O que acontecia na Alemanha
para impulsionar a criação da
Escola de Frankfurt?
• Ocorreu uma hiperinflação na Alemanha decorrente da 1ª
Guerra Mundial – devido à suspensão da conversão de papelmoeda em ouro com o intuito de impedir que suas reservas se
esgotassem. Ao final da guerra, a quantidade de dinheiro em
circulação havia quadruplicado e os preços haviam subido 140%.
• Com o fim da 1ª Guerra, Alemanha, derrotada, encontrava-se
em uma profunda crise.
• Os frankfurtianos, leitores de Marx, Nietzsche, Freud e
Heidegger sabe que não se adere à razão inocentemente,
concluem que a razão, exaltada tradicionalmente por ser
“iluminada”, também traz sombras em seu bojo, quando se torna
instrumento de dominação. (isso ocorreu devido o
desenvolvimento tecnológico-industrial)
Fundada em 1923 sob o nome de Instituto para a Pesquisa Social,
a Escola de Frankfurt reuniu sociólogos, filósofos e cientistas
políticos. Os que mais se destacaram foram:
• Theodor Adorno
• Max Horkheimer
• Walter Benjamin
• Herbert Marcuse
• Erich Fromm
• Jurgen Habermas
que foram influenciados
por Marx, apesar das
críticas que lhe fizeram.
Apesar de haver grandes diferenças de pensamento entre esses autores,
identificamos neles a preocupação comum de estudar variados aspectos da vida
social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade como um todo.
DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO
Horkhemeir e Adorno
Os autores fazem uma dura crítica ao iluminismo,
que estimulou o desenvolvimento dessa razão
controladora e instrumental que predomina na
sociedade contemporânea. Denunciam também o
desencantamento do mundo, a deturpação das
consciências individuais, a assimilação dos
indivíduos ao sistema social dominante.
Escrita em 1942 e publicada em 1947
Década de 40 – Horkheimer e Adorno criam o conceito
de Indústria Cultural
Segundo Adorno a Industria cultural impede a formação de indivíduos
autônomos, independentes de julgar conscientemente.
Na Indústria Cultural tudo se torna negócio. Enquanto negócios, seus
fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada
exploração de bens considerados culturais. Um exemplo disso, dirá
ele, é o cinema. O que antes era um mecanismo de lazer, ou seja,
uma arte, agora se tornou um meio eficaz de manipulação. Portanto,
podemos dizer que a Indústria Cultural traz consigo todos os
elementos característicos do mundo industrial moderno e nele exerce
um papel específico, qual seja, o de portadora da ideologia
dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema.
T. W. Adorno, Os Pensadores. Textos escolhidos, “Conceito de Iluminismo”. Nova Cultural, 1999
É possível entender a indústria cultural como
uma indústria de produção cultural que visa o
lucro, por meio dos processos industriais de
serialização e de rápida reprodutibilidade para
atender à lógica do mercado. Repare que em
todo carnaval, surge um novo ritmo da moda
(lambada, pagode, funk).
Todo ano há uma festa do Oscar e os indicados
tomam conta das salas de exibição dos cinemas.
O homem se encontra em poder de uma sociedade que o
manipula a seu bel-prazer
Nos deparamos com um problema muito serio para o
frankfurtianos a verdade que recobre a tecnologia tem
apenas um nome: Negócio
Um negócio que esconde por detrás da explicação em
termos do avanço tecnológico o mundo em que a técnica
encarna o poder dos grupos e das classes dos
economicamente mais fortes sobre o resto da sociedade. A
racionalidade técnica encarna assim a própria racionalidade
do domínio que chega à estandirzação .
E o que isso significa? Significa padronização. Significa que
as criações artísticas, já não são mais obras únicas. Essas
obras se transformaram em objetos que a racionalidade
técnica produz em série, isto é, industrialmente, como
qualquer outro bem, qualquer outra coisa. Agora os objetos
de arte são mercadorias.
Para os teóricos da Escola de Frankfurt no
capitalismo tudo vira mercadoria
O ano é recheado de eventos seguindo o calendário escolar
ou das festas e as efemérides ganham as páginas dos jornais
e os anúncios publicitários: Páscoa, Dia das Mães, Dia dos
Namorados, Dia das Crianças, Dia dos Pais, Natal, Ano
Novo. Para cada data, um anúncio publicitário, um filme, um
livro, um lançamento no cinema, uma coletânea musical.
Para Adorno e Horkheimer, esse alucinante ritmo de
apresentação dos produtos da indústria cultural e o caráter
sedutor de cada um, entorpecem as pessoas, auxiliando na
manipulação. Para eles, o público tende a aderir, sem crítica
prévia, aos valores impostos pela força da indústria cultural.
O público não exprimiria a sua vontade, mas o que a indústria
cultural quer que ele pense.
A cultura de massa
A cultura de massa resulta dos meios de comunicação de massa,
ou mídia. Ao contrário da cultura popular, a cultura de massa é
produzida de cima para baixo, impõe padrões e tornar
homogêneo o gosto por meio do poder de difusão de seus
produtos.
Os temas clássicos das grandes obras são reproduzidos como um
padrão, às custas de um radical empobrecimento estético e
humano, através do kitsch. Ao invés de expressar a
complexidade que é própria da vida e da grande arte, ela é
reduzida a um elementar maniqueísmo ético, ideológico e
político.
A grande intenção da Indústria Cultural: obscurecer a percepção
de todas as pessoas, principalmente, daqueles que são
formadores de opinião. Ela é a própria ideologia. Os valores
passam a ser regidos por ela. Até mesmo a felicidade do
individuo é influenciada e condicionada por essa cultura. Na
Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer exemplificam
este fato através do episódio das Sereias da epopéia homérica.
É importante frisar que a grande força da Indústria Cultural se
verifica em proporcionar ao homem necessidades. Mas, não
aquelas necessidades básicas para se viver dignamente (casa,
comida, lazer, educação, e assim por diante) e, sim, as necessidades
do sistema vigente (consumir incessantemente). Com isso, o
consumidor viverá sempre insatisfeito, querendo, constantemente,
consumir e o campo de consumo se torna cada vez maior. Tal
dominação, como diz Max Jimeenez, comentador de Adorno, tem
sua mola motora no desejo de posse constantemente renovado
pelo progresso técnico e científico, e sabiamente controlado pela
Indústria Cultural. Nesse sentido, o universo social, além de
configurar-se como um universo de “coisas” constituiria um espaço
hermeticamente fechado. E, assim, todas as tentativas de se livrar
desse engodo estão condenadas ao fracasso. Mas, a visão
“pessimista” da realidade é passada pela ideologia dominando, e
não por Adorno. Para ele, existe uma saída, e esta, encontra-se na
própria cultura do homem: a limitação do sistema e a estética.
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