribos surgiu e se expandiu rapidamente nos anos oitenta e permanece na realidade social até os dias de hoje. As tribos são agrupamentos com costumes, aparência, estilo musical e moda peculiares e atraem a associação espontânea de jovens simpatizantes. Reúnem-se em shopping centers, praças, igrejas, ruas, onde partilham seus gostos e experiências. As denominações mais conhecidas são roqueiros, hippies, punks, góticos, manos, rappers, clubbers. - Grupos religiosos as expressões religiosas se constituem no principal espaço de agregação e socialização dos jovens nos anos dois mil. Os dados do censo de 2010 do IBGE indicam que um número reduzido de jovens não tem uma religião. Dentre aqueles que afirmam ter religião, 54,9% são católicos; 21,4% são evangélicos (protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais); 2% se dizem ateus; 14,3% se declaram sem religião. O temor a Deus está entre os quatro valores mais importantes para os jovens, com 44% das indicações. -Cresce a consciência missionária dos jovens. Isso já parece estar em seu coração e em seus discursos, e as bonitas experiências nesse campo estão, pouco a pouco, beneficiando a todos. - Grupos ecológicos - Grupos de afirmação da identidade - Grupos que se posicionam frente à globalização -Grupos folclóricos e artísticos - Grupos pelas redes sociais (50% dos jovens entre 18 e 29 usam a internet para trabalho diário/ 85% usam o celular como elemento vital) - Novas linguagens e o aparecimento de novos conceitos, novos símbolos, uma nova linguagem mais simplificada, veloz e direta, rapidamente assimilada pelos mais jovens. Eles passam da linguagem formal e linear para a linguagem do hiperlink; utilizam linguagens digitais (imagem, som, interatividade) e as redes, como novos conceitos e enciclopédias de informação. - Desigualdades juvenis As condições de vida oferecidas aos jovens são desiguais. OS JOVENS COM JESUS Os Evangelhos também nos mostram o encontro de Jesus com vários jovens: acolhe a jovem mãe, excluída pela sociedade da época, que pedia com insistência a cura de sua filhinha, (cf. Mc 7,2430); demonstra compaixão na parábola dos dois filhos (cf. Mt 21,28-32); acredita na regeneração e na possibilidade de perdão dos erros da juventude, como o demonstra a parábola em que o filho mais novo que pede a herança de seu pai, antes mesmo de sua morte (cf. Lc 15,11-24); convida jovens a um novo caminho e a viverem seu projeto de desapego aos bens materiais para uma real felicidade (cf. Lc 18,18-23). MODELOS INSPIRADORES AOS JOVENS - Santa Inês: nascida na Itália, virgem e mártir do século III. Portadora de grande beleza, era de família rica e nobre. Consagrou-se a Deus e foi decapitada aos 13 anos. - São Domingos Sávio: nasceu na Itália, em 1842, e faleceu aos 15 anos. - São Luís Gonzaga: nasceu na Itália, em 1568. Faleceu aos 25 anos, quando era estudante de Teologia, enfraquecido e extenuado pelo trabalho que suportou, socorrendo os contagiados pela peste. É considerado “Patrono da Juventude” e Padroeiro dos doentes de AIDS. - Beata Albertina Berkenbrock: nasceu no Brasil, no estado de Santa Catarina, em abril de 1919. Foi assassinada, com 12 anos de idade, porque quis conservar a castidade. - Beata Chiara Luce Badano: nasceu em Sassello, Itália, em 1971. - Beata Laura Vicuña: nasceu no Chile, em 1891. É considerada “Mártir da Pureza”, pois morreu com 12 anos. - Beato José de Anchieta: considerado o “Apóstolo do Brasil” - Beato Pier Giorgio Frassatti: nasceu em Turim, a 6 de abril de 1901. Ao nascer, apresentava deficiência respiratória e, por isso, foi imediatamente batizado. - Beato Zeferino Namuncurá: nasceu na Argentina, em 1886. INSPIRAÇÃO PARA JMJ A busca de modelos pelos jovens é uma porta que se abre para lhes apresentarmos a pessoa de Jesus Cristo. Nesse sentido, um importante desafio da evangelização junto aos jovens consiste em ajudálos a escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras vozes. JOVEM E SUA FÉ HOJE! Juventude em busca de missionariedade Jovem no coração da Igreja: “A Juventude mora no coração da Igreja” (CNBB) Prática da Leitura Orante da Bíblia Aspectos interativos e participativos Abertura ao jovem Caminho da fé Imperativo do Papa Francisco JMJ: A JORNADA DE DOIS PAPAS DICAS DO PAPA FRANCISCO “Devemos seguir três simples posturas: conservar a esperança, deixar se surpreender por Deus e viver na alegria” (Homilia em Aparecida) Mas o que podemos fazer? «Bote fé». «bote fé» e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; «bote esperança» e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; «bote amor» e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. «Bote fé», «bote esperança», «bote amor»! «Bote Cristo» na sua vida, e você encontrará um amigo em quem sempre e a sua vida ficará cheia do seu amor, será uma vida fecunda. (Saudação aos Jovens JMJ) Eu venho do Sul e do Norte Do Oeste e do Leste, de todo o lugar. Estrada da vida eu percorro, levando socorro a quem precisar. Assunto de paz é meu forte, eu cruzo montanhas e vou aprender. O mundo não me satisfaz, o que eu quero é a paz o que eu quero é viver. No peito eu levo uma cruz, no meu coração, o que disse Jesus. (bis)