GRAMÁTICA I – PROFA. MARIA LUIZA
a)
Que desejo do poeta fica pressuposto no verso “Tenho apenas
duas mãos”?
O desejo do poeta é o de abarcar, compreender o mundo. No
entanto, denota-se sua impotência ou incapacidade, explicitada
pelo advérbio “apenas”.
b)
No poema de abertura do primeiro livro de Carlos Drummond de
Andrade – Alguma poesia (1930) – apareciam os conhecidos
versos Mundo mundo vasto mundo mais vasto é meu coração.
Quando, anos depois, o poeta afirma ter “o sentimento do
mundo”, ele ratifica ou altera o ponto de vista que expressara nos
citados versos de seu livro de estreia? Explique sucintamente.
Nos versos: “Mundo mundo vasto mundo / mais vasto é meu
coração”, o sujeito poemático demarca sua superioridade em
relação ao mundo, como se o eu fosse maior do que o mundo. Já
nos versos: “Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do
mundo”, altera-se essa perspectiva, mostrando-se que o mundo é
muito maior do que o eu.
2. B

A atenção à área social como marca da Constituição já é apontada no primeiro parágrafo do texto 1, quando se
enfatizam os avanços obtidos no setor, exemplificados no parágrafo seguinte. O tema também é assinalado pelo texto
2, segundo o qual houve uma constitucionalização das demandas sociais no país.
3. A

A realização de reparos na Constituição é explicitamente defendida no penúltimo parágrafo do texto, que trata da
exigência de ajustes do nosso pacto social. A necessidade de mudança, contudo, não impede que o texto reconheça
êxitos, que deveriam ser mantidos. Percebe-se isso, por exemplo, no terceiro parágrafo, que tem como pressuposto
que a queda da desigualdade de renda e da pobreza, bem como a estabilização da economia, representaram avanços
para o país. Por m, a importância de ampliar o investimento público e diminuir tributos é apontada no último
parágrafo, quando se arma que os ajustes são requisitos para aumentar tais investimentos e reduzir a carga tributária.
4. E

É no último parágrafo do texto 2 que se aborda a necessidade de os governantes mexerem na Constituição: ”os
governantes sempre terão que mexer na Constituição“ com a finalidade de ”implementar ou atualizar seus
programas.“
5. C

Os gráficos do texto 3 fornecem os seguintes dados:
Depois da Constituição de 1988
• a frequência escolar aumentou (de 54,89 para 82,22);
• os óbitos infantis diminuíram (de 120.255 para 39.716);
• a expectativa de vida ao nascer aumentou (de 66,9 para 73,3)
6. C

No texto 1, após a expressão “ou seja”, vem traduzido de outro modo o mesmo sentido de “gasto social distributivo”,
o que configura uma paráfrase. Afinal, ser pouco distributivo equivale, no contexto, a haver uma redução pequena na
desigualdade de renda. A seguir, o elemento coesivo “por exemplo” introduz casos de ajustes do pacto social que,
segundo o texto, seriam necessários. Trata-se, portanto, de uma exemplificação. Já no texto 2, a locução “apesar de”
introduz o elemento mais fraco da seguinte oposição: de um lado, a constituição foi muito reformada; do outro, seus
princípios fundamentais sofreram poucas alterações. Logo, existe uma relação de concessão. Por fim, o termo “para” é
seguido daquilo que é tido como o objetivo das alterações da constituição feitas pelo governo (implementar e
atualizar seus programas), marcando, assim, uma relação de finalidade.
(ESPM)
7. C
(MACK)
8. C
9. A
10. C
 A primeira informação é incorreta, pois o termo “indianização”, no contexto, refere-se
à transformação dos portugueses que, chegados ao Brasil, adquiriam elementos da
cultura indígena. A segunda afirmação também contém erro, já que, em “houve
núcleos de colonização”, “haver” é usado como verbo existencial (sentido de “existir):
nessa acepção, o verbo é impessoal, portanto não se flexiona em número. A terceira
afirmação está correta. Como se afirma no último parágrafo, portugueses vindos em
fins do XVII teriam procurado manter inalterada sua variedade linguística (ciosos de
conservar suas tradições lusitanas). Nesse contexto, essa variedade se torna infensa
— ou seja, avessa, contrária — às inovações linguísticas que ocorriam em Portugal.
11. C
 A conjunção “contudo” opõe, no contexto, dois momentos históricos: um anterior, em
que portugueses emigrantes adquiriam traços culturais indígenas, e um posterior, no
qual não mais ocorria o processo de “indianização”. Desse forma, não se trata de um
conector de valor explicativo, mas sim adversativo.
12. D
(ENEM)
13. C
1.
a) A característica em questão é a efemeridade da crônica,
o que implicaria contradição relativamente a sua
publicação em livro, pois o livro – supõe-se – deveria
abrigar material mais duradouro que o jornal, que “dura
um dia”, e a revista, que “dura uma semana”.
b) A palavra então funciona, assim, no enunciado, como um
operador de conclusão, colocado numa pergunta em
que a conclusão de um raciocínio é objeto de dúvida. É
isto que torna possível tomar – já no plano enunciativo o operador então como um marcador de contradição,
contestação, como se a leitora dissesse: “O livro de
crônicas não seria um paradoxo?”
2. Da maneira como a sentença se formula, a morte do
personagem implica a sua imortalidade, o que seria
contraditório. A contradição se desfaz, no entanto,
quando se percebe que o termo “morte” se refere à
morte física do personagem, ao passo que o termo
“imortalidade” se refere à sobrevivência do seu nome
e da sua fama como cientista.
3. Os termos que evidenciam o julgamento são
“evidentemente”, para reforçar a afirmação de que os
cientistas se excedem algumas vezes, e “claro que”,
para enfatizar a necessidade de que os cientistas
salvassem a vida do colega, ao invés de se
apressarem em dar um nome à nova criatura. Deduzse, portanto, que o autor condena a falta de ação
prática dos cientistas mostrados no cartum.
(UERJ)
4. O recurso linguístico que reproduz o processo de
investigação científica é o da formulação de perguntas sobre
tempo, lugar e modo de ocorrência do fato observado. Esse
mesmo processo, no entanto, é objeto da ironia do autor,
quando ele levanta a hipótese de que os cientistas estariam
na verdade “olhando mulheres nuas num telhado distante”, o
que claramente desvaloriza o trabalho de observação que
eles estariam fazendo. A surpresa do ataque aéreo do
pássaro também é irônica, porque ela chama a atenção para
a presença do acaso, impossível de prever pelo método
científico.
(UEL)
5. “Antigamente”, fora do contexto do romance, é um advérbio
de tempo. No texto, ele se transforma, gramaticalmente, em
substantivo próprio, designando o nome da vila (daí estar
escrito com a inicial maiúscula): trata-se do nome com o
qual os personagens Mwadia e Zero Madzero batizaram a
aldeia de Moçambique onde eles moram, um lugar agreste e
afastado da civilização
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