Teoria das Preferências
Princípios microeconômicos fundamentais
Os modelos microeconômicos são explicados a
partir de quatro concepções fundamentais:
1) os agentes econômicos;
2) princípio da maximização
(comportamento racional dos agentes);
3) princípio do equilíbrio e
4) mercado.
Racionalidade Econômica
• Os agentes econômicos, consumidores e
empresas, atuam individualmente, mas as
suas decisões obedecem a condições de
comportamento racional, isto é, os modelos
econômicos baseiam-se em hipóteses
comportamentais
de
racionalidade
econômica.
Racionalidade Econômica
• Os agentes econômicos são capazes de enumerar
todas as alternativas possíveis de escolha e
distingui-las das impossíveis;
• Os agentes econômicos incorporam toda a
informação disponível para comparar e avaliar as
consequências das alternativas;
• Os agentes econômicos dispõem de um critério de
ordenação das alternativas em termos de
preferências que satisfazem cerrtos axiomas e
hipóteses; e,
• A escolha dos agentes econômicos é a alternativa
preferida.
Bens e Cestas de Bens
• Consideramos apenas dois bens: x1 e x2
• Todas as conclusões que serão extraídas serão
válidas mesmo que existam mais bens.
• Cesta de bens:
(x1,x2),
onde x1 é a
quantidade do bem x1 e x2 a quantidade do
outro bem
Ordenação das Preferências: ( relação de ordem entre
pares de cestas de consumo que descreve as preferências
de um consumidor)
Axiomas das preferências dos consumidores
• Os axiomas conferem racionalidade ao
comportamento do consumidor:
1. as preferências são completas
(completeness)
2. as preferências são consistentes
(transitividade)
3. As preferências são reflexivas (os bens são
desejáveis)
As preferências são completas
As preferências são consistentes
As preferências são reflexivas
Hipóteses das preferências
1. Não saciedade (Monotonicidade)
2. Convexidade
3. Continuidade
Hipótese da monotonicidade
• mais é preferido a menos uma cesta
contendo maior quantidade de pelo menos
um bem, e igual quantidade do outro, é
sempre preferível à anterior
• mais é preferível a menos ou ter mais de
qualquer bem é sempre melhor.
• Esta hipótese implica que a função utilidade
não possui um máximo local, isto é, a
função de utilidade é sempre crescente.
Hipótese da convexidade
• A relação de preferência ≥ é convexa se,
dados x1≥x0 e x2>x0, então : αx1 + (1 – α) x2
≥ x0.
• Implica que a taxa marginal de substituição
no consumo entre dois bens seja decrescente
• relaciona-se com a necessidade de um
consumidor ser compensado com maiores
quantidades de um bem, à medida que
sacrifica sucessivas unidades de outro bem
Hipótese da convexidade
• A hipótese da convexidade assegura a
concavidade da função utilidade
• Esta hipótese tem conteúdo psicológico;
revela o princípio empírico da preferência do
consumidor pela diversidade no consumo.
Convexidade estrita
• Convexidade estrita significa que a média
ponderada de duas cestas indiferentes é
estritamente preferida às duas cestas extremas.
• As preferências convexas podem ter pontos
planos, enquanto as estritamente convexas são
representadas por curvas de indiferença
curvilíneas.
• Por exemplo, as preferências por dois bens
substitutos perfeitos são convexas, mas não
estritamente convexas
Hipótese da continuidade
• Esta é uma hipótese “técnica”: não tem
conteúdo econômico.
• Limita-se a assegurar que as preferências
não exibam “saltos” (descontinuidades).
• Elimina
o caso das preferências
lexicográficas, caso, em que as curvas de
indiferença são “pontos” associados a cada
cesta de consumo, não existindo nenhuma
função de utilidade que represente este
tipo de preferências
Preferências bem-comportadas
• Os axiomas
(completas, transitivas e
reflexivas), bem como as hipóteses da
monotonicidade, convexidade e continuidade
permitem que as preferências sejam “bemcomportadas” e representadas por uma
função utilidade crescente (a utilidade
marginal de cada bem é crescente), quasecôncava e contínua.
Curvas de indiferença
• Considerando que a função de utilidade não é
cardinal,
começamos
o
estudo
do
comportamento do agente econômico
identificando as cestas de consumo entre as
quais o indivíduo é indiferente.
• O indivíduo obtém a mesma utilidade de
possuir qualquer uma das cestas entre as
quais é indiferente (daí se chamar curva de
indiferença)
Curvas de indiferença
• É conjunto de cestas de consumo que
proporcionam
o
mesmo
nível
de
satisfação(utilidade) ao consumidor.
• Foi Edgeworth (1881) que introduziu o
conceito de curva de indiferença
Curva de Indiferença
x2
x’
x’ ~ x” ~ x”’
x”
x”’
x1
Curva de Indiferença
x
z
y
p
x2
x
p
z
y
é a fronteira entre as
cestas que o indivíduo
acha piores (à sua
esquerda) e as cestas
que o indivíduo acha
melhores
(à
sua
direita)
x1
Curva de Indiferença
x2
Todas as cestas em I1
são estritamente
preferidas a todas em I2.
x
z
y
I1
Todas as cestas em
I2 são estritamente
preferidas a todas
em I3.
I2
I3
x1
Curva de Indiferença
x2
x
z
Uma vez que o indivíduo
prefere ter mais bens a ter
menos bens, verifica-se,
então, o princípio da não
saciabilidade.
I1
y
I3
I2
x1
Curvas de indiferença
A área sombreada mostra
o conjunto de todas as
cestas que são pelo
menos tão boas quanto a
cesta x
x2
x
I(x)
x1
As propriedades das Curvas de Indiferença bem
comportadas
1. As curvas de indiferença têm inclinação
negativa
2. As curvas de indiferença não se cruzam
3. As curvas de indiferença são convexas
em relação à origem
As curvas de indiferença têm inclinação
negativa - Monotonicidade
O consumidor gosta de ambos os bens ( as
utilidades marginais dos dois bens são
positivas)
Quanto maior a quantidade de um bem detida
por um consumidor, menor a TMS de x1 por x2,
então a TMS é decrescente ao longo da curva
de indiferença
A TMS é uma medida do valor de uma unidade
de um bem para o consumidor. Quanto mais
se tem do bem, menos se valorizam unidades
adicionais.
Monotonocidade
x2
Cestas
melhores
(x1, x2)
Mais de ambos os bens é
melhor para o consumidor
Cestas
piores
x1
As curvas de indiferença não se cruzam
x2
I1
I2
De I1, x ~ y.
De I2, x ~ z.
Então y ~ z.
x
y
z
x1
As curvas de indiferença não se cruzam
I1
I2
x
y
z
x1
p
x2
Em I1, x ~ y.
Em I2, x ~ z.
Então, y ~ z.
Mas se em I1 e em I2 y
há uma contradição.
z,
As curvas de indiferença não se cruzam
A contradição confirma o resultado:
as curvas de indiferença que
representam níveis distintos de
preferência não podem se cruzar.
Convexidade
x
x2
x+y
z=
2
x2+y2
2
y
y2
x1
x1+y
1
2
y1
É estritamente
preferido a x e y
Convexidade
x
x2
z =(tx1+(1-t)y1, tx2+(1-t)y2)
É preferido a x e y para
0 < t < 1.
y
y2
x1
y1
Convexidade
x
x2
z
y
y2
x1
y1
As preferências são
estritamente
convexas quando
as médias forem
preferidas aos
extremos
Preferências côncavas
x2
A cesta média z
é menos preferida
que x ou y.
z
y2
x1
y1
Preferências não convexas
x2
A cesta média z
é menos preferida
que x ou y.
z
y2
x1
y1
Exemplos de preferências
• A forma das curvas de indiferença descreve a
vontade do consumidor de substituir o
consumo de um bem pelo consumo de outro
bem.
Substitutos Perfeitos
• Dois bens são substitutos perfeitos
quando o consumidor aceita substitui-los
a uma taxa constante.
• As Curvas de indiferença são linhas retas
com inclinação constante
Substitutos perfeitos
x2
15 I2
Inclinação constante,
linhas retas.
8
I1
8
15
x1
Complementares Perfeitos
• São bens consumidos sempre juntos e em
proporções fixas.
• As curvas de indiferença têm o formato de L,
cujo vértice representa a relação de
complementaridade dos bens.
• Por exemplo: lentes para os olhos: uma lente
para o olho direito e uma lente para o olho
esquerdo.
Complementares Perfeitos
x2
2
1
I1
1
2
x1
Complementares Perfeitos
x2
2
I2
1
I1
1
2
x1
Males
• Temos assumido que todos os nossos bens são
“bens”, coisas boas, coisas de que gostamos, logo
mais é melhor.
• Existem coisas de que não queremos e não
queremos mais – males
• Coisas em que “menos é mais”.
• Exemplos:
• Poluição atmosférica;
• Lixo doméstico;
• Engarrafamento.
Males
As curvas de indiferença têm inclinação positiva
mal
U1
U2
U3
U4
x2
x1
x1’
x1’’
bem
Neutros
• Um bem é neutro se o consumidor não se
importar com ele. Neste caso as curvas de
indiferença são verticais.
x2
U1
U2
U3
x1
Preferências saciadas
x2
Ponto de saciedade
x1
Preferências saciadas
x2
melhor
Ponto de satisfação
x1
Preferências saciadas
x2
melhor
Ponto de satisfação
x1
Bens discretos
• São os bens que só podem ser consumidos em
quantidades discretas (quantidades inteiras).
Por exemplo, um computador , um carro, etc.
Bens discretos
Gasolina
“curvas” de
indiferença são
coleções de pontos
0
1
2
3
4 Avião
Taxa Marginal de Substituição (TMS)
x2
A TMS mede a inclinação da
curva de indiferença
x’
x1
Taxa Marginal de Substituição (TMS)
x2
D x2
x’
TMS em x’ é
o lim {Dx2/Dx1}
Dx1
0
= dx2/dx1
D x1
x1
Referências
• VARIAN, HAL – MICROECONOMIA,
PRINCÍPIOS BÁSICOS, Cap.3
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