Castro Alves O último dos poetas românticos Castro Alves Sua estreia literária acontece em um momento de modificação do contexto econômico e político brasileiro. Sua produção literária revela um importante deslocamento em relação aos textos da primeira e segunda gerações românticas. O sentimento da natureza é substituído pelo de humanidade; a ordem do coração é trocada pela do pensamento. Essas duas marcas são o traço distintivo de sua obra. Obras Entre os livros de poesia que escreveu, destacam-se Espumas Flutuantes (1870), publicado ainda em vida; A cachoeira de Paulo Afonso (1876) e Os Escravos (1883), publicações póstumas. O Cantor dos escravos Castro Alves aderiu à causa abolicionista e fez de muitos poemas o espaço para divulgar, entre seus leitores, o sofrimento em que viviam os africanos escravizados. Ousado, o poeta chegou a desafiar seus leitores a acompanhá-lo em uma visita à senzala. A poesia lírica Ao lado da poesia sobre os escravos, Castro Alves também compôs belos poemas líricos. Sua lírica amorosa trará uma importante diferença em relação aos exageros idealizados dos poetas ultrarromânticos da segunda geração. Marcados por uma sensualidade explícita, esses poemas substituem as virgens por mulheres reais, sedutoras. A mulher A mulher também perde os traços da perfeição inatingível com que era desenhada por autores como Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu. Mudança de tom Tanto nos poemas sobre os escravos quanto nos versos de amor, o que a obra de Castro Alves registra é uma mudança de tom no Romantismo brasileiro. Ao tematizar questões sociais e um amor mais erotizado, sua poesia representa o amadurecimento da nossa literatura.