A dívida e a democracia – debate sobre a reestruturação da dívida pública Reestruturar – sim ou não? O que é que queremos (mesmo) com a reestruturação da dívida? Podemos ameaçar não pagar? Qual é (e quanto custa) a alternativa? Reestruturar ≠ não pagar Reestruturação: Troca de um instrumento de dívida existente, como um empréstimo ou obrigação, por um novo instrumento de dívida ou dinheiro, através de um processo legal Default: Não pagamento, em tempo devido, do capital ou dos juros associados a um determinado instrumento de dívida As reestruturações são comuns? 447 reestruturações entre Estados… … e 187 com bancos e credores privados 95 países envolvidos desde 1950 Reestruturações na prática Negociações morosas e prolongadas – Média de 13 meses (desde 1998) Processos conflituosos “Os credores podem não ter poder suficiente para garantir o pagamento completo, mas normalmente têm poder suficiente para reaver pelo menos algo, muitas vezes uma parcela significativa do que têm a haver” (Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart) Reestruturações na prática Reestruturações Clube de Londres % redução do valor facial (1970-2013) 140 120 124 100 80 60 40 20 12 16 até 20% 20 a 50% 32 0 0% superior a 50% Reestruturações na prática: o caso de Portugal Julho de 2011 Taxa de juro menor em 2 p.p. Maturidade média de 7,5 para 15 anos Junho de 2013 Maturidade média aumenta em 7,5 anos adicionais Reestruturações na prática: o caso de Portugal Taxa de juro mais baixa de sempre (+/- 2,5%) 51.000 M€ de dívida abrangida (30% do PIB nacional) Menos 1000M€ de gastos com juros todos os anos 12 anos sem qualquer amortização (primeira tranche em 2026) História dos defaults Mecânica dos defaults Saldo Primário > 0 Saldo Primário < 0 • Orçamento tem excedente se não se pagar os juros • Mesmo sem pagar juros continua a haver défice • “Emitir dívida para pagar a dívida” • Dívida financia serviços públicos Mecânica dos defaults “Não é difícil perceber o que a Alemanha e o BCE deviam fazer: menos austeridade e mais inflação. É muito mais difícil perceber o que os líderes das economias periféricas deviam fazer. O default não resolve o problema de competitividade, e até pode, neste momento, aumentar a pressão orçamental, uma vez que todos têm com défices primários” (Paul Krugman, Fevereiro de 2012) Mecânica dos defaults Saldo Primário - % do PIB 4 2.2 2 0 -2 2010 -4 -6 -8 -10 -8.2 2011 2012 2013 2014p 2015p 2014 Jun 2014 Mar 2013 Dez 2013 Set 2013 Jun 2013 Mar 2012 Dez 2012 Set 2012 Jun 2012 Mar 2011 Dez 2011 Set 2011 Jun 2011 Mar 2010 Dez 2010 Set 2010 Jun 2010 Mar 2009 Dez 2009 Set 2009 Jun 2009 Mar 2008 Dez 2008 Set 2008 Jun 2008 Mar 2007 Dez Mecânica dos defaults Dívida Pública em mãos nacionais - milhões de € 300000 250000 200000 150000 100000 50000 0 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Alternativa: Tratado Orçamental Metas: Défice Estrutural: -0,5% do PIB Dívida Pública: 60% do PIB Objecções: É impossível pagar esta dívida (dívida é insustentável) O peso dos juros é insuportável As metas são irrealistas Ou implicam sacrifícios intoleráveis Alternativa: Tratado Orçamental Despesa com juros - % despesa total 25 20 15 10 5 2013 2011 2009 2007 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 1977 0 Alternativa: Tratado Orçamental Défice Estrutural (% PIB) 2010 2011 2012 -2.3 -5.4 -7.5 2013 -1.9 2014 -1.3 100 80 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 Alternativa: Tratado Orçamental Dívida Pública - % PIB 160 140 Défice de 2014 120 Défice de 2015 Défice de 2015 + ajustamento de 1% 60 40 20 0 Alternativa: Tratado Orçamental Défices e crescimento económico Crescimento médio PIB 2000/2007 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0.0 -6.0 -4.0 -2.0 0.0 2.0 Défice médio 2000/2007 4.0 6.0 Alternativa: Tratado Orçamental Défices por país – 2007 (% PIB)