GÊNERO Leishmania
Envolvido num espectro de doenças tegumentares e viscerais, de caráter
crônico, muitas vezes deformante e até fatal, transmitidas por
flebotomíneos.
Determinam doenças do sistema fagocítico mononuclear
apresentam características clínicas e epidemiológicas diversas.
que
PRINCIPAIS ESPÉCIES DO GÊNERO LEISHMANIA
L. (Leishmania) donovani***
L. (L.) infantum***
L. (L.) chagasi***
L. (L.) archibaldi
L. (L.) tropica**
L. (L.) aethiopica**
L. (L.) major**
L. (L.) gerbilli
L. (L.) maxicana
PRINCIPAIS ESPÉCIES
L. (L.) amazonensis*
L. (L.) venezuelensis
L. (L.) enriettii
L. (L.) aristidesi
L. (L.) pifanoi
L. (L.) hertigi
L. (L.) deanei
L. (Viannia) braziliensis*
L. (V.) guyanensis*
L. (V.) panamensis
L. (V.) peruviana
L. (V.) lainsoni*
L. (V.) naiffi*
L. (V.) shawi*
L. (V.) colombiensis
L. (V.) lindenberg
DO GÊNERO LEISHMANIA
* determinantes da Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil;
** determinantes da Leishmaniose Tegumentar do Velho Mundo;
*** determinantes da Leishmaniose Visceral;
(Lainson & Shaw, 1987)
MORFOLOGIA
AMASTIGOTA
PROMASTIGOTA
CICLO BIOLÓGICO
Durante o repasto sangüíneo, a fêmea do flebotomíneo introduz formas promastigotas metacíclicas
no local da picada;
Promastigotas são interiorizadas por macrófagos teciduais;
Promastigotas se transformam em amastigotas;
Inicia-se o processo de reprodução no interior do vacúolo parasitóforo;
Rompimento do macrófago e liberação dos parasitas no interstício;
Parasitas são fagocitados por novo macrófago;
CICLO BIOLÓGICO
Macrófagos parasitados podem ser ingeridos pela fêmea de flebotomíneo durante o repasto
sangüíneo;
No estômago do inseto, macrófago se rompe liberando amastigotas. Transformação dos
amastigotas em promastigotas, que se dividem por divisão binária;
Promastigotas migram para o intestino e colonizam as regiões do piloro e íleo, transformando-se em
paramastigota (subgênero Viannia);
Paramastigotas se aderem ao epitélio e se reproduzem. Transformação em promastigota e
migração para o estômago, e em seguida para a faringe do inseto (promastigotas metacíclicas);
Obs. Para o subgênero Leishmania, após a reprodução e colonização das formas promastigotas no
intestino do inseto, ocorre a migração dessas formas para o estômago, onde se transformam em
paramastigota, que colonizam o estômago e faringe do flebotomíneo, diferenciando-se, após, em
promastigota metacíclica.
Espécies de leishmanias que infectam o homem
são classificadas em complexos e agrupadas em
dois subgêneros: Viannia e Leishmania, de acordo
com o tipo de desenvolvimento dos flagelados no
trato digestório dos flebotomíneos, dentre outros
aspectos.
Leishmania
(Leishmania):
desenvolvimento predominante nos
intestinos médio e anterior –
desenvolvimento suprapilário;
Leishmania
(Viannia):
processo
de
desenvolvimento apresenta uma fase que
se passa no intestino posterior –
desenvolvimento peripilário.
Representantes do subgênero Leishmania (Viannia)
leishmanias do complexo braziliensis, representadas no Brasil pelas espécies: Le.
(Viannia) braziliensis, Le. (Viannia) guyanensis e, mais recentemente, as espécies
Le. (Viannia) lainsoni, Le. (Viannia) naiffi, Le. (Viannia) lindenbergi e Le. (Viannia)
shawi identificadas em estados da região Norte.
O subgênero Leishmania (Leishmania)
formado pelos complexos mexicana e donovani, sendo representadas no Brasil
pelas espécies Le. (Leishmania) amazonensis e Le. (Leishmania) infantum.
LEISHMANIOSE VISCERAL
- Grande importância em saúde pública
- Ampla distribuição e alta letalidade, principalmente em crianças desnutridas,
idosos, pacientes portadores de co-infecção com o vírus da imunodeficiência
humana (HIV) e em pacientes não tratados.
- Doença crônica grave, potencialmente fatal para o homem, cuja letalidade
pode alcançar 10% quando não se institui o tratamento adequado.
A LV é causada por duas espécies do complexo donovani
O agente etiológico Le. donovani é responsável pela doença na Índia,
Paquistão, China Oriental, Bangladesh, Nepal, Sudão e Kênia.
Espécie Le. infantum
É o agente etiológico da LV zoonótica presente nas regiões sudoeste e central da
Ásia, nordeste da China, norte da África e Europa Mediterrânea. No Novo Mundo, a
espécie Le. infantum é o agente da LV que também apresenta um caráter zoonótico.
No Brasil, o agente etiológico é a L. chagasi, espécie semelhante à L. infantum.
A leishmaniose tegumentar americana (LTA)
No Brasil, geralmente é causada por Le. (Leishmania) amazonensis além de
diferentes espécies do subgênero Viannia como: Le. braziliensis, Le. guyanensis, Le.
shawi, Le. naiffi, Le. lainsoni e Le. lindembergi, de modo que a espécie mais comum
em infecções humanas é Le. braziliensis.
Infecções por LTA
Áreas expostas do corpo como face, membros e pescoço. No local da picada surgem
lesões cutâneas que podem evoluir para diversas formas: cutânea localizada,
disseminada, difusa e mucosa.
Leishmaniose visceral (LV):
Zoonose caracterizada como doença de caráter eminentemente rural.
Recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte e se
tornou crescente problema de saúde pública no país
Doença sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia,
adinamia e anemia, dentre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para
óbito em mais de 90% dos casos.
É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado. No Brasil, a
principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis.
Leishmaniose visceral (LV):
Raposas (Lycalopex vetulus e Cerdocyon thous) e marsupiais (Didelphis albiventris), têm sido
incriminados como reservatórios silvestres.
No ambiente urbano, o cão é a principal fonte de infecção para o vetor, podendo desenvolver
os sintomas da doença: emagrecimento, queda de pêlos, crescimento e deformação das
unhas, paralisia de membros posteriores, desnutrição, entre outros.
A letalidade vem aumentando gradativamente, passando de 3,1% em 2000 para 7,1% em
2012.
ORIENTAÇÕES
Limpeza periódica dos quintais, por meio da retirada de:folhas, frutos, fezes de animais e outros
entulhos que favoreçam a umidade do solo
Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das formas imaturas dos
flebotomíneos
Limpeza dos abrigos de animais domésticos
Manutenção de animais domésticos distantes do domicílio, especialmente durante a noite, de modo
a reduzir a atração dos flebotomíneos para o intradomicílio
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