MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE RESTRIÇÃO DE CRESCIMENTO EXTRA-UTERINO E FATORES PREDITORES DA EVOLUÇÃO NUTRICIONAL EM RECÉM-NASCIDOS DE MUITO BAIXO PESO ALIMENTADOS COM LEITE HUMANO E ASSISTIDOS PELO MÉTODO MÃE-CANGURU ALUNA: Anna Christina do Nascimento Granjeiro Barreto ORIENTADOR: Hélcio de Sousa Maranhão 2012 www.paulomargotto.com.br / Brasília, 2/10/2015 INTRODUÇÃO MÉTODO MÃE-CANGURU Método Mãe-Canguru – Rey e Martinez, em 1979, Bogotá-Colômbia; • Brasil: Início da década de 90 – humanização no atendimento; Ministério da Saúde, 2000 Vantagens do Método Mãe-Canguru (MMC); Venâncio e Almeida, 2004; Dodd, 2005, Conde-Audelo et al., 2011 DINÂMICA DE CRESCIMENTO DO PREMATURO Período inicial de perda de peso Período de transição e recuperação do peso de nascimento Crescimento catch-up Crescimento paralelo às curvas padrão Manser, 1984; Ehrenkranz et al., 1999, Pauls et al., 1998 Ehrenkranz RA. Early Hum Dev 2010;86 Suppl 1:21-5. RESTRIÇÃO DE CRESCIMENTO EXTRAUTERINO Alta incidência de RCEU ( 28 – 99%); Ehrenkranz, 1999; Gianini et al., 2005; Lemons et al., 2001 A presença de morbidades no período neonatal aumenta a incidência de RCEU; Dusick et al., 2003; Ehrenkranz, 2010; Olsen et al., 2002 Comprometimento nutricional e baixa ingestão calórica e proteica = pior crescimento e desenvolvimento neuro-comportamental/cognitivo posteriormente. Ehrenkranz et al., 2006; Stephens et al., 2009 PROGRAMAÇÃO METABÓLICA • Definição; • Crescimento acelerado nos primeiros dias de vida está relacionado a maior risco de doença cardiovascular, síndrome metabólica, obesidade e outros; Barker, 1990; Thureen, 2007; Singhal e Lucas, 2004 • Adiposidade alterada. Uthaya et al, 2005. Qual seria o crescimento ideal de RNMBP? Velocidade de crescimento: ≥ 15 g/Kg/dia (AAP, OMS, ESPGHAN, SBP); Peso mínimo: 3º - 5º dia de vida; Recuperação do peso de nascimento: 7º - 10º dia de vida; Percentual de perda ponderal: 5 – 10%; Dinerstein et al., 2006; Saluja et al., 2010; Senterre e Rigo, 2011. SUPORTE NUTRICIONAL PARA RNMBP Aporte calórico: 120 kcal/kg/dia e aporte protéico: 3,5 – 4,0 g/kg/dia (AAP). Nutrição parenteral precoce, agressivo; De Curtis e Rigo, 2012; Denne e Poindexter, 2007; Wilson et al., 1997 Início precoce e avanços rápidos da nutrição enteral; Maggio et al., 2007; Weiler et al., 2006; Morgan et al., 2011 Denne SC, Poindexter BB. Semin Perinatol 2007;31(2):56-60 LEITE MATERNO Leite materno: melhor alimento para o prematuro; Vohr et al., 2007; Bertino et al, 2009; Sisk et al., 2008, Section on Breastfeeding da AAP, 2012 Necessidade de fortificação do leite materno; Schanler, 2007; Reali et al., 2010; Vohr et al., 2007, De Curtis e Rigo, 2012, Bem, 2008 Leite humano pasteurizado na ausência do leite da própria mãe; Sisk et al., 2008; Breastfeeding SO – AAP, 2012, Quigley et al., 2007, Bertino et al., 2009 Tempo de internamento em UTI maior que 16 dias aumentou o risco de desmame em RNMBP no retorno ambulatorial em 5,7 vezes. Maia C, et al. J Matern Fetal Neonatal Med 2011;24(6):774-7. JUSTIFICATIVA Aumento da sobrevida dos RNMBP; Nutrição: muitas controvérsias, dúvidas; Consequências em curto e longo prazo provocadas por um suporte nutricional inadequado nos primeiros dias de vida; Necessidade de entender a dinâmica de crescimento e fatores preditores da evolução nutricional em uma realidade diferente da observada na maioria dos estudos; Carência do conhecimento da realidade no Estado do Rio Grande do Norte e em outras regiões com características semelhantes. OBJETIVO Determinar a prevalência da RCEU em RNMBP alimentados com leite humano e assistidos pelo MMC, nas suas fases 1 e 2; Identificar fatores preditores da evolução nutricional em RNMBP assistidos pelo MMC (fases 1 e 2) e alimentados com leite humano. METODOLOGIA Estudo transversal; Inserido na base de pesquisa: Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente; Local: Maternidade Escola Januário Cicco – UFRN Hospital Amigo da Criança - 1995 MMC - 2000 112 RNMBP que participaram da 1ª e 2ª etapa do MMC; Período de julho de 2005 a agosto de 2006; Aprovado pelo CEP da UFRN, protocolo 071/05 e 116/08. Critérios de inclusão: Peso de nascimento < 1500 g. Critérios de exclusão: Mal formações congênitas maiores; Infecções congênitas do tipo TORCH; Cromossomopatias; Doenças metabólicas; Não participação nas duas etapas do MMC. Variáveis dependentes: Dias para atingir o peso mínimo; Percentual de perda ponderal em relação ao peso de nascimento; Dias para recuperar o peso de nascimento; Agravamento do estado nutricional. Análise fatorial: evolução nutricional Valor de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO): 0,779; Valores de medida de adequação da amostra (MAS) nas matrizes de anti-image: acima de 0,5; Nível de significância no Teste de Bartlett: p<0,001; Eingenvalue: 87,8%. Período inicial de perda de peso Período de transição e recuperação do peso de nascimento Crescimento catch-up Crescimento paralelo às curvas padrão Variáveis independentes: Gênero da criança; Idade materna; Presença de DHEG; Peso de nascimento; Idade gestacional; Adequação peso/idade gestacional:AIG, PIG, GIG; Tempo de hospitalização na UTIN; Variáveis independentes: Necessidade de ventilação mecânica; Presença de sepse tardia, BDP e ECN; Aporte calórico e protéico durante internamento na UTIN e no período de hospitalização total; Tempo para início da dieta enteral e para atingir nutrição enteral plena (≥ 150 ml/kg/dia); Escore Z P/I do nascimento, na alta da UTI neonatal e do ACC (Canadian reference for birth weight for gestacional age, Kramer, 2001). RCEU: presença de Escore Z P/I no momento da alta hospitalar < -2 dp Suporte nutricional: LM da própria mãe; LM pasteurizado do banco de leite humano; Calorias: 61,7 kcal/100 ml do leite pasteurizado; Proteínas: 1,1 g/100 ml do leite pasteurizado. Bortolozo EA et al. Rev Panam Salud Publica 2004;16(3):199-205 Análise estatística: Programa Stata 10.0; Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov; Teste estatístico: t de Student, Correlação de Pearson, Regressão linear simples e múltipla pelo método Stepwise; Nível de significância: p < 0,05; Intervalo de confiança: 95%. RESULTADOS E DISCUSSÃO 160 RNMBP Óbito: 32 (20%) Transferidos: 09 (5,6%) Não participaram do MMC – 7 (4,4%) Permaneceram no estudo: 112 RNs (70%) Gráfico 1a: Caracterização de amostra de 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco no período de julho/2005 a agosto/2006 79,5% 69,6% 58,9% 58% 42% 41,1% 30,4% 20,5% Masculino Feminino Gênero Rural Urbana Procedência Não convive Convive com o com pai pai Estado civil da mãe ≤ 20 anos > 20 anos Idade materna Gráfico 1b: Caracterização de amostra de 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco no período de julho/2005 a agosto/2006 96,4% 100 90 80 69,7% 70 56,3% 53,6% 60 46,4% 43,8% 50 39,3% 40 30 20 3,6% 10 0 Sim Não Necessidade de VMC Sim Não Sepse Sim Não Doença Pulmonar crônica AIG PIG Adequação do peso Tabela 1a: Análise descritiva de variáveis nutricionais antropométricas, quantitativas, de 112 RNMBP admitidos na Maternidade Escola Januário Cicco, Natal/RN (julho/05 a agosto/06). Variável Média Desvio-padrão Mediana Quartil 25 Quartil 75 1177 210,8 1207 1026 1375 31,8 2,15 32,0 31,0 331,1 6,5 2,89 6 5 8 13,3 5,99 12,4 8,9 17,4 17,3 7,5 16 12,2 22 Dias em jejum 1,58 1,07 1 1 2 Dias para atingir 11,1 4,15 10 8 13 Peso de nascimento (em gramas) Idade gestacional (em semanas) Dias para atingir o peso mínimo Percentual de perda ponderal Dias para recuperar peso de nascimento NEP Tabela 1b: Análise descritiva de variáveis nutricionais antropométricas, quantitativas, de 112 RNMBP admitidos na Maternidade Escola Januário Cicco, Natal/RN (julho/05 a agosto/06). Variável Aporte calórico Média Desvio-padrão Mediana Quartil 25 Quartil 75 62,4 22,5 62,3 45,5 77,3 1,1 0,39 1,1 0,81 1,37 94,3 8,88 94,7 89,0 101,2 1,67 0,15 1,68 1,58 1,8 14,1 3,26 13,8 11,9 16,0 na UTIN (em kcal/kg/dia) Aporte protéico na UTIN (em g/kg/dia) Aporte calórico - UTIN + ACC (em kcal/kg/dia) Aporte protéico - UTIN + ACC (em g/kg/dia) Velocidade de crescimento (em g/kg/dia) Gráfico 2: Escore Z P/I ao nascer, na alta do UTI e na alta hospitalar de 112 recémnascidos de muito baixo peso admitidos na MEJC no período de julho/05 a agosto/06. 89,3% 81,3% 62,5% 37,5% 18,7% 10,7% Senterre e Rigo, 2011: 20%; Clark et al., 2003: 28%; Lemons et al., 2001: 97-99%. Gráfico 3: Escore Z peso/idade de 112 recém-nascidos de muito baixo peso admitidos na MEJC, no período de julho/05 a agosto/06. Período em dieta zero: 1,0 dia; 1 – 9 dias Ehrenkranz et al, 1999; Radmacher et al, 2003; Anchieta et al, 2004; Bertino et al, 2006; Saluja et al, 2010 Nutrição enteral plena (150 ml/Kg/dia): 10 dias; 7 – 44 dias Pauls et al, 1998,; Diekmann, 2005; Sakurai, 2008; Gianini et al, 2005; Deborah et al, 2002 Velocidade de crescimento: 14,1 g/kg/dia; 15 g/kg/dia: 39,3% Nenhum caso de Enterocolite necrotisante. < 1 – 8% Brumbert et al, 2010; Pauls et a., 1998,; Dieckmann et al, 2005; Lemons et al, 2001 Alta: 37,4 semanas com peso: 1.613 g (esperado: 2.452 – 3.543 g nas meninas e e 2.552 – 3.665 g nos meninos); • Senterre e Rigo (2011) – alta: 37,3 semanas com peso: 2.391 g. ANÁLISE BIVARIADA Tabela II: Regressão linear simples da relação entre evolução nutricional e variáveis independentes quantitativas de 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco (julho/2005 a agosto/2006). Variáveis r2 β p IC 95% Idade gestacional 0.168 -0.409 < 0.001 -0.270 to -0.110 Tempo de 0.351 0.592 <0.001 0.031 – 0.052 Dias em jejum 0.191 0.437 <0.001 0.249 – 0.567 Peso de nascimento 0.070 -0.264 0.005 -0.002 – 0.000 Dias para atingir NEP 0.384 0.619 <0.001 0.113 – 0.185 Aporte calórico na 0.067 0.259 0.006 -0.039 to -0.003 0.067 0.259 0.006 -2.213 to -0.139 0.026 0.163 0.086 0.003 - 0.020 0.027 0.164 0.085 0.003 - 0.020 internamento na UTIN UTIN Aporte protéico na UTIN Aporte calórico: UTIN + alojamento conjunto Aporte protéico: UTIN + alojamento conjunto Tabela III: Associação entre evolução nutricional e variáveis independentes categóricas de 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco (julho/2005 a agosto/2006). Variáveis Gênero Idade materna Presença de DHEG Adequação peso/idade gestacional Necessidade de ventilação mecânica Presença de sepse Presença de broncodisplasia pulmonar Evolução Teste t de nutricional Student Média ±DP p Masculino 0.18 0.92 0.81 Feminino -0.03 1.10 ≤ 20 anos 0.39 0.96 > 20 anos -0.17 0.97 Sim -0.44 0.86 Não 0.15 0.96 AIG 0.31 0.81 PIG -0.27 1.07 Sim 0.45 0.92 Não -0.29 0.94 Sim 0.52 0.94 Não -0.40 0.84 Sim 1.15 0.95 Não -0.42 0.97 0.006 0.002 0.002 0.001 <0.001 0.02 ANÁLISE MULTIVARIADA Tabela IV: Fatores preditores da evolução nutricional em 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco por regressão linear múltipla modelo stepwise (julho/2005 a agosto/2006). Variáveis independentes Coeficiente β Valor de p IC 95% -0.478 -0.246 <0.001 -0.735 to -0.221 -0.315 -0.139 0.041 -0.618 to -0.013 0.087 0.396 <0.001 0.053 – 0.121 0.025 0.347 <0.001 0.014 – 0.036 -0.341 -0.169 0.014 -0.611 to -0.070 Coeficiente de Regressão (B) Adequação AIG peso/idade PIG gestacional Idade materna ≤ 20 anos > 20 anos Dias para atingir a NEP Tempo de internamento na UTIN Necessidade de Sim ventilação mecânica Não Equação: 0.331 + 0.087 x dias para atingir a NEP + 0.025 x tempo de internamento na UTIN – 0.478 x adequação peso/IG – 0.341 x necessidade de VMC – 0.315 x idade materna. R² = 0,652. Tabela IV: Fatores preditores da evolução nutricional em 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco por regressão linear múltipla modelo stepwise (julho/2005 a agosto/2006). Variáveis independentes Coeficiente β Valor de p IC 95% -0.478 -0.246 <0.001 -0.735 to -0.221 -0.315 -0.139 0.041 -0.618 to -0.013 0.087 0.396 <0.001 0.053 – 0.121 0.025 0.347 <0.001 0.014 – 0.036 -0.341 -0.169 0.014 -0.611 to -0.070 Coeficiente de Regressão (B) Adequação AIG peso/idade gestacional Idade materna PIG ≤ 20 anos > 20 anos Dias para atingir a NEP Tempo de internamento na UTIN Necessidade de ventilação mecânica Sim Não AIG X PIG Pior evolução nutricional nos PIG: • Ter sido classificado como PIG aumentou a chance de ser desnutrido ao termo em 12,19 vezes. Gianini NM,Vieira AA, Moreira ME. J Pediatr (Rio J) 2005;81(1):34-40. Pior evolução nutricional nos AIG: • RN PIG recuperaram o peso de nascimento 3 – 5 dias mais cedo, ganharam peso mais rapidamente e atingiram o peso de 2000 g 3 – 7 dias antes que os RN AIG. Ehrenkranz RA, et al. Pediatrics 1999;104(2 Pt 1):280-9. AIG X PIG •Idade gestacional: AIG – 30,5 semanas, PIG – 32,9 semanas, p < 0,001; VARIÁVEIS SEPSE TARDIA TEMPO DE OXIGENIOTERAPIA AIG PIG VALOR DE P SIM 30 (61,2%) 19 (38,8%) 0,006 NÃO 22 (34,9%) 41 (65,1%) MAIOR 33 (62,3%) 20 (37,7%) MENOR 19 (32,2%) 40 (67,8%) 0,001 Tabela IV: Fatores preditores da evolução nutricional em 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco por regressão linear múltipla modelo stepwise (julho/2005 a agosto/2006). Variáveis independentes Coeficiente β Valor de p IC 95% -0.478 -0.246 <0.001 -0.735 to -0.221 -0.315 -0.139 0.041 -0.618 to -0.013 0.087 0.396 <0.001 0.053 – 0.121 0.025 0.347 <0.001 0.014 – 0.036 -0.341 -0.169 0.014 -0.611 to -0.070 Coeficiente de Regressão (B) Adequação AIG peso/idade gestacional Idade materna PIG ≤ 20 anos > 20 anos Dias para atingir a NEP Tempo de internamento na UTIN Necessidade de ventilação mecânica Sim Não Idade materna Estudo de Penalva e Schawartzman (2006) demonstrou que filhos de mães com mais anos de estudo: Ganharam mais peso no ambulatório; Permaneceram menos tempo no seguimento ambulatorial; Obtiveram alta do programa mais cedo. Penalva O, Schwartzman JS. J Pediatr (Rio J) 2006;82(1):33-9 Tabela IV: Fatores preditores da evolução nutricional em 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco por regressão linear múltipla modelo stepwise (julho/2005 a agosto/2006). Variáveis independentes Coeficiente β Valor de p IC 95% -0.478 -0.246 <0.001 -0.735 to -0.221 -0.315 -0.139 0.041 -0.618 to -0.013 0.087 0.396 <0.001 0.053 – 0.121 0.025 0.347 <0.001 0.014 – 0.036 -0.341 -0.169 0.014 -0.611 to -0.070 Coeficiente de Regressão (B) Adequação AIG peso/idade gestacional Idade materna PIG ≤ 20 anos > 20 anos Dias para atingir a NEP Tempo de internamento na UTIN Necessidade de ventilação mecânica Sim Não Tempo para atingir a nutrição enteral plena: Atingir a NEP em até 10 dias reduziu o risco de desnutrição ao termo em 1,97 vezes; Gianini NM, et al. J Pediatr (Rio J) 2005;81(1):34-40. Crianças que receberam NP por curtos períodos, iniciaram alimentação enteral mais cedo e atingiram NEP precocemente tiveram maior velocidade de crescimento. Ehrenkranz RA, et al. Pediatrics 1999;104(2 Pt 1):280-9. Tabela IV: Fatores preditores da evolução nutricional em 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco por regressão linear múltipla modelo stepwise (julho/2005 a agosto/2006). Variáveis independentes Coeficiente β Valor de p IC 95% -0.478 -0.246 <0.001 -0.735 to -0.221 -0.315 -0.139 0.041 -0.618 to -0.013 0.087 0.396 <0.001 0.053 – 0.121 0.025 0.347 <0.001 0.014 – 0.036 -0.341 -0.169 0.014 -0.611 to -0.070 Coeficiente de Regressão (B) Adequação AIG peso/idade gestacional Idade materna PIG ≤ 20 anos > 20 anos Dias para atingir a NEP Tempo de internamento na UTIN Necessidade de ventilação mecânica Sim Não Tempo de internamento em UTIN: • Pode estar relacionada a maior gravidade dos recém-nascidos; • Maior exposição a fatores de risco ambientais que repercutem sob sua nutrição; • Tempo de internação apresentou correlação negativa com o peso à idade gestacional corrigida de termo. Gianini NM, et al. J Pediatr (Rio J) 2005;81(1):34-40. Tabela IV: Fatores preditores da evolução nutricional em 112 RNMBP da Maternidade Escola Januário Cicco por regressão linear múltipla modelo stepwise (julho/2005 a agosto/2006). Variáveis independentes Coeficiente β Valor de p IC 95% -0.478 -0.246 <0.001 -0.735 to -0.221 -0.315 -0.139 0.041 -0.618 to -0.013 0.087 0.396 <0.001 0.053 – 0.121 0.025 0.347 <0.001 0.014 – 0.036 -0.341 -0.169 0.014 -0.611 to -0.070 Coeficiente de Regressão (B) Adequação AIG peso/idade gestacional Idade materna PIG ≤ 20 anos > 20 anos Dias para atingir a NEP Tempo de internamento na UTIN Necessidade de ventilação mecânica Sim Não Necessidade de ventilação mecânica: •Suporte nutricional menos agressivo; •Necessidades metabólicas aumentadas; •Necessidades nutricionais raramente são atendidas. Steward e Pridham, 2002; Clark et al, 2003; Loui at al, 2008, Ehrenkranz et al, 2011 Necessidade de ventilação mecânica: Práticas nutricionais precoces 2 3 Doença crítica nas primeiras semanas de vida Crescimento tardio e outros desfechos 1 Ehrenkranz RA, et al. Pediatr Res 2011;69(6):522-9 CONCLUSÕES A prevalência de RCEU foi elevada; Fatores preditores da evolução nutricional: adequação peso/idade gestacional, idade materna, tempo de hospitalização na UTIN e para atingir a NEP, necessidade de ventilação mecânica; Há necessidade de implantação de medidas no período préconcepcional e pós-concepcional (pré-natal e assistência pósnatal). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os RNMBP devem fazer crescimento catch up durante o período inicial de hospitalização? O crescimento de catch up é seguro, quais as implicações em longo prazo? Os RN assistidos pelo MMC e submetidos a um suporte nutricional mais agressivo apresentam melhores resultados em curto e longo prazo? Que parâmetros e velocidade de crescimento estão associados a melhor desenvolvimento e saúde em fases posteriores da vida, sem ocasionar déficits nos crescimentos somáticos e neurológico ou doenças metabólicas como a síndrome metabólica, HAS, dislipidemias, DM, obesidade e outras? PRODUÇÃO CIENTÍFICA 1. Barreto, ACNG; Maia, CRS; Lima, K; Maranhão, HS. Fatores associados a retardo em atingir nutrição enteral plena em recém-nascidos de muito baixo peso. 3º Simpósio Internacional de Nutrologia Pediátrica; 2012; Fortaleza, Brasil; 2. Maia, CRS; Barreto, ACNG; Maranhão, HS. Fatores associados a maior tempo de hospitalização em recém-nascidos de muito baixo peso. 35º Congresso Brasileiro de Pediatria; 2011; Salvador, Brasil; 3. Maia, CRS; Barreto, ACNG; Maranhão, HS. Fatores associados a menor velocidade de crescimento em recém-nascidos de muito baixo peso. 35º Congresso Brasileiro de Pediatria; 2011; Salvador, Brasil; 4. Barreto, ACNG; Brandão, RAS; Maia, CRS; Maranhão, HS. Dinâmica de crescimento de recém-nascidos de muito baixo peso assistidos pelo Método Mãe-Canguru e alimentados predominantemente dom leite materno pasteurizado não fortificado. XX Congresso Brasileiro de Perinatologia; 2010; Rio de Janeiro, Brasil; 5. Barreto, ACNG; Maia, CRS; Lima, KC; Maranhão, HS. Fatores associados à pior evolução nutricional de Recém-nascidos de Muito Baixo Peso assistidos pelo Método Mãe-Canguru e alimentados predominantemente com leite materno pasteurizado não fortificado. XX Congresso Brasileiro de Perinatologia; 2010; Rio de Janeiro, Brasil. ARTIGO PRODUZIDO Barreto ACNG, Maia CRS, Lima KC, Maranhão HS. Postnatal growth restriction and predictors of nutritional outcome in very low birth weight infants fed human milk and assisted by the Kangaroo Mother Care method. J Matern Fetal Neonatal Med. Fator de impacto 1,495 e Qualis B1 internacional da CAPES para área Medicina II Postnatal growth restriction and predictors of nutritional outcome in very low birth weight infants fed human milk and assisted by the Kangaroo Mother Care method. Barreto AC, Maia CR, Lima Kde C, Maranhão Hde S. J Matern Fetal Neonatal Med. 2013 Jan;26(2):201-6. doi: 10.3109/14767058.2012.722720. Epub 2012 Sep 12. PMID: 22928499 Similar articles OBRIGADA! E-mail: [email protected]