Regulação Hormonal Bioquímica para Enfermagem Prof. Dr. Didier Salmon MSc. Daniel Lima Regulação da Atividade Enzimática Controle transcricional e traducional - Regula o número de enzimas - Minutos ou até horas Modulação da atividade enzimática Modulação da atividade enzimática - Controle por modificação covalente (via fatores de transcrição) ou ligação a proteína reguladora (Hexoquinase IV) - Regulação alostérica (milisegundos) - Seqüestro da enzima ou do substrato em compartimentos diferentes Glicoquinase (HQIV) Não é inibida por glicose-6-fosfato Maior Km pela glicose: 10 mM Regulada pela [glicose]plasmática Regulação por sequestro no núcleo celular Hepatócito Estado Alimentado > 10 mM Glicose não é desperdiçada quando estiver abundante, síntese de glicogênio e ácidos graxos Glicoquinase (HQIV) Não é inibida por glicose-6-fosfato Maior Km pela glicose: 10 mM Regulada pela [glicose]plasmática Regulação por sequestro no núcleo celular Hepatócito Jejum < 10 mM Fígado não compete com demais órgãos pela glicose escassa. Prioridade cérebro e músculo Modulação da atividade enzimática - Controle por modificação covalente - Mais comum: fosforilação Ativação/desativação por Fosforilação/defosforilação Regulação Endócrina da Glicemia Regulação Endócrina da Glicemia Necessidade de uma reserva de fácil mobilização: glicogênio Insulina x Glucagon Homeostase da Glicose Transportadores de Hexoses Principais transportadores de Glicose Properties of Glucose Transport Proteins Transporter Tissue distribution Special properties GLUT 1 Most cells. High capacity, relatively low Km (1-2mM). GLUT 2 Liver, beta cells, hypothalamus, basolateral membrane small intestine. High capacity but low affinity (high Km, 1520mM) part of "the glucose sensor" in ß-cells. GLUT 3 Neurons, placenta, testis. Low Km (1mM) and high capacity. GLUT 4 Skeletal and cardiac muscle, fat. Activated by insulin. Km 5mM. GLUT1 • GLUT1 permite a entrada de glicose por difusão facilitada com uma taxa 50.000 vezes maior do que a taxa de difusão na reação não catalisada. GLUT 1 GLUT4 • Dependente de insulina Hexoquinase Músculo Fígado Km Hexoquinase • Como está a atividade da hexoquinase? Órgão Hipoglicemia (< 3,5 mM) Normoglicemia (5 mM) Hiperglicemia (10mM) + - + - + + Músculo GLUT-4 → Km= 5 mM Hexoquinase I → Km=0,1 mM Fígado GLUT-2 → Km= 15-20 mM Glicoquinase → Km=10 mM Hormônios envolvidos na Homeostase Glicêmica Insulina Glucagon Epinefrina Insulina • Secreção de Insulina Insulina Pâncreas GLUT-2 (Km= 15-20 mM) Regulação da internalização de glicose por sequestro dos transportadores Transportador GLUT-4: tecidos muscular e adiposo X Transportador GLUT-2: Tecido hepático- constitutivamente exposto GLUT-4 permanece sequestrado em vesículas no citoplasma até que a Insulina sinalize para sua exposição GLUT-4: A taxa de entrada de glicose aumenta > 15 vezes Receptor de Insulina • É uma tirosina quinase • Sunidades a e b, sofre dimerização – Ligação da Insulina provoca uma mudança estrutural do receptor que leva a autofosforilação de resíduos de tirosina – Recrutamento de proteínas adaptadoras, como IRSs Aproximadamente 150 genes tem sua expressão regulada pela insulina Cascata de Sinalização da Insulina • Insulina regula tanto o metabolismo quanto a expressão gênica Via PI3K/AKT • Akt = PKB (Proteína Quinase B) – Alvos celulares: quinases e fosfatases Metabolismo da Glicose • Aumento da síntese e diminuição da degradação de glicogênio (ativação da glicogênio sintase) – PP1 e GSK3 • Aumento da glicólise (ativação da PFK-2; ↑ expressão gênica de hexoquinases, piruvato quinase) – Akt e PI3K • Diminuição da gliconeogênese (inativação da glicose-6-fosfatase; ↓ expressão gênica de PEPCK e glicose-6-fosfatase) – PI3K Ativação da GS e PP1 • A glicogênio sintase mantém-se inativa por meio de fosforilação de serinas: Glicogênio sintase quinase 3 (GSK3) Aumento da Síntese de Glicogênio Regulação da Síntese do Glicogênio Glicose 6-P liga-se a um sítio alostérico na glicogênio sintase aumentando o acesso da fosfoproteína fosfatase Glucagon • Hormônio peptídico produzido pelas células a pancreáticas • Efeitos opostos aos da Insulina Regulação Hormonal da Glicólise Fígado Regulação Hormonal da Glicólise Epinefrina • A epinefrina é produzida pelas glândulas adrenais • É liberada após sinais de estresse/exercício • Atua em receptores adrenérgicos Epinefrina Mecanismo semelhante ao disparado pelo Glucagon* Diferenças Glucagon Adrenalina + Fígado Fosfatase ativa Kinase ativa + Insulina Adrenalina Insulina Diferenças + Tecido Muscular Esquelético e Cardíaco Fosfatase ativa PI ATP ADP Kinase ativa Relação (direta ou inversa) entre a degradação de glicogênio e a aceleração da via glicolítica em músculo e fígado Músculo: Disparado na contração muscular ativa a fosforilase b kinase (isoforma muscular) que apresenta um domínio calmodulina AMP resultante da quebra de ATP quando a musculatura está sob contração vigorosa ativa alostericamente a glicogênio fosforilase Glicogênio Fosforilase • Regulação Alostérica – ↑ Glicose plasmática – Glicogênio fosforilase = sensor da [glicose] no fígado Controle da Glicogênese Hepática - Fluxo controlado por GLUT-4 e hexocinase, a glicogênio sintase regula a homeostase de metabólitos Regulação a nível transcricional 1) José é um enfermeiro muito trabalhador. De tanto trabalhar sequer teve tempo de almoçar, de forma que saiu do trabalho hoje as 15 horas sem ter feito nenhuma refeição desde o café da manhã. Pergunta-se: a) Apesar do longo período de jejum, nível de glicose no sangue de José não se alterou. Que hormônio foi importante para manter sua glicemia constante? b) Quais são as consequências da sinalização desse hormônio no fígado em relação ao metabolismo da glicose (glicólise/gliconeogênese)? c) Este hormônio induz a biossíntese ou degradação do glicogênio hepático? Explique a cascata de sinalização que leva a tal evento. 2) Como se não bastasse sua intensa lida diária, no dia seguinte José foi surpreendido por um assaltante no caminho de casa, porém conseguiu escapar do assalto pois usou todas as suas forças correndo desesperadamente. a) Os estoques de glicogênio da musculatura esquelética das pernas de José foram bastante usados nesse episódio. Descreva a via catabólica de degradação do glicogênio. b) Qual hormônio sinalizou a quebra de glicogênio no tecido muscular? c) Que via catabólica foi usada na degradação da glicose muscular? Para onde seu produto é transportado e em que este produto é regenerado? Diabetes Melittus Diabetes Mellitus: comum no Brasil (prevalência 7,6 % da população brasileira entre 30 e 69 anos) Apresentam hiperglicemia Tipo I: Insulino-dependente ou juvenil. É uma doença auto-imune que provoca a destruição de células b das ilhotas do pâncreas. Tipo II: Não insulino-dependente (resistente a insulina, e por secreção deficiente de insulina). 80% estão acima do peso adequado Síndrome Metabólica No diabetes o organismo comporta-se como no jejum prolongado. Um dos métodos de monitoramento da hiperglicemia é o exame que mede a Hemoglobina glicosada (HbA1c): em diabetes essa taxa pode ser até 3 X maior. Hemoglobina Glicada Diabetes Melittus • Os níveis de glicose aumentam na circulação e as células estão carentes de energia. • Ao longo dos anos os níveis altos de glicose (hiperglicemia) danifica os nervos, os vasos sanguíneos e podem levar a complicações tais como doenças do coração, infarto, doenças renais, cegueira, problemas nos nervos, infecções intestinais e amputação. Tipo I Tipo II Gestacional Chamada de diabetes juvenil Chamada de diabetes de adultos e é a forma mais comum. Durante a gravidez parece que a necessidade por insulina em algumas mulheres é aumentada e elas desenvolvem diabetes gestacional nos estágios tardios da gravidez Caracteriza-se pela insuficiência na produção de insulina pelo pâncreas porque o sistema imune atacou e destruiu as células b do pâncreas Resistência a insulina. Uma condição onde as células musculares, hepáticas e adiposas não percebem a insulina. Teste Oral de Tolerância a Glicose Após jejum de 12 h ingere-se 75g de glicose dissolvida num copo de água. A dosagem da glicose está feita antes e a cada 30 min após a ingestão da solução glicosada, por algumas horas 2 7 / 0 3 / 1 4 Diagnóstico Glicemia de Jejum Plasma Glucose Result (mg/dL) Diagnosis 99 or below Normal 100 to 125 Pre-diabetes (impaired fasting glucose) 126 or above Diabetes* Duas horas após ingestão de solução glicosada 2-Hour Plasma Glucose Result (mg/dL) Diagnosis 139 and below Normal 140 to 199 Pre-diabetes (impaired glucose tolerance) 200 and above Diabetes*