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AS TRÊS
MARTELADINHAS
MÁGICAS
Elazier Barbosa
[email protected]
Eu era jovem e trabalhava no escritório de uma fábrica em Campinas 02
A fábrica tinha uns 80 funcionários e no escritório éramos uma meia dúzia.
.
Numa determinada manhã, o nosso gerente estava super-preocupado;
havia perdida a senha do cofre. Ele nunca tinha conseguido gravar de
cabeça e guardava, escondia em algum lugar e sempre tinha problema
para achar.Mas dessa vez a senha sorveteu de verdade
Esse cofre era do tamanho de um armário, pesando uns 300 quilos
.
Sem abrir o cofre iria resultar em grandes problemas; os talões de
cheques e as "receitas técnicas" da fábrica estavam lá dentro.
.
Ele iniciou a operação diabo isso é, tentou, tentou, tentou mas o gigante
de aço não resolveu escancarar a boca e o gerente chegou até falar um
palavrão, para nosso espanto!
.
Então, um colega do escritório lembrou que conhecia alguém que poderia
resolver o problema.
Essa pessoa fazia trabalho para a polícia e era especialista em abrir
cofres.
Achamos e até engraçado alguém ter essa profissão. A gente pensava
que só ladrão tinha essa especialidade no curriculum vitae
Ele era ex-funcionário de numa empresa que fabricava e consertava
cofres
.
Depois de contatos desesperados o expert apareceu na fábrica, entrou no
escritório, deu um alô rápido perscrutou o escritório com olhos inquisidores
e perguntou:
-Cadê o bichão teimoso! A alegria dele contrastava com a cara emburrada
e desconsolada do nosso gerente
Nosso esperançoso gerente apontando o dedo pro cofre falou;é esse aí!
O expert olhou, olhou mais de perto e disse: Esse não vai dar. É muito
antigo nem se fabrica mais essas coisas. Faz anos que não mexo nesse
bichão.
Nosso gerente quase teve um piripaque
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Depois a gente entendeu que era só teatrinho, mas na hora foi uma
decepção, um balde de água fria na cabeça do nosso gerente e foi um
uníssono áaa...
Então ele continuou:
-Vamos ver o que se pode fazer, já que estou aqui...
Ele colocou sua maleta de ferramenta em cima da minha mesa sem muita
cerimônia e começou a tirar seus instrumentos de trabalho com uma calma
exasperante.
O cara sabia criar clima de suspense. Pelo jeito ela adorava essa situação,
que todos os seus clientes deveriam ter vivido. Ele acreditava sempre no seu
Grand Finale.
.
Pegou um pequeno aparelho, encostou no cofre, enquanto girava o botão
de segredo do cofre ele ficava escutando com o ouvido colado nesse
aparelho deveria ser algo como um estetoscópio de médico.
.
Depois de uns minutos que pareciam uma eternidade e com a platéia toda
prestando aquela atenção. Ele parou de usar o aparelho foi até à sua maleta
pegou um martelinho e disse:
-Esse martelinho é mágico. E mostrou para nós como se fosse realmente
fazer com ele uma grande mágica
E nós só assistindo, num silêncio sepulcral. Tinha ajuntado até um grupo de
supervisores da fabrica, pois precisam das tais "receitas". Estou escrevendo
e vendo a cena como se fosse hoje
Foi novamente ao cofre e fez uma rima que não me lembro direito mas era
algo como:
-Martelinho, martelinho meu, abre esse cofre degarinho para o seu mestre
com carinho.
.
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Em seguida deu 3 marteladinhas e puxou a porta do cobre (que ele já tinha
destravado, obviamente) e disse todo orgulhoso: Tá aberto o bichão,
e olhou pra todo mundo como esperando receber uma salva de palmas e
mostrando o martelinho "mágico"!
Nosso gerente todo efusivo foi direto pegar os cheques no cofre. Mas, o
expect bloqueou com o corpo o acesso do gerente e falou: Espera um
pouco, isso vai custar tanto. Nei sem quando foi e o gerente em função de
todo o nervosismo só querendo ter o cofre aberto nem perguntou quando
seria o custo do serviço, falou: Tudo isso por 3 marteladinhas? É muito
caro!
.
O expert retrucou: Não tem problema. Rapidamente trancou novamente o
cofre. Aí desespero foi geral e nosso gerente quase teve um piripaque de
novo.
O Expert então explicou de maneira bem calma. Era incrível o contraste da
tranqüilidade dele e com o nosso desespero
.
-Estou cobrando os segundos para dar as 3 marteladinhas mais 40 anos de
experiência que usei para abrir esse bichão
O senhor não está pagando pelo meu tempo que usei para abrir esse
bichão (ele gostava dessa palavra). Está pagando por 40 anos de estudos,
leitura de manuais, noites em claro e saber exatamente o que deve ser
feito, entender o que significa cada clique que escuto com o meu aparelho
.
Olhando bem nos olhos dos nosso gerente coitado, falou bem firme:
-Esse é o meu trabalho, sei o que tem que ser feito faço logo e cobro o que
vale.
.
Não preciso continuar que ele recebeu o que pediu a foi um alívio pra todos
só não foi geral, porque o valor que ele cobrou nada mais foi do que
displicência do nosso gerente, que apesar de ter o cofre aberto, aquele
certamente não foi o melhor dia dele
Esse fenômeno acontece em consultoria quando o consultor em função da
sua grande experiência vislumbra mesmo durante as entrevistas
intermediarias a solução do problema.
Mas se for colocada a solução, em função de uma certa urgência, mesma05
ainda não estando ela maximizada vai ter os honorários questionados
pelo cliente em função do "pouco" tempo investido
Isso também ocorre quando um bom funcionário dá solução rápida e
correta a um problema. Em vez de ser considerado de forma elogiável
pela chefia e mesmo pelos colegas, acabem dizendo que ele pegou uma
moleza para resolver e que qualquer um faria o que ele fez.
.
Isso até nos remete ao ovo de Colombo que pôs em pé
.
Depois de muitos anos descobri que existe uma história semelhante que
corre o mundo sobre o uso da chave de fenda. A diferença é que vivi essa
história do martelinho que me marcou demais
.
A lição que fica é que a chefia deveria valorizar seus bons funcionários e
que o estudo e o conhecimento tem um alto valor e que pode ser a grande
solução num momento de crise total.
.
.Eu não lembro de o gerente ter agradecido o nosso colega que conhecia
expert.
Assim como se deve medir uma pessoa do queixo para cima e não da
cabeça aos pés, também não se deve valorizar apenas o tempo investido
na solução de um problema.
.
Se a pessoa foi rápida, perfeita não foi apenas por sorte. Muitos esforços
anteriores foram investidos e merecem ser considerados na hora de
valorizar um resultado
.
Então eu pergunto: o seu gerente é do tipo que só quer resultados que lhe
agradam sem se preocupar que você deixou de lado horas de lazer para
se especializar em determinado assunto e com esse conhecimento a
empresa vem se beneficiando?
.
E que a demora na realização de um trabalho por alguns funcionários não
o estimula para avaliar e comparar com os mais diligentes, colocando
todos no mesmo saco?
.
Que acha que o Depto não precisa de ninguém muito especial, pois no fim
das contas tudo se acaba se resolvendo, meio atrasado com defeitos,
aceitando como isso fosse a coisa mais natural do mundo?
.
Então meu Amigo e minha Amiga arranje um também martelinho mágico,
de preferência use-o em outra empresa
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