HEMORRAGIAS DA PRIMEIRA METADE DA GRAVIDEZ ABORTAMENTO De acordo com a OMS e FIGO, o abortamento é a interrupção da gestação antes de 22 semanas, pesando o concepto menos de 500 g. Pode ser espontâneo ou provocado. 10 a 15% das gestações terminam espontaneamente no 1.º trimestre. O abortamento é dito precoce quando ocorre até a 12a. semana e tardio, quando entre a 13a. e a 22a. semana. ETIOLOGIA - Alterações cromossomiais ou genéticas são responsáveis por 50 - 60% dos abortamentos no 1.º trimestre da gravidez. - Anomalias do ovo. - Ginecopatias : malformações uterinas, miomatose uterina deformando a cavidade do útero, Incompetência Istmo Cervical - Fatores hormonais. - Anemias graves e doenças cardiorrespiratórias graves. - Mecanismos imunológicos. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de abortamento deve ser lembrado em todo sangramento vaginal de mulher em idade fértil, mesmo que ela negue ou ignore estar grávida. O atraso menstrual, a perda sangüínea uterina e a presença de cólicas no hipogástrio são dados clínicos a serem considerados. O exame genital é de grande importância. O exame especular permite a visualização do colo uterino, constatando-se a origem intra-uterina do sangramento. Eventualmente, detectam-se fragmentos placentários no canal cervical e vagina. Pelo toque é possível a avaliação do tamanho do útero e da permeabilidade do colo. Ultra-sonografia é o exame complementar mais importante A ausculta dos batimentos fetais, com sonar Doppler a partir de 12 semanas, informa sobre as condições de vitalidade ovular. FORMAS CLÍNICAS Ameaça de abortamento ou abortamento evitável Trabalho de abortamento ou abortamento inevitável Abortamento completo Abortamento complicado: incompleto ou infectado Abortamento retido Abortamento habitual Incompetência Istmo cervical Abortamento Tubário Abortamento Molar Tipos de abortamento Trabalho de abortamento (inevitável) Incompleto Retido GRAVIDEZ 1o TRIM. - USG AMEAÇA DE ABORTAMENTO Quadro Clínico Hemorragia. Dor Exame Físico Útero aumentado de vol. proporcional à idade gestacional; toque e exame especular normais. Diagnóstico US Tratamento Repouso relativo Proibição do coito Tranqüilizar a paciente Hormônios (?) Vesícula Vitelina 3mm Vesícula Viteliana de aparência normal (seta) é vista neste scan transvaginal feito com 5.5 semanas de idade gestacional. O diâmetro é 3 mm. US GESTAÇÃO NORMAL HEMORRAGIA DA 1a METADE DA GRAVIDEZ ABORTAMENTO INEVITÁVEL DIAG. CLÍNICO : Sang. vaginal (vermelho vivo) mais intenso do que na ameaça de abortamento. A intensidade da cólica varia com a quantidade de tecido ovular a ser expelido e a resistência cervical à dilatação. EXAME FÍSICO: Colo entreaberto, ao toque, possibilitando por vezes a percepção do tecido ovular. EXAME COMPLEMENTAR: US Desprendimiento ovular TRATAMENTO: Até 14 sem. Vácuo-aspiração; Winter-curetagem ou Curetagem. IG> 14 sem. Contraturantes da fibra uterina que mimetizam o trabalho de parto. USG ASPECTOS ANORMAIS • Using a vaginal approach, the mean diameter of this sac exceeded 20 mm. Neither a yolk sac nor embryo was visible. These findings are consistent with a "blighted ovum • Grande hemorragia subcoriônica presente acima do saco gestacional (seta). Follow-up mostrou morte embrionária USG ASPECTOS ANORMAIS • Note the irregular shape to this sac. In addition, the choriodecidual reaction is somewhat thin. Not surprisingly, this pregnancy failed. (MSS ) • This embryo was 8 weeks gestational age. Lack of fluid surrounding the embryo results in a disproportionately small sac. A follow-up scan 1 week later revealed demise • Vesícula vitelina anormalmente grande presente (seta) dentro deste saco gestacional. Dâmetro medido 10mm. Follow-up confirmou abortamento. HEMORRAGIA DA 1a METADE DA GRAVIDEZ - ABORTAMENTO COMPLETO É a seqüência do abortamento inevitável. Após expulsão completa do ovo, cessam as cólicas e reduz-se a hemorragia. A evolução confirma o diagnóstico. Se necessário US DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AS FORMAS CLÍNICAS DE ABORTAMENTO Forma Clínica Abortamento completo Hemorragia Não ou diminuta Dores Material Eliminado Febre Útero Colo Ultra-sonografia Não ou discretas Concepto e anexos Não Volume menor que o correspondente à idade da gravidez Entreaberto após a expulsão, fechado a seguir “Útero vazio” ou com ecos esparsos (coágulos) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AS FORMAS CLÍNICAS DE ABORTAMENTO Forma Clínica Hemorragia Dores Material Eliminado Febre Útero Colo Ultra-sonografia Abortamento incompleto Abundante, mesclada a fragmentos do ovo Cólicas médias ou intensas Parte do ovo Não Volume menor que o correspondente à idade da gravidez; maior que no abortamento completo Entreaberto Ecos intrauterinos agrupados (restos ovulares) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AS FORMAS CLÍNICAS DE ABORTAMENTO Forma Clínica Hemorragia Dores Abortamento infectado Pequena, mesclada a fragmentos do ovo e corrimento sanioso Intensas e contínuas Material Eliminado Variável Febre Sim Útero Colo Ultra-sonografia Em regra, entreaberto Volume variável, consistência amolecida, mobilidade reduzida; exame doloroso Variável: via-de-regra restos ovulares DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AS FORMAS CLÍNICAS DE ABORTAMENTO Forma Clínica Aborto retido Hemorragia Não ou escassa Dores Não Material Eliminado Não Febre Não Útero Colo Ultra-sonografia Volume menor que o correspondente à idade da gravidez Fechado Ecos difusos; bcf ausentes c) ABORTAMENTO HABITUAL - Perda espontânea e sucessiva de 3 ou mais gestações antes da 22a. semana. - Acompanhamento deve ser quinzenal no pré-natal. - O tratamento depende da etiologia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AS FORMAS CLÍNICAS DE ABORTAMENTO Forma Clínica Hemorragia Dores Incompetência Ístmo-cervical Não Não ou discretas Material Eliminado Não Febre Não Útero Volume proporcionado à idade da gravidez Colo Ultra-sonografia Curto, dilatado, às vezes com as membranas deiscentes Utilizando transdutor vaginal, preferentemente: colo curto, deformado, orifício interno dilatado precocemente EM TODOS OS CASOS DE ABORTAMENTO EM PACIENTE RH NEGATIVO NÃO ESQUECER IMUNOGLOBULINA ANTI-RH SITES OF ECTOPIC PREGNANCY Abdomen (< 2%) Ampulla (>85%) Isthmus (8%) Cornual (< 2%) Ovary (< 2%) Cervix (< 2%) 1)Fimbrial 2)Ampullary 3)Isthemic 4)Interstitial 5)Ovarian 6)Cervical 7)Cornual-Rudimentary horn 8)Secondary abdominal 9)Broad ligament 10)Primary abdominal Prenhez Ectópica Anatômicas * Infecção * Inflamação * DIU * Cirurgia Prévia Laq. tubária Ttº de infertil. * Endometriose Etiologias Prenhez Ectópica - Quadro clínico Não complicada P. recente: assintomática pobreza de sinais P. avançada: sintomática sinais induzem ou evidenciam o diagnóstico Prenhez Ectópica - Quadro clínico Complicada Aguda : ruptura ou aborto sintomatologia rica sinais indutivos de hemoperitonio e/ou de descompensação hemodinâmica Sub-aguda : evolução arrastada e sintomatologia caprichosa Prenhez ectópica persistente : consequente à terapias não cirúrgicas radicais falha de Prenhez Ectópica Diagnóstico Anamnese Data da última menstruação (não confiável ) Fatores de risco : * cirurgias pélvicas * DIP * endometriose * tratamento de infertilidade Queixas de dor abdominal, vertigens, sangramentos irregulares Prenhez Ectópica Diagnóstico Exame físico Volume uterino < Idade gestacional Desvios do eixo uterino Tumoração anexial ou para-uterina Sinal de irritação peritoneal (Blumberg e Proust) Ausência de defesa peritoneal Hipotensão arterial Palidez cutâneo-mucosa Exames complementares • Dosagem de B–HCG – Tende a títulos menores quando comparados à gestação tópica em mesma IG – Tempo de duplicação – 1,4 a 2,1 dias, no período do 5 ao 25 dia pós -concepção Gravidez tubaria Líquido no fundo de saco Prenhez Ectópica - Diagnóstico diferencial u Abortamento u Torção de cisto ovariano u Processo anexial inflamatório u Mioma subseroso u u u u u Apendicite aguda Endometrioma Corpo lúteo hemorrágico Tumoração extragenital Malformação uterina DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL TRATAMENTO • CIRÚRGICO –Laparoscopia –Laparotomia • CLÍNICO –Metotrexate Sistêmico • EXPECTANTE –Observação TRATAMENTO CLÍNICO DA PRENHEZ TUBÁRIA • METROTEXATE • MECANISMO DE AÇÃO ANTAGONISTA DO AC. FOLÍNICO SUPRIME A ATIVIDADE DA DIHIDROFOLATO REDUTASE SUPRIME BIOSSÍNTESE DE TIAMINA E PURINA PRENHEZ TUBÁRIA PROBLEMAS COM TRAMENTO CLÍNICO TOXICIDADE DO METOTREXATE EFEITOS REPRODUTIVOS A LONGO PRAZO NECESSIDADE DE CONTROLE E FOLLOW-UP RISCO DE FALHA DO TRATAMENTO DOR FALTA DE ESTUDO DE CUSTO-EFETIVIDADE INCERTEZA DO DIAGNÓSTICO CLÍNICO LAPAROSCOPIA NORMAL PRENHEZ OVARIANA TORÇÃO DO OVÁRIO DOENÇA TROFOBLÁTICA GESTACIONAL NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL CONCEITO Blastoma originário do tecido de revestimento das vilosidades coriais (trofoblasto) Incidência • 1:2000 gestações nos Estados Unidos e Europa, 10 vezes mais na Asia. • Fatores Predisponentes: Raça,deficiência de proteina ou caroteno • A incidence é maior nos primeiros anos da vida reprodutiva e maior ainda no final. • É 10 vezes maior em mulheres acima de 45 anos. NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL • • • • • FORMAS CLÍNICAS Mola vesicular completa Mola vesicular parcial Mola Invasiva Tumor trofoblástico do sítio placentário • Coriocarcinoma A mola hidatiforme pode ter o seu curso benigno, como ocorre na maioria das vezes A mola invasora e o coriocarcinoma representam formas de persistência de mola hidatiforme após seu esvaziamento e ambos podem acarretar metástases a distância. O coriocarcinoma é a forma mais agressiva, que invariavelmente emite metástase locoregionais ou a distância Mola Hidatidiforme pode ser subdividida em Completa Parcial baseado em caraterísticas genéticas e histopatologicas Mola Completa É diploide e androgenética na origem, sem evidência de tecido fetal Duplicação de espermatozoide haploide após fertilização de um óvulo vazio. Algumas molas completas são consequencia de fertilização dispérmica de um óvulo vazio Mola Completa Mola Parcial Ocorre em quase todos casos, por fertilização dispermica de um óvulo. É triploide na origem com dois conjuntos de genes haploides paternos e um conjunto de genes haploides maternos Só uma parte do tecido trofoblástico mostra alterações molares Geralmente há evidência de um feto ou menos um saco amniótico ou hemátias fetais Mola Parcial Anatomia Patologia O útero é preenchido por vesículas tranlucentes de diferentes tamanhos, de paredes finas com forma de uva. DIFERENÇAS ENTRE MOLA COMPLETA E PARCIAL Característica Mola Completa Mola Parcial Tecido Fetal ou Embrionário Edema das vilosidades Hiperplasia Trofoblástica Cariótipo Ausente Presente Difuso Focal Difusa Focal Paterno 46 XX (96%) ou 46 XY (4%) Paterno e materno 69 XXY ou 69 XYY 5-10% Raro Alterações Malignas Manifestações Patológicas • Altos níveis de hCG causam multiplos cistos tecaluteínicos nos ovários em cerca de 50% dos casos. • Os cistos podem alcançar grandes dimensões (10cm ou mais) • Os cistos disaparecem dentro de alguns meses (2-3), após evacuação da mola. • Altos níveis de hCG resulta em exagero nos sinais e sintomas de gravidez inicial • A maioria das mulheres apresenta-se com: sintomas de distúrdios de gravidez enquanto apresentação com: • Hiperêmese, • Pre-eclampsia • Hipertireoidismo é mais raro. Ultra-sonografia Na mola completa mostra: • Aspecto intrauterino de flocos de neve • Feto não identificável • Cistos ovarianos bilaterais podem ser detectados. A real-time ultrasound of a hydatidiform mole. The dark circles of varying sizes at the top center are the edematous villi. Tratamento • Esvaziamento do útero A seleção do método depende • • • • do tamanho do útero se expulsão parcial ou total já ocorreu idade da paciente manutenção da fertilidade Exame histológico de produtos da concepção • Todos produtos da concepção obtidos após evacuação do útero ou eliminação espontânea deve ser enviado para exame histopatológico. SEGUIMENTO PÓS-MOLAR • Avaliação clínica • Avaliação laboratorial •DOSAGEM DE BETA hCG • US RX de TÓRAX •ANTICONCEPCÃO Contracepção durante o follow-up • Pílula combinada é iniciada quando beta-HCG se negativa. • Até este momento, condom pode ser usado. • Se a pílula é iniciado mais cedo a betahCG levará mais tempo para negativar porque os estrogênios estimulam o crecimento do trofoblasto.