Universidade Castelo Branco
Claudia Medeiros
INDICADORES
DE SAÚDE
Fundamentos
» Com melhor compreensão do conceito de saúde e de seus
determinantes populacionais, a análise da situação sanitária passou a
incorporar outras dimensões do estado de saúde, medidas por dados
de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da atenção,
condições de vida e fatores ambientais;
» A complexidade do processo saúde-doença e a repercussão das
mudanças econômicas e sociais globais sobre a saúde têm imposto
desafios à tomada de decisões, planejamento de ações de saúde e
avaliação de impacto dessas ações;
» “Saúde para todos no Ano 2000” (OMS, 1975): somente pode ser
alcançada pela elevação da qualidade de vida (ações sociais, serviços
de saúde e bem estar) e diminuição da pobreza extrema e das
desigualdades;
» Cada vez mais os indicadores de saúde tradicionais não têm sido
suficientes para dar conta da complexidade do processo saúdedoença, sendo propostos novos indicadores que possam incorporar as
mudanças conceituais;
CONCEITO
Indicadores de Saúde: são medidas-síntese que contêm informação
relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de
saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde, devendo
refletir, em conjunto, a situação sanitária de uma população (RIPSA,
2000).
“Indicadores de saúde têm sido utilizados internacionalmente com o
objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de
agregados humanos, bem como fornecer subsídios ao planejamento de
saúde, permitindo o acompanhamento das flutuações e tendências
históricas do padrão sanitário de diferentes coletividades
consideradas à mesma época ou da mesma coletividade, em diversos
períodos de tempo” (Vermelho et al., 2003).
» Qualidade de um indicador de saúde depende de:
• propriedades dos componentes utilizados em sua formulação
(freqüência de casos, tamanho da população em risco etc.)
• precisão dos sistemas de informação empregados (registro,
coleta, transmissão dos dados etc.).
» Atributos de um bom indicador:
• Validade = sensibilidade e especificidade;
• Confiabilidade = reprodutibilidade;
• Mensurabilidade = dados disponíveis;
• Relevância = prioridades de saúde;
• Fácil compreensão = especialmente por gerentes, gestores e os
que atuam no controle social do sistema de saúde.
» Para um conjunto de indicadores, são atributos de qualidade
importantes:
• Integridade (dados completos)
• Consistência interna (valores coerentes e não contraditórios)
» Se um conjunto de indicadores de saúde for gerado de forma
regular e manejado em um sistema dinâmico, produz evidência sobre a
situação sanitária e suas tendências, constituindo-se em ferramenta
fundamental para a gestão e avaliação da situação de saúde em todos
os níveis:
• permite monitorar objetivos e metas em saúde;
• permite estabelecer políticas e prioridades melhor ajustadas às
necessidades de saúde da população.
Em Epidemiologia, morbidade e mortalidade são as principais
medidas “básicas” do estado de saúde das comunidades, se
referindo ao número (freqüência) de pessoas que adoeceram e
morreram em um dado intervalo de tempo.
» Indicadores
positivos: relacionados à qualidade de vida (difíceis de
mesurar)
negativos: medem a falta de saúde (doença e morte)
Como a situação atual de nossos sistemas de informação em
saúde só permite cobertura parcial e não homogênea em relação
à morbidade (estatísticas ambulatoriais e hospitalares, SINAN),
dá-se preferência às estatísticas de mortalidade (SIM),
padronizadas internacionalmente e de maior integridade
(Vermelho et al., 2003)
Dado
Informação
Indicador
Indicador
é o que indica.
» Indicadores: podem ser apresentados de diversas formas, a depender dos
objetivos
• FREQÜÊNCIAS ABSOLUTAS;
• medidas de tendência central (média aritmética, média ponderada, mediana) e
medidas de dispersão (Desvio-Padrão);
• Índices (quociente de distintas naturezas: IMC; escore: Glasgow, APGAR);
• FREQÜÊNCIAS
RELATIVIZADAS:
– proporções: Tipo de medida matemática em que todas as unidades do
numerador
estão
contidas
em
um
denominador
mais
amplo.
Ex: Mortalidade Proporcional por causas externas, proporção de partos
cirúrgicos.
coeficientes (Coeficientes de prevalência – pontual, e incidência – incidência
acumulada);
-Taxas: quocientes que expressam variação instantânea no tempo (Densidade
de Incidência – pessoa-tempo);
- Razão: Expressa a relação entre duas magnitudes da mesma dimensão e
natureza, em que o numerador corresponde a uma categoria que exclui o
denominador. Exemplo: razão de sexos
» Medidas de Freqüência:
Importantes e úteis para planejadores e
administradores da saúde;
Não são suficientes para realizar comparações
e cumprir os objetivos da Epidemiologia.
» Medidas de Freqüência:
Média  Medida de tendência central
Exemplos:média do número de dentes cariados em crianças
de 6-12 anos; média do número de contagem de parasitas no
sangue de pacientes com malária.
Índices  Relação entre entidades de distinta natureza,
numerador e denominador expressam distintas dimensões.
Exemplos:
Índice de Quetelet e
Índice de Desenvolvimento Humano – IDH*
* Construído da seguinte forma:
•Longevidade – utiliza esperança de vida ao nascer (número médio de
anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento).
•Educação – número médio de anos de estudo (razão entre o número
médio de anos de estudo da população de 25 anos ou mais, sobre o total
das pessoas dessa idade) e percentual de analfabetismo (pessoas com
15 anos ou mais que não sabem ler ou escrever)
•Renda – renda familiar per-capita
Todos indicadores são obtidos a partir do Censo do IBGE
» Medidas de Freqüência:
Freqüências Relativizadas
DADOS HIPOTÉTICOS DE FREQÜÊNCIA DE HEPATITE A EM 2 CIDADES
LOCAL
No de casos hepatite
Período
População
Cidade A
58
1985
25.000
Cidade B
35
1984 - 1985
7.000
Freqüência Anual de Hepatite:
Cidade A: 58/25.000/1 ano = 232/100mil/ano
Cidade B: 35/7.000/2 anos = 17,5/7.000/ano = 250/100mil/ano
» Medidas de Freqüência:
Freqüências Relativas:
Proporção: Relação entre o número de indivíduos com certo atributo
e o total de indivíduos considerados. O numerador está contido no
denominador. Mostra a importância relativa do evento destacado.
Exemplo:
Mortalidade proporcional por causas mal definidas =
Total de óbitos de por causas mal definidas
x 100
total de óbitos
7,6% da população residente em algumas capitais de
Estados brasileiros, com idade entre 30 e 69 anos,
apresentavam diabetes mellitus, entre 1986 e 1988
» Medidas de Freqüência:
Proporção
» Medidas de Freqüência:
Freqüências Relativas
Em Saúde Pública, os indicadores que medem a morbidade
específica são:
» Incidência
Incidência acumulada ou cumulativa (proporção)
Densidade de Incidência ou Taxa de Incidência (taxa)
» Prevalência
Prevalência pontual (proporção)
Prevalência de Período ou Periódica (proporção)
» Freqüências Relativas:
Conceito de Incidência
É a freqüência com que surgem casos novos de uma
doença, em um intervalo de tempo em uma dada
população.
“Medida dinâmica”: reflete a intensidade com que
acontece a morbidade em uma população.
Refere-se a uma mudança no estado de saúde:
Casos novos (que surgem)
Pessoas que contraem ou desenvolvem a doença
Importante que os denominadores das razões
a serem comparadas tenham a mesma base
(geralmente bases de 10)
» Freqüências Relativas:
Incidência Acumulada (I)
Proporção de uma população fixa (estável) que desenvolve uma
doença em um período de tempo
No de casos novos de uma doença em um período
IC =
População sob risco
População “ninguém entra, ninguém sai” = toda a população sob
risco no início do período de estudo foi acompanhada até o
final do período para verificar o surgimento de casos.
» Freqüências Relativas:
Incidência Acumulada (II)
Exemplo (O Globo, 11/02/1997):
“Um surto de intoxicação alimentar foi detectado durante um
fim de semana, entre jovens que participavam de um retiro
espiritual em uma cidade da Grande São Paulo. Dos 132
participantes, 90 apresentaram um quadro de gastroenterite
aguda no domingo”.
IC
= 90 casos novos  132 participantes
= 0,68 ou 68% em um dia
» Freqüências Relativas:
Incidência Acumulada (III)
Mede diretamente o risco, porque:
Risco  sinônimo de probabilidade (condicional)
Probabilidade é sempre proporção
A Incidência Acumulada é uma proporção (probabilidade
condicional)
» Freqüências Relativas:
Taxa de Incidência (I)
Quociente entre o número de casos novos de uma doença e a soma dos
tempos de seguimento dos indivíduos da população sob risco
(“pessoa-tempo”)
DI =
No de casos novos da doença em um período
Total de pessoa-tempo de observação sob risco
Pessoa-tempo: é a expressão da experiência individual de exposição ao
risco de adoecimento, referida a uma unidade de tempo, como ano, o
mês, ou dia.
População dinâmica: “todo mundo entra, todo mundo sai”
» Freqüências Relativas:
» Freqüências Relativas:
Taxa de Incidência (II)
Só mede o risco indiretamente, porque:
Risco  sinônimo de probabilidade
Probabilidade é sempre proporção
A Taxa de Incidência não é uma proporção
» Freqüências Relativas:
Taxa de Ataque
Casos incidentes em um grupo bem definido, limitados a um período de
tempo e localizados em uma área restrita.
Habitualmente utilizada em surtos (expressa em %)
Taxa de Ataque Secundário
Casos incidentes a partir de o contato com o caso-índice
Número de casos novos a partir de um caso-índice
Número total de contatos com caso-índice
Nesse caso, a nomenclatura utilizada é taxa, apesar de se tratar
de um coeficiente.
» Freqüências Relativas:
Conceito de Prevalência
É a freqüência de todos os casos existentes (novos
e antigos) de uma doença em um dado momento ou
período, em uma população.
Prevalência (I)
Prevalência é o termo descritivo da força que
subsistem as doenças nas coletividades
(representa o volume da doença)
Prevalência (II)
Medida dos casos existentes (novos e antigos) de uma doença
em uma população, em um determinado ponto do tempo.
P =
no de casos existentes da doença
(novos + antigos)
População total
» Medidas de Freqüência:
Prevalência (III)
Expressa como proporção
Prevalência pontual (instantânea): casos antigos + casos novos em um
momento no tempo (“fotografia aérea”)
resulta de [casos antigos + novos + casos imigrantes] – [mortes +
curas + casos emigrantes]
Prevalência no período (lápsica): prevalência pontual em um momento
do tempo + casos novos em um período de seguimento subseqüente
(fotografia aérea + filme”)
resulta de [casos antigos + novos em um momento + casos novos
(incidentes) em um período de acompanhamento]
» Medidas de Freqüência:
Prevalência (IV)
Prevalência pontual (instantânea): mede a proporção de uma
população que em determinado instante apresenta a doença.
Prevalência no período (lápsica): mede a proporção de uma
população que apresentou a doença em um lapso de tempo
(não retira do numerador, ao final do período de seguimento,
os casos curados, emigrados ou falecidos após a contagem
inicial).
» Medidas de Freqüência:
Relação entre Prevalência e Incidência
A prevalência depende da incidência e da duração da doença.
Incidência baixa e longa duração: a prevalência da doença em um dado
momento do tempo será alta em relação à incidência.
(doenças crônicas, de caráter endêmico)
Incidência alta e curta duração: a prevalência será baixa em relação à
incidência, em um dado momento no tempo.
(doenças infecciosas agudas, de caráter epidêmico)
» Medidas de Freqüência:
Relação entre Prevalência e Incidência
P
=
I
x
D
» Medidas de Freqüência:
Relação entre Prevalência e Incidência
» Medidas de Freqüência:
Incidência x Prevalência
Casos novos
• Casos novos + antigos
• Mede risco
• Não mede risco
• Proporção ou taxa
• Só proporção
• Doenças e eventos de curta
duração (agudos)
• Menos útil para
planejamento de
necessidades
• Reflete causalidade
• Doenças e eventos de longa
duração (crônicos)
• Útil para planejamento de
necessidades
• Reflete prognóstico
Fatores que podem influenciar
a prevalência
• Aumentando-a
– Maior
duração
da
doença
– Aumento da sobrevida
sem cura
– Aumento da incidência
– Imigração de casos
– Emigração de pessoas
sadias
– Imigração de pessoas
susceptíveis
– Melhora dos recursos
diagnósticos
(melhora
do
sistema
de
informação)
•Diminuindo-a
–Menor duração da doença
–Maior letalidade
–Diminuição da incidência
–Imigração de pessoas sadias
–Emigração de casos
–Aumento da taxa de cura
» Medidas de Freqüência:
outros indicadores (proporções)
Doentes/População = Taxa de Incidência (ou prevalência)
Infectados/População = Taxa de Incidência de Infecção
Óbitos/População = Taxa de Mortalidade
Doentes/Infectados = Taxa de Patogenicidade
Graves/Doentes = Taxa de Virulência
Óbitos/Doentes = Taxa de Letalidade
O
G
D
I
P
MAPAS
•No que diz respeito a análise da situação de saúde cabe
reforçar o estudo da distribuição espacial de problemas de
saúde no sentido de identificar grupos mais vulneráveis em
busca da equidade em saúde.
•O mapeamento de áreas de maior risco permite, portanto, uma
maior atenção para as populações vulneráveis e a formulação de
ações mais direcionadas.
•Um mapa é um dos tipos de gráficos de representação da
informação mais eficientes pois permitem identificar padrões
espaciais dos eventos de saúde, o que não se faz facilmente
com um quadro. Além disso, permite visualizar movimentos da
população em busca de serviços de saúde. É um processo útil
para tornar mais efetiva a tomada de decisões.
DESAFIO:
 Ter indicadores que possam avaliar
diferenciadamente aqueles que vivem em
situação desigual de vida e que, por esta
condição,
vivem
mais
freqüentemente
doentes, adoecem de forma diferenciada e
morrem
mais
precocemente.
 Avançar nos indicadores que possam
mensurar qualidade de vida
» Principais indicadores de saúde:
Indicadores Globais ou gerais: Coeficiente de Mortalidade Geral
(CMG); Índice de Swaroop e Uemura (Razão de Mortalidade
Proporcional); e a esperança de vida;
Indicadores Específicos (podem ser avaliados segundo sexo,
idade, causa ou qualquer outra variável de interesse): Coeficiente
de Mortalidade Infantil (CMI); Coeficiente de Mortalidade
Materna (CMM); e Coeficiente de Mortalidade por doenças
transmissíveis.
Outros: Curva de Mortalidade Proporcional (Nelson-Moraes)
» Coeficiente (ou taxa) de Mortalidade Geral
(bruto): número total de
óbitos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço
geográfico, no ano considerado.
Nº óbitos por todas as causas (população X, Ano Y)
CMG =
X 1000
População ajustada para o meio do ano
» Coeficiente de Mortalidade Geral:
• A população ajustada para o meio do ano pressupõe homogeneidade
entre entradas e saídas por nascimentos, óbitos e migrações –
população disponibilizada pelo IBGE, que representa uma aproximação
da quantidade de pessoa-tempo experimentada por uma população;
• O CMG varia geralmente entre 6 e 12 óbitos/1000 hab – valores
inferiores sugerem pouca fidedignidade dos dados;
• Comparações entre CMG devem ser realizadas com cautela: a
quantidade de óbito é influenciada pela estrutura da população (idade,
sexo, etc.) – um país com população mais jovem do que outro pode
apresentar CMG menor, sem que isso signifique melhores condições
de saúde;
• Para comparações, em caso de populações com estruturas distintas,
deve-se realizar a padronização dos CMG.
» Coeficiente de Mortalidade Geral
– Padronização de CMG (controla o
efeito das estruturas etárias – ou de sexo- sobre os CMG brutos).
MÉTODO DIRETO
1994
Brasil: CMG bruto = 5,7 óbitos/ 1000 habitantes
EUA: CMG bruto = 8,8 óbitos/ 1000 habitantes
Por essa comparação, é possível afirmar que a mortalidade aponta para pior
situação de saúde nos EUA no ano 1994?
Vamos considerar que as estruturas etárias das duas populações era
diferente!
» Coeficiente de Mortalidade Geral – Padronização de CMG
MÉTODO DIRETO
Estimativas de População, óbitos por todas as causas registrados e Coeficientes de
Mortalidade (por 1000 hab.), segundo faixas etárias e total, Brasil e EUA (1994)
Faixa
Brasil
EUA
Etária
Pop.
%
Óbitos
TM
Pop.
%
Óbitos
TM
0-4 a
17.243.068
11,3 102.798
6,0
19.727.149
7,6
38.510
2,0
5-19 a
51.640.821
33,7 31.790
0,6
55.227.721
21,2
23.748
0,4
20-44 a
57.000.068
37,2 149.908
2,6 101.339.958
38,9
178.733
1,8
45-64 a
19.967.685
13,0 205.860 10,3
50.888.153
19,5
375.016
7,4
65a +
7.367.213
4,8 388.074 52,7
33.158.009
12,7 1.662.573
50,1
Total
153.219.855
100,0 878.430
5,7 260.340.990
100,0 2.278.580
8,8
Fonte: Vermelho et al., 2003
• Note que as proporções de população por faixa etária diferem entre os dois
países;
• Em cada faixa etária, os Coeficientes de Mortalidade são superiores no
Brasil.
» Coeficiente de Mortalidade Geral – Padronização de CMG
MÉTODO DIRETO
Para padronizar os CMG, deve-se definir uma população padrão (real ou
fictícia) e aplicar cada CM específico por faixa etária da população a ser
padronizada à população padrão, obtendo-se o número de óbitos esperados
para cada faixa etária, caso a população a ser padronizada tivesse a estrutura
da população padrão.
Padronização do CMG (Método Direto)
Faixa
Pop. Padrão TM EUA Óbitos esperados
Etária
Brasil (1)
(2)
(2) X (1)/1000
0-4 a
17.243.068
2,0
34.486,14
5-19 a
51.640.821
0,4
20.656,33
20-44 a 57.000.068
1,8
102.600,1
45-64 a 19.967.685
7,4
147.760,9
65a +
7.367.213
50,1
369.097,4
Total
153.219.855
674.600,8
Fonte: Vermelho et al., 2003
CMG padronizado EUA = 674.600,8/153.219.855 X 1000 = 4,4 óbitos / 1000 hab.
» Coeficientes de Mortalidade específicos:
são obtidos pela divisão do
número de óbitos segundo a variável específica, que se deseja avaliar (sexo,
idade, causa) e a população correspondente.
Nº óbitos por variável X
Coef. Mortalidade específico =
X 10n
População correspondente
» Coeficiente de Mortalidade específico sexo:
Nº óbitos por todas as causas no sexo i
Coef. Mortalidade sexo =
X 1000
População do sexo i (meio do ano)
Coeficientes Médios de Mortalidade segundo sexo (por 1000 hab)
1984-1986
1994-1996
Região
Masc
Fem
Masc
Fem
Norte
4,9
3,4
4,1
2,8
Nordeste
6,6
4,7
5,2
3,9
Sudeste
8,2
5,6
8,3
5,6
Sul
7,1
4,8
7,3
5,2
Centro-Oeste
6,2
3,9
5,9
3,7
Brasil
7,2
5,0
6,8
4,7
» Coeficiente (ou taxa) Mortalidade Infantil:
Número de óbitos de
menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em
determinado espaço geográfico, no ano considerado.
Nº óbitos por todas as causas < 1 ano
Coef. Mort. Infantil =
X 1000
População de NV
» Coeficiente de Mortalidade Infantil:
• É uma estimativa do risco de morte dos nascidos vivos durante o
seu primeiro ano de vida – é considerado um dos indicadores mais
sensíveis à situação de saúde e condição social;
• Valores de CMI inferiores a 20/mil NV são considerados baixos,
entre 20 e 49/mil, intermediários e igual ou acima de 50/mil,
elevados;
• Quando o CMI é elevado, o componente pós-neonatal é
predominante. Quando é baixo, o seu principal componente é a
mortalidade neonatal, com predomínio da mortalidade neonatal
precoce;
• Elevados CMI refletem, de maneira geral, baixos níveis de saúde e
de desenvolvimento socioeconômico;
• Os CMI reduzidos também podem encobrir más condições de vida
em segmentos sociais específicos.
» Coeficiente de Mortalidade Infantil:
Estimativas de Mortalidade Infantil - Brasil e Regiões (1995-1994)
180
CMI
160
140
120
Norte
Nordeste
100
Sudeste
Sul
80
Centr-Oeste
Brasil
60
40
20
0
65
70
75
80
85
90
94
Ano
» Coeficiente de Mortalidade Infantil Neonatal:
é uma estimativa do
risco de morte em uma coorte de nascidos vivos, antes de completar 28 dias.
Número de óbitos de 0-27 dias, por mil nascidos vivos, na população residente
em determinado espaço geográfico, no ano considerado.
Nº óbitos por todas as causas 0-27 dias
CMI Neonatal =
X 1000
População NV
Nº óbitos por todas as causas 0-6 dias
CMI Neonatal Precoce =
X 1000
População NV
Nº óbitos por todas as causas 7-27 dias
CMI Neonatal Tardio =
X 1000
População NV
» Coeficiente de Mortalidade Infantil Neonatal Precoce
• Estima o risco de um nascido vivo morrer durante a primeira semana de vida;
• Coeficientes elevados refletem insatisfatórias condições socioeconômicas e
de saúde da mãe, bem como a inadequada assistência pré-natal, ao parto e ao
RN - influenciada por anomalias congênitas e afecções perinatais;
• Limitações: sub-registro de óbitos neonatais precoces e de NV; subestimação por considerar óbito neonatal como natimorto.
» Coeficiente de Mortalidade Infantil Neonatal Tardio
• Estima o risco de um nascido vivo morrer no período de 7-27 dias;
• Coeficientes elevados refletem insatisfatórias condições socioeconômicas e
de saúde da mãe, bem como a inadequada assistência pré-natal, ao parto e ao
RN - influenciada por anomalias congênitas e afecções perinatais;
• Limitações: sub-registro de óbitos neonatais tardios e de NV.
» Coeficiente de Mortalidade Infantil Pós-Neonatal:
é uma estimativa
do risco de morte em uma coorte de nascidos vivos, no período de 28 dias364 dias de vida. Número de óbitos de crianças de 28 a 364 dias de vida
completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado
espaço geográfico, no ano considerado.
Nº óbitos por todas as causas 28-364 dias
CMI Pós- Neonatal =
X 1000
População NV
» Coeficiente de Mortalidade Infantil Pós-Neonatal:
• Estima o risco de morte dos nascidos vivos no período considerado;
• Coeficientes elevados refletem baixos níveis de saúde e de
desenvolvimento socioeconômico – influenciada por fatores
ambientais, particularmente nutricionais e infecciosos;
• Quando a taxa de mortalidade infantil é alta, a mortalidade pósneonatal é, freqüentemente, o componente mais elevado;
• Limitações: sub-registro de óbitos pós-neonatais e de NV.
» Coeficiente de Mortalidade Perinatal: número de óbitos fetais (a partir
de 22 semanas completas de gestação ou aproximadamente 500g de peso ao
nascer ou 25cm de estatura) acrescido dos óbitos neonatais precoces (0 a 6
dias) (períodos cujas causas de morte são semelhantes), por mil nascimentos
totais (óbitos fetais mais nascidos vivos), em determinado espaço geográfico,
no ano considerado.
Nº óbitos no período perinatal
CMI Perinatal =
X 1000
Perdas fetais a partir 22 sem + População NV
» Coeficiente
de Mortalidade específico por causa:
Nº óbitos devido à causa Y
CM esp. causa =
X 100.000
População (meio do ano)
Taxas Médias de Mortalidade (por 100 mil hab.), principais
causas, Região Sudeste (CID 9), 1993-1995
Causas (Cap. CID 9)
Masculino
Feminino
Ap Circulatório
226,9 (1ª)
194,5 (1ª)
Externas
148,3 (2ª)
29,5 (5ª)
Neoplasias
90,3 (3ª)
74,2 (2ª)
Ap. Respiratório
84,8 (4ª)
60,8 (3ª)
Gl. Endócrinas
51,2 (5ª)
38,3 (4ª)
Infecciosas
33,5 (6ª)
22,1 (6ª)
» Mortalidade Proporcional: proporção de óbitos segundo variável de interesse
(idade, causa, sexo) em relação ao total de óbitos na população
Mortalidade Proporcional segundo Idade
• Proporção de Óbitos em < 1 ano: nº de óbitos em < 1 ano/ total de óbitos X 100
(quanto maior é a proporção de óbitos infantis, pior é a condição sanitária)
Entre 1990 e 1998: concentração de óbitos no período neonatal, refletindo melhoria
das condições de vida e a implementação de ações básicas de proteção da saúde
infantil (redução das causas associada a fatores ambientais)
» Mortalidade
Proporcional segundo Idade:
• Indicador de Swaroop e Uemura, Razão de Mortalidade Proporcional
(RMP)
nº de óbitos  50 anos/ total de óbitos X 100 (ao contrário da mortalidade
proporcional infantil, maiores valores correspondem e melhores condições
sanitárias)
- Nível I (países desenvolvidos): RMP  75%
- Nível II (certo desenvolvimento econômico org. de serviços de saúde
regular): RMP entre 50% e 74%
- Nível III (desenvolvimento sócio-econômico e de saúde atrasado): RMP
entre 25% e 49%
- Nível IV (alto grau de subdesenvolvimento): RMP < 25%
» Mortalidade
Proporcional segundo Idade
• Curvas de Nelson Moraes (Curvas de Mortalidade Proporcional); distribuição
proporcional de todos os óbitos por categorias de idade (faixas etárias)
Tipo I – Nível de
Saúde muito baixo
Tipo II– Nível de
Saúde baixo
80
80
60
60
40
40
20
20
0
< 1 1-4 5-19 20-49
 50
0
< 1 1-4 5-19 20-49
Tipo IV – Nível de
Saúde elevado
Tipo III – Nível de
Saúde regular
80
80
60
60
40
40
20
20
0
< 1 1-4 5-19 20-49
 50
 50
0
< 1 1-4 5-19 20-49
 50
» Causas evitáveis de morte: conceito baseado na existência de
conhecimento médico atual e nas tecnologias disponíveis na área da saúde,
necessários e suficientes para evitar o aparecimento, sua progressão ou
óbito.
Causas Evitáveis
1.1. Reduzíveis por imunoprevenção;
1.2. Reduzíveis por adequado controle da gravidez;
1.3. Parcialmente reduzíveis por adequado controle da gravidez;
1.4. Reduzíveis por adequada atenção ao parto;
1.5. Reduzíveis por diagnóstico e tratamento médico precoce;
1.6. Parcialmente reduzíveis por diagnóstico e tratamento
precoce.
• Entre elas: grande parte dos óbitos por doenças infecciosas e
parasitárias (Coeficiente de Mortalidade por DIP) e as chamadas mortes
maternas (aquelas que ocorrem devido a complicações da gravidez, parto
e puerpério – até 42 dias após parto);
• Conceito de morte evitável: útil como evento sentinela, ou seja, um
indicador de qualidade da assistência médica prestada à população
» Coeficiente de Mortalidade Materna:
Nº óbitos (causas obstétricas diretas e indiretas)
C. Mortalidade Materna =
X 100.000
NV
• Causas obstétricas diretas: específicas do ciclo gravídico-puerperal
(Toxemia gravídica, descolamento prematuro de placenta);
• Causas obstétricas indiretas: não específicas da gravidez, parto ou
puerpério, mas que se agravam ou complicam nesses períodos (diabetes,
doença cardíaca).
• É um ótimo indicador de saúde, podendo ser uma evento sentinela.
• Limites: sub-registro de óbitos, influenciada pela estimativa de NV
» Coeficiente de Mortalidade Materna
Taxa de Mortalidade Materna (por 100 mil NV) por triênios. Brasil, 1979-1995.
92,4
100
90
70,9
80
68,1
65,8
70
60
50
40
30
20
10
0
79/81
83/85
89/91
93/95
» Mortalidade Materna
Proporções (% ) de óbitos maternos segundo grupos de causas, Brasil
84,2%
78,3%
90
80
70
60
50
40
30
13,8%
11,6%
10,1%
20
2,0%
10
0
79/81
Aborto
93/95
Obstétricas diretas
Obstétricas indiretas
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