Uma sequência didática para o aprendizado de semelhança de triângulos1 Juliana R. de Carvalho Laís B. Storti Rejiane Ap. Calixto Instituto de Ciências Exatas – UNIFAL-MG. Renata de Oliveira Marques Escola Estadual Dr. Emílio da Silveira. Sessão Temática 2. As TIC’s na sala de aula INTRODUÇÃO Ao analisar a abordagem do conceito de semelhança nos livros didáticos, Santos (2003) observou que o professor, quando adota determinado livro didático, muitas vezes não dimensiona corretamente o conteúdo, visto que não permitem a evolução dos mesmos, o que fatalmente impede que o estabelecimento da relação de determinado conceito com outros conteúdos. Este fato fica evidente ao observar, durante a evolução de uma atividade sobre trigonometria no triângulo retângulo, relatada por Cardoso et. al. (2011), que estudantes do ensino médio, que deveriam ter o conceito de semelhança formado no ensino fundamental, apresentam grandes dificuldades com relação a este tópico do conteúdo, dificultando o trabalho do professor no trabalho com o conceito de trigonometria. Deste modo, o objetivo deste trabalho é propor uma sequência didática para o aprendizado significativo de semelhança de triângulos, utilizando a metodologia da visualização/experimentação por meio do uso do software de geometria dinâmica Geogebra2. DESENVOLVIMENTO A atividade de intervenção foi aplicada a cinquenta e seis estudantes do segundo ano do ensino médio de uma escola pública parceira do programa PIBID. Frente a impossibilidade de utilização do laboratório de informática da escola, optou-se por 1 Trabalho aprovado no 34º Congresso Nacional de Matemática Computacional – CNMAC 2012 O Geogebra é um software livre de geometria dinâmica de fácil manipulação e está disponível para download em: www.geogebra.org e para uso online em: www.geogebra.org/webstart/geogebra.html 2 II Seminário de Socialização do PIBID - UNIFAL-MG 16 a 18 de maio de 2012. utilizar equipamento multimídia e caderno de acompanhamento das atividades, especialmente elaborado e disponibilizado ao aluno para melhor rendimento. Primeiramente, foi aplicado um questionário inicial para diagnosticar o conhecimento prévio dos estudantes em relação a semelhança, proporção e classificação de triângulos. Na sequência, o foco foi levar os alunos à compreensão do significado de semelhança. Para isto foram utilizados objetos concretos, como garrafas pet, potes de margarina e latas de diferentes tamanhos. Durante esta atividade os alunos realizaram medições para identificar a semelhança entre estes objetos. Após a introdução do conceito de semelhança foram estudados os casos de semelhança de triângulos, utilizando triângulos confeccionados em E.V.A. com o objetivo dos alunos realizarem as medições dos ângulos e dos lados para identificar quais eram semelhantes. Como o enfoque da atividade era o estudo da trigonometria no triângulo retângulo, estendemos os casos de semelhança para os triângulos retângulos. Dessa forma, foi utilizado o objeto de aprendizagem Sombras, elaborado no software Geogebra especialmente para a atividade, a fim de relacionar estes tipos de triângulo com o cotidiano. A atividade consiste em mudar a posição do Sol e conforme isto acontece a sombra dos objetos se movimentam. Os ângulos de incidência do Sol, que são visíveis na animação, permitiam aos alunos concluírem que os triângulos eram semelhantes. Figura 1 - Ilustração do processo dinâmico do objeto de aprendizagem Sombras. II Seminário de Socialização do PIBID - UNIFAL-MG 16 a 18 de maio de 2012. Ao final foi também aplicado um questionário, ambos os questionários foram utilizados como método de avaliação da aprendizagem através da comparação das respostas dadas pelos alunos. CONCLUSÕES Durante a atividade foi observada certa dificuldade por parte dos alunos, principalmente durante as medições realizadas com o transferidor na atividade dos triângulos em E.V.A. A partir da análise feita dos questionários inicial e final, notou-se que após a intervenção pedagógica, os alunos apresentaram respostas mais claras com relação à semelhança, usando termos específicos como razão e proporção, que não apareceram no questionário inicial. No questionário inicial pode-se observar que os alunos não sabiam identificar um triângulo retângulo, porém após o desenvolvimento da atividade os alunos conseguiram identificar estes triângulos. Observou-se ainda que a utilização do software Geogebra facilitou a compreensão do aluno, pelo fato do software permitir a movimentação dos objetos possibilitando a exploração de vários casos, o que não ocorre com a utilização de imagens estáticas, como nos livros didáticos. Referências Bibliográficas Cardoso A. et al. Aprendizagem de trigonometria dinâmica. In: XXII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - XVII WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, 2011. Aracaju-SE. Anais..., 2011. Disponível em: http://www.br-ie.org/sbie-wie2011/WIE-Trilha1/93149_1.pdf. Acessado em: 17 de abril de 2012. pp. 1432 - 1435. Santos E. M. Um Estudo Acerca da Abordagem de Semelhança de Triângulos nos Livros Didáticos de Matemática recomendados pelo MEC. 124 f. 2003. Dissertação 115 (Mestrado em Ensino das Ciências)- Programa de Pós-Graduação em Educação. Departamento de Educação. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife, 2003. II Seminário de Socialização do PIBID - UNIFAL-MG 16 a 18 de maio de 2012.