ABDOME AGUDO NA INFÂNCIA LUCIANO FRANTZ FERREIRA Residente de pediatria do HRAS ORIENTAÇÃO: BRUNO VAZ www.paulomargotto.com.br CONCEITO Afecções abdominais que exigem urgência terapêutica clínica ou cirúrgica. PRINCIPAIS ETIOLOGIAS • Principais causas são as obstutivas, porém causas inflamatórias também são importantes principalmente em escolares e adolecentes. – – – – – – – – – Hérnia inguinal encarcerada; Invaginação intestinal; Apendicite aguda; Colecistite aguda; Pancreatite aguda; Traumatismo; Obstrução por Ascaris lumbricoides; Corpo estranho; Volvos e bridas; HÉRNIA INGUINAL ENCARCERADA • • • • • Incidência: 1 a 5% das crianças; Em sua quase totalidade indiretas; Persistência do conduto peritôneo-vaginal; Órgão que mais encarcera: Intestino delgado; Quadro clínico: – Choro contínuo; – Massa endurecida, dolorosa palpável na região inguinal ou inguinoescrotal; – Vômitos alimentares Biliosos Intestinais; – Peristaltismo visível; HÉRNIA INGUINAL ENCARCERADA • Diagnóstico diferencial: – Torção de testículo; – Torção de apêndice testicular; • Tratamento: – Essencialmente cirúrgico; – Em casos selecionados pode-se redução manual do saco herniário. tentar INVAGINAÇÃO INTESTINAL • Incidência: Entre o fim do 1º semestre de e o fim do 1º ano de vida; • Sexos atingidos igualmente; • Sazonal: Mais comum no verão Gastroenterites virais; • Nódulos linfóides da submucosa Cabeça de invaginação; • Agentes causais: – – – – – Rotavírus; Divertículo de Meckel; Leiomimoma; Pólipo; Hemangioma; INVAGINAÇÃO INTESTINAL • Quadro clínico: – História de rinofaringite antecedente; – Dor forte e súbita, vômitos, palidez e sudorese, por vezes com desfalecimento; – Cólica de freqüência e intensidade crescentes; – Saída de secreção mucosangüinolenta pelo ânus; – Tumoração palpável em epigástrio pode ser encontrada; – Toque retal Presença de secreção mucosanguinolenta no dedo de luva; INVAGINAÇÃO INTESTINAL • Diagnóstico: – Essencialmente clínico; – Exames subsidiários: • USG de abdome; • Enema baritado; INVAGINAÇÃO INTESTINAL • Tratamento: – Pode ser tentado redução hidrostática ou por enema baritado; – Boa parte por via cirúrgica com redução manual ou ressecção do segmento afetado. • Prognóstico: – Bom na maioria dos casos; – Recidiva esta na casa dos 5%, maior naqueles casos onde o tratamento foi clínico. APENDICITE AGUDA • Mais freqüente em maiores de 2 anos; • Quadro clínico: – Variável; – Clássico: • Dor difusa ou em FID; • Febre; • Náuseas e vômitos; • Diagnóstico: Clínico; • Diagnóstico diferencial: – – – – GECA; ITU; Nefrolitíase; Adenite mesentérica; • Tratamento: Cirúrgico. COLECISTITE E PANCREATITE AGUDAS • Colecistite: – – – – Mulheres; Adolescentes; Obesidade; Quadro clínico: • Dor em hipocôndrio direito; • Náuseas e vômitos; • Sensibilidade à palpação do abdome na topografia da vesícula biliar; – Diagnóstico: Clínico + USG; – Tratamento: Cirúrgico essencialmente. • Pancreatite: – Adolescentes; – Quadro clínico: • Dor abdominal em epigástrio com irradiação lateral (faixa); • Náuseas e vômitos; – Diagnóstico: Laboratorial (↑ da amilase sérica) + TC de abdome; – Tratamento: Essencialmente clínico. OBSTRUÇÃO POR ASCARIS • Maiores de 2 anos; • Infestação maciça por Ascaris lumbricoides; • Quadro clínico: – – – – Distensão abdominal; Vômitos; Parada de eliminação de fezes; Eliminação de Ascaris pela boca ou nariz; • Diagnóstico: Clínico; • Tratamento: Clínico. Esporadicamente cirúrgico. ANALGESIA NO ABDOME AGUDO • Estudos provaram eficácia de morfina e derivados na sedação da dor abdominal sem interferência nos resultados do exame clínico, tempo de diagnóstico ou eficácia diagnóstica [1,2]; • Recomenda-se uso de analgesia em dores moderadas a intensas em pacientes pediátricos destas drogas [1], para alívio e conforto dos pacientes, até a resolução do quadro de abdome agudo. 1 Kim MK, Strait RT, at al. A Randomized Clinical Trial of Analgesia in Children with Acute Abdominal Pain, Acad Emerg Med. 2002; 9: 281-287. 2 Kokki H, Lintula H at al. Oxicodone vs Placebo in Children With Undifferentiated Abdominal Pain, Arch Pediatr Adolesc Med. 2005; 159: 320-325. OBRIGADO!