LÓGICA O QUE É? • “Raciocínio lógico” “É lógico que sim!” ∟ estudo da lógica serve para organizar as ideias de modo mais rigoroso ∟ evitar o engano nas conclusões • Nos ajuda ∟ descobrir verdades desconhecidas ∟ a partir de uma outra verdade ∟ é o caminho de uma verdade a outra ? • Filosofia sem a lógica? ∟ impossível! SURGIMENTO • Ambiente da democracia • Popularização da educação ∟ aristocratas → seguem (dinheiro) as escolas de Filosofia ∟ comerciantes → em ascensão → sem tradição educacional → seriam aceitos pelos mestres filósofos? → recebem ajuda dos sofistas SURGIMENTO • Sofistas ∟ sem compromisso com a verdade ∟ perniciosos ∟ demagógicos • Sócrates SURGIMENTO • Platão → dialética (argumentação dinâmica através das opiniões dos outros) → desmascarar os sofistas → compara os argumentos ∟ coerência? SURGIMENTO • Aristóteles ∟ “pai da lógica” ∟ destruir o discurso dos sofistas! ∟ dialética platônica é insuficiente ∟ não chega a essência por causa das opiniões ∟ sofistas deveriam ser “plantas” ∟ não poderiam se contradizer ∟ evitariam discursos errados e inconsistentes ARISTÓTELES • Aristóteles deu rigor e amplitude ao estudo da lógica ∟ não criou a palavra “lógica” → veio com os estóicos ∟ “logos” → pensamento de forma ordenada (regras) ∟ “instrumento para se proceder corretamente no pensar” TERMO E PROPOSIÇÃO • Termo → conceito • Proposição → juízo → afirmar ou negar um termo (conceito) EX: Todo cão é mamífero (Todo C é M) PROPOSIÇÃO • Qualidade e quantidade ∟ qualidade → afirmativas ou negativas EX: “Todo C é M”; “Nenhum C é M” ∟quantidade → universais ou particulares EX: “Todo C é M”; “Algum C é M”; “Este C é M” PROPOSIÇÃO • Extensão dos termos ∟ amplitude (universal, particular ou singular) ∟ diagram de Euler (1707-1783) EX: Todo paulista é brasileiro (P é B) Paulista tem extensão total Brasileiro tem extensão particular “Quanto maior a extensão de um termo, menor sua compreensão”. B P PROPOSIÇÃO EX: Nenhum brasileiro é argentino (B não é A) Termo brasileiro é total Termo argentino é total B A PROPOSIÇÃO EX: Algum paulista é solteiro (Algum P é S) Ambos os termos são particulares PROPOSIÇÃO EX: Alguma mulher não é justa (Alguma M não é J) O termo mulher é particular O termo justa é total PRINCÍPIOS DA LÓGICA • Aristóteles definiu os primeiros princípios • Identidade, não contradição e terceiro excluído PRINCÍPIOS DA LÓGICA • Identidade Se um enunciado é verdadeiro, então ele é verdadeiro. A=A (todo ser é idêntico a si mesmo) PRINCÍPIOS DA LÓGICA • Não contradição Nenhum enunciado pode ser verdadeiro e falso Se A=A, não pode ser A≠A EX: Se “alguns seres humanos não são justos”, é falso afirmar que “todos os seres humanos são justos”. EX: “Todos seres humanos são bípedes“ é falso afirmar que “alguns seres humanos são bípedes”. PRINCÍPIOS DA LÓGICA • Terceiro excluído Ou é verdadeiro ou é falso! Não há “meio” certos ou um terceiro valor! ARGUMENTAÇÃO • Silogismo → ligação (criação de Aristóteles) → proposição e conclusão • O coração da lógica • Só conhecemos algo por meio de outras coisas ARGUMENTAÇÃO O mercúrio é um metal. (premissa maior) Ora, o mercúrio não é sólido. Logo, algum metal não é sólido. (premissa menor) (conclusão) Termo médio → aparece nas premissas e liga (mercúrio) Termo maior → aparece na premissa maior/conclusão (metal) Termo menor → aparece na premissa menor/conclusão (sólido) ARGUMENTAÇÃO Todos os cães são mamíferos. Todos os gatos são mamíferos. Todos os gatos são cães. Premissas verdadeiras e conclusão falsa. Argumentação inválida. ARGUMENTAÇÃO Todo os homens são louros. Pedro é homem. Pedro é louro. Primeira premissa é falsa. Raciocínio inválido. ARGUMENTAÇÃO Todo inseto é hexápode (seis patas). Ora, todo inseto é invertebrado. Logo, todo hexápode é invertebrado. Todas proposições verdadeiras. Mas a inferência (conclusão a partir de proposições) é inválida. VERDADE E VALIDADE • As proposições podem ser verdadeiras ou falsas: uma proposição é verdadeira quando corresponde ao fato que expressa. • Os argumentos são válidos ou inválidos (e não verdadeiros ou falsos): um argumento é válido quando sua conclusão é consequência lógica de suas premissas. REGRAS 1 – O silogismo só deve ter três termos (maior, menor e médio). 2 – De duas premissas negativas nada resulta. 3 – De duas premissas particulares nada resulta. 4 – O termo médio nunca entra na conclusão. 5 – O termo médio deve ser pelo menos uma vez total. 6 – Nenhum termo pode ser total na conclusão sem ser total nas premissas. 7 – De duas premissas afirmativas não se conclui uma negativa. 8 – A conclusão segue sempre a premissa mais fraca (se nas premissas uma delas for negativa, a conclusão deve ser negativa; se uma for particular, a conclusão deve ser particular). REGRAS Todo inseto é hexápode (seis patas). Ora, todo inseto é invertebrado. Logo, todo hexápode é invertebrado. “Hexápode”, termo maior, é particular na premissa maior. Fera a regra 6. (Nenhum termo pode ser total na conclusão sem ser total nas premissas.) Afirma-se mais na premissa do que na conclusão. SILOGISMO • Silogismo dialético ∟ premissas e conclusões hipotéticas ∟ opiniões → persuasão → retórica • Silogismo científico ∟ não admite contradição ∟ conclusão é demonstrável ∟ verdades universais ∟ essências TIPOS DE ARGUMENTOS • Dedução Todo ser vivo possui DNA Uma bactéria possui DNA Uma bactéria é um ser vivo OBS 1: nada pode mudar a conclusão, mesmo contendo outras informações. A conclusão é extraída das premissas, não ensina o novo. OBS 2: a dedução organiza o conhecimento já adquirido. OBS 3: investigar a validade das deduções TIPOS DE ARGUMENTOS Todo brasileiro é sul-americano. Todo paulista é brasileiro. Todo paulista é sul-americano. Todo brasileiro é sul-americano. Algum brasileiro é índio. Algum índio é sul-americano. TIPOS DE ARGUMENTOS • Indução Os canários têm asas e voam. Os papagaios têm asas e voam Os morcegos têm asas e voam. Todo ser que tem asas voará” OBS: A conclusão não é necessariamente correta, já que vêm de evidência parciais. Talvez aja um ser com asas e não voa. TIPOS DE ARGUMENTOS Exemplo de indução: Intenção de voto 35% votarão no candidato X. 25% votarão no candidato Y. Logo, a maioria votará no candidato X. TIPOS DE ARGUMENTOS • Analogia ∟ indução parcial ou imperfeita ∟ probabilidade TIPOS DE ARGUMENTOS Eu usei um remédio e sarei de tal problema, logo, você também sarará. Ler um livro de tal autor e gostou, logo, todos os livros do autor são bons. Pesquisa com animais e depois com seres humanos. Fleming cultivava bactérias e observou que elas morriam em torno de uma mancha de bolor próxima. Se o bolor destruía bactérias, esse fungo poderia ser um medicamento. Surgiu a penicilina. FALÁCIAS • Raciocínio incorreto, apesar de ter aparência de correto. • Sofismas (aparência de correto). • Contraria as regras do raciocínio e da inferência. • Falácias formais (argumento correto e conclusão errada): Todos os homens são loiros. Ora, eu sou homem. Logo, eu sou loiro. FALÁCIAS • Falácias não formais (falsas causas, preconceitos, irrelevância das premissas). → Função de convencer usando as emoções, medo, hostilidade ou reverência. FALÁCIAS • Argumento da autoridade ∟ aceita-se por que a autoridade é um especialista ∟ problemas ∟ se um cientista fala de coisas religiosas ∟ artista vende propagandas e até ideias (política) • Argumento contra o homem ∟ argumento de alguém que não aceitamos por questões pessoais ou depreciativas ∟ rejeita-se não o argumento, mas a pessoa FALÁCIAS • Falácia de acidente ou generalização apressada ∟ indutiva ∟ erro médico e concluímos que a medicina é inútil ∟ pessoas excessivamente legalistas que não levam em conta as circunstâncias ∟ EX: pessoa que rouba para comer ∟ EX contrário: em Brasília, pai desempregado roubou para alimentar o filho, foi solto e ajudado pela polícia • Falácia de ignorância da questão ∟ desviar da questão para se evitar a discussão ∟ EX: advogado, político FALÁCIAS • Falácia de petição de princípio ∟ EX: democracia (liberdade) e excesso de liberdade de opinião • Falácia de ambiguidade ∟ enunciados sem esclarecimento total ∟ mesmo termos empregados com sentidos diferentes • Falácia de falsa causa ∟ inferência sobre as causas que não são reais. ∟ EX: pessoa pé frio! (UEM) Considere os argumentos a seguir: (A) "No Brasil, há vários casos de políticos respondendo a processo criminal, conseqüentemente a justiça brasileira permite que políticos com problemas judiciais se mantenham em cargos eletivos." (B) "Penso, logo existo." Assinale o que for correto. ( V ) O argumento (A) é indutivo, pois sua conclusão é uma generalização indutiva realizada a partir da observação de diversos dados singulares. ( V ) No argumento indutivo, o conteúdo da conclusão excede o das premissas. A certeza da indução nunca é absoluta, mas apenas provável. ( V) Embora a indução não possua o rigor do pensamento dedutivo, é uma forma fecunda de raciocinar, à qual devemos grande parte dos conhecimentos da vida diária e é de grande importância nas ciências experimentais. ( V ) O argumento (B) é dedutivo, ou seja, é um tipo de argumento cuja conclusão é inferida necessariamente de premissas. ( V) Na dedução lógica, o enunciado da conclusão não excede o conteúdo das premissas; mas, se não acrescenta nada de novo, a dedução é um modelo de rigor que nos permite organizar o conhecimento já adquirido. (UEM) Na lógica clássica, três princípios lógicos (as três leis do pensamento), a saber, os princípios de identidade, de não contradição e do terceiro excluído, condicionam o valor de verdade de todo pensamento e de todo discurso. Assinale o que for correto. ( V ) O princípio de identidade afirma que cada coisa é aquilo que é; uma proposição verdadeira é então verdadeira. ( V ) O princípio de não contradição estabelece que não se pode afirmar e negar o mesmo predicado do mesmo sujeito, ao mesmo tempo e na mesma relação. ( ) De acordo com o princípio de não contradição, é possível que proposições contraditórias possam ser ambas verdadeiras, mas jamais falsas. ( V ) O princípio do terceiro excluído afirma que uma proposição é verdadeira ou é falsa, vale dizer, que é verdadeira a disjunção p ou não-p. ( ) De acordo com o princípio do terceiro excluído, há casos em que uma proposição é parcialmente verdadeira ou incompletamente falsa. (UEL) Considere o argumento a seguir: "Alguns homens são inteligentes; ora, alguns homens são professores; logo, os professores são inteligentes." Sabendo que o argumento é inválido, identifique qual(is), dentre as regras do silogismo abaixo, ele falha em observar. ( V ) De duas premissas particulares nada resulta. ( ) O termo médio nunca entra na conclusão. ( ) Nenhum termo pode ser total na conclusão sem ser total nas premissas. ( ) De duas premissas afirmativas não se conclui uma negativa. ( ) De duas premissas negativas nada pode ser concluído. (UEM) O silogismo aristotélico é a dedução lógica na qual uma conclusão é inferida a partir de suas premissas, a premissa maior e a premissa menor, pela mediação do termo médio. O termo médio liga o termo menor (conceito de menor extensão) ao termo maior (conceito de maior extensão) de acordo com o princípio lógico de que duas quantidades idênticas a uma terceira são idênticas entre si. Considere o silogismo a seguir: "Todos os brasileiros são sul-americanos; todos os paranaenses são brasileiros; logo, todos os paranaenses são sul-americanos". Identifique, respectivamente, o termo médio, o termo maior e o termo menor. ( V ) brasileiros - sul-americanos - paranaenses ( ) são - todos - logo ( ) sul-americanos - paranaenses - brasileiros ( ) paranaenses - brasileiros - todos ( ) sul-americanos - são - brasileiros (UFU) Na escola, Joana se queixava a uma amiga sobre um namorado que a abandonara para ficar com outra colega da turma. Tentando consolá-la, a amiga lhe disse que ela deveria se acostumar com isso, ou então, nunca mais tentar namorar, pois, disse ela, "os garotos são todos interesseiros". Deixando a dor de Joana de lado, poderíamos sistematizar o argumento da amiga na forma de um silogismo tal como definido pelo filósofo Aristóteles, da seguinte maneira: Todo garoto é interesseiro. Premissa maior Ora, o namorado de Joana é um garoto. Premissa menor Logo, o namorado de Joana é interesseiro. Conclusão. A respeito desse argumento, e de acordo com as regras da lógica aristotélica, é correto afirmar que a) o argumento é inválido, pois a premissa maior é falsa. b) o argumento é válido, pois a intenção da amiga era ajudar Joana. c) o argumento é válido, pois a conclusão é uma consequência lógica das premissas. d) o argumento é inválido, pois a conclusão é falsa.