Juntos pela ética, saúde e inovação DESAFIOS PARA A PESQUISA CLÍNICA NO BRASIL. INCOR Research Lectures Series Program São Paulo, 29/04/2015 - Pesquisa Clínica A pesquisa com seres humanos é a forma mais singular de se promover a saúde e o desenvolvimento da ciência médica. Conceitos científicos generalizáveis para a medicina só são válidos se efetivamente verificados nos seres humanos e os métodos para esta validação pertencem às áreas de conhecimento aplicáveis à Pesquisa Clínica. A pesquisa biomédica com seres humanos deve contemplar princípios científicos, éticos e legais que têm como fundamento a proteção dos indivíduos que se voluntariam de modo altruístico como sujeitos de pesquisa, contribuindo para a saúde e bem- estar de todos os demais. O progresso médico e científico só foi possível recentemente, quando a condução dos estudos experimentais (ensaios clínicos) passou a obedecer os rigorosos padrões que norteiam o método científico, única forma de se adotar novas medidas preventivas, diagnósticas e terapêuticas para as diferentes doenças que acometem os seres humanos. Alguns exemplos desses avanços: Progresso inegável Progresso inegável em uma década! Fonte: www:Pharma 2013 Empreendimento globalizado, benefícios a todos! Pacientes (voluntários de pesquisa): Baixa incidência de casos de imperícia, negligência e imprudência; acesso aos tratamentos mais eficazes; medicina globalizada, estado da arte; rigoroso acompanhamento médico; participação voluntária (TCLE). Pesquisadores: Uso de novas opções terapêuticas; atendimento as necessidades médicas especiais; desenvolvimento profissional (capacitação, qualificação em padrões internacionais, oportunidade de trabalho. Para o país (serviços de saúde do SUS, públicos e privados): Estímulo para a modernização/adoção de novas tecnologias e atualização em métodos e padrões de qualidade; melhor eficiência nas operações (custos); procedimentos padronizados; rótulo internacional de “excelência; novas fontes financiadoras ...... Empreendimento globalizado, benefícios a todos! OMS declarou (Relatório – 2005): “Avanços sem precedentes no conhecimento científico nos últimos 50 anos, complementados por esforços de pesquisa e desenvolvimento adequadamente dirigidos levaram a medicamentos, vacinas, diagnósticos e equipamentos médicos que melhoraram dramaticamente a saúde no mundo todo. Com as revoluções da genômica e proteômica já avançadas, inovações ainda mais impressionantes podem estar no horizonte da pesquisa médica. Ao mesmo tempo, a necessidade de novas intervenções não diminuiu: a vacina para AIDS ou gripe aviária, um tratamento novo para tuberculose ou dengue, curas para o câncer, doenças cardíacas e diabetes, melhores métodos para a prevenção e diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis são apenas alguns exemplos da significativa contribuição que a biomedicina ainda pode dar à saúde global.” Brasil 2014 Mercado de Pesquisa Clínica no mundo 1. A indústria farmacêutica investe no mundo todo, o equivalente a US$ 120 bilhões,ano em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novos medicamentos 2. Nos últimos 10 anos, foram US$ 300 bilhoes, concentrados no hemisfério norte. 3. No mundo, estão sendo realizados 163.090 mil estudos clínicos, em 185 países. Quanto o Brasil representa em números de estudos em pesquisa clínica em relação ao mundo? 2,32% em número de estudos (3.784). 1,4% dos centros de pesquisa clínica no mundo (735). desenvolvimento 0,9% em receita.de vários continentes, criam políticas públicas competitivas, atrativas Países em para este tipo de investimento. Os tradicionais (hemisfério norte, EU, América do Norte) reagem: muitos estão revisando os respectivos regulamentos. Fonte: www:clinicaltrials.gov – acesso em 12/03/2014 Pesquisa Clínica Conflitos de Interesse Resoluções CNS/CONEP 1988 1996 Res 01/88 Comites de Ética Revogada Res 196/96 Composição CEPS Atribuições e Responsabilidades TCLE (Revogada) 2013 1998 Res 240/97 Usuários CEP Sistema CEP/CONEP Res 251/97 Novos fármacos, vacinas e testes de diagnósticos RDC 911/98 Res 303/00 Reprodução humana (revogada) Res 304/00 Povos Indígenas Res 292/99 Cooperação estrangeira Res 340/04 Genética humana (revogada) RDC 219/04 Res 370/07 Registro/credenci amneto CEPs Res 404/08 Declaração de Helsinque Res 421/09 Reestruturação CONEP Res 441/11 armaz/utilização materais biológicos armazenados em pesquisas anteriores Res 446/011 Membros CONEP Res 466/12 Revisão 196/96 Tempos Regulatórios no Mundo 365 dias 270 dias 68 dias 45 a 60 dias 60 a 75 dias China 30 dias Brasil Austrália Europa Córeia do Sul USA INTERFARMA 2014 - ( fonte ABRACO, ANVISA, ww.clinicaltrial.gov) Ranking Mundial - Entre os 20 tops 10 940 6 796 3 854 64 133 69 092 4 318 162 981: 46% EUA (312 Mi Hab.) 28% U E (505 Mi Hab.) 7% CA (33 Mi Hab.) 3% AS (388 Mi Hab.) 2% Br (202 Mi Hab.) 1% Ch (17 Mi Hab.) 1% Arg (42 Mi Hab.) 3 891 3 336 8316 2 934 3 997 1 542 Interfarma/www.clinicaltrials.gov – 24/05/2013 Ética e Segurança Prazos regulatórios Benefícios Ganhos Temos enormes desafios! Sistema CEP-CONEP Entraves Ausência de cumprimento de prazos acordados em regulamentações Descumprimento dos processos estabelecidos em RDCs (Resoluções da Diretoria Colegiada) Falta de harmonização e critérios entre os diferentes técnicos que avaliam os processos na Anvisa Atrasos na liberação de produtos e materiais para pesquisa clínica na Alfândega Acesso a medicação pós-estudo ‘sine die’ para todas as condições clínicas Obrigatoriedade de avaliações de emendas pela Conep Sistema CEP-CONEP Entraves Inconsistência entre itens de Resoluções nacionais que abordam o mesmo tema (Conep e Anvisa) Falta de canais de comunicação entre os atores envolvidos na pesquisa Opinião da sociedade tem pouca relevância na tomada de decisões Falta de harmonização entre os diferentes sistemas de submissão de estudos Centralização da análise ética Ineficiência da Plataforma Brasil Dilema ético - Decisões tomadas na Inglaterra Por um lado, a proteção dos voluntários de pesquisa Por outro lado, não impedir ou retardar pesquisas que podem beneficiar os pacientes “facilitar pesquisa clínica pela promoção de um ambiente regulatório e administrativo que proteja os direitos, a dignidade e a segurança dos indivíduos sem obstáculos que desestimulam a pesquisa sem trazer qualquer benefício à sociedade” Medical Research Council Position Statement on Research Regulation and Ethics, feb 2005. Nem sempre foi assim... Consentimento informado: Experiência dos outros países. Questionamentos no consentimento informado (versões dos EUA e o Reino Unido) no estudo ISIS-2 estimou em 10.000 as mortes desnecessárias decorrentes diretamente de atrasos no recrutamento de pacientes na pesquisa e portanto, da realização do estudo e divulgação dos resultados. Ethics review roulette: what can we learn? BMJ. 2004;328:121-122 Dilema ético - Decisões tomadas na União Européia Diretiva 20/2001 da Comunidade Européia, obriga todos os países membros a adotarem uma legislação regulatória da pesquisa clínica com novos medicamentos pautada pela idéia central de "proteger os participantes sem inibir a realização de pesquisas éticas." O impedimento ou dificultação de pesquisas éticas por regulação inadequada ou ineficiente é em si antiético A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL PRAZOS x EQUANIMIDADE A Diretiva Européia: recentemente revisada (Abril 2014) 45 dias para avaliação dos CEPs, com direito a um único questionamento, suspendendo-se o prazo de avaliação enquanto o questionamento não for respondido pelo pesquisador Evita assim que o pesquisador /pesquisa sejam prejudicados por questionamentos destinados a ganhar tempo e que haja a possibilidade da utilização de múltiplos questionamentos para discriminar pesquisadores/centros. . Ferraz.O Aperfeiçoando o ambiente regulatório 2005 PENDÊNCIAS CEP - CONEP A cada novo questionamento, o prazo de 30 ou 60 dias para analisar a resposta do pesquisador é renovado Clinical Research , nov 2014 Clinical Research , nov 2014 SISTEMA DE REVISÃO DUPLO? TRIPLO? QUÁDRUPLO? QUÍNTUPLO? A experiência de outros países Estados Unidos, Canadá e União Européia, países que concentram grande parte das pesquisas clínicas realizadas no mundo, possuem um sistema de revisão ética único, local (ou regional no caso de projetos multicêntricos). Portugal possui uma entidade nacional, a Comissão de Ética para Investigação Clínica (CEIC) mas não há duplicidade de análise, porque delega para os comitês regionais. A comissão tem 60 dias com direito a apenas 1 pedido de informações. > CEP DO EXTERIOR > CEP COORDENADOR > CONEP > CEP LOCAL > ANVISA SISTEMA DE REVISÃO DUPLO ? TRIPLO ? QUÁDRUPLO ? QUÍNTUPLO ? A experiência no Brasil No Brasil, os projetos de pesquisa clínica são avaliados eticamente no mínimo em duas instâncias, uma local (CEPs) e outra nacional (CONEP). Por vezes há 5 instâncias de avaliação > CEP DO EXTERIOR > CEP COORDENADOR > CONEP > CEP LOCAL > ANVISA Aspectos Operacionais Projetos Unicentricos Projetos Multicentricos Iniciativa - pesquisador Iniciativa - patrocinador Desenho único Desenho repetitivo - acordado Industria / Autoridade Regulatória Recursos Públicos Recursos Privados CEP único Mais de um CEP (8) Sem Monitoria Monitor no centro a cada 2 ou 3 semanas (GCP, protocolo, SAEs, CIOMS) Sem Auditoria (em geral) Auditorias regulares Sem Inspeção (em geral) Sujeito à Inspeção Pesquisador menos vulnerável à qualidade Pesquisador muito vulnerável à qualidade SISTEMA DE REVISÃO DUPLO ? TRIPLO ? QUÁDRUPLO ? QUÍNTUPLO ? Os aspectos éticos de um projeto multicêntrico com um novo medicamento são os mesmos de um projeto unicêntrico. Projetos com participação estrangeira: a ética do projeto independe da nacionalidade de seu promotor. Não há dificuldade especial envolvida na análise desses projetos por CEPs que já são livres para analisar projetos idênticos 100% nacionais. Sistema CEP/CONEP A análise excessivamente lenta tem um preço muito alto Ao impedir / retardar na prática a participação de pacientes brasileiros nas pesquisas médicas internacionais. Ao invés de investirmos um grande esforço e trabalho tentando aperfeiçoar um processo errado, implementemos um processo correto que é o que o restante do mundo já faz. Publicações americanas e européias em Ética Médica nos últimos 5 anos: 29674 e latino-americanas: 745 (PubMed 14/10/2007) Evolução tempo de aprovação CONEP medidos pelo ICESP Publicações americanas e européias em Ética Médica nos últimos 5 anos: 29674 e latino-americanas: 745 (PubMed 14/10/2007) Redução na inclusão de Pacientes Publicações americanas e européias em Ética Médica nos últimos 5 anos: 29674 e latino-americanas: 745 (PubMed 14/10/2007) Financiamento da Pesquisa: Público / Privado Publicações americanas e européias em Ética Médica nos últimos 5 anos: 29674 e latino-americanas: 745 (PubMed 14/10/2007) Custeio dos Estudos: Público / Privado Publicações americanas e européias em Ética Médica nos últimos 5 anos: 29674 e latino-americanas: 745 (PubMed 14/10/2007) Tratamento pós-estudo: Público / Privado Publicações americanas e européias em Ética Médica nos últimos 5 anos: 29674 e latino-americanas: 745 (PubMed 14/10/2007) Tempos de aprovação ético-regulatória (comparatico) Tempos Regulatórios no Mundo Parecer Professor e Jurista Luís Roberto Barroso – 16/03/2009 Desde 26 de junho de 2013 - Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ementa: 1. O sistema brasileiro de revisão de ética em pesquisa padece de problema grave no tocante à sua validade jurídica, por ausência de lei que distribua competências e discipline condutas. 2. Os órgãos do Sistema CEP/CONEP, no desempenho de suas funções administrativas e normativas, estão sujeitos aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública. Sistema CEP/ CONEP – Conclusões Enfrenta sérios problemas de validade jurídica, por falta de lastro legal para as competências exercidas. Não tem funcionado de maneira eficiente, ao menos no que diz respeito a pesquisas que contam com algum tipo de participação estrangeira. Luís Roberto Barroso ...“Diante do sistema normativo hoje vigente no país, resoluções do CNS não têm competência para criar e impor um sistema de controle ético de pesquisas clínicas. Tal constatação, por evidente, não desqualifica o Conselho, sua importância e as motivações legítimas que inspiram sua atuação. Mas suas pretensões de natureza legislativa estão em descompasso com o arranjo institucional vigente no país e com o próprio princípio democrático”. Luís Roberto Barroso Princípio da Impessoalidade Princípio da isonomia (Constituição de 1988) Dever da Administração de tratar a todos igualmente, sem preferências ou distinções. Ao menos em tese a prática de prazos excessivos para análise ética de protocolos de pesquisa clínica representaria inegável violação aos princípios da finalidade e eficiência. 1. Princípio da eficiência exige da Administração não apenas que exerça as funções que lhe tenham sido atribuídas, mas que o faça de modo a promover de forma diligente e satisfatória a finalidade pública que alimenta essa sua atribuição. 2. Os interesses dos sujeitos de pesquisa não são atendidos quando se lhes nega, por período 3. A burocracia e a perspectiva de avaliação do projeto em tempo muito superior a outros centros de excelência em pesquisa clínica no mundo operam como desestimulantes de investimento nessa área, em prejuízo do desenvolvimento tecnológico e econômico do país. acentuado e desnecessário, a perspectiva de tratamento com medicamento experimental, avaliado em testes pré-clínicos como potencialmente apto à sua cura. Luís Roberto Barroso Sistema de Aprovação Quádrupla (CEP do país de origem, 1º CEP, CONEP e demais CEPs). Tramitação no sistema CEP/ CONEP não isonômica (projetos multicêntricos com participação estrangeira vs projetos multicêntricos nacionais). Longos prazos para aprovação ética/ regulatória. Acesso ao medicamento pós-estudo por tempo indeterminado, aos melhores métodos profiláticos, diagnósticos e terapêuticos que se demonstraram eficazes. Assistência imediata e integral aos participantes da pesquisa no que se refere às complicações e danos decorrentes da pesquisa (Alteração da CNS196/96 para CNS466/12 – Retirada do Nexo Causal Comprovado) Pendências da CONEP exigindo textos nos documentos dos estudos em desacordo com a legislação, por exemplo Assistência – Texto da CNS466/12: V.6 - O pesquisador, o patrocinador e as instituições e/ou organizações envolvidas nas diferentes fases da pesquisa devem proporcionar assistência imediata, nos termos do item II.3, bem como responsabilizarem-se pela assistência integral aos participantes da pesquisa no que se refere às complicações e danos decorrentes da pesquisa. A CONEP tem solicitado a seguinte escrita nos documentos dos estudos: ... “garantida a assistência integral e irrestrita pelo tempo que se fizer necessário”. O mesmo texto acima da CNS466/12 é válido para a assistência em caso de gravidez. A CONEP tem solicitado a seguinte escrita nos documentos dos estudos: “solicita-se a garantia de assistência médica integral, irrestrita pelo tempo que se fizer necessário para a mãe, parceira grávida e o concepto. Falta de transparência por parte do sistema CEP/ CONEP quanto a análise das pesquisas clínicas (prioridades, filas, etc). Não uniformização dos questionamentos recebidos de diferentes membros da CONEP. Divergências entre as legislações do CNS (por exemplo, acesso pós estudo – 251/97 vs 466/12 – CNS251 não revogada), falta de informações importantes, como atribuições do patrocinador, falta de definições, faixas etárias para termo de assentimento, etc. Análise tripla de emendas ao protocolo, também com longos prazos para aprovação. Limitações da participação do Brasil em subestudos Farmacogenéticos/ Biomarcadores no exterior - No caso de biorrepositório, onde há testes específicos a serem realizados nas amostras, o patrocinador deve garantir o acesso e a utilização por pesquisadores e instituições brasileiras, em pesquisas futuras, do material biológico humano armazenado no exterior, não necessariamente das amostras por ele depositadas, garantida, no mínimo, a proporcionalidade da participação (Art. 14, Item I, Res 441/11) Falta de capacitação de membros do sistema CEP/CONEP (sistemas de treinamento, e governança para ambos, CEP e CONEP) e demora na renovação de aprovação dos CEPs Exigência da CONEP sobre considerar estudos nacionais (fabricação do medicamento, financiamento, dados, desenho do protocolo, amostras biológicas estritamente realizados no Brasil) conduzidos por multinacionais como área temática especial. Não seguimento pela ANVISA da RDC36/12, desde a divulgação, sobre processo simplificado de análise para os pedidos de aprovação de pesquisas clínicas Inconsistências e falta de informações na RDC38/12 sobre os programas de acesso expandido, uso compassivo e fornecimento de medicamento pós-estudo Não funcionamento da base de dados do Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC) Longos prazos para os trâmites para importação de medicamentos para estudos clínicos Ausência de contato com a agência em caso de dúvidas Problemas Plataforma Brasil • Cadastro: Há instituições com mesmo CNPJ com mais de um cadastro (casos com nomes diferentes com mesmo CNPJ). • Instabilidade do Sistema ocasiona grande demora na submissão do projeto ao sistema CEPCONEP. • Alguns documentos são perdidos durante esta fase, causando retrabalho ao centro de pesquisa. • Impossibilidade de submeter emendas/notificações enquanto um projeto aguarda revisão do sistema CEP-CONEP. • O Relatório da Plataforma Brasil não traz versão e/ou data. Este relatório poderia ainda apresentar a data de submissão e aprovação de cada documento. Continuação... • O Parecer Consubstanciado da maioria dos CEPs não apresenta uma lista dos documentos avaliados/aprovados. • Submissão de “Notificações” não libera um parecer acusando o recebimento • Há emendas ao projeto, como por exemplo, inclusão de centro de pesquisa, atualização de cartão do paciente, etc que atualmente devem ser tratados como emendas, mas por se tratar de documentos/ alterações simples, não poderiam ser tratados como “Notificação” apenas na Plataforma Brasil? • Estudos anteriores a Plataforma Brasil que necessitam ser cadastrados na PB. Enquanto o “aceite” é aguardado, a submissão ao CEP de informações importantes do estudo fica comprometida, como submissão de desvios de protocolo, nova brochura do investigador, emendas ao protocolo, etc. O tempo para aceite é muito longo. Continuação... • A Plataforma Brasil (PB) traz uma pergunta relacionada à banco: * Haverá retenção de amostras para armazenamento em banco? A PB deveria ser clara ao mencionar biobanco ou biorrepositório para evitar pendências. • Esclarecimento do fluxo correto de indicação de CEP para centros que não possuem um Comitê de Ética na Instituição • Alguns pareceres recebidos da CONEP informam que a tramitação de CIOMs deve ser feita em papel. Isto contraria a Resolução CNS466/12, bem como a Norma Operacional 001. Continuação... CEPs não-coordenadores: recebem documentos do CEP coordenador – confusão do CEP/centro na análise. Impossibilidade de fazer a alteração de centro coordenador. Pendência administrativa/checagem documental que não é sinalizada para o investigador/ equipe. Não há relatórios de rastreabilidade e acompanhamento. Não é possível fazer o cancelamento de estudos que ainda estão sendo avaliados – plataforma travada (maior fila sem necessidade). Não é permitido acesso do patrocinador a Plataforma Brasil apenas para consulta. Estamos parando???? Em 2013 - 18 empresas avaliadas 112 protocolos não foram realizados no país, por atrasos no processo de aprovação; 61 deles, quando aprovados, o período de seleção de pacientes já estava encerrado; 51 nem chegaram ao país; 36 deles eram destinados ao estudo de patologias (mortalidade) 3 712 pacientes deixaram de ser beneficiados. (Interfarma – 2014) Como nasceu a Aliança? Entidades representativas de pacientes, academia, pesquisadores, sociedades médicas e de pesquisa , etc…… Pesquisadores O que é uma Ag. Regulatórias ALIANÇA? Setor Produtivo Governo Palavra – Chave UNIÃO Paciente É a união de pessoas e organizações comprometidas com um propósito acordado e com a tomada de decisão compartilhada para influenciar uma instituição externa, enquanto cada organização membro mantém sua autonomia”. Seus objetivos vão desde compartilhamento de informações, Um favorável para conscientização e ambiente educaçãomais da sociedade atéaadvocacy para grandes realização de pesquisa clínicae leis” mudanças em políticas no Brasil. (baseado em Cohen, et al (2002) e Raynor (2011) a discussão sobre Pesquisa Clínica no Brasil, a fim de conscientizar toda a sociedade sobre sua importância para a plena efetivação do direito à saúde e para o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do país. os tomadores de decisão para que ajam no sentido de aprimorar o atual modelo regulatório. Objetivos Principais 1. Desmistificar e desmitificar a pesquisa clínica, educando a população, em geral, sobre como se desenvolve a pesquisa clínica , seus mecanismos de segurança e sua importância para todas as esferas da sociedade. Responsabilidade Ética! Moral! Cidadania! Objetivos Principais Conscientizar a sociedade sobre a importância da pesquisa clínica para a saúde púbica, incluindo a possibilidade de melhores condições de tratamento aos pacientes e o desenvolvimento de novas tecnologias. 2. Objetivos Principais 3. Promover uma mobilização nacional com todos os setores envolvidos em prol de uma revisão detalhada do sistema regulatório da Pesquisa Clínica no País. Desfechos Principais! o poder decisório sobre a análise das pesquisas clínicas no país, hoje a cargo da CONEP. inteiramente os textos das regulamentações éticas e sanitárias para a pesquisa clínica. Propostas - Ações Principais! para tornar eficiente e ágil a Plataforma Brasil. com a comunidade científica, os governos (principalmente, ANVISA e CONEP) e outros atores, as soluções para se estabelecer prazos exequíveis. com os setores interessados e os governos na busca de soluções para agilizar o processo de liberação na Alfândega de produtos e materiais importados. Objetivo precisamos saber onde vamos chegar! Ações Iniciais! 1. Manifesto sobre a importância de Salvar a Pesquisa Clínica no País “e com o lançamento de um abaixo-assinado eletrônico para adesão da sociedade. 2. Aliança Pesquisa Clínica Brasil irá lutar por uma agenda de reuniões com os órgãos governamentais, a fim de propor um cronograma de mudanças. Ações em Curso! 1. Consolidação e formalização do apoio dos setores envolvidos a Aliança Pesquisa Clínica Brasil. 2. Sensibilização e esclarecimento da mídia. 3. Reunião com a Senadora Ana Amélia Lemos (PP-RGS) com representantes do Comitê Gestor da Aliança Pesquisa Clínica Brasil. 4. Audiência Pública no Senado na CNAS, com presença de representantes da Aliança Pesquisa Clínica Brasil. 5. Grupo de Trabalho – AMB, Interfarma e Oncoguia e outras entidades. 6. Estruturação jurídica da Aliança. 7. Incentivar outras iniciativas como as do FOCEP. Ações em Curso! 6. Em conjnto com a assessoria jurídica do Senado e vários membros e e ntidades associados à “Aliança”: Elaboração do Projeto de Lei (PL 200/2015) do Senado Federal, subscrito pela senadora Ana Amélia (PP-RS), Walter Pinheiro (PT-Bahia) e Waldermir Moka (PMBD- MS) em tramitação na CCJ do Senado. 7. Realização do 1o. Seminário “A importância da Pesquisa Clínica para a Saúde Pública e o Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil” (dia 15/04/2015) no auditório Interlegis (Senado Federal). Governança da Aliança! Apoiadores Parceiros Conselho Deliberativo Comitê Gestor Coordenador A convicção é um luxo dos que apenas observam! (Friedrich Nietzsche) Obrigado! Jaderson Lima [email protected] Contato Aliança Pesquisa Brasil [email protected] Brasil 2014 Progresso Médico e Científico Através da condução de estudos experimentais obedecendo os rigorosos padrões que norteiam o método científico. Esta é a única forma de se adotar medidas preventivas, diagnósticas e terapêuticas validadas e confiáveis. Aumento dos custos da Pesquisa Clínica Sistema CEP-CONEP Principais Entraves: Sistema de aprovação ética triplo, às vezes quádruplo – prazos demasiadamente longos. Acesso ao medicamento pós-estudo sine die para todas as condições clinicas, e sem fundamentação em protocolos e guidelines internacionais. Obrigatoriedade de indicação de dados cadastrais de biobancos / biorrepositórios localizados no exterior. Obrigatoriedade de avaliação das emendas dos protocolos pela CONEP. Obrigatoriedade de se tramitar apenas e sómente pela Plataforma Brasil (nada amistosa, incompreensível). Dicotomia da avaliação ética do que é nacional e do que é internacional, COM RITOS E ETAPAS DIFERENTES NA AVALIAÇÃO ÉTICA. Relatório Mestres 2012 – CGEE/MICT/IBGE Prazos Regulatórios Interfarma - 2014 País 2013 Argentina 126 Bolívia Brasil Brasil Ausência de interesse mundial em fazer estudos no Brasil? (www:cinicaltrials.com.gov) 0 2014 477 Chile 77 Colombia 72 Equador 7 Guiana 0 Paraguai 0 Peru 39 Suriname 1 Uruguai 5 Venezuela 8 México 167 Total LatAM 979 Total Global 20078 Ranking Mundial - 2013 Posição País Total Trials 1 Estados Unidos 70. 594 2 Canadá 11.214 3 Alemanhã 10.479 4 França 9.385 5 Reino Unido 7.963 6 Coreia do Sul 4.532 15 Brasil 3.447 Fonte: Abraco, Anvisa, Clinical Tryals, MCTI e Medic/Ministério da Saúde apud Valor de 1 de novembro de 2013 Ranking Mundial - 2014 Posição País Total Trials 1 Estados Unidos 75.531 2 Canadá 12.110 3 Alemanhã 11.308 4 França 10.351 5 Reino Unido 8.808 6 Coreia do Sul 5.188 15 Brasil 3.784 Fonte: www:clinicaltrials.gov – acesso em 12/03/2014 Investimentos em Pesquisa Clínica BRICS Posição País Total Trials 1 Russia 1,6% 2 China 1,4% 3 Índia 1,2% 4 Brasil 1% Fonte: www:clinicaltrials.gov Perfil Brasil Pesquisa Clínica Estudos no mundo Estudos no Brasil Dengue 37 1 (2,7%) Malária 405 0 (0%) Tuberculose 346 22 (2,4%) Leishmanios e 60 8 (1.33%) Fonte: www:clinicaltrials.gov.br Brasil 2014 1. População brasileira passou de poucos para 200 milhões. 2. Analfabetismo caiu de 46% para 8%. 1. Segundo celeiro mundial e um dos maiores rebanhos do mundo. 2. Autonomia em energia (maiores rios e mananciais do mundo) 3. Sexto PIB mundial. De 2002 o PIB cresceu 40 vezes. 4. Petróleo. Objetivos - Defender um sistema ético robusto! Ética é um direito de todos! Inclusive dos pesquisadores e comunidade científica Transparência Diálogo Governança ética Publicações Científicas Declaração OMS “Avanços sem precedentes no conhecimento científico nos últimos 50 anos, complementados por esforços de pesquisa e desenvolvimento adequadamente dirigidos levaram a medicamentos, vacinas, diagnósticos e equipamentos médicos que melhoraram dramaticamente a saúde no mundo todo...... Ao mesmo tempo, a necessidade de novas intervenções não diminuiu: a vacina para AIDS ou gripe aviária, um tratamento novo para tuberculose ou dengue, curas para o câncer, doenças cardíacas e diabetes, melhores métodos para a prevenção e diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis são apenas alguns exemplos da significativa contribuição que a biomedicina ainda pode dar à saúde global.” (Relatório da OMS “Pesquisa para a Saúde” - 05.12.2005) Câncer Epidemia mundial, segunda doença que mais mata no Brasil. Estima-se que em 2020, será a principal causa de morte no mundo. Realidade Brasileira Demora no diagnóstico Difícil acesso ao tratamento Raro acesso á drogas inovadoras. Temos enormes desafios! O Brasil precisa se antecipar a epidemia do câncer – Paulo Hoff (Oncologista - Diretor do ICESP) –VEJA 04/02/2011 Aumento da Complexidade Pesquisa Clínica Questões não respondidas! 1. O Brasil realmente reconhece a importância da pesquisa clínica para o seu desenvolvimento científico, tecnológico e econômico? 2. O Brasil realmente reconhece a importância da pesquisa clínica para a melhoria da qualidade de vida de sua população? 3. Porque inovação em saúde não é uma escolha real do governo? Sistema CEP-CONEP Entraves Entraves Inconsistência entre itens de Resoluções nacionais que abordam o mesmo tema (Conep e Anvisa). Ausência de cumprimento de prazos acordados em regulamentações Falta de canais de comunicação entre os atores envolvidos na pesquisa. Descumprimento dos processos estabelecidos em RDCs (Resoluções da Diretoria Colegiada). Opinião da sociedade tem pouca relevância na tomada de decisões. Falta de harmonização e critérios entre os diferentes técnicos que avaliam os processos na Anvisa. Falta de harmonização entre os diferentes sistemas de submissão de estudos. Atrasos na liberação de produtos e materiais para pesquisa clínica na Alfândega. Centralização da análise ética. Acesso a medicação pós-estudo ‘sine die’ para todas as condições clínicas Ineficiência da Plataforma Brasil, Obrigatoriedade de avaliações de emendas pela Conep. Sistema CEP/CONEP - Anacrônico Resoluções CNS/CONEP Resoluções Aplicação Resoluções CNS/CONEP 1988 1996 Res 196/96 Composição CEPS TCLE (revogada) 2013 Res 251/97 Novos fármacos, vacinas e testes Sistema CEP/CON EP 2000 Res301 Res303 Res304 Res340 Res 292/99 Cooperação estrangeira Res 346/05 Projetos multicêntricos Res 347/05 Armaz e utiliz material Biológico Res 370/07 Registro/credenciamnet o CEPs Res 421/09 Reestruturação CONEP Res 446/011 Composição CONEP Res 466/12 Revisão 196/96 Importação UFRJ – 2010 99% dos cientistas brasileiros dependem de produtos importados ( 1 a 24 meses para a importação – 4 a 6 meses é a média). Dos entrevistados, 76% deles já perderam o material, que fica preso muito tempo na alfândega. Não há falta de financiamento para bons pesquisadores. O Governo – financiador de projetos – é quem próprio inviabiliza os mesmos. O governo criou um labirinto legal para importações que não distingue um pesquisador de um potencial contrabandista. Lygia da Veiga Pereira - Especial para o UOL25/03/201406h00 Interfarma - 2014 Relatório Mestres 2012 – CGEE/MICT/IBGE Interfarma - 2014 Relatório Mestres 2012 – CGEE/MICT/IBGE Terminologia Adequada! Cobaia é o termo originalmente usado para designar, através do latim científico após uso de alguma língua indígena sulamericana, o roedor nativo desta região, da família dos caviídeos, mais conhecido como Porquinho-da-Índia ("Cavia porcellus"); por extensão (e em sentido figurado), passou a designar o campo ou objeto de alguma pesquisa científica. (dicionário Aurélio) Ellen Hardy; Silavana Ferreira Bento; Maria José Duarte Osis, ElianaMaria Helbing – Pesquisa em Contracepção – Revista Associação médica Brasileira, vol. 50, n.4 – SP. Voluntário de Pesquisa Ações Educativas 1. Romper as barreiras preconceituosas no tema. 2. Esclarecer o papel e educar para o respeito e valorizacão do voluntário de pesquisa. 3. Conscientizar a sociedade sobre a responsabilidade de todos no processo de avanço científico e dos benefícios decorrentes (bem comum). Perfil Brasil Pesquisa Clínica Estudos no Mundo Estudos no Brasil Denças Cardiovasculares 12 489 296 (2,4%) Câncer 23 251 286 (1,2%) Doenças Respiratórias 8 658 179 (2,1%) Diabetes 4 891 150 (3,1%) Fonte: www:clinicaltrials.gov Profissionais qualificados Mais de 20.000 artigos científicos/ano (relatório Unesco – 2010) Um Bem Público O conhecimento científico e o produto originado de ensaios clínicos se tornam um bem público. Patentes caem e os produtos se tornam de fácil acesso (genéricos, similares), caso em breve do Lipitor (estatina). O conhecimento científico norteia políticas públicas de saúde, promovendo o aumento do bem estar social. (ex. doença cardiovascular x câncer) Vida e fragilidade caminham juntas! “Os resultados preliminares do uso do Blinatumomab se mostraram promissores. Houve remissão da doença em cerca de 80% dos pacientes. É um índice muito alto. A gente tinha que tentar”, defende o hematologista Vanderson Rocha. Porquê não avançamos? Proteção ética não pode mais ser a desculpa! Todos ganham! Melhorias nas políticas públicas de saúde (melhor eficIência, modernização,! Acesso à tratamentos inovadores! Compartilhamento do conhecimento científico! Avanço social e econômico! Voluntário de Pesquisa! Ações Educativas I. . Romper as barreiras preconceituosas no tema. II. 2. Esclarecer o papel e educar para o respeito e valorizacão do voluntário de pesquisa. III. 3. Conscientizar a sociedade sobre a responsabilidade de todos no processo de avanço científico e dos benefícios decorrentes (bem comum).