GRAVIDEZ
ECTÓPICA
Acadêmico: Rafael Dangoni
CONCEITO

É denominada gravidez ectópica qualquer
implantação do blastocisto fora da superfície
endometrial da cavidade uterina.

As gestações ectópicas podem ser divididas segundo o
local de implantação:
tubária
 ovariana
 abdominal
 cervical

FATORES DE RISCO PARA GRAVIDEZ
ECTÓPICA
Cirurgia tubária anterior
 Gravidez ectópica anterior
 Reprodução assistida
 Endometriose
 Doença inflamatória pélvica
 Raça negra
 Fumo
 Primeiro intercurso sexual com menos de 18 anos
 Falha anticoncepcional

INCIDÊNCIA
1 a 2% de todas as gestações
 É mais frequente em mulheres acima dos 30 anos
de idade e naquelas que já conceberam
anteriormente (80-90%)
 A gravidez tubária é responsável por 95% dos
casos

GRAVIDEZ TUBÁRIA
Mais comum
 Segmentos da tuba uterina:

Interstício (parte uterina)
 Istmo
 Ampola
 Infundíbulo
 Fímbrias


Obs: As gestações ístmicas e ampulares
representam cerca de 95% das gestações
tubárias.
...EVOLUÇÃO GRAVIDEZ TUBÁRIA
Rotura tubária ou abortamento
 Na rotura (istmo) ocorre intensa hemorragia
interna
 No caso de abortamento (ampola), o ovo cai na
cavidade abdominal provocando hemorragia
intracavitária discreta
 Caso não ocorra umas duas formas de término
evolutivo, o concepto geralmente vem a falecer
em períodos mais adiantados, podendo ocorrer
mumificação, petrificação e infecção (ocasionando
abscesso pélvico e coleção purulenta em fundo de
saco de Douglas.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Aguda:
30% dos casos de gravidez tubária
 Em geral ocorre rotura nas primeiras semanas de
gestação e a localização é no istmo
 Rotura associado a:

Hemorragia intraperitoneal
 Dor aguda intensa na fossa ilíaca ou hipogástrio
 Choque
 Dor no ombro – Sinal de Laffon
 Equimose periumbilical – Sinal de Cullen

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Aguda:
Sangramento vaginal está presente em grande parte
dos casos e deriva da interrupção do suporte
hormonal ao endométrio após a rotura
 Ao exame ginecológico :

Dor a mobilização do colo uterino
 Abaulamento e dor no fundo de saco de Douglas – Sinal de
Proust


Pode apresentar: náuseas, vômitos, lipotimia e sinais
de descompensação hemodinâmica
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Subaguda:
70% dos casos de gravidez tubária
 Geralmente na ampola
 Ocasiona perda sanguínea para a cavidade abdominal
persistente
 Abortamento incompleto – trofoblasto fica aderido a
trompa gerando hemorragia

DIAGNÓSTICO
Dosagem isolada e seriada de beta-hCG
 USG transvaginal
 Culdocentese
 Progesterona sérica
 Laparoscopia ou laparotomia

Diagnóstico diferencial
•Ameaça de abortamento
•Gravidez normal
•Rotura de cisto folicular
•Rotura de corpo lúteo
•Torção de ovário
•Salpingites
•Apendicite, litíase renal e etc
TRATAMENTO
As maiores taxas de sucesso gestacional posterior
e menores taxas de nova gestação ectópica são
conseguidas quando a cirurgia é realizada antes
da rotura
 Laparoscopia é preferível à laparotomia
 Tratamento cirúrgico:

Salpingectomia
 Salpingostomia


Tratamento medicamentoso:
Metotrexato sistêmico
 Usado quando diagnostico precoce e sem rotura

CASO CLÍNICO
Paciente (ILT) com 36a, branca, Gesta IV Para IV e com
história negativa para DIP, cirurgia prévia ou uso de
medicações nos seis meses anteriores ao evento atual.
Procurou a urgência ginecológica em razão da dor
importante no baixo ventre, com irradiação para a região
lombo-sacra e ombros, acompanhada de náuseas, vômitos e
tontura. Importante referir que 10 dias antes, a paciente
havia apresentado quadro abdominal semelhante, porém de
menor intensidade, sendo medicada em outro serviço com
analgésicos e repouso. A DUM era de 28.03.97 (9,1 semanas
de idade menstrual) e apresentava um título de
gonadotropina coriônica de 7.200 mU/ml do dia 23.05.97.
...
Ao exame clínico mostrava palidez mucocutânea
importante, hipotensão (60 x 40 mmHg), dor, distensão e
defesa abdominal, com sinais de irritação peritoneal. No
exame ginecológico constatou-se sangramento vaginal
escuro, amolecimento do colo uterino, útero globoso (8-9
semanas) e massa anexial esquerda de consistência elástica
de 8-9 cm muito dolorosa ao toque vaginal. A culdocentese
foi positiva em 15 ml de sangue escuro. O diagnóstico préoperatório foi de gestação ectópica rota, sendo encaminhada
para laparotomia. Os achados cirúrgicos transoperatórios
foram: Presença de aproximadamente 1.800 ml de sangue
livre e coágulos na cavidade abdominal. Ambas tubas
uterinas estavam amolecidas, muito aumentadas de
volume e com sinais evidentes de laceração em suas regiões
ampolares.
...
A tuba uterina esquerda apresentava-se aderida ao útero e
ao realizar-se manobras para a liberação do anexo
encontrou-se em meio a coágulos, embrião que media 2,7
cm no seu maior eixo. A tuba uterina direita encontrava-se
aumentada de volume e com sangramento ativo pela
laceração de sua região ampolar. Outro embrião medindo
3.0 cm no seu eixo craniocaudal, foi encontrado livre em
meio ao sangue. O exame macroscópico das tubas uterinas
e a presença dos embriões sugeriram o diagnóstico
transoperatório de GEB embrionada rota, que foi
confirmada pelo exame anatomopatológico, segundo os
critérios de Fishback e Norris. O procedimento cirúrgico
realizado foi a salpingectomia bilateral total. A alta
hospitalar da paciente se deu no 3º dia pós-operatório em
boas condições clínicas.
OBRIGADO!!!!
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Gravidez Ectópica