Métodos de Amostragem. Levantamentos expeditos da fauna de vertebrados. Espécies de vertebrados como bioindicadores. Pós-Graduação em Licenciamento Ambiental Profa Briseidy Marchesan Soares Métodos de amostragem de vertebrados Armadilhas de interceptação e queda consistem de recipientes enterrados no solo (pitfalls) e interligados por cerca guia. Quando um pequeno animal se depara com a cerca, geralmente a acompanha, até eventualmente cair no recipiente mais próximo. Estas armadilhas são amplamente utilizadas para a amostragem de anfíbios, répteis e pequenos mamíferos. Uma das vantagens do método é a captura de animais que raramente são amostrados através dos métodos tradicionais que envolvem procura visual. Armadilhas de queda, com ou sem cercas-guia, podem ser utilizadas em vários tipos de estudos incluindo: levantamentos de riqueza; comparações de abundância relativa; estudos de marcação e recaptura (ecologia de populações, monitoramento); estudos sobre atividade sazonal; amostragens de presas potenciais de carnívoros. Em alguns casos, como ecologia de populações e monitoramento, não é necessário o uso de cercas-guia. Estudo realizado na região de Santa Maria, RS , em área coberta por mata e campo (pastos). Armadilhas instaladas em série. Cada série consiste de uma linha contínua composta de dez barris de plástico de 200 L dispostos a cada 15m e interligados por cerca guia construída com tela plástica de I m de altura. Cerca passa sobre a boca de cada barril. As armadilhas permanecem abertas continuamente e são inspecionadas 3 vezes por semana. Fig 1 Detalhe de extremidade de uma linha de armadilhas de queda com cerca-guia baldes 100 L e tela plástica de 60 cm de altura. A borda do balde fica ao nível do solo. A área de estudo - série de ilhas artificiais formadas pelo enchimento do reservatório que alimenta uma pequena usina hidrelétrica, em Presidente Figueiredo, Amazonas, em mata primária de terra firme. Armadilhas foram confeccionadas com tonéis de metal cortados ao meio (100-150 L), instalados a cada 10m e interligados por cerca de tela de plástico de 100cm de altura. Cada linha de armadilhas tinha 50 a 100 m de extensão, totalizando aproximadamente 500 m de cerca e 50 tonéis. As armadilhas permanecem abertas ininterruptamente e inspecionadas diariamente Vantagens e limitações do método Quando montadas e distribuídas de maneira adequada , armadilhas de interceptação e queda são extremamente eficientes em amostragens de anfíbios e répteis, especialmente anuros e lagartos. As eficiências de captura podem servir de referência para estimativas do esforço de amostragem necessário para capturar um determinado número de anfíbios e répteis. Por exemplo, com 100 recipientes inspecionados ao longo de 30 dias é possível capturar 125 a 1.200 anfíbios e répteis nos ambientes, independentemente do tamanho dos recipientes (de 20 a 200 L) e do desenho dos blocos de armadilhas. Além do preço do material utilizado, cavar um grande número de buracos e instalar centenas de metros de cercas-guia envolvem um trabalho considerável. Assim, quanto maior a duração do estudo, melhor a relação custo-benefício. Por esse motivo, armadilhas de queda não devem ser utilizadas em estudos de curto prazo, como levantamentos de riqueza em períodos inferiores a 20 dias. Outra limitação é o tipo de solo da área de estudo. Em locais pedregosos, o tempo e a energia despendidos na instalação e manutenção desfavorecem seu uso e, em locais alagados, o uso das armadilhas torna-se inviável. Por outro lado, o trabalho despendido na inspeção é pequeno quando comparado à procura visual, por exemplo. Em levantamentos de riqueza, espécies muito pequenas (que sejam capazes de fugir através dos orifícios de drenagem dos recipientes) ou espécies cujos filhotes já nascem muito grandes, poderiam escapar de recipientes pequenos, dificilmente serão amostradas. Com relação às serpentes: a altura dos recipientes e o uso de recipientes maiores utilizados parecem ser importante na determinação do tamanho máximo dos indivíduos capturados. Por esses motivos, outros métodos devem ser utilizados em conjunto com as armadilhas de queda em levantamentos de riqueza, especialmente: a procura visual e as coletas por terceiros. O período de amostragens também pode ter forte influência nas taxas de captura, especialmente para grupos com atividade tipicamente sazonal, como a maioria dos anfíbios. Assim, dependendo dos objetivos da amostragem, um planejamento levando em conta a sazonalidade do grupo a ser amostrado pode levar à obtenção de altas taxas de captura em um curto período. Por exemplo, amostragens realizadas durante os meses de maior pluviosidade resultarão em maiores taxas de captura de anfíbios do que aquelas feitas em meses de menor pluviosidade. É importante notar que pode ocorrer predação entre os animais capturados nas armadilhas de queda. Por exemplo, serpentes podem ingerir anfíbios e lagartos e estes últimos podem ingerir invertebrados. Na falta de estudos conclusivos sobre essa possibilidade, deve-se evitar a utilização de exemplares obtidos nestas armadilhas para estudos de dieta, a não ser que as inspeções sejam feitas várias vezes ao dia. Uma alternativa é o uso de solução de formalina nos baldes, que leva os animais capturados à morte em poucos minutos, evitando eventuais predações. Entretanto, esse método inviabiliza estudos que dependam de animais vivos. Com armadilhas de interceptação e queda somente são amostrados os animais que se deslocam sobre o chão ou pela camada mais superficial do solo. Animais que se deslocam pela vegetação ou pelas camadas mais profundas do solo raramente são amostrados. As armadilhas de interceptação e queda refletirão esta seletividade. A efetividade das armadilhas depende da composição da fauna a ser amostrada. Construção e utilização das armadilhas Influência da construção e detalhes da utilização das armadilhas nos resultados de uma amostragem. Recomendações para a construção e o uso adequado de armadilhas de interceptação e queda: Embora sejam utilizados recipientes de volume pequeno (20-35 L) o uso de recipientes de 100 a 200L possibilita a captura de animais de um maior tamanho. Mesmo com recipientes de 200 L, adultos de serpentes de grande porte dificilmente serão amostrados. Indivíduos jovens dessas espécies estarão suscetíveis às armadilhas, exceto aqueles jovens que nascem grandes demais (alguns boídeos). A instalação de recipientes maiores pode ser compensado pela maior quantidade e variedade de animais capturados. Recipientes adequados são lixeiras, baldes ou tambores de plástico. Independente do tamanho, a boca do recipiente deve ficar ao nível do solo (Fig 2). Fig 2 Detalhe de extremidade de uma linha de armadilhas de queda com cerca-guia (baldes 100 L e tela plástica de 60 cm de altura. A borda do balde fica ao nível do solo. Terrenos com declividade acentuada: o solo ao redor do recipiente deve ser aplanado ou, ainda, a parte superior do recipiente deve ser cortada de forma a acompanhar a declividade. Quando o recipiente é encaixado no buraco recém aberto, usa-se parte do solo removido para preencher os espaços vazios ao redor do recipiente. Outra parte desse solo pode ser utilizado para tapar a vala na qual a base da cerca é enterrada e o solo restante deve ser removido dos arredores das armadilhas. Orifícios: É recomendável a realização de orifícios ou cortes no fundo ou nas laterais da base do recipiente, por onde a água de chuva acumulada escoará para o solo. Orifícios devem ser grandes o suficiente para que não sejam facilmente obstruídos por detritos , e pequenos o suficiente para impedir que pequenos animais alongados escapem. Orifícios de 3-4 mm parecem ser adequados e são facilmente feitos com furadeiras elétricas. Detritos eventualmente acumulados no fundo do recipiente devem ser periodicamente removidos e os orifícios ou cortes, desobstruídos. Quanto à cerca: Telas ou lonas plásticas são adequadas; As lonas tem menor preço, mas seu manuseio é mais difícil, especialmente para manter uma cerca alta na posição vertical. Em locais com ventos constantes e/ou fortes, as telas de plástico são mais apropriadas por permitirem a passagem do vento. Por outro lado, lagartos têm maior facilidade de escalar uma tela e evitar, assim, sua queda na armadilha. Altura da cerca depende do tipo e do tamanho dos animais amostrados para: A maioria dos anfíbios e lagartos, cercas de 50 a 60 cm. As cobras (tamanho médio a grande), de 100 a 120 cm altura. A base da cerca enterrada, a 10 cm de profundidade (Fig. 3); Para isso, recomendamos a construção de uma vala, onde a cerca é encaixada e os espaços laterais são preenchidos com solo. A cerca deve ser mantida em posição vertical em toda sua extensão. Fig . 3. Armadilha de queda com cerca-guia, a cerca passa pela parte superior do recipiente. A linha tracejada representa o nível do solo. A colocação do recipiente pode se dar adjacente (recipientes pequenos) ou abaixo da cerca-guia (recipientes grandes); Abaixo da cerca: a cerca divide a boca do recipiente em duas porções iguais, cada uma exposta de um lado da cerca, sendo necessário realizar cortes na borda do recipiente onde a cerca é encaixada. Todos os materiais utilizados nas armadilhas devem manter-se em boas condições durante todo o estudo. O uso de materiais que oxidam ou deterioram-se rapidamente deve ser evitado. Devem ser evitados arames ou grampos oxidáveis, estacas de madeira de baixa qualidade e baldes de plástico muito fino (o plástico da maioria dos baldes de 15 a 30 L torna-se quebradiço em curto período de tempo). Disposições de armadilhas de interceptação e queda: As mais comuns as linhas e as disposições radiais (Fig. 4). Fig. 4. Exemplos de disposição de armadilhas de queda. As linhas representam cercas-guia e os círculos, recipientes. A: disposições em linha. B: disposição radial. A disposição a ser utilizada depende dos objetivos do trabalho. Em estudos nos quais é necessário o uso de réplicas de pontos amostrais, séries curtas, em linha ou radiais, são as mais adequadas. Neste sentido, distâncias de 300 a 500m entre pontos amostrais parecem ser adequadas para a maioria dos anfíbios e répteis. Se não forem necessárias réplicas, linhas longas podem ser utilizadas, facilitando a construção e as inspeções posteriores. Um desenho amostral adequado para estudos que dependem de réplicas e, geralmente de fácil instalação, é a distribuição dos pontos amostrais ao longo de trilhas, cada ponto composto por duas a quatro séries curtas de armadilhas (Fig. 5). Fig . 5 Distribuição de pontos amostrais equidistantes ao longo de trilhas , baseada em sugestão de HAYEK; BUZAS (1997). Cada ponto amostral, neste caso, é composto por três linhas curtas de armadilhas, cuja posição e orientação, em cada ponto, é sorteada (sobre a distância entre os pontos amostrais) . Armadilhas de interceptação e queda capturam, além de anfíbios e répteis, vários outros animais: escorpiões e aranhas. Inspeção realizada da seguinte maneira: com um bastão, os detritos acumulados revolvidos para a detecção de animais capturados; localizados os animais, recolher com pinças ou com as mãos protegidas por luvas de raspa de couro; animais que não são de interesse para o estudo devem ser libertados . Serpentes podem ser removidas manualmente (por pessoas que sabem distinguir seguramente espécies venenosas) ou com auxílio de ganchos ou de pinções, no caso de serpentes venenosas . Recomendamos uma inspeção cuidadosa ao longo da base da cerca-guia, onde é comum o encontro de anfíbios e répteis. As inspeções das armadilhas devem ser feitas diariamente. Inspeções a cada 2 ou 3 dias também são possíveis, embora possa ocorrer a morte e o apodrecimento de exemplares ou predação dentro das armadilhas. A colocação de graxa formando um anel por dentro do recipiente poderia impedir o acesso de formigas. As tampas dos recipientes, colocadas a 10-15cm sobre a boca dos mesmos, poderiam dificultar o acesso de mamíferos e aves. Após chuvas fortes, uma coluna d'água, de altura variável, pode permanecer no fundo do recipiente por várias horas ou até alguns dias. A porosidade e o grau de compactação do solo, além do tamanho dos orifícios no fundo do recipiente, determinam a quantidade de água eventualmente acumulada. Em caso de inundações mais duradouras, recomendamos a colocação de pedaços de isopor grosso (3 cm de espessura) no fundo do recipiente, sobre o qual os animais podem se abrigar da água. Ao final do estudo, as armadilhas devem ser desmontadas, todo o material seja removido da área de estudos e os buracos que alojavam os recipientes sejam preenchidos. Amostragem por meio de armadilhas fotográficas (cameras-trap) - MAMÍFEROS O uso de armadilhas fotográficas (cameras-trap) tem sido cada vez mais utilizado em trabalhos de pesquisa com o grupo de mamíferos. As armadilhadas fotográficas podem serem colocadas em pontos 1000, 2000, 3000, 4000 e 5000m de cada transecto. Totalizando um total de cinco armadilhas fotográficas/módulo. Armadilhas fotográficas dispostas em um raio de 50m do ponto estabelecido, preferencialmente em local que favorecia a passagem de mamíferos de médio e grande porte. Os equipamentos permaneceram em funcionamento 24 horas por dia (amostragens diurna e noturna), durante seis ou mais dias consecutivos. Cuniculus paca, registrada através da armadilha fotográfica no km 4 do transecto no módulo Carrapatinho ME Eira barbara, registrada por armadilha fotográfica no km 5 do transecto no módulo Limeira MD. A utilização de armadilhas fotográficas em pesquisas no Brasil podem ser consideradas recentes, sendo empregadas na: amostragem qualitativa de mastofauna, na realização de estudos populacionais e como ferramenta complementar na obtenção de dados ecológicos. São equipamentos sub-utilizados em estudos de inventários de fauna de vertebrados. Utilização estaria melhor relacionada a definição de presença ou ausência de espécies em uma determinada área. A eficiência das armadilhas fotográficas no inventário de mamíferos de médio e grande porte fornecem: resultados satisfatórios em longo prazo ou pode complementar outros métodos de amostragem de mamíferos. As armadilhas fotográficas são instaladas em trilhas e o número de pontos determinado conforme a área de amostragem. Podem ser utilizados com ou sem iscas. Utilização de iscas ou outros atrativos – as espécies podem reagir de forma diferenciada à presença de iscas. Utilização pode formar uma amostragem seletiva, aumentando o grau de detecção de determinadas espécies registradas. Procura por vestígios Durante o trabalho de campo pode ser realizado também a: Procura ativa de indícios da presença de mamíferos através de registros de pegadas, fezes, carcaças, e outras evidências aleatórias de ocorrência das espécies. A utilização de rastros como forma alternativa de registro de mamíferos vem sendo empregada há algum tempo. Esta técnica baseia-se em dispor artificialmente blocos de areia ao longo de trilhas. Metodologia cada vez mais utilizada, mostrando-se bastante eficiente para levantamentos de mamíferos em um curto período de tempo. Para trabalhos com espécies terrestres, em locais com baixa densidade de mamíferos, esta técnica de utilização de rastros pode ser tão, ou mais, eficiente que a metodologia de amostragem em transecto linear (Pardini et al. 2003). O método de parcelas de areia foi utilizado de forma padronizada com os trabalhos de Pardini et al. (2003) e Scoss (2002), o que consiste na utilização de uma linha com várias parcelas de areia distantes 10m uma da outra. As parcelas correspondem a áreas de 50 por 50 cm preenchidas com areia fina e úmida até uma altura de aproximadamente 3cm e iscadas com um pedaço de banana. Cada parcela é previamente limpa, retirando-se a vegetação e o folhiço, para colocação da areia em solo limpo. A areia é descompactada e sua superfície homogeneizada para que rastros de animais mais leves sejam registrados. A cada dia as armadilhas eram vistoriadas, umedecidas e a isca renovada. A identificação das pegadas baseia-se em experiência prévia, auxiliada pela utilização do guia de campo de Becker; Dalponte (1991). Em cada registro de presença foram anotados: a espécie, a data, o local, com registro de presença das espécies em cada área. Pegada de Panthera onca registrada no módulo Limeira MD Pequenos mamíferos não voadores apresentam hábitos extremamente variados, sendo verificadas espécies fossoriais, semiaquáticas, arborícolas e terrícolas. Desta forma, tanto para estudar os diferentes aspectos da biologia destas espécies, quanto para realizar um levantamento faunístico completo, é necessário o uso de técnicas específicas para a sua captura. Para espécies de hábitos específicos foram desenvolvidas técnicas particulares. Os métodos utilizados para amostragem da mastofauna incluem: Armadilhas de arame do tipo Young pequenas e médias instaladas ao longo de transecções no solo, sub-bosque (amarradas a ripas de madeira pregadas em árvores a cerca de 2m de altura). Maior parte dos estudos com pequenos mamíferos ainda utiliza as armadilhas de arame (Young ou Tomahawk) ou alumínio (Sherman) armadas sobre o solo e, eventualmente, no sub-bosque. Armadilha de arame Young ou Tomahawk Armadilha tipo Sherman Armadilhas de passagem com entrada dupla, instaladas em rios e córregos. Uma parte da armadilha fica parcialmente submersa, com a entrada voltada na direção do maior fluxo d água do córrego (Fig. 6). Foram utilizados rochas, troncos, areia para formar barreiras que permitissem ao animal uma única passagem, através da entrada da armadilha. Fig 6 Local de instalação de uma armadilha de dupla entrada utilizando rochas para direcionar a entrada de Chironectes minimus (Cuíca d´água - rios e lagos do Sul do México até a Argentina) Muitas espécies arborícolas poderiam ser capturadas com estes mesmos modelos de armadilhas, bastando, para isto, sua instalação no alto das árvores. Mas recentemente alguns estudos têm utilizado armadilhas arbóreas. Isto ocorre principalmente devido às dificuldades encontradas para a instalação das armadilhas no alto das árvores, seja em função das dificuldades de subida nas árvores ou das exigências relacionadas à seleção do local para instalação das armadilhas nos métodos conhecidos. Uma técnica recentemente descrita (Graipel, 2003) propõe um mecanismo extremamente simples e rápido para a instalação de armadilhas no alto das árvores. Esta técnica permite a instalação de um número expressivo de armadilhas em um dia, inclusive por uma única pessoa no alto das árvores. Registrou-se um sucesso de captura superior ao de outros estudos brasileiros publicados, o que pode estar relacionado tanto ao tipo de armadilha utilizada, a plataforma e a diversos outros fatores, como densidade das espécies ou poder de atração da isca em função do ambiente, entre outros. Figura 7. Técnica para captura de pequenos mamíferos no alto das árvores. A roldana (em detalhe) e a plataforma não estão totalmente suspensas. A – cabo para suspender a roldana; B – cabo para suspender a plataforma; C –arame em forma de “V” invertido para dar sustentação à armadilha; P – plataforma em forma de “⊂”; R – roldana Desenho modificado de Vieira (1998). Técnica consiste em amarrar uma das pontas de um cabo em um parafuso em forma de gancho que suporta uma roldana, arremessando-se a outra ponta por sobre um galho previamente selecionado e inserindo então a ponta do cabo no orifício do gancho (Figura 7). A ponta de um segundo cabo deve ser então inserida na roldana e amarrado na plataforma com a armadilha. Ao puxar se o primeiro cabo, a roldana é então suspensa até que fique fixa junto ao galho selecionado e este cabo é então fixado em local apropriado Monitoramento de pequenos mamíferos arborícolas através dos ninhos artificiais Ninhos artificiais de colmos de bambu gigante. Cada ninho possui uma “janela de inspeção” e entradas de 51 mm de diâmetro. Disposição dos ninhos artificiais e escadas de madeira na estação Ao contrário da captura com o uso de armadilhas em estudos de CMR, o ninho artificial não possui nenhum mecanismo para prender o indivíduo até a chegada do pesquisador. Métodos de amostragens de aves Transecções lineares (LineTransect) O método de line transect foi desenvolvido e é mais apropriado para levantamentos realizados a pé ou por veículos em terra. Os transectos utilizados devem ser distribuídos o melhor possível dentro da área a ser amostrada. Esse método de transectos possui baixo custo operacional e permite a detecção de um grande número de espécies. É difícil de ser implantado em locais florestais e ou montanhosos, não estima abundância e nem tamanho populacional corretamente; espécies que cantam e se deslocam pouco não são detectadas e os dados morfológicos e biológicos não são coletados. Strip Transect Os animais numa determinada “faixa” são avistados e devidamente contados. Esta “faixa”, normalmente de forma retangular, possui uma largura pré- determinada (L) e o transecto a ser percorrido para realização do censo está situado no meio dela, dividindo a área em duas partes com a metade da largura da faixa original (L/2). Todos os animais presentes em ambos os lados do transecto, e que se encontrem dentro da área pré-determinada devem ser contados, enquanto que aqueles fora destes limites devem ser ignorados. Pontos de escuta: Por esse método, em uma área delimitada faz-se o levantamento dos cantos das aves. Tem a vantagem de estimar a densidade e o tamanho populacional e ter baixo custo, porém necessita de pessoal altamente treinado para identificar os cantos, além disso, espécies que cantam ou se deslocam pouco não são detectadas (TERBORGH et al., 1990). Transecto por pontos Em uma área são demarcados pontos de escutas separados por uma distancia de 150 m uns dos outros (depende da área total). Cada ponto é amostrado por um período de 10 min em cada uma das amostragens. Durante este tempo serão registrados todos os indivíduos observados ou escutados. Estas observações serão realizadas nas 2 primeiras horas da manhã, período de maior atividade das aves. Captura e marcação As aves são capturas através de várias técnicas, identificadas e marcadas. Detecta espécies, permite uma estimativa relativamente precisa de abundância, riqueza e diversidade, tamanho populacional e taxas demográficas. Através deste método de levantamento é possível a coleta de dados morfológicos e biológicos, importante no monitoramento e manejo da avifauna. Possui como desvantagem o alto custo de implantação e a limitação para as aves de pequeno porte. Captura com redes de neblina: Instaladas redes de neblina que foram abertas logo após o nascer do sol, permanecendo abertas por um período de cinco horas consecutivas. Cada individuo capturado foi fotografado e marcado individualmente com anilhas metálicas (autorização órgão responsável). Parede vertical finalizada, com conjunto de redes de neblina aberto. Sistema aberto com o auxílio das amarras de estabilização.