Poetas do século XX
Casimiro de Brito
Vida e Obra
 Casimiro de Brito é um poeta, ensaísta e ficcionista
português, nasceu a 14 de fevereiro de 1938, em Loulé no
Algarve, onde tirou o Curso Geral do Comércio. De Loulé foi
viver para Londres onde viveu e estudou até 1968, passou
alguns anos na Alemanha voltando e fixando-se depois em
Lisboa.
 Casimiro de Brito, criou em 1956 o jornal “Voz de Loulé”, foi
um dos principais poetas do movimento literário “Poesia 61”,
movimento esse, que era um dos movimentos literários mais
importantes do seculo XX.
Vida e Obra
 O poeta em estudo começou a publicar em 1957, iniciando
se com o livro “Poemas da solidão imperfeita”, seguindo se
até aos dias de hoje mais de 40 títulos. Nos seus mais de 40
títulos, conta também com várias distinções/prémios, como o
Prémio Internacional Versilia, de Viareggio (Melhor obra
completa de poesia) com a sua obra “Ode & Ceia” (1985), a
medalha Oskar Nobiling no Rio de Janeiro por serviços
distintos no campo da literatura, a Académie Mondiale de
Poésie ( fundação Martin Luther King) galardoou-o em 2002
com o Prémio Internacional de Poesia Leopold Sédar
Senghor, entre outros prémios.
Vida e Obra
 Relativamente à sua vida, é diretor dos festivais
internacionais de poesia de Lisboa, Porto Santo e de Faro,
também já foi Vice-presidente da Associação de Escritores
Portugueses, presidente da Association Européenne pour la
Promotion de la Poésie, e é presidente da Assembleia Geral
de P.E.N. (Poetas, ensaístas e novelistas) clube português.
 Em 2006 foi também nomeado Embaixador Mundial da Paz,
no âmbito da Embaixada Mundial da Paz sediada em
Genebra.
Publicações mais importantes
Telegramas
(Como são belos os teus seios! Foram feitos
à medida das minhas mãos. Pousa-os
na minha boca, e conta-me
a tua história. Não tens
história? A noite, o vazio, a praia
branca? fala-me então
do sol, da migração dos pássaros, da mansidão
das estrelas - fala-me de ti antes de possuíres
um nome, uma história. Sim
em qualquer parte lançaremos os nossos corpos na
relva; bandeiras
efémeras; armas exíguas
ardidas na guerra. Como são belos
os teus seios! Trémulas
palavras. deixa que neles eu me queime como quem
se deita num rio. Sinto
a terra mover-se. O percurso
é longo. Montanhoso silêncio. Debruço-me
na tua solidão)
AMOR
436
Amando noite e dia num hotel de Madrid
Cheguei à conclusão que só o amor pode
Decifrar o segredo; que só no sexo
Se aproximam a música e a música de corpos
Habitados por essa poesia que vem do fundo.
O amor é a entrega assassina
Que não se deixa fixar: a luz que vem do abismo
E que nunca poderia colher, eu que já estou
Noutro lugar. “Fodendo.”
Até cair para o lado
Curámos o que estava doente, o teu corpo mínimo
E o meu já cansado. Exilados
Da Via Láctea, e dentro dela,
Deste vaso louco onde se misturam
Os vivos e os mortos, fomos em busca
Da luz. A minha luz
Foi vir-me quando me julgava
Cego e vazio. A tua luz
Foi quando abriste o que julgavas
Para sempre fechado.
69 Poemas
AMOR ( relativo a uma
relação com uma mulher)
445
Escultura e dança: o meu corpo
No chão do teu corpo: um combate
Contra a morte. Quando sou escultura,
Danças. Quando, em sossego, me acolhes,
Respiro. Depois hesito, murmuro e caio
No abismo. Silêncio. Súbito
Um sismo. És tu quem se desfaz
Enquanto em teus vasos me derramo.
O caos em movimento.
Cavalgas uma onda.
Mergulho numa fenda.
69 Poemas de amor
AMOR ( relativo a uma
relação com uma mulher)
FIM
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