África: Perspectivas Econômicas e Empresariais Jorge Arbache Universidade de Brasília Seminário África Negócios São Paulo, 25 de agosto de 2014 • Arbache e Page (2007, 2009, 2010 e 2014): estudos detalhados sobre o padrão de crescimento e as perspectivas econômicas dos países africanos Média e desvio padrão do crescimento – 1975-2013 GDP per capita growth - means, standard deviation and coefficient of variation by region (weighted data) 8 6 4 2 0 -2 -4 Sub-Saharan Africa East Asia & Pacific Latin America Low & middle & Caribbean income South Asia Middle East & North Africa Mean SD CV -6 -8 -10 -12 Fonte: Arbache e Page 2014 Desafio da SSA não é crescer, mas crescer de forma sustentada Actual and simulated GDP per capita 3,600 $3,469 3,400 3,200 $2,639 3,000 2,800 2,200 $2,092 2,400 $2,579 2,600 Actual GDP per capita GDP per capita growth at the observed average (0.7% pa) GDP per capita growth in the no-collapse scenario (1.7%pa) Fonte: Arbache e Page 2010 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1993 1991 1989 1987 1985 1983 1981 1979 1977 1975 2,000 Acelerações e colapsos: impactos assimétricos Variáveis durante ciclos (Fonte: Arbache e Page 2010) Durate aceleração do Durante colapso do crescimento crescimento Investimentos (% PIB) 23,7 15,9 Investimentos privados (% PIB) 13,7 9,2 IDE (% PIB) 4,2 0,8 Comércio internacional (% PIB) 75,4 58,8 Termos de troca (2000=100) 102 114 Inflação 15,1 177 Mortalidade infantil (por 1000) 84,3 113,2 Qualidade regulatória (-2,5 a 2,5) -0,46 -0,94 Controle da corrupção (-2,5 a 2,5) -0,57* -1,11 Rule of law (-2,5 a 2,5) -0,66* -1,12 Obs: todos os coeficientes são estatisticamente significativos a 5%, exceto (*) N=1250 Inércia: não há sinais claros de convergência de renda entre países da SSA 9 8 7 6 Mean GDP per capita 10 Figure 11: Mean GDPpc as a function of GDPpc in 1975 6.5 7 7.5 8 Log GDP 1975 95% CI Log GDP mean 1975-2005 8.5 Fitted values 9 Leopardos? • • • • • • • • Botsuana Cabo Verde Angola Moçambique Tanzânia Chade Guiné Equatorial Sudão Fonte: Arbache e Page 2014 • Desde 1995, queda da volatilidade e aumento da taxa média de crescimento • Principais causas – Preços das commodities – Melhores políticas econômicas – Classe média em ascensão – Emprego de novas tecnologias – Melhoria do ambiente de negócios Doing Business – “Leopardos” com algum spillovers regional Anos de crescimento initerrupto desde 2005 Fonte: Annunziata 2014 SSA: ainda muitos desafios • Baixa produtividade • Baixa diversificação econômica e elevada dependência de commoditiesexposição a choques externos • Indústria ainda incipiente • Capital humano deficiente • Agricultura atrasada • Instituições ainda frágeis e em construção • Burocracia excessiva • Limitada integração econômica regional • Infraestrutura deficiente “Africa is growing rapidly, but transforming slowly” J. Stiglitz (2013) A win-win strategy • Políticas públicas e investimentos privados que promovam o crescimento sustentado e inclusivo • Inovações tecnológicas, gerenciais e modelos de negócios adequados e adaptados para as realidades e as condições da região • Atividades que aumentem a produtividade, emprego, diversificação da economia, comércio internacional, participação em cadeias globais de valor e integração logística regional • Atividades que requeiram relativamente baixo investimento de capital por trabalhador • Atividades que industrializem as vantagens comparativas e competitivas, explorem o consumo regional, agricultura, energias renováveis e fomentem a complementariedade econômica regional Apesar dos riscos, por que a África deve estar nos planos de negócios das empresas? • População jovem e em elevação: consumo • Bônus demográfico ainda por vir • Migração campo-cidade: consumo e oportunidades de smart urbanization • Classe média em formação • Mercado regional de consumo em expansão • Infraestrutura por se construir • Empreendedorismo em alta • População com facilidade de adoção de novas tecnologias • 60% das terras aráveis globais ainda não cultivadas • Minerais, pesca, turismo, óleo e gás • Muitas oportunidades nas áreas de serviços Comentários finais • Ainda é arriscado investir na África, mas é ainda mais arriscado não estar presente na região • Países mais “reformistas” estão entre os menos arriscados, mas eles nem sempre estão entre aqueles com as maiores e melhores oportunidades de negócios no horizonte de médio e longo prazos • O sucesso empresarial na África requer conhecimento do terreno, horizonte de planejamento mais dilatado, menor aversão ao risco e modelos de negócios adaptados à região Obrigado [email protected]