PÓS OPERATÓRIO EM
CIRURGIA GERAL
Rachel Ribeiro Fernandes
Internato em CG
9 período
DEFINIÇÃO
É o período entre o momento de admissão
na sala de recuperação anestésica até a alta do
paciente pelo cirurgião.
Período marcado por adaptação e intensa
resposta inflamatória do organismo ao ato
cirúrgico
 Dois momentos principais:
- PO imediato: as primeiras 24h
- PO tardio: após as primeiras 24h até a alta.
RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA
 Por que é importante a monitorização?
- depressão do SNC e centro respiratório
 Qual a função da URPA?
 Monitores para verificação de saturação de
oxigênio, FC, FR, ECG
 Reavaliação contínua pelo anestesista
 Quando dar alta da RPA?
ALGUMAS COMPLICAÇÕES
PÓS ANESTÉSICAS
 Agitação e Delirium: hipoxemia, ansiedade, acidose,





hipotensão, hipoglicemia, reações adversas à drogas.
Respiratórias: obstrução da via aérea, manifestados por
sinais de esforço respiratório
Náuseas e vômitos
Hipotermia: risco de hemorragia, cardiotoxicidade e
lesão cerebral.
Dor Aguda
Hipertermia maligna: aumento súbito da temperatura
corporal,
hipermetabolismo,
rigidez
muscular
generalizada.
SUPORTE NUTRICIONAL
NO PÓS OPERATÓRIO
 Depende do tipo de cirurgia e da duração da
anestesia
 Inicialmente DIETA ZERO
 Quando reiniciar dieta oral?
- presença de ruídos hidroaéreos e eliminação
de gases intestinais.
Tipos:
ENTERAL
Maior síntese protéica, mantém a integridade
dos enterócitos diminuindo translocação
bacteriana.
Indicações:
doenças
psiquiátricas
e
neurológicas, lesões obstrutivas do TGI superior,
fístulas gastroduodenais.
- Complicações: advém basicamente do uso da
SNG.
PARENTERAL
INDICAÇÕES:
Íleo paralítico, obstrução de
trânsito,
fistulas
entéricas,
repouso
gastrointestinal,
deiscência
anastomótica
peritonite e abcesso peritoneal, como
complementação da dieta, TCE, escaras de
decúito, estados hipercatabólicos(politrauma,
grande queimado, sepse)
Complicações: relacionadas ao cateter, TVC,
metabólicas.
CUIDADOS COM
DRENOS
- Indicação profilática e terapêutica
- Coletores à vacuo (PORTOVAC; JACKSON
PRATT; BLAKE).
- Curativos cuidadosos pelo menos
diariamente, remover o quanto antes, tração
progressiva, utilizar drenos flexíveis e lisos,
SONDA NASOGÁSTRICA
-Indicações de SNG:
1- remoção de fluidos do estômago;
2- impedir a passagem de ar para intestino;
3- fornecer dados de débito e aspecto de
secreções
4- evitar broncoaspiração
5- Administração de dieta
COMPLICAÇÕES E CUIDADOS
COM A SNG
 Respiração oral
 Ulceração e necrose de narinas
 Perdas de líquidos
 Refluxo gastro esofágico
 Otite e sinusites
 Sangramentos
CUIDADOS COM AS OSTOMIAS

Esofagostomia: indicadas para administração de dieta em caso de
obstrução do esofago proximal ou laringe

Cuiao: higiene local

Duodenostomia: indicados para gastrectomizados a Bilroth II e fístulas
duoenais

Cuidado: Evitar drenagem para cavidade
 Reposição Hiroeletrolítica

Gastrostomia e jejunostomias:
drenagem de secreções.

não utilizar sondas muito calibrosas, (até 7mm), manter sonda tracionada
para se evitar obstrução e extravasamento de secreções, não administrar
mais de 300ml pelo risco de obstrução e refluxo gastroesofagico), manter
por menor tempo possível.

Complicações as ostomias: infecção, diarréia e distensão aodminal
utilizadas com finalidade alimentar e
 Colostomias
e ileostomias: vigilância
constante do colostomizado principalmente
nas primeiras 24-48 horas, pelo risco e
peritonite e afundamento. Realizar toques
digitais ao redor do orifício a fim de verificar
presença de fecalomas que podem impedir a
progressão do bolo fecal.
CONTROLE DO BH
E EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO
 Depende de: presença de comorbidades (ICC,
IRC, sepse/choque séptico, DPOC, cirrose),
hemorragia intra operatória, grau de
invasividade da cirurgia.
 Como monitorizar?
diurese, PA, pulso, FC e nível de
consciência.
Fatores dos desequilírios HE no pós operatório:
1) Íleo paralítico e jejum pós operatório
2) Perda de água e eletrólitos pela via intestinal
3) Não absorção de água e eletrólitos pelo
4)
5)
6)
7)
intestino
Perda por drenos
Perda por fístulas
Aumento das perdas insensíveis pelo trauma
cirúrgico
Aumento da perda hídrica pela VM
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS
HIDROELETROLÍTICOS E
ACIDOBÁSICOS
 HIPONATREMIA: pela migração de Na para o local do
trauma cirurgico e perda da eficiência a bomba Na-K
ATPase, além e mecanismo dilucional(soluções
hipotônicas ou SG)
- Clínica: náuseas e vômitos, cefaléia, astenia,
confusão mental, convulsões e coma.
 HIPERNATREMIA: ocorre por aumento das perdas pela
urina e insensíveis ou por sobrecarga de solutos (Na,
glicose, manitol)
- Clinica: febre, sede,taquipnéia e alterações
neurológicas.
 HIPOVOLEMIA:
ocorre
por
hemorragias,
peritonites.
-Clínica: hemoconcentração, hipotensão,
taquicardia, sudorese fria, rebaixamento do nível
de consciência.
 HIPOCALEMIA: ocorre por uso prolongado de
diuréticos, alcalose metabólica persistente,
perdas extra renais, uso de suporte nutricional
-Clínica: paralisias, cãibras, arritmias.
 HIPERCALEMIA: quase sempre ligada a IRC ou
IRA.
-Clínica: PCR, alterações do ECG
COMPLICAÇÕES GERAIS
NO PÓS OPERATÓRIO
FERIDA OPERATÓRIA
 Hematoma: é uma as complicações mais
comuns, principalmente em usuários e AAS e
heparina, nos hipertensos e na presença de
tosse persistente.
 Aumentam risco de infecção.
 Qual o risco os hematomas?
 Tratamento: evacuação dos coágulos sob
condições estéreis e ligadura dos vasos.
SEROMA
 É uma coleção de fluidos na ferida que não




seja pus nem sangue.
Aumenta risco de infecção da ferida
operatória
Pode-se fazer profilaxia com o uso de drenos
em cirurgias que mais causam seroma, como
as linfadenectomias
Uso de meias elásticas
Tratamento: Punção evacuadora
ESQUEMA-SEROMA
SEROMA
DEISCÊNCIA DA FERIDA
OPERATÓRIA
Fatores envolvidos:
1) Sistêmicos: idade maior que 60 anos, em
diabéticos, uremia, imunodepressão, sepse,
câncer, entre outros.
1) Locais: deficiência de cicatrização, aumento da
pressão
intra
abdominal,
inadequado, infecção local.
fechamento
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
 Deiscência da ferida operatória é mais
comum entre o 5 e 8 dia. O primeiro sinal é
descarga de secreção serossanguinolenta da
ferida ou mesmo a evisceração.
 Se houver evisceração: o tratamento é feito
via cirúrgica,com minuciosa inspeção da
cavidade e desbridamento dos tecidos
desvitalizados.
 Depende do local da incisão
 Se não houver evisceração: apenas
fechamento da mesma.
Outras medidas: enfaixamento abdominal,
adiamento da retirada dos pontos, coleta de
secreções para cultura e antibiograma.
Somente depois do controle da infecção se
avalia a possibilidade de reparo cirúrgico da
hérnia incisional.
Deiscência de ferida de MIE
infectada
INFECÇÃO DA FERIDA
OPERATÓRIA
Fatores envolvidos:
1) Suprimento sanguíneo
2) Defesa do hospedeiro
3) Patogenicidade do agente
4) Idade
5) Obesidade
6) Presença de comorbidades
7) Ausência de antibioticoterapia profilática
8) Operação muito longa
9) Radioterapia prévia
DIAGNÓSTICO
 Febre com calafrios
 Mal estar geral
 Taquicardia
 Leucocitose
 Infecções entéricas:discreta vermelhidão
 Infecções estafilocócicas: vermelhidão mais
evidentes, áreas de flutuação palpáveis, dor,
rubor e calor local proeminentes.
TRATAMENTO
 Drenagem com abertura ampla da ferida
 Assepsia e antissepsia exaustivas do local da
infecção.
 Antibioticoterapia sistêmicas se piora local e
sinais clínicos sistêmicos.
 Cultura e antibiograma daa secreção.
COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
 São as complicações mais comuns no pós
operatório e a segunda causa de óbito pós
operatório em maiores de 60 anos.
 Fatores predisponentes:
- Comorbidades: DM,DPOC, tabagismo
- Idade avançada
- Cirurgia torácica e abdome superior
CLÍNICA
 SARA;
 ATELECTASIA
 BRONCOASPIRAÇÃO
 PNEUMONIA
 TEP
 EDEMA PULMONAR
COMPLICAÇOES URINÁRIAS
 Inabilidade de micção espontânea: em
cirurgias abdomino pélvicas e/ou com emprego
de anestesia espinhal.
DEISCÊNCIAS ANASTOMÓTICAS
 Ocorre
devido a isquemia da borda
anastomótica, tensão nas bordas, erros de
sutura, quando os lumens são de diferentes
tamanhos, trauma pelo cirurgião.
 Complica com: abcessos locais, pelo
extravasamento de líquido com bactérias
para a cavidade; sepse, fístula.
 Cirurgias que mais complicam com deiscência
anastomótica:
pancreato
jejunostomia,
esofagoenterostomias.
CLÍNICA
 Febre, dor abdomial, mal estar geral,íleo
adinâmico e vômito pós alimentação.
 Diagnóstico via TC ou USG: coleções de
líquido, níveis hidroaéreos em abcesso,
pneumoperitônio.
 Tratamento: conservador x cirúrgico
COMPLICAÇÕES PERITONEAIS
 Hemoperitônio: o sangramento é a amior
causa de choque hipovolêmico nas primeiras
24 horas pós operatórias. Relacionados a
coagulopatias e grandes sangramentos
intraoperatórios com vários hemotranfusões.
 Não se espera queda do HCT antes das
primeiras 4- horas após início do
sangramento
HEMOPERITÔNEO PÓS TRUMA
HEPÁTICO
 Diagnóstico é feito por alta suspeita clínica
com exame clínico periódico do paciente em
risco e exames de imagem seriados nesse
pacientes
 Tratamento é feito via reposição volêmica
vigorosa, se o sangramento persiste,
reabordagem cirurgica deve ser feita.
 Peritonite
- Causa normalmente controlada via cirúrgica
com drenagem do foco e desriamento dos
tecidos necrosado além de minuciosa revisão e
cavidade
- PERITONEOSTOMIA
Inicações:
1)peritonite severa purulenta com choque
séptico
2)pancreatite necro hemorragica extensa
3)necrose de parede
4)peritonite por deiscencia de anastomose de
cirurgia o TGI
Complicações do TGI
 Íleo adinâmico: ocorre devido a manipulação
dos intestinos e depende de fatores como:
- Grau de anestesia;
- Grau de invasividade da cavidade abdominal
O retorno do peristaltismo se manifesta por
cólica abdominal e eliminação de gases e
retorno do apetite
 Retorna-se a dieta enteral apenas após
melhora clínica importante do peristaltismo.
 Obstrução intestinal: mecânica ou por íleo
adinâmico persistente
•Bibliografia
1)Sabiston-Tratado de
Cirurgia, 18 edição
2)Hélio Barbosa – controle
clínico do paciente
cirúrgico-6 edição
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PÓS OPERATÓRIO EM CIRURGIA GERAL