APLICAÇÕES CLÍNICAS DA TCC INFANTIL Rita Amorim Psicóloga e Neuropsicóloga Tel. 8363-3210 - [email protected] MODULO 5 – 19/11/11 1. Aplicações clínicas – infância e adolescência 1.1 Estratégias para modificar a baixa auto-estima em adolescentes 1.2 Transtornos alimentares em adolescentes 1.3 Problemas de habilidades acadêmicas 1.4 Enurese e Encoprese 1.5 Abuso sexual 2. Transtornos de Ansiedade 2.1 Caracterização e tratamento de fobias específicas em crianças 2.2 Transtorno de Estresse Pós traumático na Infância 2.3 Fobia Social 2.4 TOC 2.5 Ansiedade de Separação 2.6 Transtono de Ansiedade Generalizada - TAG 3. Transtornos de Humor 3.1 Depressão infantil 3.2 Transtorno Bipolar na infância 4. Desenvolvimento Atípico 4.1 TDAH 4.2 Transtorno desafiador de oposição 4.3 Transtorno de conduta 5. Biofeedback TRANSTORNOS DE ANSIEDADE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Em crianças, pode causar efeito significativo no funcionamento diário, criar um impacto na trajetória do desenvolvimento e interferir na capacidade de aprendizagem, no desenvolvimento de amizades e nas relações familiares. Diferentemente dos adultos, crianças podem não reconhecer seus medos como exagerados ou irracionais, especialmente as menores. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE A ansiedade envolve componentes: Cognitivos: avaliações de situações e eventos com um risco antecipado Fisiológicos: prepara o corpo para alguma ação que se faça necessária (ex. luta ou fuga) Comportamentais: ajuda a criança a antecipar e evitar um perigo futuro. Neste sentido, ansiedade é uma resposta normativa concebida para facilitar a auto-proteção, com o foco particular do medo e da preocupação variando de acordo com o desenvolvimento da criança e suas experiências anteriores. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE A preocupação é um dos componentes mais importantes da ansiedade. O conteúdo foca-se no desempenho escolar, em morrer, na saúde e nos contatos sociais, porém se alteram ao longo da infância. As crianças relacionam o medo e ansiedade a: Crianças muito pequenas: ruídos repentinos, acontecimentos inesperados e cautela em relação a estranhos; Conforme a criança vai desenvolvendo apego, é comum surgir um medo de separação no final do primeiro ano. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Em torno dos 6 a: continuam as preocupações com a perda do pais ou em se separar deles; Entre 10 e 13 a: surgem temores quanto a ferimentos, morte, perigos e desastres naturais; Na adolescência: Temores baseados em comparações sociais, é comum a ansiedade em relação a falhas, críticas e aparência física. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE O modelo cognitivo-comportamental descreve a ansiedade como decorrente de controle aversivo, com respostas de fuga e esquiva, que tem por objetivo evitar ou adiar os estímulos aversivos (Eysenck,1977). Ex: Um animal que bate na barra para evitar o choque, ou Uma adolescente que dorme na casa de uma amiga para evitar a bronca por chegar tarde. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Prevalência e Comorbidade: Prevalece mais em meninas (maior probabilidade em relatar fobias, transtorno de pânico, agorafobia e transtorno de ansiedade de separação), como também em crianças mais velhas; 2 a 4% das crianças entre 5 e 16 anos (Reino Unido e EUA) Mais comumente diagnosticados: TAG - Ansiedade de separação - Fobia simples ocorrem em cerca de 5% Fobia social - agorafobia - transtorno de pânico - transtorno evitativo e TOC – índice de prevalência = abaixo de 2%. Comorbidade: Há considerável comorbidade entre Transtornos de ansiedade e Transtornos emocionais, em particular a depressão. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Como sentimos emocionalmente a ansiedade ? Psicologicamente: Normalmente, aparece em nossa vida como um sentimento de apreensão, uma sensação de que algo está para acontecer, uma expectativa e um estado de alerta. Quando mais intensa, a Ansiedade é responsável por uma constante pressa em terminar as coisas que ainda nem começamos, um estado de "susto crônico e contínuo". É a corrida para não deixar nada para trás. É um estado de alarme contínuo e uma prontidão para o que der e vier. FISICAMENTE: 1 2 1 – A região neurológica mais importante para o início do processo orgânico de ansiedade é o Hipotálamo (uma região capaz de integrar uma série de informações recebidas pelo SNC). 2 - Depois de integradas essas informações, o Hipotálamo age sobre a Hipófise. A Hipófise, então, passa a estimular toda a constelação endócrina do organismo. 4 - Através de um esquema neuroendócrino-visceral todo organismo participará da atitude do Estresse e da Ansiedade 3 - As Supra-Renais (produz adrenalina e cortisona) são glândulas da maior importância no processo de Ansiedade e Estresse 3 TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Os sintomas da ansiedade aumentada são: 1- tremores ou sensação de fraqueza 2- tensão ou dor muscular 3– inquietação 4- fadiga fácil 5- falta de ar ou sensação de fôlego curto 6– palpitações 7- sudorese, mãos frias e úmidas 8- boca seca 9- vertigens e tonturas 10-náuseas e diarréia 11-rubor ou calafrios 12–polaciúria (urina muitas vezes) 13–sensação de bolo na garganta 14–impaciência 15-resposta exagerada à surpresa 16-pouca concentração ou memória 17-irritabilidade 18–dific. em conciliar e manter o sono TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Para se estabelecer um diagnóstico sindrômico os sintomas ansiosos foram agrupados em "clusters" clínicos, ou seja, grupos de sintomas que ocorrem simultaneamente nos mesmos pacientes (Klein, 1980). Alguns destes "clusters" são: 1. Ataque de pânico: refere-se a uma onda súbita e incontro- lável de medo, que surge de maneira inexplicável e acompanha-da de intensas manifestações autonômicas. 2. Ansiedade antecipatória: neste quadro o paciente está apreensivo, continuamente pensando sobre seus problemas cotidianos (ruminações ansiosas), geralmente antecipando desfechos catastróficos. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 3. Tensão motora: compreende relatos do paciente sobre sentir-se trêmulo, "bambo", tenso, com dores musculares (especialmente "dor na nuca"); fatigado e incapaz de relaxar. Pode ser acompanhado de respiração ofegante. 4. Hiperatividade autonômica: inclui queixas de sudorese, mãos frias e úmidas, boca seca, palpitações etc... aumento das freqüências cardíaca e respiratória. 5. Hipervigilância: a expectativa ansiosa resulta em um estado de vigília aumentado, com irritabilidade, impaciência, distraibilidade e, principalmente, dificuldade para adormecer. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 6. Evitação fóbica: inclui procedimentos, situações, objetos ou animais a serem evitados a qualquer custo, sob pena de sofrimento intenso. 7. Compulsões: atos motores ou mentais (pensamentos) com o objetivo de diminuir a ansiedade causada por pensamento (ou imagens) obsessivos. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Avaliação Infantil durante anamnese: Entrevista clínica estruturada ou semi-estruturada obter o diagnóstico - investigar as informações – identificar e quantificar os sintomas e áreas de comprometimento - definir alvos de mudança terapêutica Auto relatos dos pais – professores - criança TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Instrumentos: MASC Escala de levantamento de medos Inventário de Ansiedade Traço Estado para Criança (IDATE), Escala de Ansiedade Infantil "O Que Penso e Sinto" (OQPS) CBCL - Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência Escala Yale-Brown de Obsessões e Compulsões versão para crianças (Y-BOCS-VC) Inventário de Obsessões de Leyton Inventário de Ansiedade e Fobia Social para Crianças (ISPAI-C) Utilizar critérios do DSM IV TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Tratamento com a TCC: Centra-se em acalmar sintomas angustiantes (psicológicos, emocionais, comportamentais-corporais ou somáticos, cognitivos e interpessoais) ensinando mais habilidades de enfrentamento. Envolve três estágios: A psicoeducaçao (TCC – transtorno - seus aspectos neurobiológicos e psicológicos) e reações fisiológicas; A reestruturação cognitiva – erros cognitivos (catastrofização) As intervenções baseadas em exposições e prevenções de resposta ao estímulo fóbico. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Tratamento farmacológico: Não são considerados terapêutica de primeira escolha em crianças e adolescentes. Há alguns estudos com utilização de sertralina associada à TCC TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Intervenções e Técnicas da TCC: Reestruturação cognitiva Utilização de recompensas Automonitoraçao Relaxamento Treino de respiração Solução de probleas Exposição gradual Correção de pensamentos distorcidos Treino de habilidades sociais Prevenção de respostas baseadas em uma hierarquia de sintomas Hierarquia de Evitação e Medo lista-se as “10 mais” difíceis situações numa ordem estabelecida de acordo com o nível de TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Intervenções e Técnicas da TCC: Reestruturação cognitiva Utilização de recompensas Automonitoraçao Relaxamento Treino de respiração Solução de problemas Exposição gradual Correção de pensamentos distorcidos TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Intervenções e Técnicas da TCC: Treino de habilidades sociais Prevenção de respostas baseadas em uma hierarquia de sintomas Hierarquia de Evitação e Medo lista-se as “10 mais” difíceis situações numa ordem estabelecida de acordo com o nível de medo e\ou evitação. Estas situações são avaliadas pela ação da criança e dos pais em uma escala de 0 a 10 (0=sem medo, sem evitação - 8=medo extremo, sempre evita). Processo Instrumento terapêutico específico Automonito Balões raçao Objetivo Determina Unidades subjetivas de Sofrimento Serve como base para construção de Trilhas do hierarquia de ansiedade e medo medo Identifica os componentes cognitivos, emocionais, interpessoais , fisiológicos e Termômetro comportamentais do medo do medo Avalia o grau de medo e ansiedade – Serve como base para a intervenção Inventários de autos Avalia quantitativa e qualitativamente os relatos componentes específicos de medos e ansiedades. – Fornece alvos para o tratamento Relaxamento Respiraçao diafragmática Relaxamento Muscular Progressivo ContraDessensibilizaçao condicionam sistemática ento Treinamento de Habilidades Sociais Fantoches – roleplay Enevoar-se Ignorar e afastar-se Distração Observaçao Diário de provocaçóes Diminui a tensão muscular e as queixas somáticas Rompe as associações entre sinais geradores de ansiedade e resposta do medo Prática de HS de maneira divertida e gradual Quando sente-se provocado fingir espanto e responder dom humor ( a criança desaponta seus provocadores Observar como o outro lidam com as provocaçoes Registrar (Como fui provocado - Como me senti - O que passou em minha cabeça - O que fiz Como funcionou t=terrível o=ótimo) FOBIAS ESPECÍFICAS Fobias específicas “.... um padrão complexo de respostas de ansiedade, desproporcionais e desadaptativas, provocadas pela presença ou pressentimento de determinados estímulos facilmente identificáveis: animais, tempestades, altura, sangue, injeções, escuridão, etc...” Frente ao estímulo fóbico, a criança procura correr para perto de um dos pais ou de alguém que a faça se sentir protegida. Pode apresentar reações de choro, desespero, imobilidade, agitação psicomotora ou até um ataque de pânico. As fobias específicas são diferenciadas dos medos normais da infância por constituírem uma reação excessiva e pouco adaptada, que foge do controle, leva a reações de fuga, é persistente e causa comprometimento do funcionamento da criança. Tratamento com a TCC: Técnicas de respiração e de relaxamento Exposição gradual da criança ao estímulo fóbico, de maneira a produzir a extinção da reação exagerada de medo de acordo com uma lista hierárquica das situações ou objetos temidos. Associando: Modelagem" - técnica com demonstração prática pelo terapeuta e imitação pelo paciente durante a sessão; Manejo de contingências - identificação e modificação de situações relacionadas ao estímulo fóbico, que não o próprio estímulo; Procedimentos de autocontrole Reestruturação cognitiva - Flechas descendentes Tratamento farmacológico: Raramente é utilizado na prática clínica, e são poucos os estudos sobre o uso de medicações nesses transtornos. Transtorno de Estresse Pós Traumático na Infância TEPT Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) se desenvolve como resposta a um estressor traumático, real ou imaginário, de significado emocional suficiente para desencadear uma cascata de eventos psicológicos e neurobiológicos relacionados. O TEPT é caracterizado pela presença de medo intenso, sensação de impotência ou horror em conseqüência a exposição a trauma extremo, como ameaça de morte ou abuso sexual. Estudos de neuroimagem enfatiza a relação funcional entre a amígdala, o córtex pré-frontal e o hipocampo. Quando exposto a lembranças de eventos traumáticos, o indivíduo parece ativar estas regiões. Em crianças: Eventos estressores traumáticos ocorridos na infância constituem fatores de risco para o desenvolvimento, pois trazem prejuízos cognitivos, psicológicos, comportamentais e sociais. Evidenciam-se modificações intensas de comportamento, como inibição excessiva ou desinibição, agitação, reatividade emocional excessiva, hipervigilância, além de pensamentos obsessivos com conteúdo relacionado à vivência traumática (em vigília e como conteúdo de pesadelos) e o paciente evita falar sobre o ocorrido. Crianças, especialmente as mais jovens, apresentam maior dificuldade em compreender com clareza e discorrer sobre o ocorrido e observa-se temas relacionados ao trauma freqüentemente expressados em brincadeiras repetitivas. Tratamento com a TCC: Principal objetivo uma reestruturação de pensamentos a respeito da situação traumática e uma reorganização e modificação das memórias relacionadas ao trauma. Visa também uma prevenção de futuros problemas emocionais, comportamentais, sociais e cognitivos, como: sentimentos de culpa, dificuldade de confiar no outro, comportamento hipersexualizado, medos, pesadelos, isolamento, sentimentos de desamparo e ódio, fugas de casa, baixa auto-estima, sintomas somáticos e agressividade, abuso de substâncias, promiscuidade ou depressão. É essencial que elimine a exposição da criança ao evento traumático, manter um bom vínculo entre paciente e terapeuta e o vínculo afetivo familiar e apoio social. Em crianças mais jovens: Utilizar brinquedos ou desenho, para facilitar a comunicação, evitando-se interpretações sem confirmações concretas sobre o que ocorreu, mas que forneca subsídios que permitam a elaboração da experiência traumática. O terapeuta deve auxiliar a criança ou adolescente a enfrentar o objeto temido, falando sobre o evento traumático e orientando o paciente a não evitar o tema ou os pensamentos relacionados (exposição na imaginação). Técnicas: Psicoeducação Controle da afetividade Reconstrução cognitiva – RPD Questionamento socrático Treinamento de Inoculação de Estresse (TIE) - dar ao paciente um domínio sobre seus medos através da Re-significação da memória traumática e do ensino de habilidades de manejo frente às situações temidas Treinamento de Habilidades Sociais (THS); Treinamento de Auto-Instrução (TAI); Dessensibilização Sistemática; Técnicas de Relaxamento Muscular Progressivo e Respiração; Tratamento farmacológico: ISRS Antidepressivos tricíclicos (imipramina, amitriptilina necessidade constante observações em reações adversas e de monitorização com eletrocardiograma ANSIEDADE SOCIAL (fobia social) TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL - Fobia social Caracteriza-se por medo persistente e intenso de situações onde a pessoa julga estar exposta à avaliação de outros ou se comportar de maneira humilhante ou vergonhosa. Em crianças a ansiedade pode ser expressa por choro, "acessos de raiva" ou afastamento de situações sociais onde haja pessoas não familiares. Comorbidade (alta): outros transtornos de ansiedade, transtornos de humor (mais deprimido) e abuso de substância. Crianças relatam desconforto em inúmeras situações: Falar em sala de aula, comer na cantina próximo a outras crianças, ir a festas, escrever na frente de outros colegas, usar banheiros públicos, dirigir a palavra a figuras de autoridade (professores e treinadores) e conversas/brincadeiras com outras crianças. Nessas situações, comumente há a presença de sintomas físicos, como palpitações, tremores, falta de ar, ondas de calor e frio, sudorese e náusea. Pode iniciar-se em qualquer idade Ha uma combinação de variáveis biológicas (genética e temperamento) e ambientais história da aprendizagem representa um papel significante: estilo de educação dos pais aprendizagem observacional experiências negativas ou positivas com pares (atenção seletiva para estímulos relacionados à ameaça) . Tratamento com a TCC A TCC à FS foca inicialmente na modificação de pensamentos mal adaptados que parecem contribuir para o comportamento de evitação social. Diálogos internos negativos são comuns em crianças com ansiedade social (por exemplo: "todo mundo vai olhar para mim", "e se eu fizer alguma coisa errada?")32. E baseia-se na exposição gradual à situação temida (por exemplo: uma criança incapaz de comer na cantina da escola por se sentir mal e ter medo de vomitar perto de outras crianças tem como tarefa de exposição a permanência diária na cantina por períodos cada vez maiores, inicialmente sem comer e gradualmente comprando algum lanche e comendo próximo a seus colegas). Técnicas: Psicoeducação (modelo TCC e de ansiedade social); Treino de habilidades sociais (maior assertividade) Reestruturação cognitiva Resolução de problemas Exposição comportamental Tarefa de casa Estabelecimento de metas de tratamento Monitoramento das emoções Dar e receber feedbacks Respiração diafragmática com meditação concentrativa e com biofeedback Relaxamento TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: ISRS - fluoxetina e da fluvoxamina - primeira escolha Benzodiazepínico - alprazolam pode ser útil na redução de evitações de situações sociais. TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO INFANTIL (toc) O TOC acarreta prejuízos na vida de crianças e de adolescentes. Os pacientes apresentam perda na capacidade de desempenhar as funções na escola, na sociedade e em casa. O TOC é o 4º. transtorno psiquiátrico mais freqüente (DelPorto (2001), precedido pelas fobias, pelo abuso, pela dependência de drogas e pela depressão maior. Acomete, aproximadamente, de 1 a 3% da população (Kochan, Qureshi & Fallon, 2000; Torres & Lima, 2005). As taxas do TOC na infância e adolescência são semelhantes às taxas dos adultos, que variam de 1,9 a 4% (Zohar, 1999). Na infância, comumente as compulsões antecedem o início das obsessões, que podem ser menos habituais nos adultos. Em relação à idade em que se iniciam os sintomas, pode-se subdividir os grupos quanto ao gênero: Meninos os apresentam mais precocemente se inicia na infância Meninas se inicia na adolescência. A interação entre indivíduo e ambiente resulta em comportamento aprendido. O tipo de educação – mais ou menos rígida A cultura e a família podem influenciar na origem de crenças que norteiam a vida do indivíduo (Cordioli, 2004; Salkovskis et al.,2000). Há consenso que a ocorrência de educação com responsabilidade excessiva, o exagero na importância dos pensamentos, dos perigos e dos riscos, resulta em comportamentos perfeccionistas (Cordioli, Braga, Margis, Souza & Kapczinski1, 2001; Salkovskis et al., 2000). Para o tratamento de crianças e adolescentes com TOC, o indicado é o tratamento combinado: TCC associada a um ISRS (fluoxetina) Tratamento com a TCC: Psicoeducação da TCC e transtorno Treino de respiração e de relaxamento Identificação e registros dos pensamentos automáticos e das crenças disfuncionais reconstrução cognitiva O modelo ABC: (A) - ativa crenças disfuncionais e/ou pensamentos automáticos negativos, leva a (B), interpretação distorcida das crenças, que acarreta (C), acontecimentos emocionais, comportamentais e psicológicos que reduzem o medo e mantêm o ciclo. Técnicas de enfrentamento e exposição às obsessões e compulsões (hierarquias) Transtorno de ansiedade de separação Transtorno de ansiedade de separação Caracteriza-se por uma ansiedade excessiva em relação ao afastamento dos pais ou seus substitutos, não adequada ao nível de desenvolvimento, que persiste por, no mínimo, 4 semanas. Os sintomas causam sofrimento intenso e prejuízos significativos em diferentes áreas da vida da criança ou adolescente. As crianças ou adolescentes, quando sozinhas, temem que algo possa acontecer a seus pais ou a si mesmas, tais como doenças, acidentes, seqüestros, assaltos, etc., algo que os afaste definitivamente deles. Transtorno de ansiedade de separação Sintomas: Apegam-se excessivamente a seus cuidadores, não permitindo seu afastamento. Resistem a dormir, necessitando de companhia constante. Têm pesadelos que versam sobre seus temores de separação. Recusam a freqüentar a escola Estes sintomas podem estar acompanhados de: Dor abdominal, dor de cabeça, náusea e vômitos. Palpitações, tontura e sensação de desmaio. Transtorno de ansiedade de separação Prejudicam a autonomia da criança, restrige suas atividades acadêmicas, sociais e familiares, gerando um grande estresse pessoal e familiar. Sentem-se humilhadas e medrosas, o que resulta em baixa auto-estima. Transtorno de ansiedade de separação Tratamento com a TCC: A TCC preconiza o retorno à escola (exposição-alvo). Esta exposição deve ser gradual, permitindo a habituação à ansiedade, respeitando-se as limitações da criança e seu grau de sofrimento e comprometimento. Deve haver uma sintonia entre a escola, os pais e o terapeuta quanto aos objetivos, conduta e manejo do tratamento. Aos pais: Conscientizar a família sobre o transtorno, auxiliá-la a aumentar a autonomia e a competência da criança e reforçar suas conquistas. Transtorno de ansiedade de separação Tratamento com a TCC: Tratamento medicamentoso: São necessárias quando os sintomas são graves e incapacitantes. Os inibidores seletivos da recaptura de serotonina (ISRS) podem ser efetivos para o alívio dos sintomas de ansiedade, principalmente quando há comorbidade com transtorno de humor. A fluvoxamina e a fluoxetina (ISRS) são eficazes para o tratamento do TAS a curto prazo Os tricíclicos, como a imipramina, são utilizados para ansiedade antecipatória e para alívio dos sintomas durante o período de latência dos antidepressivos. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) Crianças com TAG apresentam medos e preocupações exageradas e irracionais em relação a várias situações. Estão constantemente tensas e dão a impressão de que qualquer situação é ou pode ser provocadora de ansiedade. Preocupam-se muito com o julgamento de terceiros em relação a seu desempenho em diferentes áreas e necessitam exageradamente que lhes renovem a confiança, que os tranquilizem. Dificilmente relaxam, apresentam queixas somáticas sem causa aparente, sinais de hiperatividade autonômica (por exemplo, palidez, sudorese, taquipnéia, taquicardia, tensão muscular e vigilância aumentada). O início desse transtorno costuma ser insidioso; muitas vezes, os pais têm dificuldade em precisar quando começou e referem que foi se agravando até se tornar intolerável, época em que frequentemente procuram atendimento. Tratamento com a TCC Consiste basicamente em provocar uma mudança na maneira alterada de perceber e raciocinar sobre o ambiente - sobre o que causa a ansiedade e mudanças no comportamento ansioso (terapia comportamental). Tecnicas: Psicoeducacao Tecnicas de relaxamento e Treino de respiracao RPD Treinamento de Habilidades Sociais (THS); Treinamento de Auto-Instrução (TAI); Com pais: Faz-se um acordo com a criança e seus pais de que as perguntas exageradas não receberão resposta, com reasseguramento à criança da necessidade disso para diminuir seu sofrimento. Assim, parte-se do pressuposto que, quanto mais atenção se der a este comportamento alterado, maior será a chance de reforçálo e ampliá-lo; ao contrário, mantendo-se a calma e retirando-se a atenção do comportamento ansioso, ele tende a se extinguir. Tratamento psicofármaco: ISRS - Fluoxetina sertralina, fluvoxamina Buspirona TRANSTORNO DE PANICO TRANSTORNO DE PANICO Caracterizado pela presença de ataques de pânico (medo intenso de morrer, associado a inúmeros sintomas autonômicos, como taquicardia, sudorese, tontura, falta de ar, dor no peito, dor abdominal, tremores), seguidos de preocupação persistente de vir a ter novos ataques. Pouco observado em crianças pequenas, sua freqüência aumenta bastante no final da adolescência. TRANSTORNO DE PANICO Em 30 a 50% dos pacientes, observa-se o desenvolvimento de agorafobia (esquiva de situações/locais de difícil saída em caso de mal-estar ou ataque de pânico: locais fechados como cinemas, aglomerações como entrada/saída da escola, etc.). Tratamento com a TCC A TCC inclui a hierarquia seguida de exposição às situações fóbicas, reestruturação cognitiva e treino de relaxamento, respiração diafragmática com acompanhamento do BFB. Tratamento Farmacológico: ISRS ou benzodiazepínicos TRANSTORNOS DO HUMOR Depressão Infantil Transtorno Bipolar Infantil DEPRESSÃO INFANTIL A depressão na infância e adolescência tem sido um tema de crescente preocupação entre os clínicos e pediatras, o seu reconhecimento vem aumentando ao longo dos anos. Há estimativas de prevalência em torno de 2% em crianças e 5% a 8% em adolescentes. Afeta a criança, familiares e o grupo de amigos, sendo fator preditivo para risco de suicídio, principalmente em adolescentes. Os primeiros relatos de crianças deprimidas foram feitos por Robert Burton (1621), quando descreveu crianças melancólicas: tristes, sem coragem e felicidade, desanimadas, humilhadas, sem prazer. Em 1946, Spitz descreve a depressão anaclítica em crianças separadas da mãe durante seu primeiro ano de vida e deixadas em creches. Sintomas como choro, tristeza, perda de peso, parada no crescimento, maior vulnerabilidade a doenças e até casos de morte foram descritos. Tais sintomas eram reversíveis caso o vínculo mãe-filho se restabelecesse. Até meados de 1970 se acreditava que a criança não poderia deprimir, pois tinha estrutura de personalidade imatura. Outros acreditavam em equivalentes depressivos, a depressão mascarada, em que sintomas como: enurese, transtornos alimentares, delinqüência, fobias, sintomas somáticos, retraimento social, agressão e medo da morte seriam comportamentos encontrados. A depressão se manifesta de modos diferentes conforme a idade da criança FAIXA ETÁRIA AUTOR REFERE QUE: Feto Eduardo Sá (2001) Os fetos podem deprimir, devido por ex.: Ansiedade maternal na gravidez, Atraso no desenvolvimento fetal ou após o nascimento. Primeira Clerget (1999) Infância (0 a 2 anos):, A ansiedade pode se apresentar com: Recusa em alimentar-se; Atraso no crescimento, no desenvolvimento psicomotor, da linguagem; Perturbação do sono e afecções somáticas. Idade préescolar (2 a 6 anos): Kashani, et al. (1987) A perturbação depressiva, se manifesta por Distúrbios de humor Distúrbio vegetativo; Clerget (1999) Nas crianças pequenas, podem existir: Comportamentos regressivos a todos os níveis, nomeadamente a nível esficteriano, motor e de linguagem. FAIXA ETÁRIA AUTOR REFERE QUE: Idade Clerget (1999) Entre os 6 e os 8 anos - tristeza prolongada, Escolar (6 a ansiedade de separação e sintomas 12 anos):, psicossomáticos. As crianças com mais de 8 anos, expressam os seus sentimentos depressivos através de baixa auto-estima, ideias autodepreciatórias, sintomas psicossomáticos, baixa de energia, interesse e desespero, etc. Manifesta-se muitas vezes através das dificuldades escolares, ao nível da ansiedade, do desinteresse, das dificuldades da concentração intelectual e dos problemas de comportamento, para além dos problemas alimentares e de sono. Podem também surgir queixas psicossomáticas. Como diagnosticar a depressão A dificuldade do diagnóstico de depressão em crianças esbarra na falta de reconhecimento dos pais, principalmente quando os sintomas são retraimento, isolamento. Geralmente a criança é observada e diagnosticada quando os sintomas incomodam os pais ou a escola, quando apresentam problemas de aprendizado ou de conduta. Os pais a consideram preguiçosa ou nervosa e raramente os sintomas são percebidos como geradores de sofrimento. Os critérios diagnósticos no DSM IV são os mesmos para crianças, adolescentes e adultos, exceto pela inclusão de humor irritável na depressão em crianças e adolescentes e a falha em apresentar os ganhos de peso esperados ao invés de perda de peso. Sintomas comuns em crianças e adolecentes: Humor depressivo ou irritável, dificuldade de concentração, alteração do sono (frequente hipersonia em crianças) ou apetite, sintomas de culpa ou inutilidade, diminuição de interesses, isolamento social, declínio escolar, fadiga e pensamentos de morte ou suicídio, ainda que em crianças menores de sete anos a noção de morte não tenha conotação definitiva. A irritabilidade e o comportamento agressivo são sintomas frequentes entre os adolescentes deprimidos, principalmente no sexo masculino. Deve ser observado atentamente e valorizado Em crianças na fase pré-verbal: A expressão facial, postura corporal, choro frequente, recusa de alimentos e apatia. Em pré-escolares: Sintomas somáticos, perda de peso ou falha em adquirir peso esperado para idade além de irritabilidade, inquietação. Na fase escolar: Tristeza, apatia, ideias de desvalia, lentificação motora, baixa auto-estima. Em adolescentes: Sentimentos de desesperança e de que não há solução para seu sofrimento podem levá-los a tentativas de suicídio. A dificuldade de concentração, que muitas vezes tem como consequência a queda no rendimento escolar e a sensação de perda de energia e desinteresse pelas atividades usuais. Alguns sintomas de depressão como a tristeza, preocupação, disfunções no sono, somatizações, apatia e isolamento podem surgir em função de questões relacionadas à ansiedade de separação. O humor infantil é sensível a alterações do ambiente familiar e social como também ao estresse familiar, separação ou doenças graves dos pais, rompimento de amizades em função de mudanças de domicílio e violência doméstica. Comorbidades O diagnóstico de depressão na infância e adolescência é dificultado pela presença de comorbidades. As mais encontradas são ansiedade, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, uso de substâncias químicas (álcool e drogas) e transtorno de conduta. É comum também a ocorrência de depressão associada a outras condições clínicas como em pacientes com problemas neurológicos que sofreram danos cerebrais, portadores de epilepsia ou enxaqueca. De acordo com o modelo cognitivo da depressão proposto por Beck, a partir de determinadas situações, as pessoas desenvolvem suposições (crenças) acerca de si mesmas e do mundo, passando a utilizá-las posteriormente na organização, percepção e avaliação do seu comportamento. A visão de si, dos outros e do futuro (tríade cognitiva) podem ser errôneas, demasiadamente rígidas, difíceis de serem mudadas, levando o sujeito à disfuncionalidade. Ao tratamento, a TCC trabalha com as crenças e distorções cognitivas específicas para o gerenciamento da depressão, baseando-se no modelo de interação entre pensamentos, emoções e comportamentos. Utiliza-se intervenções no sentido de desenvolver na criança habilidades para identificar e corrigir aprendizagens errôneas. Utilizando do trabalho lúdico para facilitar o acesso as crenças e pressupostos da criança, ou seja, aprendendo a detectar e nomear seus sentimentos e pensamentos, desenvolvendo pontos de vista alternativos, mais flexíveis. Avaliação: Utilizar informações de diversas fontes como a família, escola e diferentes profissionais que estejam fazendo parte do contexto da criança. Métodos: Entrevista com pais; Observações em sessões, em casa e na escola Desenhos, redações Inventários e monitoramento de atividades diárias Investigar as principais características e funcionamento social e conjugal dos pais que podem estar influenciando direta ou indiretamente o comportamento da criança Investigar comunicação familiar, desempenho de papéis, regras, punições, etc... Comportamentos familiar que exponha a criança a riscos, como violência doméstica (incluindo negligência, abuso psicológico, físico e sexual), alcoolismo, drogadição, etc... Estrutura das sessões: Registro do humor (Desenhos, carinhas, baralho das emoções, etc....) e intensidade (termômetro,sinal de tráfego de sentimento, escalas...) Verificação de tarefas de casa Elaboração de agenda Resumo da sessão com fedback Tratamento-Técnicas: Psicoeducação Automonitoramento (aprender a identificar e nomear seus pensamentos e sentimentos) A auxiliar a criança na construção de um diário onde serão registrados os eventos estressores, acompanhados das reações da criança, em níveis emocional, cognitivo e comportamental. Programa de Atividades Prazerosas Treinamento de Habilidades Sociais e Assertividade (iniciar e manter diálogos, defender seu ponto de vista e entender que os outros podem não concordar, que isso não significa ser rejeitado, expressar seus desejos de forma adequada, etc...) Treinamento de Resolução de Problemas Modelação – estimular o paciente na busca de um comportamento desejado. Treinamento aos pais TRANSTORNO BIPOLAR NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Transtorno bipolar do humor Ele é caracterizado por alterações cíclicas do humor que se manifestam como episódios depressivos alternando-se com episódios de euforia ou de mania em diferentes graus de intensidade. O transtorno bipolar está associado a alterações cerebrais funcionais envolvendo áreas como o lobo pré-frontal e a amígdala, fundamentais para o processamento das emoções e motivação e o hipocampo, importante para a memória. Outro componente envolvido é a produção de serotonina, um neurotransmissor que atua no funcionamento harmônico do sistema nervoso. Na idade adulta, as alterações do humor caracterizam-se por fases que alternam episódios de euforia ou mania e de depressão. Fase maníaca Estado de humor excessivamente elevado, eufórico, como uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva, impaciente. Auto-estima elevada, podendo chegar a um delírio de grandeza. A pessoa acha-se dotada de poderes especiais e capacidades únicas e outros ...... Fase depressiva Baixa auto-estima com sentimentos de tristeza, vazio, falta de esperança, culpa excessiva ou pessimismo. Choro e melancolia. Sentimentos de inferioridade. Fadiga ou perda de energia e outros ...... A hipomania é um estado de euforia mais leve, que não causa prejuízo no trabalho ou nas relações sociais. Pode passar despercebida ou ser confundida com estados “normais” de alegria. O estado misto É caracterizado por sintomas4 depressivos e maníacos acentuados acontecendo simultaneamente em um mesmo dia, ou seja, a pessoa pode sentir-se deprimida pela manhã e progressivamente eufórica com o passar do dia ou vice-versa. Os sintomas4 frequentemente incluem agitação, insônia e alterações do apetite. Nos casos mais graves, podem haver sintomas4 psicóticos (alucinações e delírios) e pensamentos suicidas. No transtorno ciclotímico ou ciclotimia Há uma alteração crônica e flutuante do humor, alternando períodos de sintomas maníacos e períodos de sintomas depressivos não graves, nem suficientes para se ter certeza de se tratar de depressão ou de mania. É facilmente confundido com uma pessoa marcada por instabilidade crônica do humor. EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES O TBIA acarreta graves problemas no funcionamento global das crianças e de seus familiares. Elas apresentam dificuldades acadêmicas, nas relações interpessoais e apresentam maior risco para abuso de substâncias, além de problemas legais, maior freqüência de comportamento suicida, e também maior número de hospitalizações. O TBI é uma doença séria que prejudica severamente o crescimento emocional e cognitivo da criança. Ao invés da euforia seguida da depressão dos adultos, nas crianças surge a agressividade seguida de períodos de depressão. O curso do Transtorno é mais crônico do que episódico e sintomas mistos com depressão seguida de “tempestades afetivas”, são comuns. A mudança afetiva é rápida e pode acontecer várias vezes dentro de um mesmo dia, como por exemplo: alterações bruscas de humor (de muito contente a muito irritado ou agressivo); troca dos seus padrões usuais de sono ou apetite; excesso de energia seguida de grande fadiga e falta de concentração. A mania é reconhecida em crianças jovens desde o sec. XIX Desde a década de 70 a ocorrência de transtornos do humor em crianças e adolescentes vem chamado a atenção dos estudiosos. Kraepelin já falava de crianças com menos de 10 anos portadoras de “Psicose Maníaco Depressiva”. Em 1976 Wainberg e Brumback fizeram a primeira tentativa de desenvolver um protocolo com critérios sintomatológicos diagnósticos para a mania na infância. Eles notam que durante episódios maníacos em crianças, altas taxas de sintomatologia depressiva estavam presente. Reconheceram também a irritabilidade e diferenciaram a hiperatividade de “síndrome da criança hiperativa”. Em 1979 Davis sugeriu que “tempestades afetivas” (períodos caracterizados por episódios breves e transitórios de instabilidade afetiva) estão presentes em crianças com transtorno bipolar. Geller – 87% das crianças com TB recuperaram-se da doença após 48 meses, no entanto 64% recidivaram após a recuperação. Comumente não é reconhecido até o final da adolescência – podem ser confundidos com o TDAH, com um transtorno de comportamento, com o TDO ou com o transtorno de conduta (TC) e com a esquizofrenia. Os sintomas mais frequentemente encontrados são mudanças episódicas de humor (depressão e irritável) e raiva descontrolada, com ausência de diferença de gênero na apresentação do sintomas. A irritabilidade e a labilidade emocional ocorrem mais frequentemente em crianças com menos de 9 anos A euforia, exaltação, paranóia e delírios de grandeza são relatados com maior frequência em crianças maiores. Na fase depressiva de início muito precoce (menos de 13 a), apresentam as seguintes características: retardo psicomotor alternando com agitação; sintomas psicóticos; reações de hipomania após uso de antidepressivo; hipersonia e hiperfagia. Crianças e jovens apresentam quadro clínico diferente dos adultos. TB de início pré-puberal – Características: irritabilidade, ciclagem rápida, baixa recuperação entre os episódios. O quadro com início na adolescência apresenta altas taxas de abuso de substância, sintomas de ansiedade e psicose Características comuns nas duas apresentações: Humor exaltado, episódios mistos, longa duração dos episódios, baixa recuperação e altas taxas de recaídas. Crianças e jovens apresentam quadro clínico diferente dos adultos. TB de início pré-puberal – Atípico ou Juvenil (abaixo de 12ª) Características: irritabilidade, ciclagem rápida, baixa recuperação entre os episódios e alta comorbidade com o TDAH e TDO. TB-A - O quadro com início na adolescência apresenta altas taxas de abuso de substância, sintomas de ansiedade e psicose Características comuns nas duas apresentações: Humor exaltado, episódios mistos, longa duração dos episódios, baixa recuperação e altas taxas de recaídas. O pico de início do TB na adolescência se encontra na faixa de 15 a 19 anos de idade, com igual prevalência entre meninos e meninas. Apesar de haver intersecção com o TDAH, 5 sintomas Normalmente diferenciam os dois: Humor elevado; Grandiosidade; Aceleração do pensamento\fuga de ideias Hipersexualidade Perturbação do sono Existe alta frequência de história familiar para o transtorno de humor. Filhos de pacientes bipolares apresentam 2,7 vezes mais chances de desenvolver transtorno mental 4 vezes mais chances de apresentar um transtorno de humor do que filhos de pais sem transtorno mental. O TB-IA frequentemente é mal diagnosticado devido à falta de critérios próprios para crianças pequenas. Isso pode expor a criança ao uso de psicoestimulantes e antidepressivos, e o diagnóstico tardio pode torná-la resistente ao tratamento. Estudos mostraram que aproximadamente metade das crianças com TB apresentou quadros de depressão antes do primeiro episódio de hipomania. A crise de hipomania pode se apresentar de formas variadas, desde humor exaltado e euforia, com aumento de irritabilidade e humor instável, exclusivamente ou de forma associada com episódio de auto e heteroagressividade. Queixam-se de pensamentos abundantes na cabeça, mostram diminuição de objetividade ou têm fugas de idéias, podendo apresentar pensamentos fantasiosos e de grandeza, como o de possuir poderes mágicos. Os comportamentos bizarros e extravagantes, assim como a hipersexualização são muito mais evidentes na adolescência. Etiologia Acredita-se que tenha fatores bio-psio-sociais e genéticos envolvidos (Chang et al , 2004). Estudos de neuroimagem cerebral têm demonstrado redução do tamanho do hipocampo, córtex pré-frontal e gânglios basais nestes pacientes (Chang ET AL, 2004). Estes locais estão associados com a regulação das emoções e incapacidade de manter a mesma variação de estado emocional basal (tônus) pela maior parte do tempo. Uma vez que há forte evidência de transmissão genética e familiar, os fatores psicológicos e ambientais estão relacionados com desencadeante de episódios afetivos maiores. Subgrupos: BIPOLAR I – Crianças que tiveram pelo menos um episodio maníaco ou misto BIPOLAR II – Crianças que tiveram pelo menos um episódio de depressão maior e hipomania CICLOTIMIA – Crianças que manifestaram alternadamente episódios de hipomania e sintomas subsindrômicos de depressão BIPOLAR SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO – mas sofrem de um distúrbio de humos e estão funcionalmente prejudicadas Crianças que não preenchem todos os critérios. DESCRIÇÃO CLÍNICA DOS SINTOMAS DO Tbi Humor elevado – excitável, feliz, eufórico, sentindo-se invencível e superior, risos incontidos e excessivas piadas HUMOR IRRITÁVEL – facilmente irritado e agressivo, atira coisas, bate portas, hostil, chuta, grita. A criança pode pedir desculpas mais tarde “Eu disse não, não ao meu cérebro, mas não consegui parar de fazer tudo aquilo” AUTO ESTIMA INFLADA E GRANDIOSIDADE – “Eu sou o melhor jogador de futebol do Brasil” “Eu estou absolutamente certo que serei o melhor aluno da classe” “Eu não preciso ir para a escola”. DIMINUIÇÃO DA NECESSIDADE DE SONO – Não se sentem cansados, parecem um “brinquedo de pilhas”. PRESSÃO POR FALAR – Constantemente falantes, não deixam os outros falar, dominadoras “Minha mente é um turbilhão, um milhão de pensamentos está correndo” ATIVIDADES DIRECIONADAS A OBJETIVOS CONSTANTES ATIVIDADES EXCESSIVAMENTE PRAZEROSAS, JULGAMENTO POBRE E CORRER RISCOS – podem usar roupas inapropriadas, entrar em sites pornográficos, pressionar pais para comprar roupas caríssimas, são sexualmente desinibidas ACHADOS DE DEPRESSÃO – podem sentir-se doentes, manhosos, chorar por qualquer motivos, parecem infelizes, desenvolvem intensa sensibilidade à rejeição, comportamento de auto-mutilação e suicidas; PSICOSE – podem apresentar alucinações visuais ou auditivas, fuga de idéias.... TRATAMENTO – INTERVENÇÕES Psicofarmacoterapia: Deverá ser iniciado após cuidadosa avaliação clínica e laboratorial, sendo monitoradas as funções hematológica, hepática, tireoidiana, renal, metabólica, e eletrocardiográfica. é desaconselhável o uso isolado de antidepressivo em crianças com histórico familiar de transtorno afetivo ou na presença de qualquer dos fatores de risco citados anteriormente Estabilizadores de humor – primeira escolha: lítio, valproato , carbamazepina, antipsicótico (risperidona) Estimulantes - Com comorbidade ao TDAH: pode ser tratado, mas somente após estabilização com um estabilizador do humor (porque antidepressivos e estimulantes podem exacerbar sintomas de mania). A TCC em conjunto com o tratamento farmacológico: A TCC Inclui dois componentes: O cognitivo - que enfatiza a noção de que pacientes com transtorno bipolar desenvolvem estilos de pensamentos sobre si ou sobre o mundo, demasiadamente negativos ou positivos. Ex. crenças de que “Não valem nada, ninguém gosta de mim” ou “Sou muito melhor do que todos posso fazer o que eu quiser”, desenvolvendo, assim, quadros de depressão ou mania; O comportamental - onde são abordadas questões de modificação de comportamento, a fim de melhorar os sintomas e o relacionamento social Ex.: Agenda de atividades físicas, culturais e sociais para melhora dos sintomas depressivos e treinos de manejo da raiva para sintomas de impulsividade. Na TCC, são analisadas as situações, assim como os pensamentos e crenças que surgem automaticamente destas situações, e a forma de reagir a elas. Além disso, aborda a situação causadora da ansiedade ou depressão e os problemas cognitivos que estão relacionados à origem da perturbação emocional. Este esquema situação-pensamento-ação é trabalhado, buscando através do reconhecimento e entendimento dos pensamentos distorcidos (isto é, a visão negativa de si mesmo, por exemplo), modificando a forma de reagir às situações. Técnicas: Psicoeducação: Fornecer material educativo sobre a doença, orientando sobre os sintomas dos episódios afetivos, as seqüelas que a doença pode causar, em nível de trabalho, escola, e relacionamentos sociais, e Ensinar sinais de recaída dos episódios afetivos. Auxiliar a família a reconhecer os comportamentos da criança como doença, podendo deste modo prevenir crises e melhorar a interação e o apoio familiar. Focar a melhora da comunicação e gerando estratégias de resolução de problemas sociais; Indicar associações locais dedicadas a oferecer apoio e informação sobre TB e, assim, aprender tudo o que puder sobre a enfermidade bipolar; Indicar, se necessário, programa de inclusão escolar, principalmente durante o período de crises - O próprio transtorno e a medicação utilizada podem afetar o desempenho escolar devido à sonolência, à diminuição da atenção, da concentração e da memória. Técnicas de manejo da impulsividade (comportamentos); Técnica de relaxamento e respiração (crises maníacas) Técnica de resolução de problemas. Recompensas Fortalecimento da auto-estima Modelagem Solução de problemas Contenção de contingências - negociação e troca. Treinamento de pais, a qual visa suprimir o comportamentoproblema da criança ou adolescente. Desenvolvimento Atípico TDAH Trans-torno desafiador de Oposição (TDO) Transtorno de conduta Crianças que não conseguem parar quietas, estão o tempo todo “aprontando”, “a mil”, como se estivessem “ligadas na tomada”. Muitas vezes parecem não ouvir quando chamadas, e quando “ouvem” parecem ter muita dificuldade em se organizar para fazer o que lhes é pedido. Frequentemente têm dificuldade em aguardar sua vez nas atividades, interrompem os outros, mudam de assunto de forma recorrente e agem impulsivamente, chegando a apresentar comportamentos agressivos. Na escola apresentam, frequentemente, dificuldades no aprendizado, assim como no relacionamento com seus colegas, levando tanto a repetências quanto à evasão escolar, a expulsões e a sentimentos de menos valia e baixa auto-estima. TDAH Um transtorno de origem na infância que caracteriza-se por dificuldades intensas e persistentes na regulação da atençao e/ou impulsividade e hiperatividade frequente, levando ao comprometimento da vida social, profissional e acadêmica. Estudos epidemiológicos realizados em diversos países, com características culturais revelaram que o TDAH existe em todas as culturas. Esses estudos comprovam que o TDAH NÃO é secundário a fatores ambientais como estilo de educação dos pais (a famosa “falta de limites”) ou conseqüência de conflitos psicológicos. Sabe-se que várias áreas cerebrais estão envolvidas no TDAH, principalmente o córtex pré-frontal, que funciona como um “freio” inibitório. Para prestar atenção a um estímulo precisamos constantemente filtrar, ou inibir os demais estímulos a nossa volta. Portanto, um comprometimento dessa região torna a pessoa mais desatenta, hiperativa e impulsiva. Prevalência de TDAH 2007 –estudos avaliou mais de 8 mil estudos em todo o mundo e conseguiu demonstrar que a estimativa mais correta seria de 5% da população infantil mundial (Polanczyck e cols., 2007). O TDAH afeta pessoas de todas as idades, e que cerca de 60 a 80 % das crianças com TDAH mantêm os sintomas na adolescência e na vida adulta. Avaliação diagnóstica do TDAH: É feito a partir da demonstração de características neurocomportamentais de desatenção e hiperatividade/impulsividade comprometedoras do funcionamento do indivíduo e impróprias para determinada fase do desenvolvimento. Na maioria dos casos, sinais de hereditariedade É preciso descartar a hipótese de Retardo Mental. Avaliação diagnóstica do TDAH • Não existem exames laboratoriais específicos; • Como pesquisa utiliza-se a tomografia, ressonância magnética ou SPECT cerebral; • Utiliza-se a histórica clínica completa, entrevistas (com criança, pais e professores) • Avaliação neurológica • Avaliação psiconeurológica (WISC-WAIS) Os critérios clínicos centrais são: Desatenção, Impulsividade e Hiperatividade (APA, 1994). Desatenção: Marcada por sintomas como: erros por descuido no trabalho escolar, dificuldade de manter atenção em brincadeiras ou na escola, dificuldade em organizar tarefas e perda de coisas frequentemente. Hiperatividade: É caracterizada por: inquietação, contorções, fala excessiva e atuação como se movido por um motor. Impulsividade: É característico o responder sem pensar, dificuldade de aguardar sua vez e intromissão na conversa dos outros. Comorbidades com o TDAH: • Transtornos disruptivos (transtornos de conduta e transtorno desafiador de oposição) – entre 30 e 50% • Depressão – entre 15 a 20% • Transtornos de ansiedade – aproximad. 25% • Transtorno de Aprendizagem – 10 a 25% • Abuso e/ou depend.de drogas – entre 9 e 40% TRANSTORNO DESAFIADOR DE OPOSIÇÃO - TDO É a maior comorbidade encontrada em crianças e adolescentes. Sua incidência pode chegar à 65% dos casos de TDAH (DDA) dos quais 63% são meninos e 32% são meninas. Caracteriza-se por um comportamento desafiador e opositivo com relação às figuras de autoridade, principalmente pais e professores. Para enfrentar e desobedecer aos comandos destes, violam regras, mentem, podem ser agressivos, desrespeitando limites e direitos alheios. Esse comportamento resulta em respostas punitivas, raivosas, descontroladas às quais crianças e adolescentes revidam descontroladamente. Geralmente sentem-se injustiçados por tantas críticas e punições, gerando uma maior baixa auto-estima, mais agressividade, maiores taxas de disfunção escolar e transtornos anti-sociais. TDO Etiologia: Acredita-se que fatores genéticos associados a desencadeadores ambientais possam estar envolvidos (práticas parentais inflexíveis/inadequadas/inconsistentes. Sintomas: Iniciam-se normalmente antes dos oito anos de Idade; TRATAMENTO MEDICAMENTOSO TDAH - TDO NOME QUÍMICO NOME COMERCIAL DOSAGEM DURAÇÃO DO EFEITO MEDICAMENTOS DE PRIMEIRA LINHA Metilfenidato (ação curta) Metilfenidato (ação prolongada) Atomoxetina RitalinaUTILIZADAS NO5TRATAMENTO a 20mg deDO2 TDAH a 3 vezes MEDICAÇÕES ao dia Concerta 18 a 72mg pela manhã Ritalina LA 20 a 40mg pela manhã Strattera bloqueador de NA Antidepressivo 10,18,25,40 e 60mg 1 vez ao dia 3 a 5 horas Cerca de 12 horas Cerca de 8 horas Cerca de 24 horas MEDICAMENTOS DE SEGUNDA LINHA (não são a primeira opção) Tofranil 2,5 a 5mg por kg de peso divididos em 2 doses Nortriptilina (antidepressivo) Pamelor 1 a 2,5mg por kg de peso divididos em 2 doses Bupropiona (antidepressivo) Wellbutrin SR 150mg 2 vezes ao dia Atensina 0,05mg ao deitar ou 2 vezes ao dia Imipramina (antidepressivo) Clonidina (medicamento anti-hipertensivo) 12 a 24 horas TDO TDO Não há tratamento medicamentos específico. Resultados de estudos sobre a eficácia quando tratados TDO/TDAH: • Metilfenidato: melhora nos sintomas quando o paciente também apresentava redução dos sintomas do Tdah; TDO Metilfenidato/ clonidina (administrada na parte da tarde ou a noite para ajudar a dormir): pode reduzir sintomas desafiadores e de oposição em quadros co-mórbidos com o TDAH; Atomoxetina (Strattera - bloqueador seletivo da recaptura de noradrenalina - anti-depressivo): redução dos sintomas disruptivos e melhora do funcionamento social e familiar; TRANSTORNO DE CONDUTA Dentro da psiquiatria da infância e da adolescência é um dos quadros mais problemáticos por situar-se nos limites da psiquiatria com a moral e a ética. Anteriormente chamado de Delinqüência, o qual se caracteriza por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social, agressiva ou desafiadora, por no mínimo seis meses. Causa sérios prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional, favorecendo uma espécie de círculo vicioso: transtornos de conduta, prejuízo sócio-ocupacional, repressões sociais, rebeldia, mais Transtorno de Conduta. A baixa tolerância a frustrações favorece as crises de irritabilidade, explosões temperamentais e agressividade exagerada, parecendo, muitas vezes, uma espécie de comportamento vingativo e desaforado. Sintomas: Crueldade com animais Destruição propriedade alheia Brigas Fuga de casa Imposição de sexo a força Crueldade com pessoas Uso de armas Provoca;áo de incëndio Ausëncia na escola Roubos ……. O diagnóstico de Transtorno de Conduta deve ser feito muito cuidadosamente, pois pode ser indício do TDAH, ou Retardo Mental, Episódios Maníacos do Transtorno Afetivo Bipolar ou mesmo a Esquizofrenia. Tratamento psicofármaco Estimulantes: metilfenidato (reduzem comporamento desinibido) Estabilizador do humor: litio – anticonvulsivantes (reduzem descontrole comportamental) Antipsicóticos: Risperidona (reduz atividade do SNC) Adrenérgicos: clonidina, propanolol…. (aumenta a toleräncia a frustração) Abordagens com a TCC Psicoeducação – TCC e trantorno e aumento de capacidades de raciocínio moral (sugestão de dilemas morais) Automonitoração (modelo ABC) Treinamento no manejo da raiva Habilidades comportamentais básicas (HS) Treinamento de empatia Resolução de problemas Análise racional (RPD – reatribuiçao ~Qual seria outra explicação para a situação?) Abordagens com a TCC Projeção do tempo Abordagens auto-instrutivas (de propósito – Sem querer) Técnicas de relaxamento e de respiração Programas de treinamento de pais (TP) BIOFEEDBACK E TCC BIOFEEDBACK “É como se fosse um espelho especial que provê informações sobre processos internos do organismo dos quais a pessoa pode não estar ciente ou achar difícil de regular”. Biofeedback significa dar à pessoa, informações contínuas e imediatas sobre suas próprias condições ou processos biológicos, tais como comportamento do coração, temperatura da pele, ondas cerebrais, pressão sangüínea ou tensão muscular e outros. Por meio de um moderno software com eletrodos, que são ligados a diferentes partes do corpo, a técnica monitora as diversas funções fisiológicas reguladas pelo SNC, sistema simpático e parassimpático. A informação é retroalimentada por uma agulha ou sensor em um medidor e através de uma luz, som ou um gráfico, dá à pessoa informações externas imediatas sobre mudanças na função particular que ela está tentando controlar. Biofeedback Tem objetivo de: Auxiliar os pacientes a desenvolverem consciência, confiança e um aumento no controle voluntário dos seus processos fisiológicos, que estão normalmente fora da consciência ou com baixo controle voluntário, sendo primeiramente controlado por sinais externos, e então por meio de cognições, sensações, ou outros meios para prevenir, parar ou reduzir sintomas.” (Schwartz, Andrasik, 2003). BFB e Terapia Cognitivo Comportamental – Premissas: a) Cognição afeta os comportamentos b) A cognição pode ser monitorada e alterada c) A mudança comportamental desejada pode ser efetuada por meio de mudança cognitiva Biofeedback, como recurso auxiliar vem sendo estudada como estratégia com finalidades de: Reestruturação cognitiva, Treino de habilidades de enfrentamento Treino de resolução de problemas (Miller, 1985; Yates, 1980; Astin et al, 2003; Neves Neto, 2004, 2006a, 2009; Barlow, Durant, 2008; Straub, 2005) desde que seja baseado em uma ampla análise de cada caso e da necessidade de uma conceitualização cognitiva e comportamental. (A.Ribeiro) http://www.heartmathstore.com/ http://www.wilddivine.com/ Relaxing Rhythms Guided Training Program (previously known as Healing Rhythms) $299.95 What's Included: • Patented Iom Feedback Hardware and Finger Sensors • Over 30 guided meditation and breathing practices • 15 Fun and interactive Active Feedback Events with variable difficulty settings • Built-in Iom Grapher Mode to track your signals in real-time • Digital Training Guide & Users Manual • Installation disks for PC and Mac Referência Bibliográfica Schwartz, M.S. & Associates, Biofeedback a Pratictioner´s Guide, 2nd Edition, The Guilford Press, New York, New York, 1995. Harold I.Kaplan; Benjamin J. Sadock; Jack A. Grebb – Compêndio de Psiquiatria – Artmed. Vicente E. Caballo – Manual para o Tratamento Cognitivo-Comportamental dos Transtornos Psicológicos – Ed. Santos www.aapb.com www.mindmodulations.com www.estressado.com www.wilddivine.com Amorim RAR. Uma revisão da eficácia da utilização do biofeedback - via registro eletroencefalográfico (eeg) - no tratamento da ansiedade, Unifesp. Neves Neto A.R. Biofeedback em Terapia Cognitivo Comportamental, Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. [email protected]