VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE AUTISMO: Saúde Mental e
Educação Especial Inclusiva.
FUNÇÕES COGNITIVAS E
COMPORTAMENTAIS NO
AUTISMO
Luana Lindoso Passos
Plasticidade Cerebral:
“Processo dinâmico que delimita as relações
entre estrutura e função, enquanto resposta
adaptativa, impulsionada por desafios do meio ou
lesões, e também como estrutura organizacional
intrínseca do cérebro que se mantém ativa, em
diferentes graus, durante toda a vida, inclusive na
velhice.”
(Mauro Muszkat,2006)
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Ápices de desenvolvimento em períodos dominados “períodos críticos”

O desenvolvimento está relacionado com a gravidade do quadro.
Níveis em que opera:
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Neuroquímico: modificação de neurotransmissores
e neuromoduladores durante o crescimento e
desenvolvimento.
Hedológico: envolve diferentes padrões de
conexão entre os neurônios e o número de sinapses
ativas.
Comportamental: modificação de estratégias
cognitivas de acordo com os desafios ambientais.
Funções Cognitivas
Refere-se as formas complexas de atividade
mental humana, onde primeiramente as informações
do mundo externo são recebidas, analisadas e
armazenadas através de três funções básicas,
atenção, linguagem e memória. Estas capacidades
básicas serão então integradas e usadas na
realização de metas e execução de planos,
constituindo desta forma a habilidade intelectual
humana.
(Lúria, 1984; Strub e Black, 1993)
Operações mentais:
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
Relacionadas a entrada da informação
Elaboração da situação
Respostas diante as informações
codificar
comparar
decidir
responder
As funções mentais se organizam em sistemas
de zonas, que trabalham em conjunto, apesar de
cada uma exercer seu papel específico dentro do
sistema.
PERCEPÇÃO
ATENÇÃO
MEMÓRIA
PRAXIA
LINGUAGEM
FUNÇÕES
EXECUTIVAS
Autismo:
O autismo é uma síndrome comportamental com
alterações presentes desde a primeira infância que é
caracterizada
por
desvios
qualitativos
na
“comunicação”, na “interação social” e na
“imaginação”.
Funções cognitivas e autismo


Alterações cognitivas são freqüentemente descritas
no autismo, porém não existe ainda uma base teórica
comum para tal afirmação.
Teoria da Coerência Central
ENTRADA
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
Teoria da Disfunção Executiva
COMPARAÇÕES
E SAÍDA
Teoria da mente
SAÍDA
Atenção
“Capacidade de filtrar
informações relevantes e
irrelevantes em função
das demandas internas e
intenções, sustentar e
manipular representações
mentais e monitorar/
modular respostas aos
estímulos.”
(Strauss et al,2006)
Atenção

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
Atenção seletiva: processos que facilitam a seleção de
informações relevantes para o sujeito e seu
processamento cognitivo.
Atenção constante ou sustentada: capacidade de manter a
atenção por longo tempo.
Atenção dividida: capacidade de atender duas ou mais
fontes de estimulação.
(Muir JL, 1996)
No autismo:

Estudos focados na atenção apontam para a
dificuldade da criança autista em selecionar,
manter e dividir atenção.
(Mc Evoy e colaboradores, 1993)

A atenção é um sistema de difícil pesquisa, além de
envolver o sistema sensorial, envolve também
variáveis intrínsecas do sujeito, o que é complexo
em crianças com autismo.
Dicas:
ambientes com poucos estímulos,
dividir o ensino entre estudos e intervalos,
utilizar estímulos motivadores.
Trabalhar seleção de estímulos,
mudança de foco e atenção
compartilhada.
Percepção
A percepção não
resulta somente dos
estímulos e sensações,
é o produto de
experiências
que
partem de estímulos
sensoriais,
e
são
recriados na mente de
quem percebe algo.
(Paulo Dalgalarrondo, 2008)
Sensações
Internas:
Externas:
Propriocepção
Vestibular
Tato
Visão
Audição
Olfato
Paladar
Funções perceptivas superiores
É a transformações destes estímulos sensoriais em
fenômenos perceptivos conscientes.
Imagem
perceptiva real
Representação da
imagem na
consciência
Imaginação
“O produto da percepção está intimamente ligado
a memória. O indivíduo deve não somente processar a
informação sensorial, mas também associar esta
informação à memória”.
(Gazzaniga,et al,2006)
No autismo:
Sensações:
“Muitas crianças autistas apresentam
respostas exacerbadas para estímulos
sensoriais”.
(Prior e Ozonoff, 1998)
No autismo:
Funções perceptivas superiores:

Crianças autistas apresentam dificuldade em representar e
imaginar independente da ação visualizada. Apresentam
dificuldade no jogo simbólico, pensar, elaborar, construir e
representar algo não presente.
(Baron Cohen, 1987,1995)
TEORIA DA COERÊNCIA CENTRAL: dificuldade em juntar
partes de informações para formar um “todo” provido de
significado.
(Happé, 1994)
No autismo:

Agnosia de reconhecimento de faces, dificuldade em reconhecer sinais
emocionais do outro.
“Crianças autistas conseguem perceber algumas categorias
específicas de reconhecimento facial, embora não consigam identificar
adequadamente os estados mentais mais sutis”.
(Baron Cohen, 1991)
TEORIA DA MENTE: dificuldade na capacidade para
atribuir estados mentais (crenças, desejos, conhecimento e
pensamentos) a outras pessoas e predizer o comportamento
das mesmas em função destas atribuições.
(Baron Cohen, Leslie & Frith, 1985)
Dicas:
Ensino estruturado.
Trabalhar reconhecimento, discriminação e
classificação de objetos, ações, lugares,
formas, partes do corpo, emoções.
Trabalhar figura/fundo, integrar partes no
todo, quebrar todos em partes, entre outros.
Memória

“É
um
processo
complexo através do
qual um indivíduo
codifica,
armazena
(consolida) e recupera
informações.”
(Strauss et al, 2006)
Memória
Lesak,1995
Curto prazo
Registro (memória sensorial)
Treino/ memória mediata
Memória imediata e memória de
trabalho.
Declarativa
Episódica
Semântica
Longo prazo
Condicionamento clássico
Não declarativa
Priming
Procedural
No autismo:
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No geral, os estudos não apontam alterações nas memórias de curto
prazo.
A repetição das ações podem ser indicativo da memória
particularmente da semântica, que está ligado ao significado e ao
sentido.
(Rocca, 2001)

As crianças com autismo não apresentam dificuldade nas memórias
que não envolvem significado e interpretação.
(Hermelin e O’ Connor, 1970; Hermelin e Frith, 1971)
Dicas:
utilizar rotinas visuais,
utilizar dicas visuais,
trabalhar com associações,
trabalhar com repetições/treino.
Trabalhar memória reflexiva,
evocação com dicas, jogos
de memória.
Praxia
É a capacidade de
realizar atos intencionais,
gestos
complexos,
voluntários, conscientes e
envolve
também
o
entendimento da ordem
para fazê-lo ou a
decisão de tomá-lo.
(Paulo dalgarrondo, 2008)
Praxia
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

Envolve o controle interno e externo dos movimentos
e das ações.
Envolve movimentos simples que exigem o mínimo
de processamento (limitadas as áreas sensoriais e
motoras primárias).
Mais complexas que envolvem planejamento e
execução do ato.
No autismo:


Crianças autistas mostram alterações e dispraxias motoras, entre
elas estão: andar na ponta dos pés, marchar de forma irregular e
apresentar estereotipias.
Apresentam déficits na preparação e no planejamento da resposta
motora.
(Rinehart e col, 2001)

Uma outra grande dificuldade está relacionada a imitação.
Crianças com autismo imitam menos e apresentam uma maior
dificuldade na imitação corporal sem o uso de objetos.
(DeMeyer e col, 1972)
Dicas:
Trabalhar com antecipação.
Trabalhar com hierarquia de dicas.
Trabalhar
atividades
para
motricidade fina, motricidade
ampla, coordenação olho-mão,
imitação e funções de objetos.
Linguagem
Definida como um
sistema convencional
de símbolos arbitrários
que são combinados
de modo sistemático e
orientando
para
armazenar e trocar
informações.
(Nogueira S., Fernández B.,
Porfírio H., Borges L., 2000)
Olá,
Como vai?
Linguagem:
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Não Verbal: envolve comunicação através de gestos e leitura
corporal.
Fonológico: percepção e produção de sons para a formação de
palavras.
Semântico: envolve o significado da palavra.
Gramatical: regras sintáticas e morfológicas para combinar palavras
em frases compreensíveis.
Pragmática: usar a linguagem no contexto social (transmitir emoções
e enfatizar significados).
No autismo:



O prejuízo linguístico no autismo envolve problemas de
comunicação não-verbal e verbal (fonológico, gramatical,
semântico e pragmático).
No aspecto semântico existe a dificuldade em entender a
representação das palavras e das frases.
Nos aspectos pragmáticos da linguagem, há prejuízo de
compreensão e uso da linguagem, dentro de um contexto
social.
Dicas:
Comunicação alternativa.
Trabalhar inversões pronominais, sentido
das palavras e frases, conversação,
metáforas e provérbios.
Funções Executivas
Funções
Executivas
refere-se à habilidade
no planejamento de
estratégias de resolução
de problemas para
execução de metas.
(Lúria, 1981)
Funções Executivas
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
Volição: intenção, iniciativa e motivação.
Planejamento e implementação de estratégias: entender as
alternativas e escolhas para assim decidir os passos a serem
tomados.
Monitorar e controlar: ajustar respostas futuras e corrigir
erros (capacidade mental para regular o comportamento
social, pessoal e criativo).
Consciência do EU: Autoconsciência.
(Lesak, 1995; Rabbit, 1997)
No autismo:
Hoje existem vários estudos relacionando funções
executivas e autismo.
TEORIA DA DISFUNÇÃO EXECUTIVA: dificuldade no
planejamento de estratégias de resolução de problemas para
a execução de metas.
(Bebko & Ricciutu, 2000)
Dificuldade em algumas áreas cognitivas influenciam
diretamente a interação com o outro.
Dicas:
Trabalhar com planejamentos.
Trabalhar
distintas
perspectivas,
mudanças de estratégias, autocontrole
e a capacidade se colocar no lugar do
outro.
“Entender o funcionamento cognitivo
das pessoas com autismo facilitam nas
escolhas de estratégias a serem utilizadas
para seu desenvolvimento, contribuindo
assim, para melhora da sua qualidade de
vida.”
OBRIGADA!
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Luana Lindoso Passos
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Luana.