História do Jornalismo – uma
cronologia
INTRODUÇÃO AO JORNALISMO
JORNALISMO/UFOP
MARCELO FREIRE
Linha do Tempo
• 40 a.C. – Invenção do alfabeto ocidental: a mais antiga inscrição alfabética
está numa jarra de vinho encontrada em Ática, na Grécia.
• 753 a .C./ 614 a.C. - Numa Pompílio nomeia um porta-voz, o praecor para
anunciar as festas, dar notícias de nascimentos e mortes, estabelecer as
datas das eleições.
• 200 a .C. – Chineses inventam o papel de seda.
• 69 d.C. - Júlio César inaugura jornal mural (album) com assuntos
governamentais: Acta Diurna Populi Romani.
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• 105 – (Ch.) Tsai Lun, alto funcionário do governo chinês, relata o processo
de fabricação de papel com fibras vegetais. Restos de seda, casca de
amoreira e bambu são usados no fabrico.
• 751 – Vitória dos árabes na batalha de Samarcanda, cidade asiática
dominada pelos turcos. A prisão de artesãos chineses pelos árabes faz com
que a técnica de fazer papel seja levada a Bagdá, onde começa a produção
em 793.
818 – (Ch.) Primeiro livro conhecido, o
Sutra Diamante, cujo editor é Wang
Chieh. Os clássicos do confucionismo
são impressos entre 932 e 935,
enquanto em 979 Yue Shi publica uma
enciclopédia geográfica, Talping Ji.
Papyrus
200 a.C
Desenvolvimento da produção de
Papiro no Egito
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• 1041/ 1048 - (Ch.) Pi Sheng torna conhecidos os tipos de cerâmica para
impressão.
• 1056 – Depois de reter o segredo do papel por quase 400 anos, o mundo islâmico
libera o conhecimento para a Península Ibérica: uma manufatura surge em Jativa
(Espanha), levada pelos árabes. O primeiro documento em papel, importado de
Damasco (Síria) e transportado à Europa, é uma escritura siciliana de 1109.
• 1221 – Frederico II decreta que os documentos escritos sobre papel não são
válidos, reconhecendo apenas aqueles gravados em pergaminho. A qualidade do
pergaminho (pulgaminho de coyro) nessa época era muito superior à das
primeiras folhas de papel.
• 1275 – A Coroa britânica expede uma ordem contra os propagadores de falsas
notícias.
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• 1390 – Invenção dos tipos móveis em bronze.
• 1411 – Portugal inicia a produção de papel: carta de Dom João I autoriza um rico
proprietário a transformar moinhos de trigo em moinho de papel. O papel
começa a ser fabricado com regularidade na Itália, em Fabriano, em 1276, apesar
de haver sido adotado antes na Sicília. Chega à Alemanha em 1390, França (1405)
e Inglaterra (1490). A América do Norte só conhece o novo suporte em 1690.
• 1450 – (Alem.) Gutenberg (1400-1468) publica uma edição da Bíblia de Mainz
(em português, Mogúncia, capital do Estado da Renânia-Palatinado, à margem
esquerda do rio Reno). O livro também se torna conhecido como Vulgata. Para
chegar a isto, Gutenberg parte das antigas impressões xilográficas em prancha
única, até desenvolver tipos que possam ser combinados entre si, podendo ser
rearranjados novamente para compor novos produtos
Prensa de Gutenberg
1450
Manuscrito X Impresso
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• 1470 – Publicam-se “livros de notícias” com os acontecimentos da época: guerras,
crimes, a movimentação na Corte, a chegada de reis, príncipes, eclesiásticos. Os
newsbooks ingleses se regiam, já nesse tempo, pelos mesmos fatores que tornam
a notícia interessante ainda hoje – disputa, mistério, mortes, nobreza, chiques e
famosos.
• 1504 – (Port.) Primeiro impresso relativo ao Brasil: carta de Américo Vespúcio,
narrando a viagem que fez em 1501, publicada inicialmente no panfleto Mundus
Novus e mais tarde reproduzida em edições apócrifas. A carta de Pero Vaz de
Caminha, escrita em 1500, fica guardada na Torre do Tombo (Lisboa) até 1773.
Sua primeira publicação só se dá em 1817.
• Considerada a primeira reportagem sobre o Brasil, a Carta de Caminha levou 317
anos para ser conhecida. Já a notícia da morte de Napoleão Bonaparte foi mais
rápida: dois meses para se difundir pela Europa.
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• 1587 – (Itália) Preso e levado a Roma sob acusação de ser chefe de um
grupo de menanti (os leva-e-traz, primeiros repórteres), Annibale Capello é
condenado, tem uma mão decepada, a língua arrancada e é enforcado
com um letreiro que o chamava de falsário e caluniador. No entanto, a
maioria da população européia não lê. A leitura é privilégio dos nobres e
religiosos. Para saber das notícias, as pessoas assistem a peças musicadas,
os jograis.
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• 1600 – Notícia manuscrita. (Al. e It.) Os grandes centros da vida intelectual
e social são Berlim e Roma, pólos de comércio e transações econômicas. Aí
se concentra o clero, a nobreza e uma burguesia que cultiva o gosto pelas
letras e artes. Para aumentar sua fortuna e reafirmar seu poderio, as altas
classes valorizam a informação, comprando notícias dos gazzetanti.
• 1622 – Considerado o primeiro jornal, A Current of General Newes é um
semanário dedicado a notícias da Itália, Alemanha, Hungria, França e
Países Baixos.
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• 1641 – O primeiro jornal português, a Gazeta da Restauração, nasce numa
época de rígido controle das tipografias. Elas necessitam de autorização
para funcionar.
• 1650 – (Fr.) Nascimento do Mercure, primeiro periódico (em versos) a
sobreviver da crônica social e mundana. Em Portugal, em 1663, surge o
Mercúrio Portuguez. Em 1672, o Mercure Galant recupera a idéia de um
jornal de notas e variedades.
• 1662 – Fruto da censura férrea, que delegava ao rei o direito exclusivo de
autorizar a publicação de notícias, as newsletters britânicas são cartas
manuscritas ou impressas, reservadas aos ricos, pessoal da corte e alto
clero.
Mercure Galant - 1681
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• 1798 (Alem.) A publicação Erbauliche Monaths-Unterredungen
(“Discussões Mensais Edificantes”) é tida como a primeira revista da
história do jornalismo.
• 1665 (Fr.) - Colbert imagina uma folha destinada à vida intelectual,
inaugurando o Journal des Sçavants (Jornal dos Sábios) para noticiar “ce qui
se passe de nouveau dans la République des Lettres” (“O que se passa de
novo na república das letras”). É a primeira vez que se usa a palavra
Journal, definido como “relação dos acontecimentos dia a dia”.
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• 1702 (Ingl.) - O primeiro diário em língua inglesa, Daily Courant. Samuel
Buckley marca pela primeira vez a diferença entre notícia e comentário,
com o slogan: Only news, no comments” (Só notícias, nenhum comentário).
• 1722 - (Peru) É fundado em Lima o primeiro jornal da América do Sul, o
Diario de Lima.
• 1776 – Fundam-se os primeiros diários nos EUA: Pennsylvania Packet e
American Daily Advertiser.
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• 1800 (Ingl.) – Primeiras revistas com circulação fixa: Edinburgh Review e
Quarterly Review. Até 1880, os gêneros crônica e ensaio se afirmam,
marcando espaço nos magazines. Nos Estados Unidos circulam 200
periódicos, entre eles 17 diários.
• 1802 – Invenção da fotografia, somente popularizada a partir de 1837.
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• 1808 (Rio) – Com Dom João VI, a família real se instala no Brasil.
–
31/5 - Um ato do Príncipe Regente inaugura a Impressão Régia, com dois
prelos e 28 volumes de material tipográfico que Antônio de Araújo, Conde da Barca e
Secretário de Estrangeiros e da Guerra, trouxe de Portugal no navio Medusa.
– 1/6 - Exilado na Inglaterra, Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça
imprime em Londres, o Correio Braziliense. O jornal chega ao Brasil de navio todos os
meses, durante 14 anos. Até dezembro de 1822, publica 175 números.
– 10/9 - Sai o primeiro número da Gazeta do Rio de Janeiro, semanário publicado pela
Impressão Régia, com quatro páginas de notícias, em sua maior parte sobre a Europa.
É redigido por frei Tibúrcio José da Rocha e colocado à venda sábado de manhã, por
80 réis, na Casa de Paulo Martin Filho, mercador de livros estabelecido na Rua da
Quitanda. A Gazeta circula por 14 anos.
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• 1810-14 – (Ingl., Londres) Mecanização gráfica: utilizando as descobertas
de Nicholson (1791), Koënig desenvolve o prelo de platina; em seguida, o
prelo de interrupção e logo em seguida, a prensa de dupla rotação.
Consegue a marca de 1.100 páginas/ hora na oficina do Times. Niepce
apresenta a fotografia em Paris. Ainda em 1814, Stephenson inventa a
locomotiva a vapor, que daria início às estradas de ferro, a partir de 1825.
Koënig (1814)
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• 1833 – Benjamin H. Day, no New York Sun, propõe um jornalismo imparcial:
desvincula-se dos partidos políticos, dá prioridade às notícias de crimes e
processos. É o início do critério da objetividade, com um produto barato,
em números avulsos e não por assinatura. Há uma corrida para os Estados
Unidos: a população, de 4 milhões em 1790, passa para 17 milhões, em
1840 e 31 milhões, em 1860. O Sun, que começa com tiragem de 2 mil
exemplares, em quatro anos alcança os 30 mil. Seu dono descobre que
pode faturar mais com anúncios e dobra o tamanho das páginas, criando o
formato standard.
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• 1837 – Primeira transmissão telegráfica. Samuel Morse manda uma
mensagem de Washington a Baltimore em forma de pergunta: “O que
Deus escreveu?” (“What hath God wrought?”). Morse só consegue licença
para produzir o telégrafo em 1850, quando a corte federal americana
finalmente o reconhece como inventor. Uma rede de cabos se espalha
então pelos Estados Unidos. Só no século seguinte seria inventado o
telégrafo sem fio.
• 1840 (EUA, Filadélfia) – Criação da primeira agência de publicidade, a
Palmer.
• 1849 – O mecânico francês Hipólito Marinoni cria em Paris a rotativa que
leva seu nome, conseguindo 6.000 exemplares por hora.
• 1850 – (RJ) Inaugura-se o telégrafo elétrico.
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• 1856 (EUA) – A agência Associated Press começa a funcionar a partir de uma cooperativa
de jornalistas norte-americanos.
• 1861 (EUA) – A implantação do telégrafo muda a maneira como as notícias são
transmitidas: antes, elas iam a cavalo, de navio, de trem. Porém, as transmissões ainda são
caras e as linhas se interrompem com freqüência. Os editores pedem aos repórteres que
resumam os fatos e mandem os acontecimentos mais importantes logo. A primeira notícia
em forma de pirâmide invertida é publicada por The New York Times.
• 1863 (EUA) – Christopher Sholes, Samuel Sole e Charles Glidden pedem patente para uma
máquina de escrever que batizam de Typewriter.
• 1873 (EUA) – Sholes assina contrato com o fabricante de armas Phil Remington e este
investe no aperfeiçoamento da máquina de escrever.
• 1874 – Dom Pedro II manda um telegrama à Rainha Vitória da Inglaterra, dando início às
transmissões telegráficas via cabo submarino. O sistema favorece a comunicação do front
da Guerra do Paraguai
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• 1892 – (EUA) O editor do Chicago Globe orienta os repórteres a responder a
algumas perguntas no primeiro parágrafo da notícia: “Who or what? How?
When? and Where?” (Quem ou o que? Como? Quando? Onde?) (Itália) O físico
bolonhês Guglielmo Marconi propaga o som usando um aparelho sem fio. Ele
prova a existência de ondas sonoras, as ondas hertzianas. Pela invenção do
aparelho de rádio, recebe o Prêmio Nobel em 1909. A autoria é reivindicada
também pelo norte-americano Nathan Stubblefield que teria, alguns meses antes
de Marconi, emitido os primeiros sinais de rádio de seu laboratório nos Estados
Unidos.
• 1895 – (Fr.) Apogeu do gênero folhetim, plenamente incorporado aos jornais de
grande tiragem. Primeira projeção cinematográfica em Berlim e Paris. (RJ) O prelo
italiano Derriey e as rotativas Marinoni representam a grande revolução em
matéria de impressão, ajudando os jornais brasileiros a aumentar suas tiragens e
o faturamento. O Jornal do Brasil introduz clichês em zinco, melhorando a
qualidade das ilustrações. Em 1898 o JB inicia a publicação de “Caricaturas
Instantâneas” de políticos e literatos.
Bibliografia
• JORGE, T.M. Cronologia da Notícia (de 740 a.C a 2020). In:
ENCONTRO NACIONAL DA REDE ALFREDO DE
CARVALHO, 2., 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis:
UFSC/ Sindicato dos Jornalistas/ Fenaj, 2004. CD-ROM
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