ÁREA TEMÁTICA: 18- Dupla Excepcionalidade: altas habilidades/superdotação com
TDAH, Dislexia, Asperger, etc...
INTELIGÊNCIA: COMPLEXIDADE E INTENCIONALIDADE. UMA REVISÃO DE
QUEM SÃO OS SUPERDOTADOS ANTES QUE OS MEDIQUEM! 1
PRISTA, Rosa Maria 2
FABRE, Alessandra 3
RESUMO:
O mundo globalizado trouxe repercussões grandiosas ao mundo científico. Se o cartesianismo
era a grande preocupação quando dividia o ser humano em partes bem delimitadas, hoje a
preocupação está voltada a superficialidade como os fenômenos humanos são estudados, pois
estamos caindo em um novo movimento fragmentador e perigoso. A atenção dos estudos
científicos que envolvem a criança e o adolescente está concentrada na busca de patologias e
medicações que “consertem” rapidamente aquilo que alguns pais, professores e médicos não
sabem lidar. Estamos falando de uma população de crianças e adolescentes que são seres
humanos complexos, ricos, inquietos, divergentes que estão no mundo trazendo significados
através de sua corporeidade. A ausência de estudos históricos, epistemológicos e sócioantropológicos permite uma orgia de diagnósticos e tratamentos que estão atendendo muito
mais a indústria farmacêutica do que ao próprio desenvolvimento ontológico de crianças e
adolescentes. A grande novidade - dupla excepcionalidade (Baum, Olenchak& Owen, 1998)
surge no horizonte atraindo estudiosos, pais inquietos, professores não capacitados. Com o
interesse surgem contradições e combinações entre alta inteligência, desordens
comportamentais, psicose, esquizofrenia e os supostos TDAH/I criando subcategorias
humanas. O superdotado é uma pessoa (Prista, 1993) que possui seus desejos, suas
preocupações, suas dificuldades emocionais em um mundo onde as necessidades afetivas dos
seres humanos não são satisfeitas porque os espaços para este desenvolvimento estão cada vez
menores. As situações do mundo globalizado são conflituosas . O que é caracterizado como
complexo para qualquer pessoa, torna-se muito mais intenso ao superdotado. Este só pode ser
pensado em seus núcleos relacionais. Vivemos um mundo globalizado onde a sociedade
impõe a perfeição, o movimento rápido, o sucesso, a competição. Não há espaços para o
tempo lento, para processos subjetivos e criativos. A família perdeu o espaço de educar, de
"afetivizar", de cuidar e de mostrar os limites necessários. A escola está preocupada com
notas, com concursos, com as diversas provas a serem aplicadas, tornou-se obsoleta ao mundo
virtual que tanto encanta os alunos. Um superdotado assim como qualquer criança e
adolescente gosta de processos, de desafios, de propostas diferenciadas onde o amor, o sexo, a
liberdade, a construção, o virtual estão presentes em constantes projetos onde o próprio aluno
faz parte das diversas etapas de desenvolvimento. O grupo deste simpósio pertence a várias
instituições preocupadas com a ausência de estudos e processos que mostrem o porquê de
tanta contradição. O tema mostrará historicamente quem é o superdotado, o que é TDAH/I,
seu surgimento e as diversas facetas de outras síndromes que não configuram superdotação.
Propõe estudos diferentes que irão marcar a grande ausência de intencionalidade nas
1
Artigo desenvolvido sobre as obras de Prista, Rosa M. (1993, 2004 e 2012), com a participação do acadêmico
Pietro Olivetti nas pesquisas sobre Dupla Excepcionalidade e da acadêmica Letícia Epifânio na organização
temática.
2
Doutora em Psicologia e Qualidade de Vida. Diretora científica do CEC/RJ. Coordenadora do Laboratório de
Psicomotricidade da SEFLU. Professor universitário da SEFLU e da UCB. E-mail: [email protected]
3
Núcleo de Trabalho de Psicologia Escolar da Baixada Fluminense – Acadêmica de Psicologia da Sociedade
Educacional Fluminense - [email protected]
propostas clínicas e educativas e propõe um olhar sócio-antropológico a partir de estudos da
Motricidade Humana e da Neuropsicologia que dignifique a inteligência humana.
Palavras-Chave: Dupla excepcionalidade; Transdisciplinaridade; Neuropsicologia.
Download

ÁREA TEMÁTICA: 18- Dupla Excepcionalidade: altas