Ilusões móveis
Bernardo Serpa
Diego Racy Merulla
Leonardo Guimarães
Professor Donizetti Louro
Disciplina: Imagem : análise e prática
Gestalt
Por volta de 1870, alguns estudiosos alemães começaram a pesquisar a
percepção humana, principalmente a visão. Para alcançar este fim, eles se valiam
especialmente de obras de arte, ao tentar compreender como se atingia certos
efeitos pictóricos. Estas pesquisas deram origem à Psicologia da Gestalt ou
Psicologia da Boa Forma. Seus mais famosos praticantes foram Kurt Koffka,
Wolfgang Köhler e Max Werteimer.
Esta doutrina traz em si a concepção de que não se pode conhecer o todo
através das partes, e sim as partes por meio do conjunto. Este tem suas próprias
leis, que coordenam seus elementos. Só assim o cérebro percebe, interpreta e
incorpora uma imagem ou uma idéia. Segundo o psicólogo austríaco Christian von
Ehrenfels, que em 1890 lançou as sementes das futuras pesquisas sobre a
Psicologia da Gestalt, há duas características da forma – as sensíveis, inerentes ao
objeto, e a formais, que incluem as nossas impressões sobre a matéria, que se
impregna de nossos ideais e de nossas visões de mundo. A união destas sensações
gera a percepção. É muito importante nesta teoria a idéia de que o conjunto é mais
que a soma dos seus elementos.
Fundadores
Max Wertheimer – psicólogo tcheco (1880 - 1943)
Em 1910, com a ajuda de um estroboscópio descobre que,
iluminando duas linhas por um breve período de tempo, tem-se a
sensação de ver só uma. A este fenômeno chamou de Fenômeno
ou Movimento phi.
Wofgang Köhler – psicólogo alemão (1887 – 1967)
Além de criar a linha da Gestalt juntamente com
Max Wertheimer e Kurt Koffka, trabalhou a tese
da natureza de processos inteligentes com
primatas.
Kurt Koffka – psicólogo alemão (1886 - 1941)
No ano de 1922 introduziu o programa Gestalt à
sociedade psicológica com um artigo na Psychological
Bulletin, treze anos depois publicou o livro Princípios da
Psicologia da Gestalt.
Leis da Gestalt
Observando-se o comportamento espontâneo do cérebro durante o
processo de percepção, chegou-se á elaboração de leis que regem esta faculdade de
conhecer os objetos. Estas normas podem ser resumidas como:
Semelhança: Objetos semelhantes tendem a permanecer juntos, seja nas cores, nas
texturas ou nas impressões de massa destes elementos. Esta característica pode ser
usada como fator de harmonia ou de desarmonia visual.
- Proximidade: Partes mais próximas umas das outras,em um certo local, inclinamse a ser vistas como um grupo.
- Boa Continuidade: Alinhamento harmônico das formas.
- Pregnância: Este é o postulado da simplicidade natural da percepção, para melhor
assimilação da imagem. É praticamente a lei mais importante.
- Clausura: A boa forma encerra-se sobre si mesma, compondo uma figura que tem
limites bem marcados.
- Experiência Fechada: Esta lei está relacionada ao atomismo, pensamento anterior
ao Gestalt. Se conhecermos anteriormente determinada forma, com certeza a
compreenderemos melhor, por meio de associações do aqui e agora com uma
vivência anterior.
Cubo de Necker e o Vaso de Rubin
Persistência Retiniana
Persistência da visão, persistência retiniana ou retenção retiniana designa
o fenômeno ou a ilusão provocada quando um objeto visto pelo olho
humano persiste na retina por uma fração de segundo após a sua
percepção. Assim, imagens projetadas a um ritmo superior a 16 por
segundo, associam-se na retina sem interrupção.
Segundo essa teoria, ao captar uma imagem, o olho humano levaria uma
fração de tempo para "esquecê-la". Assim, quando os fotogramas de um
filme de cinema são projetados na tela, o olho misturaria os fotogramas
anteriores com os seguintes, provocando a ilusão de movimento: um
objeto colocado à esquerda num fotograma, aparecendo à direita no
fotograma seguinte, cria a ilusão de que o objeto se desloca da esquerda
para a direita.
Estudos mais recentes comprovam que a visão é mais complexa e que
essa explicação não é inteiramente correta. Sabe-se hoje que a ilusão de
óptica provocada pela exibição de imagens em seqüência se divide entre
o movimento beta e o movimento phi.
Movimento Phi
O movimento Phi ou fenômeno Phi é uma ilusão de óptica, descrita
por Max Wertheimer num trabalho seu de 1912: Estudos Experimentais na
Visualização do Movimento.
Wertheimer procurou demonstrar a veracidade deste princípio
através da seguinte experiência:
Ele projetou sucessivamente dois pontos luminosos em uma tela. Um
do lado esquerdo, outro do direito. Com as conseqüentes combinações de
espaço (entre as duas linhas na tela) e de tempo (na projeção das duas
imagens em sucessão). Foi constatada uma sensação de movimento no espaço
e em redor das linhas: um movimento entre duas linhas, sucessivas e distintas,
e não um movimento contínuo do objeto.
Movimento Beta
O Movimento Beta ou fenômeno Beta é uma ilusão de percepção,
também descrita por Max Wertheimer em 1912 na obra Estudos
Experimentais na Visualização do Movimento. Segundo essa teoria, duas ou
mais imagens paradas, próximas entre si, surgindo uma depois da outra, são
"vistas" pelo cérebro como uma única imagem em movimento.
É possível comprovar esse fenômeno projetando dois quadros em
uma tela. O primeiro quadro, contendo uma grande matriz de pontos pretos
dispostos de forma aleatória sobre um fundo cinza. Se, no quadro dois, você
deslocar toda a matriz ligeiramente para a direita, verá uma porção de
pontos saltando para a direita – isso ativa diversos neurônios de detecção de
movimento em paralelo. O fenômeno Beta, está presente nos filmes, onde
nenhum movimento “real” existe, apenas uma sucessão de fotos estáticas.
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