ABORTAMENTO EQUINO POR HERPESVÍRUS: RELATO DE CASO Luciana Mara Medeiros Oliveira1; Marcos Santos Zanini1; Carla Braga Martins1 1 Universidade Federal do [email protected] Espírito Santo - UFES. E-mail: O herpesvírus tipo 1 (HVE-1), pertence à família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae e gênero Varicellovirus, é considerado um patógeno endêmico na população mundial de equinos e pode causar rinopneumonite, mortalidade perinatal, mieloencefalopatia e abortamento em éguas de diversas idades. Os animais geralmente são infectados pela via respiratória após o contato com material contaminado como secreções nasais, fetos abortados, placenta ou fluidos uterinos. Após o período de incubação que varia de 6 a 10 dias, o vírus se dissemina para a placenta por meio do endotélio vascular, causando vasculite e trombose placentária, infectando o feto e ocasionando o abortamento. O abortamento ocorre algumas semanas após a exposição ao vírus, geralmente no terço final da gestação, que acarretando grandes prejuízos econômicos. Devido ao desenvolvimento de imunidade consistente, as éguas infectadas raramente apresentam abortamento em gestações subsequentes e a sua fertilidade não é afetada. Uma égua com sete anos de idade, da raça Quarto de Milha, pertencente a um criatório situado no município de Mimoso do Sul, Espírito Santo, apresentou abortamento aos sete meses de gestação. Ao exame clinico não foi observada nenhuma alteração digna de nota. O proprietário relatou que antes da ocorrência do abortamento, o animal apresentou sintomatologia de afecção respiratória como secreção nasal e tosse. Com base nas informações, procedeu-se a colheita de sangue do animal para realização de sorologia para brucelose e herpesvírus equino. A amostra foi encaminhada para análise no laboratório de Doenças Infectocontagiosas da UFES, situado no município de Alegre, ES; e no laboratório de Análises Clínicas Veterinárias Paddock, locado em São Paulo. O resultado obtido foi negativo para brucelose e titulação 1:128 para herpesvírus, considerado positivo pelo laboratório de Raiva e Encefalites Virais do Instituto Biológico. O abortamento por herpesvírus pode ser uma ocorrência frequente nas propriedades, contudo na maioria das vezes não é diagnosticado por estar relacionado a sintomatologias brandas e passageiras que são ignoradas, e ao fato de muitos proprietários não se atentarem a importância da vacinação das éguas prenhes e a realização de exames complementares. Diante dos resultados, podese inferir que a causa do abortamento da égua supracitada foi abortamento por herpesvírus. Palavras chave: abortamento a vírus. hespesvírus. soroneutralização.