Aula 3 Professor. Esp.Mestrando: Helton Costa Curso de Jornalismo/Unigran Dourados - MS Em jornalismo on-line, o modelo narrativo é o mesmo do jornalismo tradicional, com lead, texto em terceira pessoa do singular, etc... Não muda a forma de se fazer jornalismo. Saber transmitir a informação continua sendo essencial. Porém, seis características (podem ser quatro ou cinco, dependendo do autor) diferenciam o jornalismo on-line do tradicional. Hipertextualidade Interatividade Multimidialidade ou convergência de mídias Personalização do conteúdo (customização) Memória Instantaneidade do acesso (Palácios, 2003) Lembrar do hiperlink Canavilhas (2003) defende o fim da pirâmide invertida e defende a deitada, onde o leitor navega em pequenos blocos de informações. Nível 1: lead (o quê, quem, quando e onde) Nível 2: Explicação (como e por quê) Nível 3 : Contextualização (outras informações menos relevantes, foto-galerias e vídeos Nível 4: Exploração (links de notícias antigas e outros hiperlinks) Nasceu baseada no meio como uma pessoa transmite informação para um ouvinte. (Lage, 2003) Não se deve esquecer que nesse processo não há uma linearidade do que vem primeiro na ordem de questionamentos Comentários Chats E-mails Fóruns Repórter cidadão Hipertextos Som, imagem e movimento na notícia A TV já não faz isso? A pessoa escolhe como quer ler (desde o tamanho da fonte ate o grau de claridade da tela) Páginas de notícias personalizadas Populares RSS (Really Simple Syndication), que possibilita que a pessoa clique e personalize o conteúdo que quer acessar ( o sistema guarda suas informações e lhe sugere de acordo com suas preferências) Cria o internauta eu-cêntrico A Internet cria uma imensa biblioteca digital que acaba por se tornar eterna Veremos melhor na próxima aula. É a capacidade de transmitir infos em tempo real O on-line só perde para o rádio Perigo: aqui nesta parte é onde moram os erros. “A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada ano.” (Na cova?) – JORNAL DO BRASIL “Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente.” (O frio não estava filiado ao sindicato grevista) – O GLOBO “Os sete artistas compõem um trio de talento.” (Hã?) – EXTRA “A vítima foi estrangulada a golpes de facão.” (uma nova modalidade de estrangulamento) – O DIA “Os nossos leitores nos desculparão por esse erro indesculpável.” (De modo algum!) – O GLOBO “Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva.” ( Jura?) – JORNAL DO BRASIL “Parece que ela foi morta pelo seu assassino .” (Não diga!) – EXTRA “O acidente foi no triste e célebre Retângulo das Bermudas.” (Gente, até ontem era um triângulo! Vai ver que qualquer dia inventem o CÍRCULO DAS BERMUDAS. ..) – EXTRA “O velho reformado, antes de apertar o pescoço da mulher até a morte, se suicidou.” (Seria a volta dos mortos-vivos?) – O DIA “A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço.” (Que aberração!) – EXTRA “Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para a satisfação dos habitantes.” (Água no além para purificar as almas…)- JORNAL DO BRASIL “O aumento do desemprego foi de 0% em novembro.” (Onde vamos parar desse jeito?) “O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos.” (Quanta confusão!) “Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio, trata-se de um incêndio.” (Ah, bom! achei que fosse um churrasco!) “Na chegada da polícia, o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel.” (Viu como ele é disciplinado?) “O cadáver foi encontrado morto dentro do carro.” (Sem Comentários) “Prefeito de interior vai dormir bem, e acorda morto.” (acorda?) “No corredor do hospital psiquiátrico os doentes corriam como loucos.” (naturalmente….) – O DIA Fonte:http://maringa.odiario.com/blogs/edsonlima/2007/09/14/perolase-erros-dos-jornais/ Traquina escreve que jornalistas têm dificuldade em explicar o que é notícia e quais são os seus critérios de noticiabilidade “para além de respostas vagas do tipo ‘o que é importante ou ‘o que interessa ao público’”. (Traquina, 2002, p.62). • Teorias do espelho: notícias são espelhos da realidade. • Teoria da acção pessoal ou do gatekeeper: jornalista define o que é notícia de acordo com seu conhecimento de mundo, onde selecionam o que divulgar ou não. • Teoria organizacional: notícia fabricadas, “como as hierarquias, as formas de socialização e aculturação dos jornalistas”.”. (Souza, 2008, p.09) • Teoria da acção política: as notícias distorcem a realidade uma vez que os jornalistas estão sujeitos à influencias que variam desde o fato corporativo até políticos. Ainda dentro desse patamar, há uma segunda versão que coloca a notícia como um instrumento de ação ideológica do jornalista. A diferença entre as duas é que em uma os jornalistas são vistos como vítimas do processo e na outra como agentes independentes desse mesmo processo. • Teoria estruturalista: por conta da rotina burocratizada e rotinizada criada nas redações, os jornalistas acabam por escrever sobre assuntos que refletem a ideologia dominante e legitimam o “statu quo”. • Teoria construcionista: essa teoria sustenta que “as notícias são histórias que resultam de um processo de construção, linguística, organizacional, social, cultural, pelo que não podem ser vistas como o espelho da realidade, antes são artefactos discursivos não ficcionais– indiciáticos- que fazem parte da realidade e ajudam-na a construir e reconstruir”. Nela os jornalistas são autônomos nesses contexto. • Teoria interaccionista: tempo, pressão e um corpo profissional capacitado que compartilha a mesma ideologia fazem com que nasça a notícia, de modo que “os jornalistas são vistos não como observadores passivos, mas sim como participantes activos na construção da realidade”. (Souza, 2008, p.09) Para Moreira (2006) quem tem o papel de definir o que é noticia e que não é não são os valores notícias e sim os “os proprietários dos veículos de comunicação, uma tentativa estruturalista de explicar os critérios de noticiabilidade”. No entanto, culpar apenas os donos dos veículos de comunicação não seria justo, uma vez que os jornalistas também têm liberdade para ao menos “filtrar” os assuntos que podem ser abordados nos mais diferentes meios de divulgação. Silva (2005) explica que esse processo delimita demais o entendimento dos fatos. “É reducionista, portanto, definir noticiabilidade ou somente como conjunto de elementos por meio dos quais a empresa jornalística controla e administra a quantidade e o tipo de acontecimentos ou apenas como o conjunto de elementos intrínsecos que demonstram a aptidão ou potencial de um evento para ser transformado em notícia”. (Silva, 2005, p.03) Wolf (1987) classifica os valores notícias em dois grandes grupos. Critérios substantivos e critérios contextuais. Critérios substantivos que dizem respeito à avaliação direta do acontecimento em termos da sua importância ou interesse como notícia; Critérios contextuais são aqueles que dizem respeito ao contexto da produção da notícia. (Wolf, 1987 in Traquina, 2008, p.78) Traquina (2008) identifica relevância, novidade e tempo como outros três valores notícia. O primeiro baseado no impacto que terá sobre a vida do receptor do conteúdo, o segundo referente “à primeira vez”, ao grau de novidade literal do fato e o terceiro dizendo respeito ao tempo que o assunto poderá ficar em destaque ou ser tratado novamente. (Traquina, 2008, p.81) Mudou-se o equipamento, mas, a essência ainda é a mesma.