r evista
do
co f r e
d e
p r evi d ê nc i a
novembro/dezembro de 2014, número 18, ii série
Em terras de erva doce
há portas que dão
para escadas passadas.
Ou serão voos futuros?
pvp €1,00
www.cofre.org
ISSN 2182-1437
Ervedosa, Vinhais
9
772182
143004
Galiza
Cofre / Ano XVIII / II série / N.º 18 / Novembro-Dezembro 2014 / www.cofre.org
Ficha técnica / PRESIDENTE Tomé Jardim [email protected] / DIRECTORA Luísa Paiva Boléo [email protected] / EDIÇÃO Cofre de Previdência
/ CONSELHO REDACTORIAL Tomé Jardim, Francisco Pinteus, Elder Fernandes, Manuela Charrua, Catarina Santos, Vitor Luz / RESPONSÁVEL
EDITORIAL Ricardo Henriques [email protected] / FOTOGRAFIA DE CAPA Luís Liberal/www.panoramio.com / FOTOGRAFIA Cláudia Peres, Egídio
Santos e Paulo Muge / DIRECÇÃO DE ARTE E DESIGN Silvadesigners / PUBLICIDADE Sara Ferreira e Susana Inácio / COLABORADORES DESTE NÚMERO
Sónia Ferreira, Sara Ferreira, Maria da Luz Barreto, Manuel Dias Reis, Rafael Gueifão, Jorge Pinhal, José Emanuel Fernandes Boal, Odeith
/ SECRETÁRIA Sara Ferreira / CONTACTOS DO COFRE Rua do Arsenal, Letra E, 1112-803 Lisboa e Rua dos Sapateiros, 58, 1100-579 Lisboa / TELEFONE
213 241 060 / FAX 213 470 476 [email protected] / NIF 500969442 / PVP ¤1,00 / IMPRESSÃO Multiponto, S. A. / ISSN 2182-1437 / DEPÓSITO LEGAL
324664/11 / REGISTO ERC 119146 / PERIODICIDADE Bimestral / TIRAGEM 47 000
6 P.‚34
4 a 7 de jun.’15
P.‚
entrevista receita
Vítor Luz, Fatias de
conselheiro Tomar
do Cofre
Itinerário:
1º dia – Lisboa / Santa Tecla / Baiona /
Santiago de Compostela
2º dia – Santiago de Compostela
3º dia – La Toja / Grove / Santiago de
Compostela
4º dia – Ourense / Pontevedra / Lisboa
32
17
P.‚
P.‚
cara-a-cara
cofre
Plano de Actividades e
Orçamento Anual para 2015
37
30
P.‚
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Jorge
Pinhal
Natal
novo sócio
efemérides
28
P.‚
Preço por pessoa:
Duplo (mínimo 30 participantes)
€460
Duplo (mínimo 40 participantes)
€420
Suplemento individual
€85
antiguidade
O sócio mais
antigo e
o mais
idoso
38
P.‚
consultório
da língua
portuguesa
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Quinta de Santa Iria
Inauguração
do Centro
de Ciência Viva
www.cofre.org
1 CFR
Editorial/ Da Palavra do Presidente
Momentos
tomé jardim
Cofre, como sabem, é uma instituição vocacionada para a solidariedade, valor intrínseco ao ser
humano e que jamais deverá ser
esquecido ou ignorado. Todavia os tempos
evoluem, os horizontes têm, necessariamente, de ser alargados e o enriquecimento cultural faz parte desse alargamento. Também
a vertente lúdica não pode nem deve ser esquecida, tal o seu contributo para uma vida
mais feliz, e se a essa vertente conseguirmos
aliar um lado pedagógico que, de preferência, abranja as diversas faixas etárias, então
temos a certeza de estar no caminho certo
no desenvolvimento do nosso trabalho. Nem
sempre conseguimos fazer as coisas ao ritmo que desejaríamos, umas vezes por nos
dificultarem, como foi o caso do Campus,
mas a nossa força e uma equipa jovem, coesa, esforça-se por melhorar a qualidade e diversidade dos serviços oferecidos, com um
lema em mente: servir e fazer mais e melhor.
É este o lema pelo qual trabalhamos em todas as áreas para a evolução das nossas Residências Seniores, Universitárias, Centros
de Lazer – Vau, Quinta de Sta. Iria e Sede
na assistência social aos nossos Associados.
O
CFR 2
www.cofre.org
Será sempre um trabalho infindável porque
queremos proporcionar a todos aqueles que
os usufruem espaços cada vez mais acolhedores e diversificados na oferta. A Quinta de
Santa Iria tem a particularidade de se situar
numa zona interior do país e bem sabemos
como todo o interior se encontra desfavorecido comparativamente a outras regiões, sendo
também com esta perspectiva que nos surgiu
a ideia de criar ali o Campus de Ciência Viva
Prof. Máximo Ferreira, recentemente inaugurado. Se por um lado o mesmo oferece a
todos os utentes da quinta mais um pólo de
diversão e conhecimento, pode igualmente
constituir uma mais-valia para a região se colocado ao dispor da comunidade. Assim, estabelecemos contactos, nomeadamente com a
Universidade da Beira Interior, as escolas e os
municípios limítrofes ali representados pelos
Srs. Presidentes de Câmara, que permitirão
a todos, mas sobretudo aos mais jovens, usufruir de uma infra-estrutura, até ao momento
única na zona, a qual certamente valorizará a
sua formação e quem sabe poderá despertar-lhes interesses até então ignorados ou desvalorizados. O complexo dispõe, como podem
ver na excelente reportagem efectuada pelos
repórteres e fotógrafos da nossa Revista de
um planetário e observatório equipados com
a mais alta tecnologia, salas de formação, auditório para receber, desde conferências, aos
mais variados espectáculos e com um palco
que se pode abrir ao exterior aumentando
desta forma a sua dimensão e permitir, sempre que o tempo ajude, a realização de espectáculos no anfiteatro e no auditório com uma
capacidade total de 500 lugares. Quero publicamente agradecer em meu nome e no do
C.A., o qual tenho a honra de presidir, a todos
os que se empenharam na concretização do
projecto, à Câmara Municipal da Covilhã, ao
Eng.º Rito Pereira, Sr. Alberto Martelo e aos
restantes trabalhadores, os quais com o seu
empenho tornaram este momento possível e
muito particularmente ao Senhor Carriço e
ao Professor Máximo Ferreira pela simpatia
com que abraçou o projecto, disponibilidade
e apoio técnico e ao qual ficará para sempre
ligado ao baptizarmos o Campus com o seu
nome e, finalmente, aos trabalhadores da
Quinta pelos arranjos e limpezas exteriores
e no seu interior. Como disse, para além da
reportagem, a revista contém ainda o Cara-a-Cara com os trabalhadores do Departa-
mento de Gestão dos Associados e Património (DGAP) e o Coordenador de Secção Sr.
Alves da Silva, o novo sócio, o nosso plano de
actividades e orçamento para o ano de 2015
preparados para apresentação na Assembleia
Geral a qual não se realizou por lapso na convocatória colocada no sítio do Cofre, na Rua
do Arsenal e na Rua dos Sapateiros. A aludida
A. G. foi remarcada de acordo com as normas
estatutárias pelo Sr. Presidente da Mesa para
o dia 26 de Janeiro de 2015 às 19 (dezanove)
horas. O referido Plano e Orçamento concebidos para o crescimento saudável, solidário e
sustentado, olhando para o futuro pensando
nos mais e também nos menos jovens, esperando por isso poder contar com todos para
continuar a desenvolver o fim para que o Cofre foi criado – a solidariedade. Sendo esta a
revista do Natal e a última do ano de 2014, e
como final da nossa conversa quero endereçar a todos, em meu nome, no do Conselho
de Administração e de todos os trabalhadores do Cofre um Natal feliz, com paz e muito
amor. Um ano novo com mais segurança na
saúde, no trabalho e no conforto. E não se esqueçam da contribuição, com tudo aquilo que
já sabem, para a revista.n
www.cofre.org„„ 3„„ CFR
Notícias/ Aberto a 7 chaves
br ás Carlos a autogr afar
As Flores Brancas
do Frangipani
por L.P.B.
Como qualquer poeta, Brás Carlos surpreendeu-nos
logo de início, quando explicou que estas flores são
raramente brancas, exalam um olor suave e a sua
beleza delicada liga-as simbolicamente ao amor.
Uma assistência numerosa e interessada compareceu no dia 25 de Novembro ao fim da tarde, no auditório do Cofre, ao lançamento do segundo livro de
poemas do sócio Américo Brás Carlos. A sessão foi
presidida pelo Dr. Tomé Jardim que citou um dos
poemas do autor. O editor Jorge Ramos da Parceria
António Maria Pereira falou dos grandes autores
desta secular editora e, como Brás Carlos, está em
boa companhia entre Camilo Castelo Branco, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz e
Fernando Pessoa.
Ao contrário do habitual, o autor falou antes da
prefaciadora e na sua voz pausada e bem timbrada
leu e falou dos seus «colegas» poetas
de todos os tempos, pois não imaginamos «os amigos que se reencontram devido à poesia». O fiscalista e
poeta provou que não há incompatibilidade entre a poesia e outras profissões e falou de Ruy Cinatti que
era engenheiro agrónomo, Eugénio
de Andrade, fiscal da Segurança Social, António Osório, advogado e, se
dúvidas restassem, Fernando Pessoa
contabilista de profissão.
Entre cada leitura Brás Carlos foi-nos dizendo como deseja a sua
poesia: «simples» e acrescentou «o
que dá muito trabalho». Os seus auCFR 4
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Assembleia-geral
Ordinária
momento musical com josé resa
tores e inspiradores foram, pouco a pouco ocupando as cadeiras do auditório – Horácio, Elliot, António Osório, Ruy Belo, Jorge Luís Borges, António
Ramos Rosa, Pablo Neruda, António Pina, Zeca
Afonso. A música composta e executada à guitarra
por João Carlos Galelo, um jovem talento de vinte
e quatro anos, foram transformando a leitura dos
poemas num momento mágico. Poemas sobre as
memórias de infância e o amor, mas também os
dramas dos náufragos de Tarifa e Lampedusa. «É
a alma que te dói?/ E eu ainda não sei bem dizer-te.
/Doem-me a humanidade, a compreensão e tudo
em que verdadeiramente assento.»
Tomou por fim a palavra a professora de Humanidades e Estudos Clássicos da Universidade de
Coimbra – Dr.ª Teresa Carvalho, e se a assistência já
estava envolvida em poesia, a partir das suas palavras foi transportada para o sentido universal dessa
forma de comunicação. Neste livro os poemas têm
cinco vectores – a memória, a infância, a morte, a
vida e o amor. Elogiou a apuradíssima linguagem do
autor e disse mesmo «que na poesia de Brás Carlos
só fica o que é pepita de ouro». “Ga
“Garimpeiros” como Cesário Verde, Ma
Manuel da Fonseca, Alexandre O’Neill,
Luís Filipe Castro Mendes, Sophia
e Carlos de Oliveira apreciarão com
certeza a companhia.
Houve ainda um momento musical
com José Resa que tocou à viola en
entre outras, Traz um Amigo Também.
O autor autografou e conversou
com os seus leitores. Por fim o chef
Francisco Santos e Telma Amaro da
Quinta de Santa Iria apresentaram
apresentarambrin
-nos os seus dotes culinários e brindámos com a jeropiga do Cofre.
Sim «a poesia vale a pena!»
A Assembleia-geral Ordinária do Cofre de Previdência marcada para o
passado dia 15 de Dezembro, não chegou a realizar-se por, antes do início
dos trabalhos, se terem verificado lapsos nas convocatórias colocadas
no sítio do Cofre, na Rua do Arsenal e na Rua dos Sapateiros, o que foi
considerado como susceptível de induzir em erro e, assim, prejudicar o
direito e a vontade de participação dos interessados. Assim, não havendo
condições para o início da Assembleia-geral Ordinária, foi decidido pelo Sr.
presidente da Mesa remarcar a referida Assembleia, mantendo-se a mesma
Ordem de Trabalhos, de acordo com as normas estatutárias, para o dia 26 de
Janeiro de 2015, segunda-feira, às 19 (dezanove) horas.
Bolsas
de estudo
Estão abertas as candidaturas para
a atribuição de Bolsas de Estudo
para o ano lectivo de 2014/2015 até
31 de Dezembro do corrente ano.
Consulte o regulamento e preencha
o formulário, disponíveis em
www.cofre.org, através do telefone da
sede 213 241 060, fax 213 470 476 ou
por mail [email protected]
Feliz
Natal e
Próspero
Ano
Novo
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5 CFR
Entrevista/ Dentro do contexto
fotogr afia Cláudia Peres
Pela janela, pela
liberdade, pelo Cofre
Vítor Luz, conselheiro do Cofre
Sei que nasceu em Almodôvar, no
Baixo Alentejo, falemos um pouco
da sua infância e Juventude. Tem
boas recordações de infância?
Nasci efectivamente na Vila de Almodôvar, distrito de Beja, no dia 5 de
Dezembro de 1945, na casa de habitação dos meus pais, numa rua chamada
Rua Fria. Sou filho único, razão pela
qual senti desde muito cedo a necessidade de conviver com familiares de
idade próxima da minha. Talvez seja
essa uma das razões pela qual me relaciono facilmente com todos aqueles
com quem convivo diariamente. Almodôvar era uma localidade relativamente pequena onde os habitantes tinham
amplos laços familiares. Aos cinco
anos de idade, frequentei, tal como
muitos jovens sensivelmente da mesma
idade, um espaço a que hoje chamamos
infantário. Levávamos de casa uma
pequena cadeira, garrafa com água,
ardósia e lá permanecíamos nas tardes
quentes de Verão ou frias de Inverno,
até os pais nos irem buscar. A minha
juventude foi passada alternadamente
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em Almodôvar e Aljustrel, localidades onde estudei. Na primária em Almodôvar, nos intervalos, gostava de
ir para a ribeira quebrar o gelo que se
formava devido ao frio. Em Aljustrel, já
mais responsável, gostava de me deslocar aos terrenos da mina e verificar o
dia-a-dia dos trabalhadores mineiros,
cuja luz dos gasómetros lhes indicava
a direcção a seguir.
Sendo o Presidente do Cofre, Dr.
Tomé Jardim, também de Almodôvar, será que o conheceu nos
bancos de escola?
Não. Sou mais velho que o Dr. Tomé
Jardim sete anos. Presentemente as
diferenças de idade já não são tão
acentuadas, como naquela altura. Iniciámos a nossa verdadeira amizade,
quando trabalhámos na mesma Repartição de Finanças em Almodôvar
no ano de 1971.
Qual o seu primeiro emprego? Tem
algum episódio inesquecível?
O meu primeiro emprego foi no Estado — na Repartição de Finanças do
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Entrevista/ Dentro do contexto
Na primária em
Almodôvar, nos
intervalos, gostava
de ir para a ribeira
quebrar o gelo
que se formava
devido ao frio. Em
Aljustrel, já mais
responsável, gostava
de me deslocar aos
terrenos da mina e
verificar o dia-a-dia
dos trabalhadores
mineiros, cuja luz
dos gasómetros lhes
indicava a direcção
a seguir.
Aprecio a
arquitectura nos
seus vários estilos,
por isso gosto
de a conhecer e
fotografar, nos vários
passeios que efectuo.
Gostava de conhecer
a América Latina,
mas são muitas
horas de avião...
Presentemente
tenciono conhecer o arquipélago
dos Açores para
desfrutar as
paisagens naturais.
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www.cofre.org
concelho de Almodôvar. Com 18 anos
de idade, os episódios foram muitos e
recordo com saudade. Quando regressei da praia de Quarteira, tinha um
comunicado para me apresentar nas
Finanças. Ainda em calções de praia,
fui à Repartição, mais propriamente ao
gabinete do Chefe, que me comunicou
que tinha sido deferido o meu pedido
como provisório. Foi tão grande o contentamento que, em vez de ter saído
pela porta, saltei pela janela. Aproveito
a ocasião para recordar aqui o sempre
"Sr. Parrinha", mestre de muitos que
pela Repartição passaram.
Para a sua geração o serviço militar era obrigatório e deve-o ter
marcado muito. Quer partilhar
connosco esses tempos?
Sem dúvida! A década de «60 foi por
muitos designada de medo, suor e lágrimas». O país vivia isoladamente sob
uma ditadura. A guerra colonial era o
drama de quase todas as famílias. Todos os jovens aos dezoito anos eram
submetidos a inspecção militar. Salvo
raras excepções, todos, ou quase todos,
ficavam aptos para cumprir o serviço
militar obrigatório. Foi o meu caso. No
mês de Junho de 1967 apresentei-me
no quartel em Tavira (CISMI) onde
como instruendo, concluí a recruta e
especialidade de atirador. Em Janeiro
de 1968, fui colocado no R.I.3 em Beja
para dar recruta a soldados, e logo
após, fui mobilizado para a então província ultramarina da Guiné. No dia 1
de Maio de 1968 no cais de Alcântara
entre muito choro, abraços e esperança «drama cuja memória jamais esquecerei», embarcámos no navio Niassa,
com rumo a Bissau. Gentes cujo rosto
traduzia a expressão do mais profundo
sentimento da ida para a “Guerra”.
Foram dois anos cujo lema era viver
um dia em cada dia! Não foi fácil, para
os que foram e para os que ficaram,
aguardando com angústia o regresso. Felizmente que aconteceu o 25 de
Abril, com coisas boas e outras menos
boas, o normal numa revolução.
Casou novo ? Como é o seu agregado familiar ? Tem netos?
Em virtude da mobilização de jovens
para a guerra nas ex-Colónias em África, não estavam reunidas as condições
para um matrimónio muito cedo. Como
certamente sucedeu com a grande
maioria, casei após o regresso de África, concluído o serviço militar. Casei
com 26 anos de idade, após um longo
namoro com a minha mulher Maria
Lança. Temos dois filhos, Rui e Raquel.
Do casamento do nosso filho Rui temos
dois netos, o Hugo André com 5 anos e
o Gonçalo Miguel com 2 anos.
Como entrou o Cofre na sua vida?
Após ter feito concurso para o Quadro
da D.G.C.I. e tendo ficado nos primeiros
lugares na lista de classificação, deixei
o Alentejo e fui colocado na Repartição
de Finanças do concelho da Murtosa.
Ao tomar posse, o Chefe da Repartição
Sr. Jaime Cardoso, nosso Associado,
comunicou-me que por inerência, tinha
de ser sócio do "Cofre do Ministério das
Finanças". A partir do dia 1 de Fevereiro
de 1966, com o N.º 43815, fiquei sócio do
Cofre. Presentemente e por convite do
actual Presidente Dr. Tomé Jardim, sou
vogal do Conselho de Administração,
com total sentido de responsabilidade no
órgão ao qual me orgulho de pertencer.
E o Sindicalismo?
Após o 25 de Abril de 1974 — Revolução de Abril, em 1976 na consagração
constitucional das liberdades e direitos
fundamentais dos trabalhadores, surgiu a liberdade sindical com o direito à
greve, liberdade de expressão, igualdade entre homens e mulheres. A minha
experiência sindical esteve sempre ligada ao Sindicato dos Trabalhadores
dos Impostos. Iniciei-a em 1976, como
delegado de base na Repartição de Finanças de Santiago do Cacém. Fiz dois
mandatos como Presidente da Direccão
Distrital de Setúbal. Fui vogal no Conselho Fiscal em 85/86. Integrei a primeira e única Comissão de Gestão do
STI no ano de 1991. Fui vogal na Direcção Nacional em 1987/1988 e Vice-presidente da Direcção Nacional de 1992 a
1997. Em 2012 fiz o curso de Formador
Sindical.
Como vê estas organizações em
termos sociais?
Com a Revolução Industrial que
teve início em Inglaterra no ano de
1760, todo esse movimento se propagou pela Europa, tendo chegado a
Portugal muito mais tarde. Apenas em
1821 se viria o conhecer a liberdade de
organização em associações aos trabalhadores portugueses, surgindo em
Lisboa, na década seguinte, a Sociedade dos Artistas Lisbonenses, sem cariz
reivindicativo, mas com o objectivo de
ajudar os seus associados na doença,
no desemprego, na velhice e no apoio
às viúvas e órfãos (como aconteceu
com o nosso Cofre em 1901), desprovidos de qualquer sustento. Em 1896 foi
criada a Caixa Geral de Aposentações
para trabalhadores assalariados e a
regulamentação da organização e funcionamento das Associações dos Socorros Mútuos. Em 1978 foi aprovada a
declaração de princípios e os estatutos
da União Geral de Trabalhadores. No
dia 2 de Maio de 1974 na antiga sala de
concursos da DGCI, houve a 1.ª Reunião Geral de Trabalhadores das Contribuições e Impostos. Em Maio de
1976 no Plenário de Leiria foi tornada
realidade a decisão de criar um sindicato para a DGCI e no dia 11 de Maio
de 1977 nasceu oficialmente, com a
publicação no Boletim do Trabalho e
do Emprego, cujo nome e sigla evoluíram para STI, cujo seu primeiro presidente e verdadeiro líder foi Eduardo
Belo. Sindicato, cujas regalias sociais
assentam, entre outras, no Fundo de
Acção Social, apoio jurídico e seguro
de doença.
Nota biográfica
Nasceu em Almodôvar,
no dia 5 de dezembro
de 1945. Trabalhou
na D.G.C.I., sócio do
Cofre desde 1966.
Sindicalista desde
1976, desde 2012 é
formador sindical.
Qual das artes é a sua preferida? E
os tempos de lazer como os ocupa?
Aprecio a arquitectura nos seus vários estilos, por isso gosto de a conhecer e fotografar, nos vários passeios
que efectuo. Gostava de conhecer a
América Latina, mas são muitas horas de avião... Presentemente tenciono conhecer o arquipélago dos Açores
para desfrutar as paisagens naturais.
Gosto de ler, em especial Albert Camus e ouvir música nomeadamente os
êxitos dos anos "60", tais como: Otis
Redding, Elvis Presley, Beatles, entre
outos, não esquecendo a música italiana e francesa. Não prescindindo do
convívio com familiares e amigos.
Quer deixar umas palavras para
os nossos Associados e familiares
nesta quadra natalícia e no início
de um novo ano?
É com o maior respeito e simpatia que desejo para todos os Asso-ciados do Cofre e familiares, um
Natal Próspero com saúde e que
as dificuldades até agora sentidas
se possam diluir ao longo do próximo ano. Tenhamos esperança em
dias melhores! Bem hajam. n
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9 CFR
Reportagem/ Campus de Ciência Viva
textos Sar a Ferreir a e Sónia Ferreir a fotogr afias Paulo Muge e Cláudia Peres
urante os dias 14 e 15 de Novembro teve
lugar o evento de abertura do Campus
Ciência Viva Prof. Máximo Ferreira.
Numa simbiose com a programação
do Magusto no Centro de Lazer, os nossos associados foram brindados com uma programação
cultural diversificada.
Ao início da noite de sexta-feira, após uma breve
refeição típica da época, iniciaram-se os eventos.
Prévio às artes do espectáculo o Prof. Máximo
Ferreira foi convidado a abrir formalmente o
Campus, baptizado com o seu nome, o que o deixou surpreendido e honrado.
Já no conforto do auditório, e dando início ao programa, o Presidente do Conselho de Administração do Cofre, Dr. Tomé Jardim, num discurso poético deu a conhecer o projecto e agradeceu a todos
os que colaboraram na sua construção. Estiveram
presentes, entre outros, o Presidente da C. M. da
Covilhã, Vice-presidentes das Câmaras do Sabugal, Belmonte, Fundão e Celorico, representantes
da UBI e das Escolas do Município da Covilhã,
Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Fundão, Director da Academia de Dança e Música do
Fundão e a Directora da APPACDM da Covilhã.
Em seguida a Orquestra da Academia de Música
e Dança do Fundão, brindou-nos com um momento musical onde houve lugar para obras clássicas, fados, música de intervenção e uma bela
interpretação do tema Cinema Paraíso de Ennio
Morricone que mereceu uma ovação de pé.
A pausa entre espectáculos da noite foi a oportunidade que muitos ansiaram para dar umas risadas enquanto tiravam uma fotografia cómica
no painel de fotografia de temática planetária,
colocado à entrada do auditório.
A noite continuou com o brilhantismo e emoção
da família de Ruy de Carvalho, com a peça de teatro Trovas e Canções interpretada por Ruy, João
e Henrique de Carvalho acompanhada pela voz
da fadista Ana Marta e pelos virtuosos guitarristas Ricardo Gama e João Correia que, percorrendo a história da poesia portuguesa, nos maravilharam com um momento memorável. O fado
falado de João Villaret interpretado por João de
Carvalho foi um momento apoteótico, que deixou o público entusiasmado.
D
Dias de festa
na Quinta
de Santa Iria
CFR 10
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www.cofre.org
11 CFR
Reportagem/ Campus de Ciência Viva
Peça Trovas e Canções
com a equipa de Ru y de Carvalho
Dr. Tomé Jardim, Professores
Má ximo Ferreir a e Br ás Carlos
Academia de Música
e Dança do Fundão
aspecto da entr ada do edifício
Grupo Musical Gr ande Roda , do Teixoso
Madrugada dentro, o fado foi o distinto e exclusivo
protagonista, iniciativa inserida no Programa Magusto do Centro de Lazer, em redor de boas conversas e dos bons petiscos da zona.
Em tarde animada, o recém-inaugurado Auditório
acolheu no sábado o Grupo Musical Grande Roda do
Teixoso com os seus poemas da cultura tradicional
contando com a presença do organista Emanuel Silva
logo seguido por um espaço dedicado às crianças com
a apresentação da peça de teatro Os Animais no EspaCFR 12
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sessão de fados
ço do Grupo de Teatro CFR, um êxito de riso e alegria
para a pequenada e não só. Não se sabe quem terá rido
mais, se os mais pequenos, se os mais crescidos.
Apesar das condições climáticas não terem favorecido a realização de um magusto tradicional
com a fogueira de caruma, as castanhas assadas
e a jeropiga foram uma presença incontornável,
acompanhadas de muita animação e diversão, ficando o desejo em todos na continuidade de actividades culturais. n
Os Animais no Espaço
Os Animais no Espaço é uma peça infantil escrita,
encenada e representada por trabalhadores do Cofre. Pensada para transmitir conteúdos educativos
ligados à astronomia e ao Campus de Ciência Viva,
utilizaram-se ícones da quinta – os animais – e os
planetas do sistema solar para construir uma história divertida que agradasse aos mais novos. A pesquisa para o libreto da peça foi intensa e o apoio do
Dr. Tomé Jardim e o apoio técnico do Prof. Máximo
Ferreira foi essencial para garantir o rigor teórico.
O envolvimento dos trabalhadores voluntários na
execução da cenografia e figurinos só foi possível
graças ao ajuste dos serviços aos quais estes elementos estão afectos e a quem se agradece. Sempre
que possível, foram utilizados materiais recicláveis
ou da região onde está a Quinta de Santa Iria. Os
Animais no Espaço é uma viagem cheia de peripécias que conta a descoberta do nosso sistema solar.
Foi com grande entusiasmo que a ideias saltaram
para o palco. Numa verdadeira união de esforços, sawww.cofre.org
13 CFR
Reportagem/ Campus de Ciência Viva
FICHA TÉCNICA
autoria e encenação Sónia Ferreira
produção Sónia Ferreira e Susana
Inácio
assistente de produção Jorge
Antunes
concepção de cenário, figurinos
e adereços Joana Nabais e Susana
Inácio
desenho de luz, som e projecção
Miguel Pires e João Canas
assistente de som e luz Rui Mendes
assistentes de cenário e figurinos
David Pardal e Jorge Antunes
construção e montagem de cenário,
figurinos e adereços Beatriz Nabais,
Bruna Carriço, Joana Nabais, Nazaré
Rosário, Patrícia Castro, Regina
Louro, Silvina Santos, Telma Amaro,
Sónia Ferreira, Susana Inácio, Teresa
Mendes
concepção e construção dos
Relógios para a personagem Planeta
Saturno Alunos do Agrupamento
de Escolas do Teixoso (orientação
das Prof.ª Ana Paula e Profª Maria Da
Luz Castanheira)
apoio à construção de cenário Pedro
Santos
interpretação Anabela Marques,
Ana do Carmo, Beatriz Nabais, Bruna
Carriço, Francisco Santos, Joana
Nabais, Helena Baeta, Marta Oliveira,
Sara Ferreira, Sónia Ferreira, Susana
Inácio, Tânia Pinheiro, Máximo
Ferreira (Prof.) e Tomé Jardim (Dr.)
fotografia Cláudia Peres
cartaz Joana Nabais
beres e sinergias os pensamentos tornaram-se palpáveis e em pouco menos de dois meses Os Animais no
Espaço chegou ao momento da sua estreia planetária,
a 15 de Novembro de 2014, na inauguração do auditório Ruy de Carvalho da Quinta de Santa Iria. Quase como uma alquimia, transformou-se o pouco em
muito, o simples em belo. Com a dedicação e a aventurança de quem tem boa vontade, nasceu uma peça
de teatro. As cortinas abriram-se e foi desvendado
um pequeno mundo imaginário. Um porco, uma galinha e um pónei, a caseira e os astronautas, viajam
no foguetão pelo espaço e entre partidas cantaroladas e travagens destravadas, encontram e encetam
conversa com os planetas por onde vão passando.
Durante esses pequenos diálogos os elementos do
sistema solar dão a conhecer as suas particularidades e características. Um universo de informação,
camuflado de humor, acção e muito movimento.
Os figurinos e adereços concebidos pela colega Joana Nabais (C.L. Qta. de Sta. Iria) foram de excelência tanto na criatividade como na sua elaboração.
CFR 14
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Uma grande equipa ajudou na montagem, conseguindo que um pequeno desafio se transformasse
numa produção digna de teatros de renome.
Foi com uma enorme boa vontade, paciência e profissionalismo, em curtas jornadas de trabalho, que a
equipa de Miguel Pires e João Canas, deu vida, som
e luzes à peça conferindo-lhe ritmo e muita cor.
Quando se assiste a uma peça de teatro, muitas vezes, não nos apercebemos do imenso trabalho para
a produção de um espectáculo. As compras de materiais, fotografar elementos, montar cenários provisórios, pesquisar e tomar muitas decisões até conseguir dar vida e credibilidade ao espectáculo.
E o que dizer dos actores? Amador é aquele que faz
por gosto, sem pretensões ao estrelato, mas com
muita dedicação e vontade, o conjunto de funcionários do Cofre, o seu Presidente, Dr. Tomé Jardim,
e o Prof. Máximo Ferreira, animaram os personagens com uma imensa energia e dinamismo. Os assistentes de cena, ainda que escondidos por cortinas
e fumo, foram o motor da organização da peça. n
Odeith, o graffiter
Odeith, o autor dos graffitis no Campus de Ciência
Viva, falou-nos do seu trabalho.
nunca ninguém tinha utilizado o conceito em esquinas e com a técnica de graffiti.
Como começou a fazer graffiti?
Comecei a interessar-me pelo desenho por volta
dos 7 anos de idade. A paixão pelo graffiti surgiu
desde a primeira vez que vi um trabalho em Carcavelos, em meados dos anos 90, desde aí ainda não
parei.
Quais são os próximos projectos?
Na próxima semana vou viajar para Louisiana pela 4.ª
vez consecutiva para o Egoless Event em Baton Rouge. Tenho ido a vários encontros internacionais Brasil,
Panamá, Dubai, Alemanha, Londres, entre outros.
Como descreve o seu estilo e a evolução do seu
trabalho em torno da cidade?
Houve uma enorme evolução no meu trabalho. No
início identificava-me com as correntes realistas e
hiper realistas, desenhava imagens perfeitas, limpas. Agora associo-me a uma certa sujidade no desenho, ou seja, gosto que se note o traço do pincel
e que se repare que são pinturas. Fui o pioneiro
na arte anamorphose (trabalhos em 3D realizados
em esquinas) e de certa forma, foi o que me trouxe
mais projecção a nível internacional. Embora este
tipo de pintura tenha sido iniciado no século xvi
Já alguma vez tinha desenhado sobre o tema do
espaço, como fez no Observatório da Quinta de
Sta. Iria?
Em 98 (dois anos após ter começado a pintar), fiz um
trabalho sobre o espaço, mas nunca mais desenhei
sobre este tema. Interessou-me especialmente pela
possibilidade de utilização da técnica do spray para o
desenho das galáxias e estrelas.
Qual foi a maior dificuldade?
Trabalhar depois do almoço (gargalhadas). Sem dúvida, a parte superior do desenho foi a mais complicada pelo tipo de infraestrutura e pela utilização de
andaimes. n
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15 CFR
Leitores/ Cartas de quem diz o que pensa
A revista Cofre reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos não solicitados
e não prestará informação postal sobre eles. Os textos publicados são da inteira responsabilidade dos autores.
Brasilino Godinho
Sócio n.º 32025
Transmito-lhe as minhas impressões.
A minha avaliação sobre a revista Cofre é mui positiva.
Neste ano de 2014 evoluiu muito. Capas lindas e sugestivas. O aspecto gráfico é de alto nível artístico e
bastante atraente. Os conteúdos culturais são variados e interessantes, nomeadamente os consultórios
tratando temas importantes que suscitam a atenção
do leitor; e, também, despertam a apetência pela
cuidada leitura. Tenho ouvido referências elogiosas sobre a revista. As pessoas surpreendem-se ao
vê-la. Ao escrever estes breves comentários não me
ocorrem ideias quanto a eventuais correcções ou
melhorias a introduzir na publicação Cofre. Pressentem-se na Cofre a superior qualidade, a brilhante inspiração e a grande eficiência da orientação da
respectiva directora. Imagino o grande esforço a
desenvolver por toda a equipa que tem a seu cargo
a edição da revista. Há que enaltecer tão profícuo
trabalho. Certamente apreciado pelos assinantes,
especialmente os que estão instalados nos lares.
Concluindo: gosto da revista!
Atentamente.
António Esteves Pires
Sócio n.º 71520
Desta vez ainda lhe mando a colaboração em papel,
da próxima será, com ajuda do meu filho, por e-mail.
Com os melhores cumprimentos.
Vamos falar de bibliotecas – parte II
A invenção da escrita impôs ao homem a necessidade de descobrir suportes para a sua fixação.
Já na pré-história o homem usou as rochas para
pintar e gravar mensagens. Posteriormente usou a
entrecasca das árvores, o chamado “liber”, de onde
deriva a palavra livro. Em épocas mais recentes foi
usado das árvores, o “caudex” de onde provém a
palavra codex, e desta códice. Além destes, outros
suportes foram usados na escrita, tais como: a cana
de bambu, o caule de papiro, as tabuinhas de argila, madeira ou cera, as folhas metálicas de bronze,
chumbo ou ouro e finalmente o pergaminho (feito
a partir da pele de cabra, carneiro, vitela ou vaca)
depois o papel e por fim os suportes electrónicos.
Merecem destaque as “estelas”, sendo o seu suporCFR 16
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te a pedra como o Código de Hamurábi (séc. XVIII
a.C.) e a Pedra de Roseta (196 a.C.) (…) O papiro era
uma planta ciperácea, típica dos lugares húmidos
e inundados. Foi usado em todo o Mediterrâneo a
partir do terceiro milénio a.C., todavia na Grécia só
apareceu a partir do séc. VII a.C. É graças ao papiro
que hoje conhecemos, por exemplo, a «Constituição de Atenas» de Aristóteles «(…) O pergaminho
apresentava vantagens sobre o papiro por ser mais
sólido e flexível e poder ser cortado nas dimensões
desejadas, além disso pode ser escrito dos dois lados (documento epistógrafo). (…) O pergaminho
podia ainda ser apagado (raspado) e reutilizado,
era o chamado palimpsesto».
António Galvão
Sócio n.º 66181
Envio este desenho sobre o Cante Alentejano para a
revista, neste dia em que o Cante ascendeu a Património Imaterial da Humanidade. Cumprimentos.
Plano de Actividades e Orçamento
Ordinário para o ano de 2015
Venerandos sócios, em cumprimento do disposto no Art.º 98º
dos Estatutos, apresentamos e deixamos à consideração dos venerandos sócios o Orçamento Ordinário para o ano de 2015.
I – Plano de Actividades
Abertura
Como sabem, tem sido desde sempre uma preocupação constante do
Conselho de Administração para a área, considerada mais sensível
do Cofre, os Associados e a sua sustentabilidade. Já nos referimos
por diversas vezes a esta temática, mas nunca é de mais lembrar a
necessidade de todos juntos continuarmos a trabalhar para a sua
manutenção angariando associados de uma faixa etária mais baixa.
Não é fácil, mas com persuasão e o contributo de todos vamos
conseguir mostrar aos mais novos a mais-valia de ser associado
do Cofre enquanto Instituição de apoio e solidariedade.
A política então seguida para a captação de novos sócios não foi
a ideal, como sabemos. Na nossa opinião, como então foi transmitido, era possível aumentar o seu número apesar das dificuldades já sentidas.
Utilizou-se uma estratégia diferente da usada até ao momento,
menos burocracia e com uma nova categoria de sócios conseguiu-se um aumento significativo do valor referente às quotizações,
apesar da diminuição de Sócios – pelos mais diversos motivos,
sobretudo o perecimento de 638 sócios, até dia 25 de Novembro.
Todavia, apesar do apelo para todos trabalharem no sentido de motivar os colegas, nos mais diversos locais de trabalho, para aderirem
à causa do Cofre de uma maneira geral, com algumas exceções de
louvar, a maior parte dos Associados pouco têm feito por isso.
Assim, e por essa falta de contributo voluntário, resolvemos criar
um grupo de trabalho ligado ao Núcleo de Ação Social, no qual
estão integrados dois trabalhadores aposentados com um grande
conhecimento do Cofre, e uma senhora com uma larga experiência
no marketing e já no terreno tem-se revelado uma mais-valia na recuperação de sócios eliminados e na captação de novos.
Como sabem o veículo de transmissão de comunicação por excelência, é a nossa Revista CFR, já disponível na internet e um Sítio
mais apelativo, todavia da leitura que fazemos dos dados fornecidos, apesar de terem aumentado significativamente as visitas ao
nosso sítio, ainda não é o suficiente e aquele grupo vai igualmente
ter essa missão de mostrar o Cofre e divulgá-lo nos vários serviços
da Administração Central e Local e onde se mostre necessário.
A nossa perspetiva para o ano de 2015, apesar da abertura forçada às nossas remunerações, aposentações e pensões, pela intervenção do Tribunal Constitucional, será igualmente difícil para
todos, os novos impostos e taxas levam a aludida abertura a ficar
apenas entreaberta. Para minimizar temos de continuar a apoiar
os sócios mais carenciados.
A continuidade das bolsas de estudo para estudantes do ensino
secundário e universitário para o ano letivo de 2014/2015, a oferta
das residências universitárias nas cidades de Lisboa e do Porto
felizmente também já esgotadas, e da bolsa de compensação, co-
nhecida por bolsa sénior, para os sócios com um rendimento insuficiente para o pagamento da prestação nas nossas residências,
terá uma continuidade natural no ano de 2015.
O Seguro de Saúde, apesar das dificuldades e de alguns desacertos, hoje já ultrapassados, está já com um número muito razoável de
adesões, apesar de ter ficado aquém das nossas perspetivas, podê-lo-emos considerar um bom resultado. Continuamos a trabalhar na
sua melhoria renovando e melhorando as ofertas com o objetivo de
chegar e ajudar todos os nossos Associados.
Dentro da estratégia delineada para a aquisição de imóveis,
sempre com o objetivo de obter uma mais-valia para o Cofre e
seus Associados adquirimos, ao fim de 30 anos a viver em compropriedade no nosso prédio da Rua da Prata, os 25% ao nosso
comproprietário, pelo preço de 570.000,00 € com o objetivo de
ali, depois de realizadas obras, centralizarmos todos os nossos
Serviços Administrativos no ano de 2015.
A gestão dos nossos Centros de Lazer passou a ser feita diretamente pelo Cofre e apesar de algumas dificuldades na Quinta de
Santa Iria, superadas pela introdução de um novo equipamento
informático em harmonia com a exigência da Administração Tributária e Aduaneira, os resultados passaram a ser mais reais, assim como o Centro de Lazer do Vau que teve uma procura e um
período de estadias mais prolongado na sua existência. Vamos,
por isso, continuar com a política adotada para estes Centros.
A estratégia delineada, ao aumentar o número de anos para amortizar a aquisição de habitação própria vai prosseguir. Continuaremos
assim a baixar o valor da prestação havendo uma maior disponibilidade financeira para o Associado. No próximo ano de 2015 iremos
manter a decisão de não aplicar o coeficiente de aumento das rendas.
O Contencioso, apesar de todos os mecanismos de prevenção, do
aumento do período de carência de três meses para um ano, da obrigatoriedade de apresentação do recibo da remuneração e do certificado do Banco de Portugal, aumentou, contrariando os resultados
verificados no ano anterior. Vamos tomar medidas mais agressivas,
para o próximo ano e mais eficazes para combater o incumprimento.
Os projetos para o ano de 2015
No nosso terreno de Queluz depois de efetuada a limpeza do
terreno e de se ter construído o muro de segurança, iremos finalmente avançar com uma primeira fase e construir uma Residência de Dia e um ATL, depois de ultrapassada a dificuldade, por
parte da Câmara de Sintra, em nos dizer o que se vai passar entre
o terreno do Cofre e o Quartel.
Na Quinta de Santa Iria – Covilhã com o objetivo de economizar os combustíveis fósseis (GAS), no corrente ano concluímos a
montagem do ar-condicionado nos apartamentos e com o mesmo objetivo de economia levaremos a cabo a montagem de um
sistema híbrido de aquecimento através do sol e vento.
Concluiu-se o Campus de Ciência Viva onde se localizam, o observatório astronómico, o planetário, o auditório e o anfiteatro;
terminámos as reparações de água e eletricidade, as quais como
se encontravam ofereciam perigo iminente para os seus visitantes. Para o ano, e para que os nossos Associados possam fazer
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hidroginástica, iremos nivelar a profundidade da piscina atualmente com três metros num dos seus extremos.
Na abertura do Campus estiveram presentes as mais altas individualidades de todos os concelhos e das escolas limítrofes
para assim poderem levar aos seus munícipes a realidade e as
potencialidades daquele investimento para a cultura e saber e
com isso trazerem as escolas os visitantes e assim nos ajudarem
na amortização daquele investimento.
No Centro de Lazer do Vau, iremos concluir o projeto dotando o
lado nascente de aparelhos de ar-condicionado, tal como o fizemos para o lado poente.
Na Residência de Loures, não foi possível ampliar a residência
em mais 24 camas devido à discussão pública do Plano de Ordenamento Municipal, motivo para o atraso na aprovação do nosso
projeto. É nossa intenção, dado o projeto se encontrar em apreciação final, iniciarmos no decurso do ano de 2015 as aludidas obras.
No concelho do Seixal, como sabem, o maior número de sócios
está localizado na área de Lisboa e Setúbal, é intenção do Conselho iniciar diligências junto das autarquias ou de particulares
para encontrar um espaço com dimensões dignas para comportarem jardim e horta para ali se poder construir mais uma Unidade para os nossos Associados seniores ali residentes.
No distrito de Leiria, aproveitando a sua localização e os distritos
confinantes onde temos cerca de 6 mil sócios e a oferta de condições especiais por parte da autarquia iremos, no ano de 2015,
continuar as diligências no sentido de obter um espaço com as dimensões dignas para a construção de mais uma Residência Sénior.
No distrito do Porto, o excesso de oferta em Residências Sénior,
como sabem, levou-nos a desistir do projeto da anterior gestão
para Arcozelo – Gaia. Depois de concluído o projeto de urbanização e a sua viabilização por parte da C. M. do Porto, vamos, no próximo ano, colocá-lo no mercado de venda, a fim de se amortizar o
investimento então realizado. Optámos por fazer protocolos para
o alojamento dos nossos Associados daquela região.
No financiamento à habitação e abonos reembolsáveis, o agravamento da crise financeira e económica, à qual o Cofre não é
imune, e o incumprimento, obriga-nos à contenção orçamental.
Decidimos por isso manter a mesma dotação para o ano de 2015.
Nos recursos humanos vamos continuar a sua valorização e o
reconhecimento do mérito como fator decisivo na progressão
profissional, pedindo alguns sacrifícios na contenção de pedidos
de horas extraordinárias.
Para isso é fundamental a formação para existir a eficiência, a
produtividade, a correção, a simpatia e a disponibilidade. A mobilidade interna é também um fator de inovação e conhecimento.
A avaliação de desempenho terá de ser rigorosa para poder ser
justa, os melhores têm de ser distinguidos. A otimização dos recursos humanos é um objetivo, a polivalência dos novos contratos é uma realidade. Todavia o aumento dos serviços prestados,
as aposentações, apesar da otimização, irá naturalmente exigir
novas contratações.
despesas, levando a confinar-se num “Mapa de Tesouraria” refletindo apenas os movimentos relacionados com recebimentos e
pagamentos ocorridos no decurso do respetivo ano. Não deixando por isso de ter outras premissas entre as quais estão as que se
prendem com os prazos de recebimento, pagamento e os saldos
a existir à data de 31 de Dezembro do ano em curso, assim como
os saldos do ano orçamentado.
Neste Orçamento, os pagamentos das despesas correntes e de capital (Investimentos) são apresentados com dedução do IVA faturado,
quando se relacionem com atividades passíveis deste imposto.
A receita é líquida de IVA. A diferença entre os valores a liquidar
e os dedutíveis é inserida em “Operações extra-orçamentais”.
II - Orçamento Ordinário
2.1.2. – Transferências Correntes
1. – Considerações Técnicas
As estimativas de receitas e despesas para o próximo ano assentam em critérios rigorosos indispensáveis à segurança da
instituição.
A análise financeira efetuada ao longo do ano de 2014, comparada com a de anos anteriores, permite-nos concluir pela realização dos objetivos ora propostos.
O “Orçamento” continua a ser construído na ótica das receitas e
CFR 18
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2. – Explicitação Orçamental
Na explicitação orçamental incluiremos, apenas, as rubricas que,
pelo seu peso percentual, mereçam ser objeto de comentários.
2.1. – Receitas Correntes
Para o total de 7.196.000,00 € previstos em Receitas Correntes,
as componentes a assumirem maior importância pelo seu peso
percentual são os “Rendimentos da propriedade” e as “Transferências correntes”. Os primeiros respeitam a juros obtidos com
os empréstimos concedidos e os segundos aos recebimentos da
Quotização, serviços prestados nos empreendimentos do Vau e
Covilhã e residências seniores e universitárias.
2.1.1. – Rendimentos da Propriedade
Um dos capítulos que integram as “Receitas Correntes” é o de
“Rendimento da Propriedade”.
2.1.1.1. – “Juros - Famílias” –
“Abonos Reembolsáveis”
No conjunto dos financiamentos concedidos, os abonos reembolsáveis são os mais procurados. Contribuem para este afluxo
as condições de reembolso, não só no referente aos prazos mas
também às taxas de remuneração.
2.1.1.2. – “Juros - Famílias” – “Propriedade
Resolúvel” e “Obras de Beneficiação”
Quanto à propriedade resolúvel a dotação para o ano de 2015
manteve a mesma dotação em relação ao ano anterior.
2.1.1.3. – “Juros – Sociedades Financeiras”
Os juros estimados nesta rubrica são inerentes às “Aplicações
de tesouraria” existentes nesta data e que manteremos em 2015.
Prevê-se um total de 59.000,00 €.
Estima-se na rúbrica “Rendimentos da propriedade – Famílias”,
correspondendo ao total de juros provenientes dos financiamentos à habitação e de abonos reembolsáveis, seja na ordem de
1.555.000,00 €.
Assim, em “Rendimentos da propriedade” prevê-se um total de
1.625.000,00 €, sendo 1.555.000,00 € relativos a “Juros - Famílias”, 11.000,00 € de juros provenientes da imobilização financeira em Títulos de dívida pública e 59.000,00 € de “Juros -Sociedades financeiras”.
2.1.2.1. – Famílias
Para o conjunto de receitas provenientes de Quotização, Centro
de Lazer – Vau, Unidade de Turismo Rural – Covilhã, Residências
Seniores de Loures e Vila Fernando e Residências Universitárias
de Lisboa e Porto, prevê-se um total de 5.196.000,00 €.
Quanto à Quotização, podemos estimar que do proveito total a obter no ano de 2015, somado ao saldo previsto para 31 de Dezembro
de 2014 e deduzido do saldo provável em 31 de Dezembro de 2015,
sejam cobrados, no decurso do ano orçamentado, 3.376.000,00 €.
Da ocupação do Centro de Lazer – Vau, podemos estimar que a
cobrança desta receita seja de 525.000,00 €.
Na Residência de Loures, estima-se uma receita de 555.000,00€.
Para a Residência de Vila Fernando, cuja capacidade máxima de
ocupação já se atingiu, prevemos uma receita de 325.000,00 €.
Apesar da divulgação e da boa recetividade em relação ao empreendimento da Covilhã, continuamos a acautelar a receita da
atividade desenvolvida na Unidade de Turismo Rural, estimando
apenas 325.000,00 €. Para as Residências Universitárias de Lisboa e do Porto, estima-se uma receita de 90.000,00€.
2.1.2.2. – Venda de bens e serviços correntes
Este capítulo agrega as receitas provenientes de “venda” de outros serviços prestados, como viagens e arrendamento de habitações e edifícios (lojas do Vau), a realizar em 2015, e, ainda, a
cobrança de saldos transitados de 2014, que esperamos atinja o
valor de 343.000,00 €.
2.2. – Receitas de Capital
2.2.1. – Ativos Financeiros
Ponderados os pressupostos para a previsão destes recursos,
estima-se uma receita de “Ativos financeiros” aproximada de
5.761.000,00 €.
Para os “Abonos reembolsáveis”, procedemos ao cálculo do retorno de capital com base no prazo máximo de reembolso, embora a escolha dos associados seja diversificada.
Reforçando a margem de segurança nas estimativas efetuadas,
no valor dos “Ativos financeiros”, foi também calculada e deduzida uma percentagem de novos valores para contencioso.
2.2.2. – Outras Receitas de Capital
Não foram totalmente utilizados os recursos disponíveis, prevendo-se que o valor que constitui o “Saldo da gerência anterior”, a
transitar para o ano de 2015, seja na ordem de 3.700.000,00 €.
2.3. – Operações extra-orçamentais
Em “Operações de tesouraria – Retenção de receitas do Estado”
são inseridos os descontos efetuados nos vencimentos dos funcionários, bem como os encargos do Cofre a entregar ao Estado
no mês subsequente, tendo a correspondente contrapartida na
rubrica com a mesma denominação em “Despesas”.
As “Outras Operações de Tesouraria” incluem também os fluxos
relativos às operações com terceiros sem “receita” ou “despesa”
mas com expressão na tesouraria.
2.4. – Despesas Correntes
Neste agrupamento inserem-se as Despesas com o pessoal, a
Aquisição de bens e serviços e Transferências correntes, como
despesas de maior volume.
Nas “Despesas com o pessoal”, encontram-se previstos os ajustamentos necessários e inerentes à eficiência pretendida ao nível
do funcionamento dos serviços que prestamos de acordo com o
Quadro de Pessoal.
Em “Aquisição de bens e serviços”, estão incluídas as despesas
respeitantes aos fornecimentos e serviços adquiridos a entidades externas indispensáveis ao funcionamento das diversas atividades da Instituição.
Em “Transferências correntes”, ajustamos os valores das rubricas que compõem este grupo e de acordo com os acontecimentos verificados ao longo do ano, elevando a previsão total para
856.000,00 €.
Continuamos a manter a rubrica “Dotação provisional” com o valor de
10.000,00 €, mas julgado tecnicamente correto, prevenindo a eventualidade de fazer face a pagamentos não previstos no orçamento.
O total de despesas correntes estimado atinge os 5.197.000,00€.
2.5. – Despesas de Capital
O financiamento da tesouraria para o ano de 2015 será efetuado
com o somatório dos fundos cuja existência se prevê para o final
do ano de 2014 e dos recursos estimados para o ano a que respeita o Orçamento.
As componentes de maior volume são a “Aquisição de bens de capital” e os “Ativos financeiros”, este último subdividindo-se em “Empréstimos de curto, médio e longo prazo” – “Sociedades financeiras”
e “Famílias”. Nestas “Famílias” estão incluídas as dotações entendidas como necessárias à satisfação dos pedidos de financiamento,
tendo em conta a análise do comportamento dos associados.
A “Aquisição de bens de capital” corresponde aos Investimentos,
aumentos de Ativos decorrentes de grandes beneficiações a efetuar em edifícios e habitações, ou substituição de bens. Para esta
componente prevê-se um total de 5.990.000,00 €.
Os excedentes possíveis encontram-se integrados nas rubricas das
Sociedades Financeiras, permitindo-nos prever um saldo no fim do
ano de 2015 de 2.050.000,00 €, uma parte aplicada em diversos produtos a médio e longo prazo e outra em disponibilidades a curto prazo.
Das dotações que compõem estas despesas com “Famílias”, salientamos:
– Empréstimos a médio e longo prazo (financiamento para aquisição de habitação, transferências de hipotecas e obras de beneficiação): 2.750.000,00 €;
– Abonos reembolsáveis e Outros empréstimos: 6.650.000,00€;
– Segundas tranches e seguintes, de empréstimos para a construção e beneficiação de habitação: 20.000,00 €.
Para a realização e integral cumprimento do Orçamento é necessário contar com a colaboração de todos como tem acontecido,
Associados, Trabalhadores e Órgãos Sociais.
A delicada situação económica vigente à qual o Cofre, como se
aludiu, não está imune, deve consubstanciar em todos nós uma
vontade ainda mais forte para a ultrapassar. O trabalho em prol
da nossa comunidade mais desfavorecida, a ajuda através dos
mecanismos colocados à sua disposição, as disponibilidades do
Cofre e a nossa solidariedade serão uma realidade.
Como é sabido, a construção de qualquer Orçamento tem por
base pressupostos decorrentes do plano de atividades e, como
não podia deixar de ser, de uma previsão das repercussões do
seu desenvolvimento por quem detém a responsabilidade de
gestão da Instituição. Só assim se poderá entender como um instrumento de trabalho essencial.
Concluindo;
Tudo isto não teria sido possível sem a participação ativa e diligente da maior parte dos trabalhadores do Cofre e dos nossos
prestadores dos mais variados serviços.
Assim, esperamos, com este Orçamento merecer a vossa aprovação.
Lisboa, 25 de Novembro de 2014
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Américo Tomé Jardim
Francisco Manuel Feliciano Pinteus
Vítor Calado Luz
Maria Catarina Gonçalves dos Santos
Maria Manuela Charrua Franco
Por razões técnicas este texto seguiu com o novo Acordo Ortográfico.
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19 CFR
Resumo do orçamento das receitas
Desenvolvimento do orçamento das receitas
Unidade: Euros
Capítulo
Designação
Unidade: Euros
Valor
Capítulo
Receitas Correntes
Grupo
04
Taxas, multas e outras penalidades
30.000,00
05
Rendimentos da propriedade
1.625.000,00
06
Transferências correntes
5.196.000,00
07
Venda de bens e serviços correntes
08
Outras receitas correntes
04
02
2.000,00
99
05
02
6.000.000,00
03
11
Activos financeiros
5.761.000,00
16
Saldo da gerência anterior
3.700.000,00
Total de receitas de capital
15.461.000,00
Operações extra-orçamentais
30.000,00
02
08
03
Unidade: Euros
02
08
2.807.000,00
Aquisição de bens e serviços
1.509.000,00
03
Juros e outros encargos
04
Transferências correntes
06
Outras despesas correntes
Total de despesas correntes
5.000,00
856.000,00
Activos financeiros
Total de despesas de capital
Operações extra-orçamentais
Total orçamentado
1.625.000,00
Famílias
5.196.000,00
5.196.000,00
5.196.000,00
Outros
25.000,00
25.000,00
Habitações
Edifícios
271.000,00
47.000,00
318.000,00
2.000,00
2.000,00
09
Outras
02
Habitações
10
03
5.990.000,00
6.000.000,00
6.000.000,00
1.000,00
1.000,00
5.760.000,00
5.760.000,00
6.000.000,00
Títulos a médio e longo prazos
04
11.470.000,00
17.460.000,00
Famílias
Activos financeiros
06
10
1.700.000,00
Administ.pública-Adm.central-Serv. e fundos autónomos
Empréstimos a médio e longo prazos
16
Famílias
5.761.000,00
Saldo da gerência anterior
Saldo orçamental
01
Na posse do serviço
A -Tesouraria (Bancos e Caixa)
B - Instituições Financeiras (Saldo de aplicações)
450.000,00
3.250.000,00
3.700.000,00
Total de receitas de capital
17
3.700.000,00
15.461.000,00
Operações extra - orçamentais
01
Operações de tesouraria - Retenção de receitas do Estado
02
Outras operações de tesouraria
Total orçamentado
www.cofre.org
2.000,00
7.196.000,00
Venda de bens de investimento
01
CFR 20
343.000,00
Receitas de Capital
5.197.000,00
24.357.000,00
11.000,00
1.555.000,00
Total de receitas correntes
11
Aquisição de bens de capital
11.000,00
Outras
99
20.000,00
Despesas de Capital
Juros - Administ.central - Serviços e fundos autónomos
Outras receitas correntes
01
Despesas com o pessoal
59.000,00
Rendas
01
01
59.000,00
Bancos e outras instituições financeiras
Venda de Serviços
99
02
30.000,00
Venda de bens e serviços correntes
02
Valor
15.000,00
Famílias
01
07
Designação
Multas e penalidades diversas
Transferências correntes
24.357.000,00
Despesas Correntes
15.000,00
Juros - Famílias
06
Resumo do orçamento das despesas
Juros de Mora
Juros - Administrações públicas
05
1.700.000,00
Total orçamentado
12
Capítulo
Juros - Sociedades financeiras
01
Venda de bens de investimento
09
Grupo
Rendimentos da propriedade
7.196.000,00
09
07
Artigo
Multas e outras penalidades
01
Receitas de Capital
Agrupamento
Designação
Taxas, multas e outras penalidades
343.000,00
Total de receitas correntes
17
Artigo
Receitas Correntes
1.000.000,00
700.000,00
1.700.000,00
24.357.000,00
www.cofre.org
21 CFR
Desenvolvimento do orçamento das despesas
Unidade: Euros
Agrup.
Subagrup.
Despesas Correntes
01
01
Rubrica
03
04
06
07
08
09
11
13
14
15
02
02
04
05
06
07
11
12
13
14
03
01
03
04
05
08
09
10
02
01
02
04
06
07
08
11
15
17
18
21
02
01
02
03
09
10
11
12
13
14
15
CFR 22
www.cofre.org
Designação
Despesas com o pessoal
Remunerações certas e permanentes
Pessoal dos quadros - Regime de função pública
Pessoal dos quadros - Regime cont.indiv.trabalho
Pessoal contratado a termo
Pessoal em regime de tarefa ou avença
Pessoal aguardando aposentação
Pessoal em qualquer outra situação
Representação
Subsídio de refeição
Subsídio de férias e de Natal
Remunerações por doença e maternidade/paternidade
Abonos variáveis ou eventuais
Horas extraordinárias
Ajudas de custo
Abono para falhas
Formação
Colaboração técnica e especializada
Subsídio de turno
Indemnizações por cessação de funções
Outros suplementos e prémios
Outros abonos em numerário ou espécie
A - Remunerações de corpos gerentes
B - Outros abonos em numerário ou espécie
Segurança social
Encargos com a saúde
Subsídio familiar a crianças e jovens
Outras prestações familiares
Contribuições para a segurança social
Outras pensões
Seguros
Outras despesas de segurança social
Aquisição de bens e serviços
Aquisição de bens
Combustíveis e lubrificantes
Limpeza e higiene
Alimentação - Géneros para confeccionar
Vestuário e artigos pessoais
Material de escritório
Material de consumo clínico
Prémios, condecorações e ofertas
Ferramentas e utensílios
Livros e documentação técnica
Outros bens
Aquisição de serviços
Encargos das instalações
Limpeza e higiene
Conservação de bens
Comunicações
Transportes
Representações dos serviços
Seguros
Deslocações e estadas
Estudos, pareceres, projectos e consultadoria
Formação
Transporte
Alín./Rubrica
Subagrup.
Agrup.
Agrup.
Subagrup.
Despesas Correntes
17
18
19
20
25
1.341.000,00
1.000,00
168.000,00
1.000,00
03
5.000,00
2.000,00
1.000,00
130.000,00
246.500,00
3.000,00
05
02
04
07
01
1.898.500,00
08
02
15.000,00
1.000,00
6.000,00
10.000,00
1.000,00
52.000,00
3.000,00
272.500,00
32.000,00
1.000,00
20.000,00
1.500,00
1.000,00
414.500,00
38.000,00
39.000,00
1.000,00
40.000,00
55.000,00
46.000,00
10.000,00
30.000,00
5.000,00
5.000,00
10.000,00
2.000,00
42.000,00
209.000,00
42.500,00
150.000,00
150.000,00
3.000,00
5.000,00
50.000,00
6.000,00
4.000,00
5.000,00
624.500,00
Rubrica
06
01
02
01
03
393.500,00
Despesas de Capital
07
01
515.000,00
02
03
04
06
07
09
10
15
2.807.000,00
09
05
03
06
03
13
245.000,00
12
01
02
245.000,00
2.807.000,00
Designação
A transportar
Publicidade
Vigilância e segurança
Assistência técnica
Outros trabalhos especializados
Outros serviços
Juros e outros encargos
Outros juros
Outros
Transferências correntes
Instituições sem fins lucrativos
Instituições sem fins lucrativos
Famílias
Outras
A - Subsídios por morte, de luto e funeral
B - Reembolso de vencimentos perd. por doença
C - Rendas vitalícias
D - Bolsas de Estudo
E - Subsídios sociais
Outras despesas correntes
Dotação provisional
Diversas
Impostos e Taxas
Outras
A - Restituições
B - Diversos
Total de despesas correntes
Aquisição de bens de capital
Investimentos
Habitações
Edifícios
Construções diversas
Equipamento de transporte
Equipamento de informática
Equipamento administrativo
Equipamento básico
Outros investimentos
Activos financeiros
Empréstimos a curto prazo
Sociedades financeiras-Bancos e out.instit.financeiras
Empréstimos a médio e longo prazos
Sociedades financeiras-Bancos e out.instit.financeiras
Famílias - Outras
A - Propriedade resolúvel
B - Beneficiação em casa dos sócios
C - Subsídios reembolsáveis
D - Outros empréstimos ou adiantamentos
E - Empréstimos para construção e beneficiação,
concedidos em anos ant.-2ª tranche e seguintes
Total de despesas de capital
Operações extra-orçamentais
Operações de tesouraria - Entrega
de receitas do Estado
Outras operações de tesouraria
Total orçamentado
Alín./Rubrica
Subagrup.
Agrup.
624.500,00
5.000,00
2.000,00
5.000,00
507.500,00
120.000,00
245.000,00
2.807.000,00
1.264.000,00
1.509.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
1.000,00
1.000,00
550.000,00
250.000,00
18.000,00
35.000,00
2.000,00
855.000,00
856.000,00
5.000,00
4.000,00
10.000,00
20.000,00
5.197.000,00
250.000,00
4.150.000,00
5.000,00
25.000,00
35.000,00
20.000,00
500.000,00
5.000,00
5.990.000,00
5.990.000,00
550.000,00
550.000,00
1.500.000,00
1.500.000,00
2.500.000,00
250.000,00
6.500.000,00
150.000,00
20.000,00
9.420.000,00
10.000,00
1.000,00
11.470.000,00
17.460.000,00
1.000.000,00
700.000,00
1.700.000,00
24.357.000,00
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23 CFR
Parecer do Conselho Fiscal
Parecer do Conselho Fiscal sobre o Plano de Actividades
e a Proposta de Orçamento para 2015
Nos termos do artigo 104.º dos Estatutos do CPFAE, o Conselho Fiscal
(CF), em sessão realizada em 27 de Novembro de 2014, analisou o Plano de Actividades e a Proposta de Orçamento para 2015 apresentados
pelo Conselho de Administração (CA).
1. PLANO DE ACTIVIDADES
Sobre o Plano de Actividades, o CF teve em conta o esforço preconizado pelo CA, no sentido de prosseguir a política de apoio aos sócios
em matéria de aquisição de habitação, mantendo a deliberação de aumento do número de anos para a amortização dos empréstimos, no domínio do arrendamento, não aplicando o coeficiente do aumento das
rendas, no âmbito dos abonos reembolsáveis, mantendo o montante
previsto para os mesmos no corrente ano, bem como no que se refere
à continuidade de bolsas de estudo para estudantes do ensino secundário e universitário e para compensação (bolsa sénior) destinada aos
sócios sem rendimentos suficientes para suportarem o pagamento das
prestações nas Residências do Cofre.
O CF deu ainda especial atenção à intenção do CA quanto ao reforço do
equipamento para os sócios idosos que não possam viver em companhia
de familiares, designadamente, o aumento da capacidade de alojamento
na Residência de Loures, as diligências encetadas com vista à obtenção
de espaços adequados para a construção de Residências Sénior em Leiria
e no concelho do Seixal, bem como a realização de protocolos para a resolução do alojamento de idosos necessitados na região do Porto, ou que
necessitem de apoio uma parte do dia, como será o projecto para Queluz.
Como é conhecido, os equipamentos destinados aos sócios acima
aludidos apresentam, normalmente, défices avultados dado que o que
pagam os utentes, normalmente ex-trabalhadores da Administração
ou seus familiares com poucas posses, não cobre os custos, tanto mais
que a política do CA é a de um tratamento digno para todos os utentes. No entanto, o CF recomenda que em relação aos equipamentos
em causa, sem prejuízo do referido tratamento, haja um esforço de racionalização das despesas visando a atenuação dos défices, incluindo
a hipótese de pagamentos diferenciados em função das posses dos
beneficiários e ou dos seus familiares, bem como de criação de uma
compensação complementar, em moldes a definir, nos casos em que a
situação económica de cada sócio o permita.
O CF congratulou-se com as medidas destinadas a tornar rentável o
Centro de Lazer do Vau, que já apresenta resultados operacionais positivos, e recomenda que sejam efectuadas as diligências necessárias para
que os mesmos objectivos sejam atingidos na Quinta de Santa Iria com
as melhorias que já foram introduzidas na respectiva gestão, agora feita,
tal como no Vau, directamente pelo Cofre, e com o início da exploração
dos novos equipamentos ali construídos e recentemente inaugurados.
2. PROPOSTA DE ORÇAMENTO
Quanto à Proposta de Orçamento, o CF analisou o aumento das receitas e despesas previstas para 2015 relativamente a 2014.
2.1. Quanto ao aumento das receitas, que se cifra na ordem dos 21,9%, ficará a dever-se à venda de bens de investimento não necessários ao Cofre,
que se prevê atinja €6.000.000,00 (prédio da Rua dos Sapateiros após
a instalação do total dos trabalhadores dos serviços centrais e dos membros dos órgãos sociais no edifício da Rua da Prata, prédios de rendimento em zonas que não permitem arrendamento em termos rentáveis ou
cuja degradação não justifique despesas de remodelação e, ainda, a venda
do terreno que o Cofre possui em Arcozelo após loteamento do mesmo),
mantendo-se praticamente inalteráveis as receitas correntes e sofrendo
as de capital referentes a activos financeiros um decréscimo de 3,9%.
O Conselho concorda com a proposta da venda do património acima
mencionado, pelas razões aludidas e porque permitirá cobrir os custos
de remodelação do prédio destinado ao funcionamento dos serviços
centrais e os relativos à construção e apetrechamento dos novos equipamentos destinados a idosos mencionados em 1 do presente parecer.
CFR 24
www.cofre.org
2.2. Quanto ao aumento das despesas, também da ordem dos 21,9% relativamente às previstas para o corrente ano, são as de capital as que se destacam devido aos custos de remodelação, construção e apetrechamento
acima referidos e ainda a beneficiações em prédios de rendimento, tudo
estimado em €5.990.000,00, considerando o CF justificada a despesa
devido às mais-valias que resultam para o funcionamento dos serviços
do Cofre e sobretudo para a realização dos seus objectivos sociais, sucedendo ainda que será suportada pela já aludida venda de património.
Nas despesas correntes, cujo aumento em relação ao previsto para o
corrente ano é de 9,46%, o CF alerta para o acréscimo das relacionadas com transferências correntes na parte em que é influenciado pelo
pagamento de reembolsos de vencimento perdido por doença, rubrica em que está previsto um aumento da ordem dos 67% face ao ano
em curso. Prevê-se um aumento exponencial desta despesa dadas as
novas regras de desconto no vencimento no que a vencimento perdido por doença respeita, razão pela qual recomenda-se ao CA uma
alteração das regras estatutariamente previstas sobre este benefício
por forma a torná-lo comportável em sede orçamental e de tesouraria.
3. MOVIMENTO ASSOCIATIVO
O CF, tendo em conta o envelhecimento da massa associativa, a diminuição do número de sócios, no essencial devido a causas naturais e
também a saídas a pedido de muitos outros das faixas etárias intermédias, sem que estas saídas sejam plenamente compensadas com a entrada de novos associados, partilha a preocupação manifestada na nota de
abertura do Plano de Actividades e regista com agrado a tentativa de solução já posta em prática pelo CA. Porém, dada a gravidade da situação,
aliás, reconhecida por aquele órgão, a que não é alheio o impacto das
medidas de austeridade sobre o rendimento dos trabalhadores da Administração Pública, recomenda o prosseguimento de esforços no sentido
de serem encontradas soluções eficazes que permitam atrair novos sócios devido à diversidade de vantagens oferecidas pelo Cofre, tendo em
conta também as dificuldades da maioria dos trabalhadores que reúnem
condições para o efeito no sentido de poderem suportar o pagamento
da quota actualmente prevista para a modalidade B, pelo que importará
equacionar um regime de quotização alternativo ao actual, que torne
mais atractiva a angariação de novos sócios face a um encargo menos
oneroso nas disponibilidades financeiras familiares.
4. DÍVIDAS
O CF reitera a sua preocupação com o montante das dívidas dos sócios, assunto que sabe ter merecido atenção especial por parte do CA,
recomendando que prossiga os esforços já em prática destinados à
cobrança contenciosa e à análise cuidada da capacidade dos interessados em empréstimos relativamente à possibilidade de solverem os
respectivos compromissos, continuando tais imparidades a ser devidamente acauteladas e evidenciadas em sede contabilística.
5. CONCLUSÃO
O CF considera adequado às finalidades do CPFAE o Plano de Actividades e a Proposta de Orçamento para 2015 e reconhece que estes
documentos obedecem às normas legais e técnicas em vigor quanto
à sua elaboração, pelo que entende que os instrumentos de gestão em
causa estão em condições de poderem ser aprovados.
Em 27 de Novembro de 2014
O Conselho Fiscal
Elder Carlos de Sousa Fernandes
Hilário Esteves Cochicho Modas
José Alexandre Aleixo Ramalho
Artigo/ O Cofre visto de dentro
fotogr afia Cláudia Peres
José Manuel
Alves da Silva
Coordenador de Secção do DGAP
omo e quando conheceu o Cofre. Foi
o seu primeiro emprego?
Conheci o Cofre em 1980 na sequência da
resposta a um anúncio para a contratação
de liquidadores estagiários. Anteriormente trabalhei
como tarefeiro na Comissão Reguladora do Comércio
de Bacalhau e durante cerca de um ano na Docapesca.
C
Teve cargos de Direcção na década de 90. Como
avalia essa experiência?
Fui membro da Direcção cerca de 10 anos. Foi uma experiência muito importante, que permitiu olhar para
esta Instituição numa perspectiva diferente daquela
que decorre das funções meramente administrativas,
com a dificuldade acrescida do equilíbrio necessário
entre o facto de ser funcionário e simultaneamente
elemento da Direcção. Vive-se o dia-a-dia de forma
intensa tentando resolver os problemas colocados pelos associados, e procurando criar para o futuro, condições para o crescimento do Cofre. Foi um tempo em
que a satisfação sentida de um dever cumprido minimizou os contratempos que algumas vezes surgiram.
Das equipas directivas de que tenho orgulho de ter
feito parte gostaria de destacar quer pela sua dedicação quer pela tolerância e humildade sempre demonstradas, o Dr. Móscas uma pessoa que saudosamente já
não se encontra entre nós e com quem muito aprendi.
No seu ponto de vista quais as áreas sociais
onde o Cofre poderá ir mais longe?
Apesar das limitações que este tipo de instituições
tem em termos financeiros, de uma forma geral o
Cofre acode às principais necessidades dos associados, podendo de alguma forma ainda ter uma área
de maior intervenção no que diz respeito aos associados mais idosos, ajudando a combater a solidão e
o abandono a que muitos certamente estarão sujeitos, num apoio domiciliário efectivo.
Com o funcionalismo público cada vez com menos
trabalhadores, como encara o futuro do Cofre?
Tem sugestões para os tempos mais próximos?
O futuro do Cofre será sempre aquele que os sócios
quiserem. Ainda existe uma larga margem de progres-
são para a captação de novos associados se compararmos o número existente de funcionários públicos e o
número de associados. É importante, para além das
campanhas pontuais com vista à angariação de novos
sócios, dar a conhecer através da comunicação social
(imprensa, televisão) por exemplo a visita a um lar, a
uma residência universitária etc., para que as pessoas
vejam o que a instituição tem para oferecer.
Pode-nos falar um pouco da sua família,
momentos de lazer, viagens?
Nasci em Lisboa, terra dos meus pais. Sou o mais
velho de três irmãos, casado com uma funcionária
aposentada desta instituição e tenho um filho com
29 anos. Nos momentos de lazer, privilegio o convívio com a família e os amigos. Gosto de praticar
desporto ao ar livre, ténis e futebol. Não sinto um
apelo especial por grandes viagens, gostaria no entanto de conhecer melhor o nosso país e sobretudo
percorrer todo o litoral.
Neste período de balanço de final de ano quer
deixar uma mensagem aos nossos associados?
Gostaria de desejar a todos os associados um Natal
feliz, com saúde, e deixar uma palavra de esperança para que o próximo ano, com o esforço de cada
um, possa trazer a todos uma vida mais feliz, sem
esquecer sobretudo aqueles a quem o flagelo do desemprego atingiu. n
www.cofre.org
25 CFR
Notícias/ O Cofre visto por dentro
texto Sónia Ferreir a
Magusto no Cofre
D. Maria da Luz grilo aprende a pintar
Duas ger ações na Residência de Loures
para mais tarde recordar
Lanches intergeracionais
O desenvolvimento da sociedade actual tem caminhado para o isolamento dos idosos e para a falência
na transmissão da herança e património histórico,
cultural e pessoal de cada um. O projecto intergeracional, que se está a criar entre a Residência Universitária de Lisboa e a Residência Sénior de Loures,
visa criar um espaço de partilha de actividades, memórias e afectos que contribuam para a promoção
do bem-estar dos anciãos e do senso de responsabilidade e integração social dos mais novos.
«No passado dia 14 de Outubro, aceitámos o convite
dos estudantes da RUL – Residência Universitária
de Lisboa – e fomos visitá-los. Estava um dia de sol
e lá fomos até à Praça de Espanha. À chegada, fomos
muito bem recebidos. Parecia que já nos conheciam
há muito tempo. Convidaram-nos a entrar numa
sala com um piano e um lanche que estava à nossa espera, com bolos, biscoitos, chá e limonada que,
viemos a descobrir, tinha sido feita com limões da
nossa quinta, em Loures. Depois de nos apresentarmos, começámos o Karaoke. Com músicas de outros
tempos, todos cantámos e encantámos. Para nossa
surpresa, uma das estudantes brilhou com a sua bela
voz. Depois das cantigas, passámos aos presentes.
Oferecemos um quadro pintado pelo nosso companheiro e residente Sr. Rui Araújo. E ainda recebemos
CFR 26
www.cofre.org
uma moldura com a fotografia de todos os estudantes. Antes do regresso houve tempo para a despedida, trocar muitos beijinhos e tirar uma fotografia de
grupo. Que este convívio se repita mais vezes!»
«No dia 6 de Dezembro, a RUL teve o prazer de ser
convidada para um lanche de convívio na Residência Sénior de Loures. Ao chegarmos à Residência,
fomos recebidos, por todos, de uma forma calorosa e afectiva. De imediato, dividimo-nos pelos
grupos para pintarmos uma faixa para mais tarde
construirmos uma árvore de Natal. Entre tintas e
pincéis, novos e graúdos foram-se conhecendo e
partilhando vivências. As histórias dos “avôs” encheram-nos os corações e emocionaram-nos! Após
o lanche, fomos conhecer as instalações e por fim,
voltámo-nos a juntar e a dar as boas-vindas ao Natal
com a nossa árvore cheia de cor. Para além da trocas
de presentes e palavras tão bem discursadas cheias
de emoção, o mais importante foi o que trouxemos
connosco: os contos de “quando era da tua idade”,
as histórias de amor e a alegria naqueles olhinhos
tão vivos. Queremos voltar em breve para mais trocas de experiências, até porque “o Natal é quando o
homem quiser!”
A RUL deseja a todos um feliz e mágico Natal!»
O Outono e o tempo frio são um prelúdio para as
comemorações de S. Martinho, onde castanhas
e jeropiga lembram costumes de outrora. O Magusto celebra um acto de bondade de um soldado
romano, S. Martinho, para com um mendigo, mas
também celebra a importância que a castanha teve
na alimentação nacional, nomeadamente junto das
gentes serranas. Hoje, esta festividade apresenta o
melhor da nossa gastronomia, festejando o milagre
ou apenas o convívio, muito bem assinalados pelas
nossas Residências Universitárias e Seniores.
Na Residência Universitária do Porto, o Magusto
celebrou-se em torno da alheira de Mirandela, com
ovo estrelado, batatas fritas e migas. «Acendeu-se
a fogueira, assaram-se as castanhas, que depois foram degustadas por todos, acompanhadas como não
podia deixar de ser, pela bela jeropiga» descreve
Fátima Silva, funcionária nesta valência. De Elvas,
na Residência Sénior de Vila Fernando, chega-nos o
retorno de que a tarde foi repleta de animação. Não
faltaram as apreciadas castanhas, nozes, passas, o
bolo de mel e outras iguarias que fizeram a delícia
de utentes e funcionários, tendo havido, ainda, lugar
para um bailarico, onde todos deram o seu pezinho
de dança «entre grandes gargalhadas e sorrisos, tornando este dia, mais um dia de partilha familiar. As
castanhas assadas, enchidos e leite-creme, preparados e degustados pelos residentes da Residência
Universitária de Lisboa, foram, uma vez mais, motivo para uma noite de confraternização, enquanto
se prepara a época de frequências e exames que já se
avista no caminho. Da Residência Sénior de Loures,
a participante D. Maria da Luz Barreto, conta-nos:
«Tudo decorreu sem uma falha, como habitualmente. Começou com o Sr. Fernando Silva a tocar gaita-de-beiços e seguiu-se o Coro da Residência. E como
cantaram aquelas jovens, bem como alguns residentes! Eu, que desconhecia quase todas as cantigas lá
fui trauteando, baixinho, algumas delas, para não
desafinar. Depois vieram as castanhas cozidas e assadas. E já sem casca, que delícia! Não faltou a jeropiga, que eu abstémica como sou, provei pela primeira
vez. E não é nada má, não senhor! Para terminarmos
com chave de ouro veio aquele magnífico bolo. E assim passámos mais uns momentos agradáveis. Que
os possamos, todos nós, repetir para o ano.»
con vívio dos Alunos
Alunos da RUL
Residência de Vila Fernando
Residência de Loures
www.cofre.org„„ 27„„ CFR
Sócios com Antiguidade
Depoimentos r ecolhidos por L . P. B. /‚fotogr afia Paulo Muge e Egídio Santos
Rafael Gueifão nasceu entre dois anos relevantes na História de Portugal, em Fevereiro de 1908 foram
assassinados o rei D. Carlos e o príncipe real e em 1910 foi implantada a República. Já Manuel Dias Reis nasceu
no ano da Revolta de 14 de Maio de 1915, o levantamento contra o governo ditatorial do general Pimenta de
Castro que acabou destituído do seu cargo após acesos tiroteios que mataram mais de 200 pessoas em Lisboa.
O Cofre agradece aos familiares destes sócios a preciosa colaboração prestada.
Manuel
Dias Reis
O sócio mais antigo
Que recordações tem da sua infância e juventude?
Recordo-me de tudo, de coisas boas e de coisas más.
Lembro-me muito bem das férias, passadas todas na
praia fluvial no rio Vouga, a divertir-me com o grupo
de amigos composto por raparigas e rapazes. Todos
casaram entre si, excepto eu, que fui casar longe. A
primeira recordação que tenho da guerra foi que quando me casei, em 1940, já a Europa estava em guerra.
Sócio desde 1938,
n.º 10284, nascido a
7 de Dezembro de 1915
Conheci muita gente que passou dificuldades, principalmente porque havia racionamento. Porém, nem
eu nem a minha família, passámos por qualquer tipo
de dificuldade. Nessa época vivia em Alijó e os meus
sogros tinham um estabelecimento comercial grande
e, por isso, não sentíamos falta de nada.
Fale-nos um pouco do local de nascimento,
família e profissão.
Nasci no lugar de Fontes, freguesia de Alquerubim,
no concelho de Albergaria-a-Velha. Os meus pais
eram lavradores e tinham vários prédios rústicos e
um urbano. Fui estudar para Aveiro até ao 7.º ano
do liceu, área de ciência. A seguir fui para a Escola
Colonial, em Lisboa, durante três anos. Não completei o curso porque não tinha feito a tropa e, por
isso, no ano de 1938 fui trabalhar para as Finanças.
Através das Finanças fui colocado em Alijó, no Alto
Douro, onde conheci a minha mulher. Em Abril
deste ano completámos 74 anos de casados. Temos
dois filhos, sete netos e onze bisnetos. Tenho orgulho por tudo o que atingi dentro da minha profissão, na qual cheguei até ao topo da carreira, tendo
terminado como Director Orientador do Ministério
Público das Contribuições e Impostos. O que mais
me marcou e marca foi a minha família, porque é
a família que verdadeiramente me estima e apoia.
Qual o facto mais marcante da sua vida depois
do 25 de Abril?
Foi a aposentação, com 68 anos. Como vivia e vivo
no Porto, só após a aposentação comecei a ter tempo
e disponibilidade para me dedicar a tomar conta das
minhas propriedades em Alijó e em Alquerubim.
CFR 28
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Rafael
Gueifão
O sócio mais idoso
Que recordações tem da sua infância e
juventude?
Nasci a 19 de Janeiro de 1909 em Mação. O meu pai
chamava-se Martinho e a minha mãe Vitória. Apesar
de ter crescido durante a 1.ª Guerra Mundial (1914-1918) e a 2.ª Guerra Mundial (1939-1945) nada faltou
naquela casa, mesmo no tempo do racionamento. A filha Maria Manuela corroborou que era um faxina que ia
levar as mercearias e bens diversos lá a casa. Rafael recordou ainda a escola de educação física – no Teatro de
São Carlos – onde aprendeu esgrima, tendo mesmo sido
professor da modalidade e participado em campeonatos.
Foi para a tropa por opção sua?
Entrei para a recruta em 1930 e não pensava seguir
a tropa. Foi um superior hierárquico que me sugeriu fazer o exame. Fui para Tancos. Havia 6 candidatos para 3 vagas e fui o primeiro a sair da sala
do exame. Tinha-me corrido bem. Lá fora o oficial
abraçou-me e disse-me «se fosses meu filho dava-te
uma sova», então vais escrever sobre o custo da refeição por dia, isso só se faz ao fim do mês. Passei no
exame e fiquei integrado no Batalhão de Pontoneiros desde Março de 1930. Em Setembro era 1.º cabo
e em Janeiro de 1932 furriel. Fez o curso de monitor
de esgrima e deu aulas em 1935. Fez ainda o curso de
transmissões para sargentos de engenharia.
[Pontoneiro é um soldado da arma de engenharia que
trabalha na construção de pontes e pontões.]
Viagens, sonhos, desporto, coleccionismo dizem-lhe alguma coisa? O que gosta mais de fazer?
Depois de aposentado comecei a fazer viagens pela
Europa, Norte de África e Israel. O que gosto mais
de fazer é de estar com a minha família e ir à minha
casa em Alquerubim, onde nasci.
Onde conheceu a sua mulher?
Éramos da mesma terra e as famílias eram amigas. Casei em 1935. Chamava-se Perpétua. No ano seguinte
nasceu o primeiro filho, o Carlos Alberto. Na parede
está a bênção papal dos 50 anos de casados, com o selo
do Papa João Paulo II, é viúvo desde 1999. Já em Lisboa,
nasceram as filhas Maria Fernanda em 1941 e Maria
Manuela em 1948. Tem dois netos e dois bisnetos.
Gosta de ler a Revista do Cofre? O que falta e o
que está a mais?
Como tenho alguma dificuldade em ler, é a minha
mulher que a lê e me conta os artigos mais interessantes. No seu todo a revista é interessante por ser
muito diversificada.
Fale-nos um pouco do seu trabalho ligado à
engenharia.
Percorri o país de lés-a-lés e visitei todos os edifícios militares. Trabalhei na Praia do Ribatejo onde
fiz grandes amizades. Conheci o ministro Santos
Costa e o Engenheiro Arantes e Oliveira.
Gostava de viajar? De que país gostou mais?
Das viagens que fiz com a minha mulher e depois
com os filhos recordo com muito agrado Israel. Estive em Itália e gostei imenso de Roma. Recordo
ainda a viagem de autocarro entre Inglaterra e Escócia, memorável pela beleza da paisagem.
Maria Manuela revela que uma das amizades do
pai era Cottinelli Telmo, esse homem polifacetado,
realizador d'A Canção de Lisboa. Quando Rafael
se reformou aos 70 anos teve um enorme desgosto
porque gostava muito de trabalhar. Gostava de ler,
o que agora não pode fazer devido à pouca visão,
tendo lido os clássicos. Aos 100 anos ainda ia a Mação sozinho de comboio. Até aos 102 anos ia tomar
o café sozinho, era muito independente. Soubemos
ainda que da sua vida no Exército português constam louvores e condecorações. Na passagem dos
seus 100 anos e em Janeiro deste ano foi entrevistado para o jornal de Mação a Voz da Minha Terra. n
Sócio desde 1942,
n.º 12998, nascido a
19 de Janeiro de 1909
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29 CFR
Efemérides/ Natal
Árvore
Solstício de Festas
S. Bonifácio, no século vii,
quando pregava na Turíngia
(região da Alemanha) usava
o perfil triangular dos abetos
como símbolo da Santíssima
Trindade (Pai, Filho e Espírito
Santo). O carvalho, até aí
considerado como símbolo
divino, foi substituído pelo abeto.
S. Nicolau
Nicolau de Mira nasceu na
Turquia no século iii e desde cedo
foi associado a muitas lendas onde
protegia os pobres e as crianças.
Enquanto S. Nicolau é padroeiro
da Rússia, da Noruega, da Grécia,
dos marinheiros e das crianças,
enquanto Pai Natal, o nome pelo
qual o conhecemos hoje, sabemos
que deixa a sua casa na Lapónia
todos os anos, no dia 24 de
Dezembro e só volta com o saco
das prendas vazio.
Saturnália
Na Roma antiga era comum
trocar-se presentes em honra de
Saturno, deus do tempo, por ocasião
do festival Saturnália que durava de 17 a
23 de Dezembro e marcava o solstício
de Inverno. Nestes dias os jogos de
azar eram permitidos, o mau
humor era proibido,
os escravos eram
temporariamente livres
e apenas os pasteleiros e
cozinheiros podiam trabalhar.
CFR 30
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D.Fernando II
No hemisfério Norte,
o solstício de Inverno
acontece a 21 de
Dezembro e marca o fim
das colheitas, a “vitória”
da luz sobre as trevas e,
claro, a data de muitas
festividades para além do
nascimento de Cristo. Entre
várias mitologias, na China
festeja-se o Dõngzhì, que celebra
o equilíbrio do cosmo e a energia
positiva, na região do Punjab existe o
Lhori, com crianças a fazerem peditórios
parecidos com os do Halloween, na
Escandinávia arde o tronco do Yule
e os judeus é neste período que
acendem a primeira vela do
Hanukkah.
Árvore de Natal
em Portugal
A rainha D. Maria II de Portugal
casou com D. Fernando II de Saxe
Coburgo-Gota em 1836 e foram
pais de dois reis D. Pedro V, D. Luís
e de mais filhos. Nessa altura
usava-se fazer presépios no Natal,
mas D. Fernando introduziu o
abeto que era a tradição do seu
país – a Alemanha. O gosto pela
natureza era um hábito desta
família real. Assim podemos dizer
que a primeira árvore de Natal em
Portugal foi erguida e enfeitada
no Paço das Necessidades. Só em
meados do séc. xx se generalizou
pela população portuguesa o
uso da árvore enfeitada que é o
pinheiro e não o originário abeto.
Presépio
presépio de machado de castro
na basílica da estrela
Acredita-se que foi São Francisco de
Assis quem criou o primeiro presépio,
por sinal "vivo" (representado por
pessoas e animais), em 1223 na cidade
de Greccio, inspirado por uma ida à
Terra Santa onde visitou a Capela da
Natividade, em Belém. Em poucos
anos, em todas as paróquias italianas
se fazia esta representação. Mais
tarde as pessoas foram substituídas
por estátuas e os cenários adquiriram
expressões mais dramáticas. Frei
Zacarias (franciscano) trouxe este
costume para Alenquer ainda no
século xiii. Os presépios portugueses
mais famosos foram moldados em
barro por Joaquim Machado de
Castro, em Estremoz, no princípio do
século xix.
Confeitaria
Nacional
A família de Balthazar
Castanheiro, fundou em 1829
aquela que é a mais antiga
confeitaria da Baixa lisboeta,
responsável por trazer de França
a receita do bolo-rei. É favor
comprovar a qualidade no 18-B da
Praça da Figueira, em Lisboa.
Vermelho
Harper’s Weekly
Não foi a Coca-Cola que se
lembrou de vestir o Pai Natal
de vermelho. Tudo começou
na edição especial de Natal
da revista norte-americana
Harper’s Weekly, em 1866,
quando o cartoonista de
origem alemã – Thomas Nast
– desenhou o Santa Claus
com o seu fato encarnado.
Antes de Nast o Pai Natal era
representado magro, vestido
de várias cores e sem saco de
brinquedos.
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31 CFR
Quem é quem/ O Cofre apresenta-se
fotogr afia Cláudia Peres
1
9
3
7
5
2
4
Cara-a-cara
1
Cláudia Peres
assistente
técnica
Há 3 anos no Cofre,
desenvolvo funções
na área do património
imobiliário e
arrendamento. A
minha rotina, passa
essencialmente pelo apoio
aos sócios arrendatários,
acompanhando
todo o processo de
reabilitação dos imóveis,
nomeadamente a vistoria
a fracções, identificação
das anomalias,
elaboração de caderno
de encargos, intervenção
e fiscalização na obra.
Contribuir para uma
melhor qualidade de vida
dos nossos associados,
tem sido um desafio
muito compensador.
Paralelamente abracei
o desafio de participar
na revista Cofre, onde
colaboro na cobertura
fotográfica de alguns
eventos do Cofre.
CFR 32
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2
Luís Barroso
assistente
técnico
Em 2007 vesti a camisola
do Cofre de Previdência.
Desde essa altura
tenho contribuído para
o funcionamento e
organização de todos
os Departamentos e
Secções desta instituição,
nomeadamente, em
matérias de arquivo
e comunicação
interna e externa de
correspondência. Espero
poder continuar a
contribuir todos os dias
com o meu trabalho
para o Cofre que tanto
nos tem dado, a todos
nós, enquanto sócios e
funcionários.
3
Sílvia Ferreira
Técnica Superior
Ingressei no Cofre
em 1998 onde exerci
diversas tarefas, tendo,
em 2012 coordenado
o Departamento de
Divulgação, Turismo
e Eventos e dado apoio
ao Departamento de
Consultadoria Jurídica
e do Contencioso, bem
como ao de Cobrança e
Gestão Financeira. Neste
momento encontro-me no
DGAP – Departamento
de Gestão de Associados
e Património, nas
funções de admissão de
sócios, declarações para
efeitos de protocolos,
actualização de dados
(sócios eliminados por
débito), rendas vitalícias,
readmissões, aumento
de subsídios, declarações
testamentárias – envio
e recepção. Relações
Públicas – Atendimento
ao público.
4
Ana Paula
Esteves
Assistente
Técnica
Sou funcionária desta
prestigiada instituição
há 32 anos. Sempre
estive colocada no
mesmo Departamento,
que hoje se designa por
DGAP. Já desempenhei
praticamente
todas as tarefas
do Departamento,
sendo actualmente
responsável pelos
processos de Reembolso
de Vencimento Perdidos
por Doença.
5
José Alves
da Silva
Técnico Superior
Coordenador
de Secção
Ingressei no Cofre em
Março de 1980. Desde
então percorri todos
os departamentos;
Relações Públicas,
Previdência Social,
Fomento Habitacional
e Gestão Financeira.
Este departamento
é aquele em que se
sente mais o pulsar da
instituição, por onde se
efectua todo o percurso
associativo de cada
pessoa. A nossa maior
motivação profissional e
pessoal, é de informar e
poder contribuir para as
soluções dos problemas
que os associados nos
colocam no dia-a-dia.
8
6
6
Vera L. Boal
Assistente
Técnica
Entrei para o Cofre em
Outubro de 2012 em
funções no Departamento
de Gestão dos Associados
e Patrimoniais – Secção
de Turismo, Eventos
e Cultura. Embora
permaneça no DGAP,
sou agora responsável
pela atribuição dos
subsídios por morte e
semanalmente mantenho
contacto directo com
os nossos associados no
atendimento nas Relações
Públicas. O Cofre é uma
instituição que vive de e
para os sócios. A equipa
onde estou integrada tem
isso sempre presente,
pois o primeiro contacto
é feito por nós, o que
tem sempre impacto no
relacionamento e imagem
do Cofre. Todos os dias
experienciamos novas
vivências.
7
João Viveiros
Técnico Superior
- Jurista
Depois de dois anos
de funções efectivas
no Departamento de
Consultadoria Jurídica
e do Contencioso, que
muito contribuíram
para o meu crescimento
pessoal e profissional,
enquanto jurista, dentro
da Instituição Cofre,
eis que me encontro
novamente no
Departamento de
Gestão de Associados e
Património, responsável
por uma área, à qual,
desde sempre, reservei
um carinho especial
– o financiamento à
habitação. Comprometo-me, por isso, a
acompanhar e tratar
todos os processos de
financiamento à habitação
com o profissionalismo
e dedicação que todos
nós, sócios deste Cofre,
merecemos.
8
Isabel Correia
assistente
técnica
Sou funcionária desta
instituição há cerca de
27 anos, inicialmente
como Dactilógrafa
e actualmente como
parte integrante do
Departamento de
Gestão de Associados e
Património. Continuo
a sentir, como desde
o primeiro dia, que o
Cofre me tem ajudado a
crescer como pessoa e
funcionária. É por isso
que também eu quero
contribuir para melhor
servi-lo a si, e a todos
nós, sócios deste Cofre.
9
Carlos Filipe
Vieira
Técnico de
Informática
Entrei em 1996 como
programador informático.
Colaborei na adaptação de
toda a programação para
o ano 2000 e para o Euro,
tendo mantido o anterior
sistema informático até à
sua substituição, altura em
que passei a responsável
do portal do Cofre e
da Folha Informativa.
Actualmente no DGAP
incumbe-me também a
responsabilidade pela
formação interna na
área da informática
e a manutenção de
diversos equipamentos.
A modernização do Cofre
mantendo e ampliando
o cariz solidário que
sempre o norteou, é neste
momento o meu principal
objectivo a par com a
constante preocupação em
servir mais e melhor os
nossos associados.
10
10
Cristina Coelho
Técnica Superior
Serviço Social
Funcionária há 14 anos,
comecei a trabalhar na
residência de Loures em
Janeiro de 2000, onde
permaneci durante 11
anos. Em 2011 passei a
integrar a equipa da sede
e neste momento sou
responsável pelos abonos
reembolsáveis, pelas
visitas domiciliárias e
pela bolsa sénior. Temos
uma equipa bem-disposta, sempre atenta
e disponível para apoiar
os nossos associados.
Antes de entrar para o
Cofre trabalhei noutras
instituições, em áreas
tão diferentes como a
comunitária, a infanto-juvenil e idosos com
deficiência.
NOTA
Faltam os depoimentos de
Ana Cunha e Luís Ganso,
ausentes com baixa
médica.
www.cofre.org„„ 33„„ CFR
À Mesa/ Receitas simples q.b. para resultados opíparos
r eceita Luísa Gulosa fotogr afia Paulo Muge
Fatias de Tomar
As fatias de Tomar ou da China são uma das mais requintadas sobremesas do
nosso país e levam apenas dois ingredientes – gemas de ovos e açúcar. Provém esta
receita da tradição conventual, pois, como sabemos, as claras eram usadas para
servir de goma às peças de linho litúrgicas e sobrando as gemas estas espicaçaram
a imaginação de muitas monjas que ficaram anónimas, mas a quem agradecemos
no colectivo. A nossa doçaria não tem paralelo nem nos nossos vizinhos católicos
espanhóis, franceses ou italianos. Sendo esta sobremesa uma tradição natalícia
na minha família quis partilhá-la sabendo que embora muito fácil requer uma
panela especial para banho-maria. Há quem as faça sem a forma própria com bons
resultados. Nesta receita usámos uma panela antiga ainda em folha-de-flandres.
Tempo
de preparação
½ hora na batedeira ou
1 hora manualmente
1 hora de cozedura
Ingredientes
Para 6/8 pessoas
24 gemas de ovos muito
frescos (sem frigorífico)
1 kg de açúcar branco
½ vagem de baunilha
(opcional)
Preparação
1
Parta os ovos com
CFR 34
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cuidado e separe as
gemas das claras.
Batem-se as gemas
durante 30 minutos na
batedeira ou 1 hora à
mão. Quando a massa
apresentar uma textura espessa e os ovos
um tom amarelo-claro coloque esta massa
na parte de dentro
da forma interior
própria, previamente
untada com manteiga.
2 A forma de fora das
fatias de Tomar já
deve estar a ferver. A
cozedura em banho-maria dura cerca de 1
hora e vai-se deitando
água pelo pequeno funil incorporado, para
que a fervura nunca
seja interrompida.
3 Desenforma-se o
bolo (gemas cozidas)
e deixa-se arrefecer.
4 Corta-se ao alto
com a espessura de
um dedo. Entretanto
coloque um tacho ao
lume com um quilo
de açúcar e ½ vagem
de baunilha e deive
ferver até conseguir
um ponto baixo.
Coloque então uma
fatia de cada vez que
vai absorver o açúcar
dos dois lados. Nunca
deixe a calda engrossar, salpicando com
água.
5 Retire com cuidado
e coloque numa taça
ou travessa. Sirva frio,
1
2
3
4
5
sem ir ao frigorífico.
Recomenda-se que
não enfeite com natas
nem chocolate nem
frutos o que lhe tira a
dignidade.
Nota
Segredo
Os tempos de
batedura e de
cozedura são o único
segredo. Se, ao
abrir a forma onde
cozem as gemas
estas estiverem
levemente
húmidas pode cozer
mais alguns minutos.
Aqui a experiência
conta muito.
Muitas pessoas
perante uma fatia
destas dizem não
poder comer porque
faz mal ao fígado pois
presumem que cada
fatia contém muitos
ovos, ora a realidade
é que cada fatia leva
cerca de dois ovos.
A batedura é que lhe
dá o volume. Pode
sempre optar por
meia fatia.
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35 CFR
Perfil/ Novo sócio
fotogr afia Paulo Muge
Jorge Pinhal
Sócio n.º 104239
TEREMOS QUEDA
PARA A DESGRAÇA?
asceu em Sesimbra, terra dos homens a «quem o mar
se curva e a terra aclama». É casado e tem três filhos,
dois rapazes e uma rapariga. O seu dia-a-dia enquanto
inspector do trabalho da Autoridade para as Condições do Trabalho é «sempre extremamente intenso, mas também
compensador» e o maior desafio é «corresponder às expectativas
daqueles que, legitimamente, necessitam do meu trabalho».
O seu maior sonho por realizar é poder viajar pelo mundo sem
qualquer tipo de condicionantes. O seu maior sonho já realizado
acaba em "idade", a paternidade.
O caril de Jorge é a sua arma secreta na cozinha e na sala de jantar.
Soube do Cofre através de colegas e não tem cofres em casa. Decidiu fazer-se sócio pelas condições oferecidas a sócios e familiares.
No que toca a Portugal, além de Sesimbra, aprecia as terras e gentes de Trás-os-Montes. No que toca ao resto do mundo, África é
um destino que quer voltar a visitar.
Tem dois cães e dois gatos e faz as suas deslocações de moto.
Quanto à música é bastante eclético e revela-nos facilmente cinco
músicas que marcaram a sua vida. The Wall (Pink Floyd), Camponesa (Rui Veloso), Yesterday (Beatles), I Want you to Want Me
(Cheap Trick), Satisfaction (Rolling Stones).
Perante a difícil e fraturante questão “Praia ou Campo?” Jorge responde de forma diplomática: «Campo, se possível com o
mar por perto!» Para completar o perfil psicológico adiantamos
que prefere coentros, gatos e museus à alternativa de salsa, cães e
eventos desportivos. Anda a ler Discurso Sobre a Servidão Voluntária,, de La Boétie, editado pela Antígona. «Porque é um livro que
ajuda a reorganizar as ideias.» Deixou a meio O Meu Programa
de Governo, de José Gomes Ferreira. Se não vivesse em Portugal,
gostaria de viver em Macau. n
N
www.apsi.org.pt
Estaremos atentos às 9 crianças que sofrem quedas com
consequências graves a cada dia que passa? Teremos pais,
professores, governantes e legisladores que façam o que tem de ser feito?
A APSI sabe quais as medidas políticas e de segurança a tomar.
Ouça-nos. Agora.
Apoio
Perfil
Jorge Manuel Maurício Pinhal, inspector
do trabalho da Autoridade para as
Condições do Trabalho, tem 51 anos, é de
Sesimbra, casado, com três filhos, dois
gatos e dois cães.
www.cofre.org
37 CFR
Consultório de Língua Portuguesa
texto Luísa Boléo
Chamar os meses
pelos nomes
s “nossos” meses vêm dos romanos.
Dos dez meses iniciais, apenas com 304
dias, com a reforma de Numa Pompílio
cerca de 713 a.C. passou-se para o ano
lunar com 365,25 dias. Vários acertos depois, chegou-se a Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro
e Dezembro, que têm as respectivas designações
populares em Portugal.
Janeiro, do latim Januariu, dedicado ao deus Jano, representado com
duas caras para simbolizar fim e princípio. No norte do país foi em tempos
conhecido pelo Mês das Contribuições (*).
Fevereiro, do latim Febrariu que
vem de februa (purificação), era o
mês que os nossos antepassados de
Roma dedicavam às purificações e
ofereciam então sacrifícios aos mortos para apaziguar os deuses. Por cá
este mês é conhecido como o Mês dos
Gatos, época em que acasalam esses felinos, mas em
certas regiões já foi conhecido como Mês dos Preguiçosos por ter apenas 28 dias e, na região da Covilhã, já foi chamado de Mês das Febras (da época da
matança do porco).
Março, do latim Martiu, vem do deus da guerra
Marte, se bem que haja referências deste mês ser
também consagrado ao deus Mercúrio pelos romanos. Na designação antiga era, entre nós, Mês da
Primavera ou Mês do Cuco.
O
Abril, do latim Aprile = abrir, é o mês do desabrochar (abertura) das flores, o que marca a Primavera
no hemisfério Norte. Dedicado à deusa Vénus, a sua
designação popular é a de Mês dos Enganos, numa
referência ao 1.º de Abril, dia dos enganos ou das
mentiras (recolhido na região de Guimarães.)
Maio vem de Maiu referente a Maia, mãe de Mercúrio. Em Vila Nova de Gaia foi conhecido como
Mês dos Gaios, aves que abundam no
norte. Noutras terras aparece como
Mês das Pegas ou Mês dos Burros
(por ser nesta época que têm criação)
e ainda Mês das Lavouras, devido ao
trabalho das sementeiras do milho,
feijão e linho. Também é designado
por Mês das Trovoadas. Na tradição
religiosa era o Mês de Nossa Senhora ou Mês das Ladainhas, porque era
neste mês que se faziam as rogações
por ocasião da festa da Ascensão de
Nosso Senhor Jesus Cristo – Quinta
Feira da Ascensão, no quadragésimo
dia depois da Páscoa. Remonta ao séc. v na Europa.
A procissão do Senhor dos Aflitos mantém-se ainda
em Lousada.
Junho vem de Juniu – Juno – deusa do casamento,
do parto e protectora das mulheres. Em Vizela era
conhecido por Mês das Sementeiras e mais generalizado como Mês de S. João.
Julho, de Juliu. No ano de 44 a.C. este era o quinto
mês (Quinctilis) que passou a ser dedicado ao imperador Júlio César. Popularmente foi o Mês das Re-
Janeiro, do
latim Januariu,
dedicado ao
deus Jano,
representado
com duas caras
para simbolizar
fim e princípio.
CFR 38
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Caio Júlio César
Otaviano Augusto
63 a.c. - 14 d. c.
estátua descoberta em
1863, em prima porta, roma.
pertence aos museus
do vaticano.
Caio Júlio César
100 a.c. - 44 a. c.
estátua de nicolas
coustou, no palácio
das tulherias,
em paris, frança.
gas ou Mês das Malhas (malhar o centeio). Também
aparece como Mês de S. Tiago, cuja festa é a 25 de
Julho.
Agosto de Augustu, anteriormente o 6.º mês – Sextilis. Como Júlio César, o imperador César Augusto
também quis ter o seu nome consagrado a um mês.
No aspecto etimológico sabe-se que no séc. ii houve
uma dissimilação e au passa apenas a a, e de Agustos evoluiu-se para Agosto.
Setembro, do latim Septembre, então o sétimo mês
do ano, quando o calendário romano tinha início a
15 de Março. É ainda conhecido no nosso país como
Mês das Vindimas ou Mês de S. Miguel porque 29
de Setembro é o dia deste santo, no calendário litúrgico.
Outubro, do latim Octubre, seguiu a mesma lógica,
era então o oitavo mês do ano. Por cá é conhecido
como Mês das Colheitas (do milho e do feijão).
Novembro, de Novembru, o nono mês dos romanos. Em certas regiões portuguesas é conhecido
como Mês dos Santos pelo dia 1 ser Dia de Todos os
Santos.
Dezembro, do latim Decembre – décimo mês. Encontramos no Mindelo a designação de Mês das
Calhandras, porque se usava calcular as condições
atmosféricas do ano inteiro que entrava por um
processo conhecido por «calhandras». É conhecido
como Mês do Natal em diversos pontos do país.
E assim terminamos, a desejar a todas as associadas
e associados do Cofre, um feliz mês natalício e óptimo ano novo. n
(*) todas as designações populares foram retiradas de um
trabalho de Maria Palmira da Silva Pereira do espólio do
Prof. Doutor Manuel de Paiva Boléo (1904-1992).
O dicionário utilizado é o Dicionário Etimológico da Língua
Portuguesa de Antenor Nascentes, Rio de Janeiro, 1932.
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39 CFR
Proposta de Admissão
Abrir o Cofre/ Desporto da minha vida
fotocopiar e enviar
Sócio n.º 79700
À volta da bola
D
esde pequeno que gosto de futebol, que vibro com as jogadas
mais espectaculares, os grandes
remates e os voos dos guarda-redes. O futebol é um jogo de paixões e de multidões. Vou colocar-vos algumas perguntas
que demonstram que “a bola” pode ser fonte
de saber não exclusivamente futebolístico,
bem como algumas constatações que me levam a perguntas para as quais a resposta fica
no ar. Havendo curiosidade pode aprender-se
muito. Em que ano terá sido o Rapid de Viena
campeão da Alemanha? Que dois países se envolveram na chamada Guerra do Futebol? Por
que motivo os vice-campeões do mundo em
1978 se recusaram a receber as suas medalhas
em pleno estádio, após a final do torneio? Em
que clube jogavam os futebolistas que pagaram
com a vida a vitória num determinado jogo, sabendo de antemão que tal ocorreria se viesse a ser esse
o desfecho? Falemos de Geografia. Quantos leitores
não amantes do futebol e donos de alguma curiosidade intelectual, poderão dizer sem pestanejar em
que países se situam cidades como Dundee, Gelsenkirchen, Guingamp ou Charleroi? Deixemos os
factos enciclopédicos de lado e vamos especular um
pouco sobre os equipamentos de clubes e selecções.
As camisolas de uma só cor são o padrão dominante
entre clubes e selecções, logo seguidas pelo padrão
listado. Todos os demais têm uma presença irrisória. Porquê? Mais curioso ainda, e pensemos agora
em clubes, por que haverá tantos com listas verticais e tão poucos com listas horizontais? Façamos
um exercício de memória sem sair do nosso país.
Listas verticais: Porto, Setúbal, Leixões, Nacional,
Varzim, Oriental, Atlético, Olhanense, Marítimo…
Listas horizontais: Sporting e eventualmente algum mais. Se pensarmos no futebol internacional, a
desproporção é semelhante, às listas horizontais do
Celtic contrapõem-se as verticais dos Atléticos de
Madrid e de Bilbau, do Barcelona, da Juventus, do
Inter, do Milan… Não é um facto bizarro? Se pensarmos nos uniformes das selecções nacionais, assistimos a um esmagador predomínio da cor única
como padrão. Assim, de repente, ocorrem-me três
selecções em que tal não ocorre: Argentina, Paraguai e Peru, curiosamente todas sul-americanas.
CFR 40
www.cofre.org
Formulário de inscrição de sócio do Cofre de Previdência
o middlesborough, vencedor
da taça de amadores em 1895
Esta desproporção torna-se mais curiosa se pensarmos que não há bandeiras unicolores desde que
Khadafi foi derrubado e que são muito poucas as
selecções cujo equipamento não tenha nenhuma
correspondência com a bandeira, assim, de repente,
ocorrem-me duas: a da Itália e a da Holanda. Serão
as cores únicas mais patrióticas? Pensemos em nós,
a espécie humana, no quão longe chegámos na arte
e na ciência, pensemos também nos erros que temos
cometido ao longo da História, pois convém não
esquecê-los. Somos o que somos graças às palavras
que dizemos e às coisas que fazemos com as mãos,
a primeira ferramenta do intelecto. Ora, se pensarmos nas modalidades desportivas, e se excluirmos
aquelas em que todo o corpo está dentro das regras,
como a natação e o atletismo, que temos? Basquetebol, voleibol, os vários hóqueis, o ténis, o golfe, o andebol, o râguebi, todas as modalidades motorizadas
ou que envolvam animais… em todas elas são fundamentais as mãos. Todas menos o desporto mais
popular do mundo, o tal em que apenas um entre
onze as pode usar. Não é apaixonante? n
Perfil
José Emanuel Fernandes Boal nasceu em Luanda em 1971.
Viveu no Cacém entre 1974 e 1998, ano em que começou a dar
aulas. Vive em Elvas, onde é professor de espanhol, desde 2001.
A
Identificação
1
Nome completo (em maiúsculas)
2
B.I./C.C.*
5
naturalidade
7
filiação (pai)
8
filiação (mãe)
9
estado civil
11
morada
12
localidade
14
telefone
3
Data de nascimento
6
15
10
cônjuge
13
código postal
/
/
4
NIF*
Concelho
16
telemóvel
e-mail
* Anexar fotocópia do documento
B
Declara que pretende inscrever-se como sócio
nos termos da alínea a)
b)
com o subsídio por morte de
c)
do nº 1 do art. 19º dos Estatutos, aprovados pelo Decreto Lei 465/76,
,
€
nos termos da alínea c) do nº 3 do art. 4º dos Estatutos aprovados pelo Decreto Lei 465/76, sem subsídio
por morte**.
vencimento
categoria
serviço
,
€
ministério
serviço processador do vencimento
morada
local e data
/
assinatura do candidato
/
** Anexar fotocópia do último recibo de vencimento/pensão
C
Declaração dos Serviços do Candidato a Sócio
Confirmo as declarações prestadas.
assinatura do responsável autenticada com o selo em uso
D
Reservado aos Serviços do Cofre
sócio nº
admitido em
idade
subsídio inscrito
o funcionário
/
/
o coordenador
nos termos da alínea __ do nº __ do art. __ dos estatutos
,
€
quota mensal
o secretário-adjunto do cofre
€
CARTÃO
BOAS
FESTAS
DEFELIZ
SAÚDE2015
E
Saúde &
bem estar
(*) Passam a estar incluídas no Cartão de Saúde COFRE:
REDE BEM ESTAR (RBE)
Rede de Prestadores de Serviços de Saúde
e Lazer, com mais de 3.063 Locais de
Atendimento, e um desconto médio de
40% no preço praticado para particulares.
Nesta Rede beneficiará de serviços como:
Psicologia, Nutrição, Osteopatia, Homeopatia,
Quiroprática, Acupunctura, Shiatsu, Estética,
Genética, Termalismo, Talassoterapia, Spas,
Health Clubs, Cursos de Preparação para o Parto,
Podologia, Terapia da fala, Criopreservação de
Células Estaminais, Parafarmácias, Higiene Oral,
Ópticas, Bem estar Animal.
ASSISTÊNCIA ÀS PESSOAS
Serviços, em Portugal, e no Estrangeiro,
em caso de Doença Súbita ou Acidente.
Exemplos de Serviços garantidos:
Assistência em Viagem no Estrangeiro,
Despesas Médicas, Cirúrgicas, Farmacêuticas
e de Hospitalização, Aconselhamento e Envio
de Médico, Profissional de Enfermagem e/ou
Medicamentos ao Domicilio, Procura e Envio de
Doméstica ao Domicilio, Marcação de Consultas
e Meios Complementares de Diagnóstico, CheckUp, Baby Sitting, Recolha e Entrega de Roupa
para Lavar ou Engomar, Assistência a Animais
Domésticos, Assistência no Lar com Informação
ou Envio de Profissionais Qualificados.
O RESUMO DAS COBERTURAS NÃO DISPENSA A LEITURA
DAS CONDIÇÕES GERAIS E ESPECIAIS APLICÁVEIS.
(*) As presentes coberturas estão disponíveis apenas para os Sócios titulares do Cartão de Saúde, podendo, se assim desejarem, igualmente incluir os respectivos agregados
familiares, regularizando para o efeito a situação nos Serviços do Cofre.
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automóvel, multiriscos, habitação, vida, crédito e outros:
• Seguro Automóvel, desde 75,24€/Ano.
• Seguro de MultiRiscos (Ex. T2, em Lisboa) para o Recheio da
Habitação (15.000) e Paredes (79.000), desde 69,24€/Ano.
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tel: 21 923 94 80 / 96 392 75 55 / 92 564 95 46
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nas Instalações do Cofre
Rua dos Sapateiros – Lisboa
Mediador devidamente autorizado, pelo
Instituto de Seguros de Portugal, a comercializar
seguros dos Ramos Vida e Não Vida, podendo
o interessado confirmar esta inscrição
em www.isp.pt
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Em terras de erva doce há portas que dão para escadas passadas