Indicadores & Economia da Saúde
Fernanda Machado
Gerente Sênior de Health Economics
Johnson & Johnson Medical Brasil
Agenda
Introdução e conceitos-chave
Exemplos práticos de uso de
indicadores hospitalares em estudos
econômicos
Agenda
Introdução e conceitos-chave
Exemplos práticos de uso de indicadores
hospitalares em estudos econômicos
A Economia da Saúde foca na alocação de recursos relativos
à saúde e na análise da escassez desses recursos
Economia da Saúde é uma área da economia focada em assuntos relacionados à
melhor alocação de recursos na saúde e no sistema de saúde e à analise da
escassez destes recursos.
Fatores que diferenciam economia da saúde de outras
áreas econômicas
ASSIMETRIAS
Diferença de
conhecimento entre
médicos, pagadores
e pacientes
EXTERNALIDADES
Infecções e ciclo
diferenciado de
algumas doenças
INCERTEZAS
A maior concentração de estudos
está em microeconomia
ÁREA MAIS
ESTUDADA
Avaliação de
tratamentos e novos
produtos
(medicamentos e
dispositivos médicos)
OUTRAS ÁREAS
aplicada a gestão de
sistemas de saúde
(ex. desempenho
clínico e gerencial)
Há diferentes aspectos e perspectivas que envolvem uma
análise econômica
Define-se como uma avaliação sistemática e comparativa dos
custos e consequências de duas ou mais alternativas de
tratamentos ou programas de ação para a promoção e assistência
à saúde.
Uma análise econômica pode ser realizada sob diferentes
perspectivas (ponto de vista do paciente, da seguradora ou plano
de saúde, do governo ou da sociedade)
Em economia da saúde, diversas alternativas podem ser
consideradas para analise:exames complementares, medicações,
imunizações, programas de educação para a comunidade e até
mesmo a implantação de novos serviços de saúde
Numa análise econômica completa, tanto custos como
consequências de duas ou mais alternativas são avaliados de
forma comparativa simultaneamente.
A análise econômica a ser utilizada depende das
características das consequências a serem avaliadas (1 de 2)
Análise de custo-minimização
Análise de custo-efetividade
• Quando a análise comparativa de
duas ou mais alternativas é
realizada e se verifica que a
efetividade entre elas não difere
de
forma
significativa.
A
consequência delas é semelhante
e somente seus custos variam.
• Este é um tipo de análise
econômica completa e muito
frequente na literatura.
• Nesta análise, o interesse recai
sobre a avaliação de alternativas
que tenham consequências ou
desfechos
de
interesse
semelhantes.
• As alternativas podem diferir tanto
na extensão deste efeito como
nos custos.
• Dentre os vários desfechos
usados nas análises de custoefetividade, citamos números de
casos evitados, número de casos
diagnosticados, número de dias
de incapacidade evitados, etc.
• Esta avaliação é realizada com o
objetivo
de
identificar
qual
alternativa é mais barata.
A análise econômica a ser utilizada depende das
características das consequências a serem avaliadas (2 de 2)
Análise de custo-utilidade
Análise de custo-benefício
• O termo utilidade diz respeito à
idéia de preferência do indivíduo ou
da sociedade por desfechos, efeitos
ou diferentes estados de saúde.
• Essa preferência varia de acordo
com os valores considerados pelo
indivíduo ou sociedade na avaliação
da qualidade de vida. O QALY
(Quality-adjusted Life-years), é a
unidade
de
desfecho
mais
empregada e se refere à qualidade
de vida ajustada para a redução da
morbidade, o que resulta num
ganho de qualidade, e também para
a mortalidade, o que se refere a um
ganho em quantidade.
• Uma outra forma de comparar
alternativas de intervenções em
saúde com efeitos diferentes ou que
tenham mais de um efeito de
interesse para análise comparativa
• Neste tipo de análise econômica, os
efeitos são estimados em valores
monetários. Esta análise permite
comparar a preferência do indivíduo
ou da sociedade por determinado
estado de saúde, mas também é
uma forma de mensurar ganhos em
saúde em termos monetários.
Análises de economia da saúde são realizadas a partir de
indicadores clínicos e econômicos
Enquanto os dados clínicos (desfechos em saúde) podem, as vezes, ser generalizados, os
dados econômicos (custos) não. As diferenças nos preços dos recursos utilizados, taxas de
inflação e padrões de prática clínica em diferentes localidades podem alterar os resultados
dos custos e a relação de custo-efetividade de uma intervenção. Portanto, os estudos de
economia da saúde deverão ser feitos diretamente com cada Hospital e sempre
considerando a utilização de contratos de confidencialidade
Para avaliar as consequências e o impacto
Para auxiliar no processo de negociação para
de uma nova intervenção, aprimorar a
incorporação e reembolso de novas
metodologia aplicada nessa avaliação e
tecnologias de saúde a serem cobertas pelo
identificar lacunas do conhecimento quanto à
Planos de Saúde. Orientam a prática clínica
avaliação dos desfechos em saúde e
(guidelines) e o desenvolvimento de
necessidades de novos estudos para tomada
programas e novos serviços de saúde
de decisão.
Apresentação dos dados a cada participante do projeto (1/2)
(feitas por uma terceira parte e de forma confidencial, somente a própria organização tem aos seus dados)
EXEMPLO
Relatório Comparativo (2/2)
(compara os mesmo indicadores em diversos Hospitais porém não é identificado o nome de cada
instituição)
EXEMPLO
Há diversos possíveis riscos na utilização de indicadores
(1 de 2)
Tunnel Vision
• Tunnel Vision surge quando o sistema força a concentração em áreas cobertas pelo
esquema de medição de desempenho para exclusão de outras áreas importantes,
mas não medidas.
Suboptimization
• Suboptimization ocorre quando a equipe de NHS busca objetivos estreitos às custas
dos objetivos do sistema. Por exemplo, um objetivo definido no setor hospitalar,
como aumento na taxa de casos por dia ou menor duração de internação, pode não
considerar o aumento no encargo para serviços de cuidado primário ou de
assistência social.
Myopia
• Myopia é a tendência de focar em questões de curto prazo às custas de
considerações de longo prazo que podem aparecer apenas em indicadores de longo
prazo daqui a vários anos.
Complacency
• Complacency se refere à falta de motivação para melhoria quando o desempenho
comparativo é considerado adequado.
(Exemplo do NHS – Sistema de Saúde da Inglaterra na utilização de indicadores)
Há diversos possíveis riscos na utilização de indicadores
(2 de 2)
Measure fixation
• Measure fixation ocorre quando a busca pelo sucesso como medido, e não
como pretendido, torna-se o foco principal.
Misinterpretation
• Misinterpretation na forma de inferências incorretas sobre desempenho pode
surgir onde é difícil permitir a gama total de possíveis influências em uma
medida.
Gaming
• Gaming ocorre quando a equipe busca influenciar o desempenho medido ao
alterar deliberadamente variáveis que não sejam a qualidade clínica.
Ossification
• Ossification se refere à paralisia organizacional que pode surgir de um sistema
de medição excessivamente rígido.
(Exemplo do NHS – Sistema de Saúde da Inglaterra na utilização de indicadores)
Agenda
Introdução e conceitos-chave
Exemplos práticos de uso de
indicadores hospitalares em estudos
econômicos
Melhoria da qualidade do serviço e o impacto em custos
Melhoria da qualidade do serviço e o impacto em custos
Metodologia
- Revisão sistemática da literatura selecionou estudos que tratavam da relação custo
versus qualidade, de indicadores de qualidade dos serviços (gerenciamento total de
qualidade), custos fixos e operacionais e eventos adversos;
- Foram consideradas bases de dados de hospitais 9 hospitais dos EUA, 1 de UK, 1 da
Austrália e 1 da França;

Resultados
- Prevenir falhas através da adoção de programas de gerenciamento total de
qualidade através de indicadores (guidelines de tratamentos, auditorias internas,
padronização de procedimentos) resultou em economia de recursos (tempo das
equipes clínicas, uso da estrutura hospitalar, uso de materiais), manutenção dos
níveis de qualidade e melhorias pelos processos que foram implementados.
Melhoria da qualidade do serviço e o impacto em custos
Outros Resultados
- Melhor comunicação dos resultados dos indicadores e coordenação de ações de
prevenção reduziram custos fixos e operacionais dos hospitais, impactando
diretamente na melhoria de qualidade e eficiência;
- Com a utilização destes indicadores foi possível verificar que os eventos adversos
prolongavam o período de internação de 1,74 até 4 dias;
- Em um dos hospitais estudados, as economias geradas pela adoção de um programa
de gerenciamento total de qualidade atingiram US$17,7 milhões, sendo que este
número foi 7,2 vezes o valor do investimento no programa de qualidade.
Melhoria da qualidade do serviço e o impacto em custos
Modelagem econômica e o uso de indicadores hospitalares:
como se dá a negociação com pagadores?
Estudos econômicos tem se tornado essenciais para a avaliação
de incorporação de novas tecnologias;
Cada vez mais comuns, as agências de ATS (Avaliação de
Tecnologias em Saúde) tem criado a tendência de instituir
grupos de técnicos de ATS dentro de suas instituições (planos de
saúde, hospitais, secretarias de saúde);
Com esta nova realidade, os estudos econômicos tem ganhado
força nas tomadas de decisões e os indicadores hospitalares
possuem um papel fundamental neste processo nos mais
diversos níveis (relação pagador - indústria, hospital – indústria e
hospital - pagador).
Modelagem econômica e o uso de indicadores hospitalares:
como se dá a negociação com pagadores?
Modelagem econômica e o uso de indicadores hospitalares:
como se dá a negociação com pagadores?
Modelagem econômica e o uso de indicadores hospitalares:
como se dá a negociação com pagadores?
Modelagem econômica e o uso de indicadores hospitalares:
como se dá a negociação com pagadores?
Modelagem econômica e o uso de indicadores hospitalares:
como se dá a negociação com pagadores?
Conclusões
 Economia da Saúde faz uso de indicadores de qualidade para medir o
impacto econômico de intervenções e tecnologias em saúde, além de
estimar os impactos para a saúde e bem-estar da população;
 Saúde é um campo complexo e com muitas incertezas, sendo que a
sistematização de processos, como o controle da qualidade dos
hospitais, nos garante maior segurança dos desfechos em saúde;
 Melhorias em saúde requerem mudanças estruturais, organizacionais e
investimentos, mas nem sempre com incremento em custos;
 As relações de custo-efetividade de cada intervenção, procedimento e
conduta deve ser avaliado para um uso mais racional dos recursos,
maior eficiência alocativa e otimização de investimentos;
Referências
 Drummond MF, O' Brien B, Stoddart GL, Torrance GW. Methods for the economic
evaluation of health care programes. 2nd edition. Oxford Medical Publications
 Goddard M, Davies HTO, Dawson D, Mannion R, McInnes F. Clinical performance
measurement: part 1—getting the best out of it. J R Soc Med 2002;95:508 -10
 Goddard M, Davies HTO, Dawson D, Mannion R, McInnes F. Clinical performance
measurement: part 2. J R Soc Med 2002 Nov;95(11):549-51.
 Meltzer MI. Introduction to health economics for physicians. Lancet 358(9286): 993998, 20001
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