II Fórum Mineiro de Autogestão, Autodefesa e Família XII Congresso da Rede Mineira das Apaes Ajudas técnicas e adaptações que promovem a empregabilidade da pessoa com deficiência intelectual Carlos Veloso da Veiga Departamento de Sociologia da Universidade do Minho (Braga-Portugal) Objectivos A partir de um ponto de vista sociológico e de modo vincadamente pedagógico proponho-me: - Refletir sobre a importância das ajudas técnicas e adaptações diversas na empregabilidade das pessoas com deficiência mental; - Identificar as potencialidades e restrições à criação e desenvolvimento de das ajudas técnicas e adaptações diversas adequadas às necessidades das pessoas com deficiência intelectual; - Apresentar propostas de desenvolvimento conceptual adequadas à condição das pessoas com deficiência intelectual; A deficiência intelectual e suas particularidades Ainda que se possa considerar a existência de deficiência intelectual com base em um QI inferior a 70 ou 75 pontos (APA e AAMR), talvez seja mais correto usar o conceito de capacidade adaptativa para melhor caraterizar as limitações próprias das pessoas com deficiência intelectual e identificar os apoios de que necessitam. - Essas limitações estendem-se a vários domínios da vida: comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas e de lazer, interação social, saúde, segurança, aptidões escolares, funcionais e profissionais. - Limitações tais como: Usar o dinheiro; ler, escrever e contar; executar uma tarefa de forma rápida; concentrar-se por longos períodos de tempo; mobilizarse autonomamente para espaços desconhecidos; gerir situações contingenciais da vida quotidiana e de trabalho; aprender e processar informações, ter dificuldade em entender conceitos abstratos, lidar com as partes menos claras das interações interpessoais.... - - Devido à natureza da deficiência intelectual, os trabalhadores com este tipo de deficiência apresentam estas limitações, mas em níveis muito diferentes. Contudo, nem todas estas limitações estão sempre presentes em cada uma dessas pessoas, fazendo-se sentir diferentemente segundo o contexto envolvente. O problema Convém começar por recordar que: - As pessoas com deficiência mental ou intelectual apresentam níveis de funcionamento cognitivo globalmente inferior à média das restantes pessoas, sobretudo se aferidos com as pessoas das mesmas idades e que vivem nos mesmos meios socioculturais; - Esse menor nível cognitivo é acompanhado de uma redução das capacidades de adaptação às exigências da vida quotidiana, fazendo-se sentir com especial incidência nas atividades educativas e de trabalho; - Porém, como existem diferentes níveis de deficiência mental, as pessoas com deficiência mental mesmo que ligeira ou leve, são distintas umas das outras e como tal as suas limitações e o nível da sua incidência, que variam segundo funcionamento do contexto envolvente; - Logicamente serão diferentes os apoios necessários e os níveis desses apoios para atenuar as dificuldades sentidas na gestão da vida quotidiana e de trabalho. Principais barreiras da inclusão profissional - A discriminação social associado ao estigma da deficiência; - Formação profissional não adequada às capacidades das pessoas e às necessidades das empresas; - A baixa escolaridade; - A falta de apoio técnico e humano durante a fase de adaptação ao local de trabalho; - o discurso do “negócio” de que não se pode ceder perante a “solidariedade”; - os modos de organização do trabalho e a estrutura das relações de trabalho. Debilidades evidenciadas em situação de trabalho por trabalhadores com deficiência intelectual 1/2 Formam um sistema e segundo a ordem da sua importância, dividem-se por 3 factores: Factor 1 (afetando mais de 55% dos trabalhadores com deficiência intelectual) - Lentidão na realização das tarefas (baixo ritmo) - Falhas na execução das tarefas (erros de produção) - Dificuldade de memorização (do que deve fazer) - Dificuldade em lidar com a complexidade dos processos produtivos (várias operações) - Falta de iniciativa (iniciar ou prosseguir para novas tarefas) Debilidades evidenciadas em situação de trabalho por trabalhadores com deficiência intelectual 2/2 Factor 2 (afetando entre 25% e 45% dos trabalhadores) - Dificuldades de concentração (atenção dispersa) - Dificuldades de aprendizagem de novas tarefas (requalificação) - Insuficiências de tipo escolar (leitura, escrita, cálculo, lidar com dinheiro) Factor 3 – (afetando até 25% dos trabalhadores) - Descontrolo emocional (crises) - Fuga à responsabilidade (não assumir erros) - Comportamentos e atitudes antissociais (conflitos) - Problemas físicos e de saúde (cansaço) - Dificuldades comunicacionais (descodificação de mensagens) Ajudas técnicas e adaptações Ainda que existam diversas definições as ajudas técnicas podem definir-se como: - “Instrumentos, dispositivos ou equipamentos especiais que permitem realizar atividades diversas que não poderiam realizar-se sem a sua utilização”. São, assim: - Elementos facilitadores que ajudam as pessoas com deficiência a aproximarem-se o mais possível dos padrões normais de desempenho, a partir das suas capacidades e transformando o meio envolvente, por forma a obter a sua inclusão e participação social, nos vários domínios da vida quotidiana incluindo o domínio laboral, e: - Para que sejam eficazes e eficientes no cumprimento desses objectivos devem ser simples na sua concepção e utilização e responder de forma precisa às necessidades que levaram à sua produção. As adaptações podem definir-se como: “Modificações de objectos ou meio envolvente especialmente ajustados às limitações funcionais, psicológicas ou intelectuais”. Como se encontram classificadas as ajudas técnicas (ISO 9999) - Terapia e treinamento Órteses e próteses Proteção e cuidados pessoais Mobilidade Pessoal Realização de tarefas Mobiliário e adaptações para residências e outros edifícios Comunicação, informação e sinalização Gestão de produtos e mercadorias Equipamentos para melhorar o ambiente, ferramentas e máquinas - recreação Principais objectivos presentes nas generalidade das ajudas técnicas e adaptações Possibilitar o máximo de mobilidade de forma independente com o mínimo desgaste de energia; Evitar ao máximo o aparecimento de chagas, lesões e deformações corporais; Permitir independência funcional; Permitir a projeção de uma imagem corporal completa, saudável e atraente; Reduzir os custos da deficiência. Unificação de conceitos ajudas técnicas+adaptações= faciltadores - Mais do que de um ponto de vista técnico as ajudas técnicas e as adaptações devem ser vistas como um direito subjetivo de cada pessoa com deficiência (cumprindo a CDPCD) enquanto meios relevantes para lhes proporcionar autonomia pessoal, participação pessoal e vida independente nos diversos espaços da vida quotidiana, incluindo o da vida profissional. - Valerá assim unificar ambos os conceitos, por exemplo no conceito “facilitadores técnico-sociais” (seguindo a lógica da CIF) para que no mesmo se incluam todas as ações (técnicas, tecnológicas ou sociais) tomadas com a finalidade de facilitar o acesso de pessoas com deficiência à melhor qualidade de vida possível, independentemente do tipo de deficiência apresentada e do tipo de “facilitador” necessário. Nota: Não esquecer que não são apenas as pessoas com deficiência que deles necessitam, as pessoas idosas ou as que recuperam de uma doença ou acidente, podem usá-las para manter o seu nível de autonomia, tornando-se possível que continuem a realizar diversas atividades da vida diária A especificidade da deficiência intelectual vs unificação conceitual A realidade mostra que: O desenvolvimento das ajudas técnicas tem deixado de fora a deficiência mental, sendo evidente que os “instrumentos, dispositivos e equipamentos” que as configuram não têm sido pensados para as necessidades das pessoas com deficiência intelectual, especialmente devido a 2 ordens de razões: 1ª - económicas A dificuldade acrescida que a deficiência intelectual coloca à concepção de ferramentas face à variedade dos níveis com que se manifesta nos indivíduos, em função dos contextos de vida envolvente e da diversidade das suas capacidades e habilidades que impedem a criação de modelos que sirvam adequadamente um elevado número de pessoas e tornem rentável a sua comercialização, como acontece com os inúmeros artefactos destinados às deficiências físicas, sensoriais e visuais. 2ª- características da própria deficiência intelectual As necessidades das pessoas com deficiência mental serem menos “técnicas” e mais “sociais”, exigindo mais o desenvolvimento de apoios pessoais e sociais do que a criação de “instrumentos, dispositivos ou ferramentas”, uma vez que as capacidades e habilidades esperadas destas pessoas podem não ser (ou simplesmente ser consideradas) suficientemente competentes para usarem autonomamente criações que sobretudo terão de elevar a sua capacidade cognitiva. Já no caso das adaptações as mesmas são sobretudo desenvolvidas em meios de emprego protegido ou apoiado para pessoas com deficiência mental moderada ou severa e muito pouco para trabalhadores incluídos no mercado “normal” de trabalho. O processo de inclusão profissional e importância dos facilitadores Fase 1- Confronto: Corresponde à fase imediatamente a seguir à admissão do trabalhador. Trata-se de uma fase que se caracteriza pela ocorrência de vários problemas colocados pelas resistência de alguns trabalhadores à presença daquelas pessoas, em boa medida pelo choque cultural e emocional decorrente do confronto com a deficiência e da sua impreparação para interagir de perto e intensamente com pessoas com deficiência mental. A não existência de facilitadores tende a exponenciar esta situação. Fase 2- Ajustamento: Corresponde à fase em que os sistemas sociais das organizações empregadoras vão passando progressivamente a um estado de conformismo e habituação à sua presença, passando os atores das relações de trabalho a aceitar as debilidades evidenciadas e a valorizar as competências relacionais entretanto demonstradas, especialmente no domínio relacional e aproveitando o melhor possível as competências operativas que vão sendo testadas e afinadas. Tal como acontece com o exercício do poder hierárquico, o acompanhamento, a mediação laboral e os próprios apoios públicos à contratação também os “facilitadores técnico-sociais” jogam ou podem jogar aqui um papel muito relevante. O processo de inclusão profissional e a importância dos facilitadores Fase 3 – Aceitação: Esta fase corresponde à última fase do processo de inclusão profissional, em que os trabalhadores admitidos veem reconhecido o seu direito a fazer parte dos colectivos de trabalho, com a sua condição de pessoas com deficiência e as debilidades associadas a serem compreendidas e toleradas. O reconhecimento parece depender de os trabalhadores com deficiência intelectual se especializarem em algumas tarefas e as realizarem com um nível de rentabilidade alto, ou pelo menos tido como satisfatório, e em ocuparem sem especial resistência o estrato mais baixo da sistema hierárquico informal das organizações empregadoras, condição essencial para a sua continuidade nos postos de trabalho. A existência dos facilitadores pode alterar esta situação e proporcionar novas oportunidades de valorização profissional. Modos atuais de organização do trabalho para as pessoas com deficiência intelectual - A estratégia para utilização da força trabalho dos trabalhadores com deficiência mental passa sobretudo pela sua integração em equipas de trabalho sob vigilância dos colegas ou mediação direta de um determinado colega ou responsável. - O uso de instruções escritas ou que não sejam verbais é muito raro. - As tarefas atribuídas são em regra rotineiras e muito simples. Contudo a sua complexidade pode aumentar quando passa a existir confiança de que serão executadas sem riscos ou erros graves de execução. - A adaptação de máquinas e ferramentas é quase inexistente (raramente se atua sobre a concepção dos postos de trabalho) Que princípios adoptar na criação e desenvolvimento dos “facilitadores técnico-sociais”? 1/3 - No caso particular da deficiência intelectual haverá que: - - Assumir que as dificuldades de inclusão profissional e a menor rentabilidade não residirão nas pessoas mas na organização do trabalho e nos preconceitos e estereótipos dos outros acerca da deficiência que desvalorizam à priori as potencialidades dessas pessoas (os efeitos das regras sociais presentes na construção social da deficiência). - - Assumir que os trabalhadores com deficiência intelectual (leve ou eventualmente moderada) são capazes de trabalhar em um ambientes “normais” e que trabalhar com bom desempenho produtivo é gratificante essas pessoas. - - Devem ser centrados nas pessoas, adaptados às necessidades e características de cada uma em concreto. O objectivo será o de reduzir os impactos das debilidades que interferem em cada caso concreto na realização das tarefas atribuídas, bem como das atitudes e comportamentos tidos como não adequados ou inconvenientes, que ocorrem em contexto de trabalho e que dificultam a inclusão profissional em termos de aprendizagem, desempenho, desenvolvimento pessoal e profissional e participação social. - - Aliar com os “facilitadores” propriamente técnicos com os facilitadores sociais . Não esquecendo que cada pessoa pode exigir um tipo diferente de “ajuda” e que as “ajudas concretas” para as pessoas com deficiência mental tenderão a variar de pessoa para pessoa. Que princípios adoptar na criação e desenvolvimento dos “facilitadores técnico-sociais” 2/3 - Ter presente que a utilização de alguns “facilitadores” pode ser apenas necessária durante algum tempo (primeiros dias ou semanas), dado que com a rotina das tarefas e a incorporação das regras tenderão a tornar-se desnecessários. - Pensar os “facilitadores” mais como apoios à qualidade da tarefa do que à sua velocidade de execução, adequando progressivamente as duas componentes; - Assumir que a tomada de iniciativa e a capacidade de produção das pessoas com deficiência intelectual são sobretudo uma questão de adaptação ao posto de trabalho e que grande parte das dificuldades associadas com as tarefas são facilmente superadas com “facilitadores” muito simples (adaptações simples e de baixo custo). - Importa sobretudo que será preciso apostar no conhecimento preciso sobre a concepção e aplicação a casos de pessoas incluídas no mercado de trabalho, criando e experimentando soluções diversas e promovendo a sua difusão (inovação e criatividade). Que princípios adoptar na criação e desenvolvimento dos “facilitadores técnico-sociais”? 3/3 - Apostar na utilização de suportes visuais e de contacto táctil (permitindo usar as suas habilidades e capacidades das pessoas com deficiência intelectual para lidarem mais facilmente com o concreto e adquirir conhecimentos com base em coisas concretas). - Pensar em imagens, pictogramas, linguagem simples para explicar o funcionamento de máquinas e o uso equipamentos (frases elucidativas, orais ou escritas mas simples e curtas, com nulo ou baixo nível de abstração). - Assumir que haverá adaptações necessárias para a reorganização do trabalho produtivo e alterações nos equipamentos que vão ser utilizados por esses trabalhadores por forma a tornar mais fácil, rentável e acessível o seu manuseamento. Quais as áreas priviligear? Com base no paradigma da qualidade de vida identificamse cinco áreas fundamentais para a criação e desenvolvimento de “facilitadores” para a inclusão profissional de pessoa com deficiência mental: 1) mobilidade 2) comunicação 3) organização do trabalho 4) realização de tarefas 5) relações sociais e de interação Que “facilitadores”? Considerando em concreto a situação das pessoas com deficiência mental no mercado de trabalho, competências e debilidades demonstradas em situação laboral deverá ser dada particular atenção ao desenvolvimento de “facilitadores” que permitam aumentar as suas oportunidades em termos de, : 1- comunicação; 2- informação e sinalização; 3- mobilidade pessoal e participação social; 4- manipulação de produtos e mercadorias; 5- apoios e equipamentos para melhorar o contexto envolvente; 6- utilização de máquinas e ferramentas. Barreiras do recurso às novas tecnologias como facilitadoras da empregabilidade da pessoa com deficiência intelectual Apesar das tendências promissoras, ainda existem significativas barreiras tecnológicas e sociais para combinar pessoas com deficiências cognitivas com tecnologias apropriadas,. As razões para a subutilização da tecnologia por pessoas com deficiência intelectual podem variar. As barreiras mais frequentemente identificadas estão relacionadas com: 1- O custo dos dispositivos, sua disponibilidade, manutenção e treinamento; 2 – A concepção dos próprios dispositivos tecnológicos de informação e das tecnologias de apoio é frequentemente considerada demasiado complexa para as pessoas com deficiências cognitivas usarem. Incluir elementos de design universal que permitam a sua utilização por pessoas com debilidades é considerada um problema de difícil solução. 3- Algumas experiências que parecem apontar para uma eficácia limitada do uso. 4- As dificuldades de formação e mobilização dos diversos atores sociais para se envolverem nos processos de inclusão profissional ou social. Alguns exemplos e sugestões de “facilitadores técnico-sociais” 1/5 - Prover a constituição para cada caso concreto das chamadas “redes de apoios naturais”, formadas por diversos atores que façam parte ou possam ser incluídos nas rotinas de vida quotidiana e de trabalho das pessoas incluídas profissionalmente. – Incluindo voluntários para acompanharem as pessoas a eventos significativos da vida colectiva (apoio de tipo sistémico). - Personalização do cliente de transporte público (Que permita obter a informação sobre modificação dos locais de paragem, reformulação redes de transportes ou das carreiras (locais de paragem e mudança de horários dos ónibus), apresentação dos horários em formato acessível...treino dos motoristas para estarem atentos àquelas pessoas, para garantir que saem na paragem correta...). - Identificação dos ónibus com recurso a cores ou símbolos que permitam identificar os ónibus certos para fazer a viagem de casa para o trabalho (ou outras). Alguns exemplos e sugestões de “facilitadores técnico-sociais” 2/5 - Fixação de metas claras e exequíveis quanto ao que é razoável esperar da produtividade desses trabalhadores. - Prover a colocação em ambiente de trabalho o menos ruidoso ou turbulento possível (por exemplo reduzindo o ruído provocado pela maquinaria e pelas pessoas. Se possível colocar a pessoa num local onde a envolvente seja menos agressiva ou perturbadora da sua concentração nas tarefas que tem de realizar) - Apoiar a participação nos acontecimentos mais relevantes da vida da empresa (festas, formação, saídas ao exterior...) que deve ser entendida como um apoio social fomentador da manutenção dos posto de trabalho; o mesmo para a criação de laços de companheirismo, amizade e interação com colegas e responsáveis em tempo laboral e pós-laboral. Alguns exemplos e sugestões de “facilitadores técnico-sociais” 3/5 - Formar colegas e chefias para serem eficazes na comunicação com os trabalhadores com deficiência intelectual (por exemplo, para falarem diretamente para a pessoa, usarem uma linguagem simples mas não infantilizada ou paternalista (tratar a pessoa com um adulto que é, pedirem sua opinião sempre que possível agir com respeito pela mesma, fomentando a sua autoestima e reconhecimento). - Acompanhamento especializado e formação para a consciencialização de colegas e responsáveis de que os trabalhadores com deficiência mental regem mais lentamente às informações instruções de trabalho recebidas. (Por exemplo, preparar a sua inserção em equipas de trabalho atribuindolhes as tarefas sugeridas e previamente testadas pela própria equipa, criar cartazes ou folhetos informativos com o que deve ou se pode esperar dos trabalhadores com deficiência e qual deve ser a conduta daqueles com quem trabalham a seu respeito). - O uso de “tutores” devidamente formados para apoiar os trabalhadores com deficiência mental sobretudo na fase inicial e sempre que exista mudança de atividade e, eventualmente, para realizar alguma operação mais complexa. Alguns exemplos e sugestões de “facilitadores técnico-sociais” 4/5 - Usar as TIC no apoio à memorização e a organização das tarefas (tablets, celulares...); - Usar sistemas de avisos externos que podem ajudar a lembrar que é preciso realizar uma dada tarefa num dado momento ou fornecendo uma série de indicações relacionadas com etapas de uma dada tarefa; - Usar sistemas de orientação tarefa passo-a-passo para obter informações sobre como realizar uma atividade ou recuperar a mesma quando ocorrem erros ou interrupções. - Identificar artigos ou embalagens a partir de formatos, pictogramas, imagens, fotos ou palavras ou cores. - . Simplificação de rótulos e instruções de maquinaria ou do uso de produtos em leitura de formato acessível. Alguns exemplos e sugestões de “facilitadores técnico-sociais” 5/5 Alguns exemplos de técnicas com potencial para apoiar a empregabilidade das pessoas com deficiência intelectual: - Telefone, celular ou outros dispositivos de comunicação com pictogramas, fotos ou figuras em vez de números ou palavras (para conectar com a pessoa certa, que estaria representada por uma foto ou um pictograma) - Relógios com diferentes tipos de alarmes de aviso para, por exemplo, controlar o tempo de uma determinada tarefa ou avisar de uma mudança de posto de trabalho ou tarefa. - Linguagem gestual alternativa que permita suprir as dificuldade comunicativas e interpretativas entre o trabalhador com deficiência intelectual e seus colegas e responsáveis ou chefias. - Painéis ou videogramas que permitam explicar a sequência das tarefas de uma dada atividade (painel). Por exemplo, para dar indicação da ordem correta a sequência da entrada de materiais ou da colocação produtos numa numa máquina ou numa arrumação. Concluindo… 1- A sua inclusão profissional das pessoas com deficiência intelectual obriga a unificar os conceitos de “ajudas técnicas + adaptações” para incluir sem restrições as suas diferentes e diversas necessidades de apoio. 2- Porém é necessário apostar na investigação e desenvolvimento de facilitadores, o que implica vontade social e política para garantir que esses facilitadores são de facto meios para a inclusão social, onde se inclui a inclusão profissional, para que estas pessoas possam aceder ao mercado de trabalho e nele permanecer, competindo em igualdade de oportunidades com as demais pessoas e contribuindo para a criação de riqueza. 3- A empregabilidade das pessoas com deficiência intelectual, tal como sucede com todas as outras, tem as suas possibilidades de sucesso dependentes do contexto e são muitas as barreiras que lhe são colocadas. Barreiras tecnológicas e sociais que obrigam a encontrar e combinar as tecnologias apropriadas com os apoios de ordem social. Alguns sites de interesse http://www.mencap.org.uk http://www.awiph.be http://www.netbuddy.org.uk http://www.ablelinktech.com http://www.aimsxml.com FIM... Muito obrigado pela vossa atenção!