PSICODIAGNÓSTICO
CLASSICO/TRADICIONAL X
INTERVENTIVO
TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO DA
PERSONALIDADE II
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Em Psicologia Clínica, o diagnóstico é um
passo anterior à psicoterapia, tendo como
objetivo investigar os recursos e dificuldades
do indivíduo e indicar a intervenção
apropriada.
Intervenções terapêuticas não fazem parte
do seu processo.
A sessão destinada à devolução dos
resultados tem um intuito principalmente
informativo, embora nela possam sobrevir, de
maneira involuntária, efeitos terapêuticos.
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Mecanismos terapêuticos presentes na avaliação
psicológica
Investigações sobre sua potencialização e
viabilidade de atualização
Nasceu assim o Psicodiagnóstico Interventivo (ou
Avaliação Terapêutica), cuja principal
característica é a realização de intervenções
(assinalamentos, interpretações, holding) durante
as entrevistas e aplicações de técnicas projetivas.
Os modelos mais difundidos de realização do
Psicodiagnóstico Interventivo no Brasil são o de
orientação Psicanalítica e o
Fenomenológico-Existencial
 Psicanalítico - enraizado nas "Consultas
Terapêuticas" de Winnicott (1971/1984) e
também descendente direto do
Psicodiagnóstico Compreensivo, definido
por Trinca (1984) como aquele que visa abarcar
e integrar o conjunto de informações disponíveis
sobre o paciente de modo a encontrar um sentido
para elas.
 Fenomenológico-Existencial - inspirado nas
propostas de Fischer (1979), foi adaptado por
Ancona-Lopez et al. (1995) para a realidade
dos contextos institucionais brasileiros,
especialmente as clínicas-escola de Psicologia.
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PSICODIAGNOSTICO
CLASSICO/TRADICIONAL
OCAMPO, ARZENO E PICCOLO (1979/1986)
CUNHA, FREITAS E RAYMUNDO (1986)
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Resultou de uma série de modificações ao longo
da história da Psicologia, iniciadas com a adoção,
pelo psicólogo, do modelo médico, visando
localizar nos protocolos dos testes sinais de
patologias específicas, até a incorporação do
referencial psicanalítico em sua realização.
Processo temporalmente limitado, que
emprega métodos e técnicas psicológicas
para compreender os problemas, avaliar,
classificar e prever o curso do caso,
culminando na comunicação dos resultados.
PSICODIAGNOSTICO
CLASSICO/TRADICIONAL
OCAMPO, ARZENO E PICCOLO (1979/1986)
CUNHA, FREITAS E RAYMUNDO (1986)
Institucionalmente configura papéis bem definidos.
Com contrato:
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Alguém pede ajuda (o paciente); O outro (o
psicólogo) aceita seu pedido e se compromete a
satisfazê-la na medida de suas possibilidades;
É uma situação bipessoal (psicólogo – paciente ou
psicólogo – grupo familiar);
De duração limitada
PSICODIAGNOSTICO
CLASSICO/TRADICIONAL
OCAMPO, ARZENO E PICCOLO (1979/1986)
CUNHA, FREITAS E RAYMUNDO (1986
Objetivo: conseguir uma descrição e
compreensão, o mais profunda e completa
possível, da personalidade total do paciente ou do
grupo familiar.
 Enfatiza um aspecto em particular, segundo
sintomatologia e as características da indicação
(se houver);
 Abrange os aspectos passado, presentes
(diagnóstico) e futuro (prognóstico) dessa
personalidade;
 Para alcançar tais objetivos utiliza certas
técnicas: Entrevista dirigida, semidirigida,
Técnicas projetivas, Entrevista de
devolução
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PSICODIAGNOSTICO
CLASSICO/TRADICIONAL
OCAMPO, ARZENO E PICCOLO (1979/1986)
CUNHA, FREITAS E RAYMUNDO (1986
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A investigação psicológica deve conseguir uma
descrição e compreensão da personalidade do
paciente
Mencionar seus elementos constitutivos não
satisfaz as nossas exigências
Explicar a dinâmica do caso tal como
aparece no material recolhido, integrando-o
num quadro global. Alcançado o panorama
preciso e completo do caso Incluindo os aspectos
patológicos e os adaptativos
PSICODIAGNOSTICO
CLASSICO/TRADICIONAL
OCAMPO, ARZENO E PICCOLO (1979/1986)
CUNHA, FREITAS E RAYMUNDO (1986
MOMETOS DO PROCESSO
PSICODIAGNÓSTICO
 Seguindo o enfoque psicanalítico no processo
psicodiagnóstico, reconhecem-se os seguintes
passos:
 1º) Primeiro contato e entrevista inicial com o
paciente.
 2º) Aplicação de testes e técnicas projetivas.
 3º) Encerramento do processo: devolução oral ao
paciente (e/ou a seus pais)
 4º) Informe escrito para o remetente.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO

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
Principal característica - realização de
intervenções (assinalamentos, interpretações,
holding) durante as entrevistas e aplicações de
técnicas projetivas.
Sistematizado na década de 1990
Existem maneiras diversas de realizar o
Psicodiagnóstico Interventivo, baseadas em
diferentes referenciais teóricos e/ou utilizando
variados tipos de instrumento, não se podendo
falar de uniformidade de procedimentos.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO –
REFERENCIAL PSICANALÍTICO


O Psicodiagnóstico Interventivo concebido no
contexto do referencial psicanalítico de
compreensão da personalidade instrumentalizado pelas técnicas projetivas e
entrevista clínica
É descendente do Psicodiagnóstico Compreensivo
(W. Trinca, 1984) que abrange as dinâmicas
intrapsíquicas, intrafamiliares e socioculturais
como forças em interação, formando uma teia que
pode resultar em sofrimento e desajuste.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
REFERENCIAL PSICANALÍTICO


O Psicodiagnóstico Interventivo de orientação
psicanalítica não se organiza em termos de
passos a serem seguidos, mas de eixos
estruturantes que compartilha com o
Psicodiagnóstico Compreensivo
A adoção desses eixos permite alcançar a
compreensão da pessoa em sua singularidade
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
REFERENCIAL PSICANALÍTICO
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
Há pouco lugar para interpretações oriundas dos
estudos de padronização de testes psicológicos
A realização de devolutivas não tem apenas o
intuito de informar o paciente, como acontece no
trabalho tradicional, mas de oferecer a ele uma
experiência transformadora por meio do vínculo
com o psicólogo, que coloque em marcha os seus
processos de desenvolvimento
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO –
REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL

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Fischer (USA) e Ancona-Lopez, M. (Brasil) precursoras na introdução do Psicodiagnóstico
Interventivo - processo ativo e cooperativo.
As intervenções se caracterizam por
propostas devolutivas ao longo do processo,
acerca do mundo interno do cliente.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
– REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL


Psicodiagnóstico como prática colaborativa
- O psicólogo não se põe no lugar de quem “detém
o saber” - dialoga com os clientes no sentido de
construírem juntos possíveis modos de
compreensão acerca do que está acontecendo com
a criança
Psicodiagnóstico como prática
compartilhada -Tanto as experiências do
cliente quanto as impressões do psicólogo sobre
elas são compartilhadas.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
– REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL
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Psicodiagnóstico como prática de
compreensão de vivências
O registro das experiências que as pessoas vão
tendo ao longo da vida e às quais atribuem
sentido constituem o seu campo fenomenal
-O psicólogo busca compreender o campo
fenomenal e evita que as explicações
teóricas se anteponham ao sentido dado
pelo cliente.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
– REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL

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O psicólogo deve com os clientes, desconstruir a
situação apresentada e buscar seu
significado
principal.
É preciso que haja um envolvimento
existencial e deixar-se enredar pela trama de
sentidos do cliente ao mesmo tempo em
que consiga uma distância suficiente para
refletir sobre a situação.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO –
REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL

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Psicodiagnóstico como prática descritiva
Evita classificações - é um modelo descritivo
na medida em que faz um recorte na vida da
pessoa, em dado momento e em determinado
espaço, focalizando seu modo de estar
no mundo, com os significados nele
implícitos
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO –
REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL
O papel do psicólogo e dos clientes
 O cliente tem papel ativo e participa da
construção de uma compreensão do que acontece
com ele. O psicólogo solicita e valoriza sua
colaboração na intenção de que o esforço conjunto
possa produzir novo entendimento para as
questões por ele trazidas.
 Tanto as experiências do cliente quanto as
impressões do psicólogo sobre elas são
compartilhadas

PSICODIAGNÓSTICO
INTERVENTIVO PSICANALÍTICO X
FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL

Apesar de exibirem vários pontos em comum,
esses dois modelos apresentam importantes
diferenças de natureza epistemológica,
teórica e metodológica, que se corporificam em
seu manejo prático.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL
No modelo psicanalítico é fundamental oferecer
ao paciente a oportunidade de constituir o
profissional como objeto subjetivo, capaz de
proporcionar a experiência emocional
necessária para a retomada do seu
desenvolvimento (Winnicott, 1965/1993,
1971/1984).
 A concepção do profissional como aquele que
oferece ajuda é essencial, e sua opinião, nesse
sentido, não pode ser compreendida como um
simples ponto de vista dentre vários possíveis.
Com isso, a relação profissional-paciente
não é concebida de modo simétrico como no
modelo fenomenológico-existencial.

PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL

Na relação terapêutica, no procedimento
fenomenológico a neutralidade do profissional
é vista como um distanciamento do paciente
(Ancona-Lopez, S., 1995), enquanto no
psicanalítico ela é ferramenta essencial para a
constituição do psicólogo como objeto
subjetivo (Winnicott, 1965/1993, 1971/1984).
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL

No modelo fenomenológico, o processo de
metabolização psíquica que ocorre no paciente ao
longo do processo é compreendido como
conseqüência direta da intervenção ativa (verbal)
do profissional (Ancona-Lopez, S., 1995); já no
modelo psicanalítico a própria atividade do
paciente de abordar o material das técnicas
projetivas e de constituí-lo de uma maneira
pessoal é concebida como potencialmente capaz
de colocar em marcha a retomada do
desenvolvimento (Barbieri, 2002).
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL
Embora ambos preconizem a existência de um
significado subjacente ao sintoma, no
Psicodiagnóstico Interventivo
fenomenológico ele é de ordem consciente
(Ancona-Lopez, M., 1995), ao passo que no
psicanalítico ele é de natureza inconsciente
(Freud, 1917/1976; Trinca, 1984).
 No Psicodiagnóstico Interventivo fenomenológico
há valorização da capacidade intelectual do
paciente (Ancona-Lopez, M., 1995), enquanto no
psicanalítico (à exceção de casos de acentuada
deficiência cognitiva) ela não é tão relevante, já
que é possível obter bons resultados sem a
ocorrência do insight (Winnicott, 1953/1993).

O ATENDIMENTO EM
PSICODIAGNÓSTICO
INTERVENTIVO –
REFERENCIAL
FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO –
REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL
O ATENDIMENTO NESTA MODALIDADE:
 Pode ser individual ou mais freqüentemente em grupo
nas instituições.
 Para a entrevista inicial, os pais são convocados.
As apresentações habituais são feitas e eles falam
sobre como vieram ao atendimento, por que e o
que esperam. Depois é apresentado a forma
de trabalho do psicólogo, compartilhando com eles
que o Psicodiagnóstico é um processo que visa a
compreensão daquilo que ocorre com a
criança e com os pais. É enfatizado que os pais
são parte ativa do atendimento e que tanto as
informações por eles fornecidas como seu modo
de entendimento da criança são essenciais para a
efetivação do processo.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
– REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL

É explicado sobre as visitas domiciliar e
escolar que são realizadas neste processo. O dia,
horário, e a questão do sigilo, são conversados
com os pais. È certificado se os pais
compreenderam a fala do psicólogo e se
concordam com as informações apresentadas.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
– REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL
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O segundo encontro destina-se a anamnese que
pode ser feita de duas formas: os pais podem
levar o questionário para casa para o
responderem ou são entrevistados durante o
atendimento. A
idéia embutida nesse procedimento é apresentar
novas formas de ver a situação, novas
possibilidades de pensar o fenômeno em questão.
Se a anamnese for concluída em um único
encontro é dito aos pais que tragam a criança no
próximo atendimento.
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
– REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL
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No primeiro contato com a criança,
o psicólogo se apresenta e pergunta-lhe se ela
sabe o que faz um psicólogo, e se conhece os
motivos pelos quais foi trazida a
esse atendimento. A primeira sessão com a
criança é uma observação lúdica.
Para realizá-la trabalha-se com caixa lúdica
(lápis preto, de cor, e de cera, papel sulfite,
canetas coloridas, tinta, pincel, bonecos
da família, damas, móveis de casa, utensílios
domésticos, carros
diferentes tipos, etc)
PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
– REFERENCIAL FENOMENOLÓGICO
EXISTENCIAL
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A caixa é apresentada fechada para a criança, para
que se possa observar sua iniciativa de abri-la, se
espera pela ajuda do psicólogo para fazê-lo, enfim,
para ver sua reação em situação desconhecida. È
observado a natureza e o conteúdo do seu brincar: se
há criatividade; se há agressividade; se reproduz
aspectos de sua vida, enfim tenta-se entender qual é
a sua lógica, sua realidade.
Nas sessões devolutivas com os pais é
compartilhado as percepções do psicólogo sobre a
criança, seu comportamento no atendimento e como
eles se articulam com a queixa de um modo geral.
Os sentimentos dos pais também são trabalhados
nesta situação.
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2_técnicas de investigação da personalidade_psicodiagnóstico