Síndromes Aspirativas Gediel Cordeiro Júnior Hospital Júlia Kubitschek Hospital Socor Aspiração Inalação de conteúdo da orofaringe ou gástrico para a laringe ou para o Trato Respiratório Inferior. NATUREZA E VOLUME DO MATERIAL Síndrome Aspirativa RESPOSTA DO HOSPEDEIRO Marik PE NEJM 2001; 344: 665-671 Materiais aspiráveis Suco gástrico Alimentos Material infeccioso Corpo estranho Água Óleo mineral The Many Faces of Pulmonary Aspiration. Maron EM et al AJR 1999; 172: 121-128 Conteúdo Gástrico (estéril) Injúria Química Pneumonite Aspirativa (S. Mendelson) Conteúdo da Orofaringe (colonizada) Injúria Infecciosa Pneumonia de Aspiração Marik PE NEJM 2001; 344: 665-671 Pneumonite aspirativa (Síndrome de Mendelson) Lesão pulmonar aguda Conteúdo ácido (pH< 2,5) Grande volume (25 ml) “Overdose” Convulsões AVE grave Anestesia Maron EM et al AJR 1999; 172: 121-128 Marik PE NEJM 2001; 344: 665-671 Aspiração em indivíduos normais Infusão de 2 ml de Tc99m na orofaringe 10 voluntários sadios = 50% aspirou •Secreções de VAS: 106 – aeróbios/ml 108 – anaeróbios/ml •No estudo – 104 a 105 bactérias aspiradas Gleeson K et al Chest 1997;111: 1266-1272 Pneumonia de Aspiração Aspiração de material colonizado da orofaringe •5-15% das PAC • Fatores predisponentes. • Segmento dependente carga bacteriana virulência defesa Mecânica (tosse, mucociliar) Humoral Celular Marik PE NEJM 2001; 344: 665-671 Fatores predisponentes Doenças neurológicas Anestesia geral Doenças do esôfago (DRGE) •fístula Disfagia < reflexo de tosse •estenose •acalasia Debilidade física (má higiene oral, menor defesa) Inconsciência (álcool, drogas, convulsões) The Many Faces of Pulmonary Aspiration. Maron EM et al AJR 1999; 172: 121-128 Placas orais colonizadas Aumento da carga bacteriana S. Aureus BGN Anaeróbios •População bacteriana 1011 bactérias/ml Mojon P et al. Current Opinion in Pulmonary Medicine 2003, 9:166–170 Kenneth Shay. Clinical Infectious Diseases 2002; 34:1215–23 Clearence oral e Colonização Estudo P transversal - 75 idosos Depuração de saliva marcada com Tc99 Relação com colonização bacteriana Inflamação da orofaringe Pacientes colonizados - > inlamação Aumento da elastase Aumento de linfócitos e macrófagos Aumento céls epiteliais Palmer LB et al AJRCCM 2001;164: 464-468 Placas orais colonizadas vs Pneumonia Estudo prospectivo Idosos institucionalizados admitidos em CTI (VM) SEM PNEUMONIA (AVE, ICC, EADPOC. Sepse) Idosos institucionalizados N=49 PD – n=21 Relacionou colonização da PD e etiologia da PAH. Identificação genética do microorganismo. PAH n=4 PAH Escovado protegido > 103 UFC/ml Identificação genética PAH n=10 EP + n=2 Índice de Placas Nº de dentes (cultura) Observação PD + n=28 EP + n=8 33 patógenos isolados PD (má higiene oral) S. aureus (45%) BGN (42%) P. aeruginosa (13%) Bactérias idênticas (DNA) PD vs EP 61% Fatores de risco Baixo estado funcional Índice da Placas El-Solh A A et al Chest 2004; 126: 1575-82 n= 417 Oral care reduces Pneumonia in older patients in nursing homes Estudo prospectivo Randomizado Duração = 2 anos •Pneumonia RR 1.74 (IC95% 0.89 a 3.41) Yoneyama T et al J. Am Geriatr Soc 2002; 50: 430–3 Aspiração e Risco de Pneumonia Redução das defesas n= 360 – RGE e Pneumonia na UTI Redução das defesas •PNM em pac. Pepsino + = 42% •PNM em pac. Pepsino - = 21% Metheny NA, et al. Crit Care Med 2006; 34:1007–1015. Prass K, Braun JS, Dirnagl U, et al. Stroke 2006; 37:2607–2612 Pneumonia de Aspiração Fisiopatologia Fatores de Risco • Disfagia • < reflexo de tosse Pneumonia de Aspiração Colonização da orofaringe Baixa das defesas • Sepse oral • < Clearence mucociliar • Xerostomia • Debilidade física (ADL) • Sondas Pneumonia de Aspiração Comunitária vs Instituição saúde Estudo Prosp. de base populacional – 1946 pacientes internados com Pneumonia procedentes da comunidade ou de instituições de cuidados crônicos. •Prevalência •F. de risco •Gravidade e Mortalidade FATORES DE RISCO Comunidade •Álcool 13% •Droga 21% •Insuf. Hepática 8% •Dç neurológica .....(disfagia) 29% Instituição •Dç neurológica ......(disfagia) 72% Shariatzadeh MR et al J AM Geriatr Soc 2006; 54: 296-302 Pneumonia de Aspiração Comunitária vs Hospitalar/Instituição saúde Gravidade da Pneumonia de Aspiração n= 1499 Aspiração comunitária n= 155 PAC não aspirativa n= 1344 p-valor UTI 47 (30,3%) 106 (7,9%) <0,001 VM 46 (29,7%) 105 (7,5%) T. Hospital (dias) 16,3 Mortalidade 30 (19,4%) n=447 Aspiração institucional n=134 PNM não aspirativa n= 313 p-valor UTI 22 (16,4%) 16 (5,1%) <0,001 <0,001 VM 22 (16,4%) 13 (4,2%) <0,001 11,5 0,004 T. Hospital (dias) 19,4 13 98 (7,3%) <0,001 Mortalidade 38 (28,4%) 46 (14,7%) 0,03 <0,001 Shariatzadeh MR et al J Am Geriatr Soc 2006; 54: 296-302 Abscesso pulmonar Dr. David Smith - 1920s INOCULAÇÃO INTRATRAQUEAL EM ANIMAIS Sinergia Prevotela? Estudos de autópsia Bactérias similares às das criptas gengivais. ASPIRAÇÃO ? Fusobacterium ? Espiroqueta Peptostreptococccus ABSCESSO Bartlett JG. Clinical Infectious Diseases 2005; 40:923–5 Bacteriologia Década de 1970 Bartlett JG. Chest 1987;91: 901-909 Bacteriologia Década de 1990 Série de casos 49 pac. Abscesso pulmonar Idade média = 51 anos Tempo de Sx = 26 dias PAP Cultura (+) 40/49 = 82% Monobacteriana 20 (50%) Polimicrobiana 20 (50%) Anaeróbios 23 (57%) Nº médio de bactérias 3,25 Pena Grinan N et al Chest 1990;97;69-74 Bacteriologia Década de 1990 Mier et al 52 pac Pnm aspiração na UTI. Escovado protegido Patógenos isolados em 19 (>103 UFC/ml) ASPIRAÇÃO Comunitária •S. pneumoniae •S. aureus Hospitalar •Bacilos gram negativos (P. aeruginosa) •H. influenzae •Enterobacteriaceae FLORA COMUNITÁRIA ≠ FLORA HOSPITALAR AUSÊNCIA DE ANAERÓBIOS Mier L et al Intensive Care Med 1993; 19: 279-284 Bacteriologia Década de 1990 •Estudo Prospectivo •Abscesso pulmonar COMUNIDADE •Etiologia e Susceptibilidade ATB •PAP / Escovado Protegido •34 pacientes •Idade média = 37 anos •Duração do Sx= 40.6 dias (mediana= 21) Bactérias isoladas 79 espécies Anaeróbios 74% Aeróbios 26% •16 (47%) pac. ≥ 3 bactérias anaeróbias Hammond JMJ et al Chest 1995; 108: 937-941 Bacteriologia Estudos recentes •PNM grave (CTI) •Idosos de instituições •Escovado protegido Amostras 95 Positivas 54 ANAERÓBIOS 11 (20%) Negativas 41 Aeróbios 43 (80%) BGN 49% S. Aureus 12% • MÁ HIGIENE ORAL El-Solh A.A. et al AJRCCM 2003; 167: 1650-54 Efficacy and Safety of Sequential Amoxicillin-Clavulanate in the Treatment of Anaerobic Lung Infections Inclusão 1990-2000 40 pac. PNM necrosante (15) Abscesso pulmonar (25) Amox/Clav 2g/200mg IV TID---------------------------------- 1g/125mg VO TID. PNM necrosante/Abscesso pulmonar p/ anaeróbios Escarro pútrido/cultura positiva (ATT/EP) CARACTERÍSTICAS Tabagismo 38 (95%) Alcoolismo 33 (82%) Gengivite 28 (70%) Esc. Pútrido 26 (65%) Tempo Sx 15 (2-90 dias) Anemia 19 (47%) Emagrecimento 16 (40%) PNM necrosante (15) Abscesso pulmonar (25) (40) Escarro pútrido (19) Resultados Cultura positiva (21) Média (dias) Febre 2,9 Esc. Pútrido 2,6 Terapia IV 9,5 Antibiótico 43,5 Hospitalização 18 Resposta clínica favorável = 100% Fernandez-Sab N et al Eur J Clin Microbiol Infect Dis (2003) 22:185–187 Sintomas + Fatores de Risco Pneumonia de Aspiração Diagnóstico e Manejo •Inconsciência •Disfagia COMUNITÁRIA? •Cocos Gram + PNEUMONIA DE ASPIRAÇÃO CONSOLIDAÇÃO SEPSE ORAL? ANAERÓBIOS HOSPITALAR? •BGN •S. aureus (segmento dependente) Mojon P et al Current Opinion in Pulmonary Medicine 2003, 9:166–170 Prevenção da Aspiração 1. Manejo da deglutição e tosse •Avaliação fonoaudiológica •Deglutograma/Video-endoscopia •SNG/SNE e gastrostomia •IECA 2. 3. 4. 5. Vacinas DRGE Higiene oral Medicamentos IECA em pac AVE – 2 anos n= 440 IECA n= 127 Outro n= 313 Pneumonia 9 (7%) Pneumonia 56 (18%) •Neurolépticos •Sedativos •Narcóticos •Anti-histamínicos RR 2·65 (95% CI 1·31–5·35, p=0·007) •Anti-colinérgicos Sekizawa K et al. Lancet 1998; 352:1069 Kikawada et al Drugs Aging 2005; 22 (2): 115-130 Shigemitsu H & Afshar K. Curr Opin Pulm Med 2007, 13:192–198 Effects of an Angiotensin-converting Enzyme Inhibitor–based Regimen on Pneumonia Risk •ERC 6105 pac. pós AVE/AIT p< 0,01 •Penrindopril vs Placebo •Seguimento médio = 3,9 anos •PNM 261 pacientes p= 0,09 Am J Respir Crit Care Med 2004; 169: 1041–1045 Conclusões.... 1. A Síndrome Aspirativa depende da natureza e volume do material aspirado, e da resposta do hospedeiro. 2. A diagnóstico de Pneumonia de Aspiração ocorre quando há sinais de infecção associado à presença de consolidação em segmento dependente e indivíduo com fator predisponente. 3. A PNM de aspiração depende do tamanho do inóculo, da patogenicidade do (s) agente (s) e da defesa do hospedeiro. 4. A colonização da orofaringe é importante e a xerostomia é um fator complicador. 5. O local da aspiração (comunitária vs hospitalar/instiuição) é determinante na etiologia da doença, assim como a presença da sepse oral (escarro pútrido/necrose). 6. A escolha do antimicrobiano dependerá das informações acima. 7. A prevenção deve incluir avaliação da deglutição, higiene oral e avaliação da xerostomia, o uso de vacinas e eventualmente o uso de IECA(?).