XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. EVENTO KAIZEN: ESTUDO DE CASO EM UMA METALÚRGICA BRASILEIRA Mariana Rodrigues de Almeida (UFRN) [email protected] Jodibel Niklas de Andrade Belo (UFRN) [email protected] Bruna Carvalho Da Silva (UFRN) [email protected] A metodologia Kaizen é utilizada por muitas empresas mundialmente para buscar melhores resultados e elevação da competividade em um ambiente dinâmico. O presente trabalho tem como objetivo identificar se a realização de um Evento Kaizen podde proporcionar reais retornos para a organização realizadora brasileira a partir do estudo de caso de uma empresa metalúrgica da cidade de São Carlos/SP que teve por objetivo aumento na produtividade, melhorias relacionadas ao programa 5S e melhorias na área de segurança/ergonomia. Para conduzir este trabalho, foram sistematizados os principais conceitos sobre Kaizen e orientações para sua aplicação. A estrutura metodológica desenvolvida pode ser classificada como uma pesquisa quanti-quali por identificar os principais problemas na empresa e desenvolver os planos de ações baseados nas sugestões dos colaboradores. Os principais resultados indicaram um aumento de 18% na produtividade; uma redução de aproximadamente 15% nos operadores por turno da linha de produção; 17 melhorias de 5S; e 7 melhorias de ergonomia/segurança. A partir da pesquisa realizada na empresa estudada, foi possível concluir que apesar da diferença cultural existente entre organizações japonesas e brasileiras, o Kaizen pode ser aplicado com sucesso em empresas nacionais, proporcionando retornos significativos à empresa e aos seus colaboradores. Palavras-chaves: Kaizen, Melhoria Contínua, Padronização, Muda, 5S, Competitividade XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 1. Introdução Em um mercado cada vez mais competitivo, fazer sempre a mesma coisa, ou cada vez mais do mesmo procedimento, atitude comum para indivíduos e organizações quando sob pressão ou em alto nível de stress, não é mais suficiente para obter sucesso. A perpectiva de melhoria contínua reconhece que o ambiente de negócios muda constantemente, e que somente pela constante melhoria uma empresa pode acompanhar esse ambiente mutável (CALDWELL et al, 2011). Desde os primórdios da Revolução Industrial, a melhoria contínua de produtos e processos tem sido fonte de vantagens competitivas para muitas empresas ao redor do mundo. Atualmente, modernos paradigmas e filosofias de gestão de manufatura têm procurado atingir vantagens competitivas de longo prazo por meio de melhorias contínuas e incrementais. Isso tem levado ao aparecimento de inúmeras idéias, ferramentas e técnicas direcionadas à melhoria no chão de fábrica (GODINHO FILHO; UZSOY, 2009). Segundo Heckl e Moormann (2010), existem numerosos conceitos disponíveis para melhoria de processos, dentre os quais o Kaizen. Tal ferramenta de origem japonesa se tornou um termo bastante comum em qualquer nacionalidade para àqueles que trabalham em corporações multinacionais ou em gestão da produção ou em empresas que aplicam o Sistema Toyota de Produção ou Manufatura Enxuta. Com base na leitura de textos sobre sistemas de gestão de produção e de informações sobre a experiência de trabalhos com grande influência dos sistemas implementados pelas matrizes de empresas multinacionais, surge o contato com a palavra Kaizen, cuja tradução literal significa melhoria contínua (PANIAGO, 2008). Atualmente, é bastante comum empresas realizarem eventos Kaizen para buscar melhorias para o seu processo produtivo. Um grande exemplo dessa prática é a Semana Kaizen: semana de atividades desenvolvidas por uma equipe escolhida pela empresa para realizar melhorias em um determinado setor ou operação, com alguns objetivos pré-determinados; tais como: aumentar a produtividade, reorganizar o local de trabalho e promover avanços nos aspectos de segurança/ergonomia em uma linha de produção. O Kaizen é visto nos meios acadêmico e prático como sendo uma das razões pelas quais as companhias ocidentais não têm conseguido os benefícios completos com a implementação dos vários conceitos gerenciais japoneses (BERGER, 1997). Diante de tal contexto, o presente artigo visa responder uma questão fundamental: a realização de uma Semana Kaizen pode proporcionar reais retornos para a organização realizadora brasileira sobre o investimento dispendido? Para responder esse questionamento, o presente trabalho utilizará um estudo de caso em uma empresa metalúrgica localizada no interior paulista, São Carlos – SP, em que foi realizada uma pesquisa junto aos participantes de um evento Kaizen por meio de entrevistas abertas e aplicação de um questionário (em anexo). A estrutura deste trabalho é composta pela presente introdução; seguida de apresentação referenciada sobre o tema; exposição de estudo de caso, com as revelações dos resultados obtidos, para auxiliar a compreensão do tema; e conclusão relacionada à relevância do tema para as empresas e à questão primária que originou o presente trabalho. 2 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 2. Kaizen O termo Kaizen é formado a partir de Kai, que significa modificar, e Zen, que significa para melhor (MARTINS; LAUGENI, 2005). A ferramenta Kaizen foi criada no Japão pelo engenheiro Taichi Ohno, com a finalidade de reduzir os desperdícios gerados nos processos produtivos, buscando a melhoria contínua da qualidade dos produtos e o aumento da produtividade. Essa ferramenta tornou-se mundialmente conhecida pela sua aplicação dentro do Sistema Toyota de Produção (BRIALES, 2005). A partir de 1986, o Kaizen foi introduzido na administração por Masaaki Imai e, a exemplo de outras idéias lançadas pelos japoneses, seus conceitos iniciais se expandiram para uma filosofia organizacional e comportamental (MARTINS; LAUGENI, 2005). Esses programas evoluíram de tradicionais práticas focadas na manufatura, com o objetivo de reduzir desperdícios e melhorar a qualidade para metodologias sistemáticas focadas na organização como um todo (BHUIYAN; BAGHEL, 2005). A filosofia Kaizen está baseada na eliminação de desperdícios com base no bom senso, no uso de soluções baratas que se apóiem na motivação e criatividade dos colaboradores para melhorar a prática nos seus processos de trabalho, com foco na busca pela melhoria contínua (SHARMA; MOODY, 2003). Segundo Jha et al (1996), melhoria contínua é o conjunto de atividades que constituem um processo destinado a alcançar melhoria. Pode-se definir melhoria contínua (Continuous Improvement - CI) como um envolvimento total na realização de pequenas transformações, de forma contínua e diretamente relacionada aos objetivos organizacionais (CAFFYN, 1999). Não importa se melhorias sucessivas são pequenas, o que de fato importa é que a cada mês, ou semana, ou trimestre, ou qualquer que seja o período adequado, alguma melhoria tenha de fato acontecido no processo produtivo (SLACK et al, 2007). A melhoria contínua é considerada vital no atual ambiente competitivo e, ainda, uma das principais atividades necessárias para excelência na manufatura (LEEDE; LOOISE, 1999). Além disso, é importante observar que o processo de melhoria contínua é essencialmente um processo de aprendizagem (SAVOLAINEN, 1999). Para Develin (1995), a melhoria contínua não é uma solução no curto prazo para um problema a longo prazo, mas um comprometimento com uma forma nova e melhor de administrar, cujos benefícios do sucesso serão substanciais, mas também será o investimento em tempo, esforço e energia. De acordo com Oishi (1995), por meio do Kaizen busca-se, na empresa, a melhoria em diferentes vertentes (econômica, técnica e de eficácia) dentro do contexto de harmonia e considerações humanas; ou seja, a melhoria da produtividade ou lucratividade da empresa não pode ser visada em detrimento do melhor condicionamento dos elementos humanos inerentes. Paniago (2008) destaca consenso em três pontos entre vários autores que tratam sobre Kaizen: É uma jornada contínua e sem fim em busca da qualidade e da eficiência; Sua natureza é incremental; É participativo: promove ações interativas de inteligência e trabalho do pessoal, gerando benefícios intrínsecos à vida laboral, que podem ser estendidos para a vida pessoal e social. Quando aplicado propriamente, o Kaizen pode melhorar a qualidade e reduzir consideravelmente os custos, além de atender às necessidades dos clientes, sem qualquer investimento significativo ou introdução de nova tecnologia (IMAI, 1996). 3 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Rother e Shook (1999) classificam o Kaizen em dois níveis distintos, a saber: Kaizen de fluxo ou de sistema: enfoca o fluxo de valor, dirigido ao gerenciamento; Kaizen de processo: enfoca processos individuais, dirigido às equipes de trabalho e líderes. Por outro lado, Martins e Laugeni (2005) destacam as seguintes modalidades: Kaizen de projeto: visa desenvolver novos conceitos para novos produtos; Kaizen de planejamento: objetiva desenvolver um sistema de planejamento para a produção, finanças ou marketing; Kaizen de produção: tem por finalidade desenvolver ações visando eliminar desperdícios no chão-de-fábrica e melhoria do conforto e da segurança no trabalho. Imai (1996) sugere a aplicação do Kaizen em oito etapas, cujo cumprimento pode ajudar a solucionar problemas baseados em análise de dados, facilitar a visualização e a comunicação do processo de solução de problemas e ser um modo eficaz de manter registros de atividades de Kaizen; a saber: a) Escolha do tema/foco da aplicação (determinados conforme as políticas administrativas de acordo com a prioridade, importância, urgência ou situação econômica); b) Análise do contexto; c) Coleta e análise de dados para identificação da causa-raiz; d) Estabelecer contramedidas com base em análise de dados; e) Implementar contramedidas; f) Confirmar os efeitos das contramedidas; g) Estabelecer ou revisar padrões para evitar recorrência; h) Analisar os processos anteriores e começar a trabalhar nas etapas seguintes. Para finalizar, Imai (1996) também destaca que existem três atividades indispensáveis a um Kaizen eficiente e bem sucedido, fáceis de entender e implementar, não exigindo conhecimentos ou tecnologia sofisticados, cuja única dificuldade é o desenvolvimento da autodisciplina necessária para mantê-las; a saber: a padronização, a eliminação do muda (palavra japonesa que significa perda e refere-se a qualquer coisa ou atividade que não agregue valor) e os 5S, abrangendo várias tarefas de housekeeping (ou manutenção da casa). Imai (1996) defende que a administração diária eficiente dos recursos de uma empresa (mãode-obra, informações, equipamentos e materiais) exige padrões; que devem ser investigados sempre que surgem problemas e irregularidades, para que se possa identificar a causa básica delas e revisar os padrões existentes ou implementar novos padrões, de forma a evitar a recorrência do respectivo problema ou irregularidade. Ohno classifica o muda (desperdício) em sete categorias, descritas segundo Imai (1996): Muda pelo excesso de produção: é uma função da mentalidade do supervisor de linha, que se preocupa com problemas como defeitos nas máquinas, refugos e absenteísmo e se sente compelido a produzir mais do que o necessário apenas para se sentir seguro, como consequência oferece um falso sentimento de segurança, ajuda a encobrir problemas e obscurece a informação que pode fornecer pistas para o Kaizen no chão-de-fábrica; Muda pelo excesso de estoque: os produtos finais, produtos semiacabados ou peças e suprimentos mantidos em estoque não agregam valor, ao contrário, aumentam o custo operacional ocupando espaço, exigindo equipamento adicional e instalações e mão-de-obra adicional para operação e administração, sendo o resultado do excesso de produção; Muda pelo excesso de refugos e retrabalho: os refugos interrompem a produção e exigem 4 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. retrabalho dispendioso, frequentemente precisam ser descartados, gerando perda de recursos e de esforço, podendo ser eliminado pelo trabalho correto desde a primeira vez; Muda pelo excesso de movimento: todo movimento corporal de uma pessoa não diretamente relacionado à agregação de valor é improdutivo, podendo ser identificado analisando cuidadosamente a forma como os operadores usam suas mãos e pernas, reorganizando a posição das peças e desenvolvendo ferramentas e matrizes adequadas; Muda pelo excesso de processamento: muitas vezes, a tecnologia ou projeto inadequado resulta em muda no próprio processamento do trabalho, como, por exemplo, abordagem indevidamente prolongada de uma máquina, o uso improdutivo de uma prensa e rebarbas; Muda pelo excesso de espera: ocorre quando as mãos do operador estão ociosas, por exemplo, quando o trabalho de um operador fica em espera devido a desequilíbrios de linha, falta de peças ou paralisação de máquinas ou quando o operador está simplesmente monitorando um equipamento enquanto ele executa uma tarefa que agrega valor; Muda pelo excesso de transporte: a movimentação de materiais ou produtos que não agrega valor e quando ocorrem danos durante o transporte, podendo ser eliminado incorporando à linha principal qualquer processo fisicamente distante, quando possível. O programa 5S é um conjunto de atividades que visam aperfeiçoar o comportamento das pessoas, refletindo em uma mudança de hábitos e atitudes, ampliando os valores éticos e morais, e melhorando a relação entre o ser humano e o ambiente em que se encontra (BRIALES, 2005). Os japoneses metodizaram a forma de se fazer o housekeeping pela utilização sistemática dos 5S, que são cinco palavras da língua japonesa que iniciam por S, explicitados segundo Martins e Laugeni (2005): Seiri (liberação de áreas): separar os itens em necessários e desnecessários e livrar-se destes últimos; Seiton (organização): separar e acondicionar os materiais de forma organizada e adequada em locais previamente definidos, permitindo serem facilmente localizados, retirados e usados, e de tal forma que os itens de uso mais frequente estejam ao alcance da mão. Seiso (limpeza): manter os itens e o local de trabalho em que são armazenados e usados sempre limpos, verificando as máquinas e ferramentas de forma regular; Seiketsu (padronização, asseio e arrumação): os equipamentos e áreas de trabalho devem estar sempre limpos e asseados, de modo a garantir segurança no local de trabalho, através da remoção de itens quebrados, supérfluos, usados e desnecessários; Shitsuke (disciplina): significa manter, de forma disciplinada, tudo o que leva à melhoria do local de trabalho, da qualidade e da segurança do colaborador, incluindo o uso disciplinado de equipamentos de proteção contra acidentes no trabalho, uniforme e crachá. A aplicação do programa 5S tem muito a contribuir para a organização, pois possibilita modificar antigos conceitos em prol de um melhor ambiente de trabalho, que direcione as atividades a um desempenho melhor, em um local mais agradável (BRIALES, 2005). Toda mudança envolve quebrar antigos hábitos e aprender novos, e implica também no estabelecimento de novos padrões e valores. As pessoas, dentro da organização, precisam de tempo para se ajustar ao que é necessário e avaliar as implicações da mudança, seja pessoal, em grupo ou em nível organizacional (DEVELIN, 1995). Portanto, tal fato também deve ser considerado quando se propõe a aplicação do Kaizen; podendo ser utilizados eventos para tal conforme explicitado a seguir. 5 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 2.1 Evento Kaizen (EK) O Evento Kaizen (EK), de acordo com Reali (2006), tem por objetivo melhorar com soluções rápidas e simplificadas, cujo princípio é o de sugestões sobre um problema específico, inicialmente de todos os tipos, e posterior seleção neste aglomerado de sugestões; em que todas as discussões são baseadas em dados e em pequenas melhorias, simples e rápidas, vistas como uma vantagem competitiva sobre as grandes. Sharma e Moody (2003) afirmam que para a realização de um EK de sucesso são necessários objetivos claros, processo de equipe, foco no tempo de duração, criatividade antes de se gastar dinheiro, utilizar os recursos disponíveis e visar resultados imediatos, tendo em vista que as atividades ocorrem com período determinado e com alta expectativa de resultados; e, por isso, a técnica de um EK pode ser considerada uma filosofia e um método de implementação que abraçam o espírito de melhorias rápidas, improvisadas e contínuas. Segundo Reali (2006), as características da equipe de EK devem ser: a) Poder de decisão e dedicação integral às atividades; b) Composta por membros multifuncionais na seguinte distribuição: 1/3 de pessoas da área, 1/3 de pessoas das áreas suporte e 1/3 de pessoas não relacionadas à área; c) Líder da equipe, pertencente à área externa, coordena, dirige e designa atividades aos demais integrantes do grupo; d) Co-líder, pertencente à área, com amplo conhecimento sobre o tema, deve fazer a comunicação entre os turnos e proporcionar sustento às mudanças; e) Demais membros devem identificar desperdícios, levantar e testar as soluções e estabelecer o padrão mais adequado. Quanto ao processo de equipe, Reali (2006) destaca como regras básicas: Manter a mente aberta para mudanças; Manter atitude positiva (de querer fazer); Jamais sair calado ou em desacordo; Criar um ambiente sem busca de culpados; Praticar o respeito mútuo; Não desprezar contribuições: não existem perguntas irrelevantes. Deve ser considerado um processo de resolução de problemas visando o melhoramento, e que exige o uso de diversas ferramentas para alcançar o sucesso, obedecendo a um ordenamento de pensamentos que passe pelo reconhecimento e levantamento de dados sobre um problema, utilizando um sistema de geração de sugestões e implantando as mesmas com foco na resolução (BRIALES, 2005). A agenda de uma semana de EK varia de acordo com as especificadades de cada organização; mas, de forma geral, as atividades realizadas, de acordo com Reali (2006), são: a) b) c) d) e) Primeiro dia: treinamento das ferramentas a serem utilizadas; Segundo dia: planejamento das ações; Terceiro dia: implantação das ações; Quarto dia: checagem do novo estado – verificação da eficácia; Quinto dia: preparação da apresentação e celebração dos resultados. Será apresentada a seguir uma experiência empírica da aplicação do programa Kaizen em uma linha de produção de uma empresa metalúrgica da cidade de São Carlos (SP), bem como as 6 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. suas propostas e resultados alcançados, visando expor pontos positivos e possíveis falhas. 3. Estudo de caso: Evento Kaizen Desde maio de 2009, a aplicação do Kaizen na referida empresa vem ocorrendo e pode ser comparado ao Kaizen de dois dias citado por Imai (1996); porém, tem uma semelhança muito maior com os eventos Kaizen apresentados por Reali (2006), no qual um determinado setor ou mesmo um posto de trabalho é escolhido para que sejam feitas as devidas melhorias. Os eventos na empresa em estudo tem a duração de uma semana (5 dias), e este, especificamente, foi realizado no período de 15 a 19 de setembro de 2008; tendo a pesquisa com os participantes sido realizada no período de 05 a 25 de maio de 2009. Para que as semanas Kaizen sejam realizadas, a empresa possui um profissional responsável pelos eventos; e o local de realização é escolhido pela alta administração da empresa em conjunto com a administração do setor, de acordo com necessidade da empresa. Normalmente, a equipe escolhida para o evento é composta de um mínimo de 7 e um máximo de 12 pessoas, colaboradores escolhidos de maneira aleatória dos mais variados setores da empresa, incluindo sempre alguns pertencentes ao setor em que será desenvolvido o trabalho de melhoria; a saber: o chefe responsável pelo setor, um funcionário que conheça bem todos os postos de trabalho do setor em questão, e, na maioria dos casos, o processista do setor. A equipe do evento em questão foi composta por 11 pessoas, sendo duas delas pertencentes ao setor de realização do Kaizen, um responsável pela realização do evento e os demais pertencentes a outros setores como engenharia, manutenção, informática e suporte técnico. As atividades da semana Kaizen iniciam-se com uma apresentação informal da equipe logo pela manhã do primeiro dia de evento, segunda-feira; e o tempo é cautelosamente controlado, visto que existem diversas tarefas a cumprir, devendo ser reagendadas, caso contrário. Durante a apresentação inicial, cada participante integrante da equipe informa seu nome, local de trabalho, o que faz e há quanto tempo está na empresa; cujo objetivo é a integração entre os participantes e para que todos saibam das funções de cada um, para gerar a sinergia desejada. Após essa apresentação, a pessoa responsável pela semana Kaizen realiza um breve treinamento conceitual sobre o sistema Lean Production (Produção Enxuta), Operações Standard e Metodologia Kaizen por meio de apresentação de slides e distribuição de uma apostila entre os participantes, abordando conteúdos como: valor agregado, desperdícios (muda), Just in Time (JIT), Tempo Padrão, Tempo de Ciclo, Takt Time, Jidoka, nivelamento da produção, padronização e 5S. As principais orientações apresentadas à equipe durante o treinamento inicial foram: Optar por ações robustas e sustentáveis, com foco nos objetivos; Discutir ações em equipe; Questionar as atividades: Para quê existe? Agrega valor? Pode-se excluir ou unificar? Pode-se alterar layout? Como será o abastecimento de materiais?; Ações envolvendo a área de Manutenção deverão ser listadas, discutidas, centralizadas e solicitadas de maneira organizada; Treinamento dos líderes de área e dos operadores em trabalho standard, controles visuais e medidas corretivas de anomalias e solução de problemas; Listar somente as ações essenciais nas Ações de 30 Dias. Algumas regras ou princípios que devem ser obedecidos pela equipe da semana Kaizen são: 7 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Ser receptivo para novas ideias e mudanças; Manter uma atitude positiva e proativa; Sempre expor suas opiniões; Criar um ambiente harmônico sem atribuir culpa a ninguém; Praticar o respeito mútuo diariamente; Tratar os demais da mesma forma como desejaria ser tratado; Expor todas as suas argumentações e permitir que os demais façam o mesmo; Compreender o processo e empenhar-se totalmente nas atividades. Além do treinamento conceitual, nesse primeiro contato inicial são apresentados a equipe os objetivos da semana Kaizen e a respectiva programação; a saber: a) Dia 1 – Treino Lean: treinamento conceitual em Lean Production (Produção Enxuta), Operações Standard e Metodologia Kaizen; b) Dia 2 – Descoberta: análise de processos de trabalhos atuais, formulação de melhoria de processo, melhoria prática no local de trabalho, implementação no fluxo de uma peça e realização reunião de equipe; c) Dia 3 – Implementação: continuação de melhoria no local de trabalho, realização de melhorias de 5S, determinação de sistema de abastecimento de material e realização de reunião de equipe; d) Dia 4 – Validação : refinamento de melhorias, estabelecimento de operações standard, instrução a todos os operadores os novos procedimentos, produção com melhorias, recronometragem de Tempo de Ciclo e validação de resultados; e) Dia 5 – Celebração: revisão de lições aprendidas, estabelecimento de Ações de 30 Dias, preparação de apresentação, exposição de resultados e desafios futuros e comemoração. Os objetivos da semana Kaizen em questão foram: Aumento da produtividade em 20%; Mínimo de 3 melhorias de 5S; Mínimo de 3 melhorias de ergonomia/segurança. Em seguida a apresentação, a equipe vai a campo para conhecer o local definido no qual passará a semana em busca de novas soluções para algumas atividades que podem ser melhoradas de forma a alcançar os objetivos supracitados. Como tarefa inicial, observa-se cada atividade desenvolvida pelos operadores e são feitas anotações sobre a atividade em si e possíveis alterações para melhoria do processo. Importante ressaltar que na metodologia Kaizen toda sugestão é válida e que todo integrante da equipe tem liberdade para sugerir o que quiser. Conforme haviam sido orientados, cada integrante procura atentar para as atividades de maneira a observar aquelas que agregam ou não agregam valor, quais são necessárias e quais podem ser eliminadas; trazendo, assim, algum ganho de produtividade, melhoria de 5S, de segurança e/ou ergonomia para o setor em questão. Com cronômetro e papel na mão, a equipe foi dividida em duplas com a missão de aferir o Tempo de Ciclo (tempo necessário para produção de um lote em determinada operação) do operador por pelo menos 6 vezes em cada posto de trabalho e, posteriomente, verificar as diferentes possibilidades de eliminação dos movimentos desnecessários; ou seja, que não adicione valor ao processo produtivo. 8 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Após esse estudo, um Tempo Padrão é determinado por meio do cálculo da média de todos os tempos obtidos durante a cronometragem e é estimado o Takt Time (ritmo necessário de produção para atender a demanda do mercado pelo produto). Realizadas as tomadas de tempo e identificadas as novas oportunidades de melhorias, a equipe retorna para a sala de reuniões a fim de discutir as propostas apresentadas por cada equipe. As sugestões são separadas em grupos e classificadas de acordo com as prioridades da semana Kaizen. No referido evento foram apresentadas 91 sugestões de melhorias, dentre as quais 28 foram classificadas pela equipe como possíveis e viáveis de serem executadas. Algumas sugestões que demandam maior tempo para execução e/ou a compra de algum equipamento e/ou a execução por meio de mão de obra especializada são classificadas como Ações de 30 Dias, devendo ser executadas dentro desse prazo pelo setor responsável. De forma sintética, os resultados alcançados pela semana Kaizen foram: Redução de aproximadamente 15% nos operadores por turno da linha de produção; Aumento da produtividade em 18% (cujo objetivo inicial era 20%); 17 melhorias de 5S (aproximadamente 567% do objetivo inicial); 7 melhorias de ergonomia/segurança (aproximadamente 233% do objetivo inicial). Como os detalhes de uma semana de realização de um evento Kaizen são inúmeros, seria necessário um registro muito mais detalhado e que talvez não apresentasse relevância para utilizações futuras. Portanto, o encerramento do evento realizou-se com uma apresentação para toda a diretoria da empresa, incluindo o presidente, aberta a todos que tinham disponibilidade de horário; em que se apresentaram os resultados obtidos e as Ações de 30 Dias, permitindo aos presentes realizarem questionamentos sobre o exposto; as ações planejadas; à eficácia dos resultados; os benefícios para a empresa; e as consequências para os seus colaboradores. Para encerrar o evento, um almoço de confraternização foi ofertado aos participantes pelo presidente da empresa, para celebrar os resultados alcançados e aproximar os níveis hierárquicos, o que possibilita ocasionar uma maior integração entre todos os colaboradores. No entanto, para que essas mudanças fossem possíveis e duradouras, foi necessária uma boa explicação a respeito do que será modificado e respeitado o tempo que o operador necessita para se adaptar à nova situação. Além disso, cada operador dos demais turnos foi orientado pela própria equipe ou pelo líder do turno, de maneira a se integrarem sobre as mudanças. Dentre as sugestões apresentadas, as melhorias de 5S foram as que mais se destacaram com grandes realizações, pelo fato de serem as mais simples e fáceis de serem implementadas. Essas melhorias atingiram um número muito acima do proposto inicialmente, contemplando desde uma simples mudança de local e demarcação de área para um cesto de lixo até a demarcação da área de estoque de madeiras, principal alteração realizada. No local em que havia uma pilha enorme de madeiras em desordem e em excesso, demarcouse o chão com faixas amarelas para delimitar a área de utilização para estoque e a parede foi demarcada com uma faixa vermelha, delimitando a altura de empilhamento máximo. Com isso, foi alcançada uma redução significativa no estoque, diminuindo custos e inventários de controle desse estoque, e a diminuição do risco de desabamento de madeiras. Um detalhe muito importante é que da mesma forma que a equipe Kaizen realiza uma modificação no processo produtivo, tal modificação pode ser feita novamente pelos próprios 9 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. operadores ou até mesmo retornarem ao estado inicial por algum motivo que prejudique o bom andamento do trabalho diário e interfira nos resultados de produção. No entanto, apesar de evidentes os retornos do Kaizen para a empresa, faz-se necessário explicitar os ganhos para os participantes desse evento. 4. Avaliação de impactos do Kaizen A empresa não detinha sistema de avaliação implantado para analisar os possíveis ganhos obtidos com a participação dos funcionários nos eventos Kaizen, quanto à mudança de postura ou comportamento no cotidiano de trabalho; apenas compara a mudança obtida no setor ou posto de trabalho onde foi realizado o evento. Frente ao exposto, foi realizada uma pesquisa de opinião com alguns dos participantes dos eventos Kaizen na empresa; não apenas do evento em questão, mas também de outros realizados anteriormente e posteriormente ao citado no presente trabalho. A pesquisa visou compreender o que modificou nas atividades diárias dos entrevistados após sua participação na semana Kaizen; e, principalmente, saber qual o retorno que esses eventos estão oferecendo para a empresa sob o ponto de vista dos entrevistados, uma vez que esses eventos requerem investimentos, por menores que sejam. Diante desse contexto, verificou-se como os entrevistados avaliavam os resultados obtidos do evento Kaizen, utilizando-se das seguintes perguntas abertas: a) b) c) d) e) O que você achou por ter participado da semana Kaizen? O que mudou para você em sua vida profissional após uma semana Kaizen? E na vida pessoal? Quais foram as melhorias realizadas internamente no setor? Você faria algo diferente do que está sendo feito? O que seria? Como resultado da entrevista, foram obtidas opiniões favoráveis, como o relato de um funcionário que, além de ter usado o Kaizen como uma ferramenta de trabalho na empresa, afirmou ter transmitido alguns dos conceitos de cooperação e de trabalho em equipe para a sua família, principalmente o 5S, resultando em um melhor relacionamento familiar; e algumas opiniões desfavoráveis, por interpretar esse tipo de acontecimento como uma ameaça ao emprego e ao status quo, pois estavam adaptados a realizar operações da maneira antiga. Uma ocorrência freqüente citada por entrevistados foi que grande parte das chamadas Ações de 30 dias, ações a serem realizadas após o evento e de responsabildiade de setores especializados, acabam caindo no esquecimento, por não representarem um ganho significativo ou por representarem, naquele momento, um custo adicional para a empresa. Alguns funcionários afirmaram que gostariam de participar de treinamentos sobre o Kaizen antes de o evento acontecer e também ressaltaram que falta uma participação maior por parte da chefia nas mudanças que devem ser realizadas ao longo do trabalho diário. Além da análise qualitativa supracitada, para possibilitar uma análise quantitativa, optou-se posteriormente por adotar o modelo de questionário (Anexo A) utilizado por Paniago (2008). Foram distribuídos 30 questionários para alguns funcionários da empresa que já participaram de EK e todos foram recebidos devidamente preenchidos, tendo sido garantido o sigilo total por meio do anonimato dos participantes, cujas respostas são apresentadas na Figura 1: 10 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. nenhuma Gráfico de respostas do questionário muito pouca 25 pouca razoável Quantidade de respostas 20 grande muito grande 15 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 Número das perguntas Fonte: Elaboração própria (dados da pesquisa) Figura 1 – Resultado da pesquisa realizada com os participantes de eventos Kaizen A partir da análise quantitativa, os principais resultados identificados foram: Os funcionários consideram que houve mudança cultural significativa na manufatura como resultado do Kaizen, indicando mudança na maneira de pensar dos envolvidos; Não há sentimento de ameaça devido ao Kaizen entre a maioria dos pesquisados; Uma pequena maioria dos colaboradores identifica as barreiras como pouco significativas para que haja interferências na aplicação dos eventos Kaizen; Para os funcionários, a liderança do chão-de-fábrica conduz ações/iniciativas de melhorias; A participação do pessoal no sistema de melhorias foi considerada relativamente baixa; A participação dos operadores nos eventos Kaizen foi considerada razoável; Os entrevistados gostariam que o Recursos Humanos tivesse uma participação mais efetiva nos eventos Kaizen, talvez com a aplicação de treinamentos ou correlatos. 5. Conclusão Neste artigo buscou-se compreender um pouco mais sobre a metodologia Kaizen e como funciona a sua aplicação no chamado chão-de-fábrica. Com a alta competitividade exigida cada vez mais pelo mercado, o Kaizen é uma ferramenta que proporciona muitos benefícios para as empresas, independentemente de qual seja o seu segmento no mercado. Na empresa em estudo, verificou-se que os eventos Kaizen vêm proporcionando melhorias significativas, em diversos setores, obtidas a custos muito baixos. Tal análise possibilita afirmar que o Kaizen não será apenas uma metodologia aplicada pelo modismo dos seus benefícios; ao contrário, a empresa pretende seguir o exemplo de outras que realizam os seus eventos Kaizen com um período maior de desenvolvimento, de forma a incorporar tal comportamento na cultura da empresa e alcançar novos patamares de produtividade. Após a realização das semanas Kaizen ocorrem as blitz, intervenções por meio de visitas surpresa nos locais em que foram sugeridas as melhorias com o objetivo de fiscalizar e verificar se realmente estão sendo implementadas; e, caso não estejam, visando a 11 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. identificação de justificativa plausível. Mediante as entrevistas com os participantes das semanas Kaizen, a pesquisa realizada demonstrou que apesar de algumas resistências e dificuldades de implantação os eventos Kaizen estão gerando resultados predominantemente positivos nos colaboradores e disseminando uma nova cultura na empresa. Se porventura, futuramente, a empresa decidir por finalizar ou interromper por algum tempo a realização dos eventos Kaizen, ao menos servirá como um bom aprendizado para aqueles que participaram ou de alguma forma contribuíram para a sua realização e conseguiram, de alguma forma, extrair lições da sua metodologia; pois, como citado por Develin (1995), o Kaizen (ou melhoria contínua) é uma corrida sem linha de chegada. Por fim, a partir do estudo de caso torna-se evidente que, apesar da diferença cultural existente entre organizações japonesas e brasileiras, o Kaizen pode ser aplicado com sucesso em empresas nacionais, proporcionando retornos significativos à empresa e aos seus colaboradores. Referências BERGER, A. Continuous improvement and Kaizen: standardization and organizational designs. Integrated Manufacturing Systems, Vol. 8, n. 2, p. 110-117, 1997. BHUIYAN, N. & BAGHEL, A. An overview of continuous improvement: from the past to the present. Management Decision, Vol. 43, n. 5, p. 761-771, 2005. BRIALES, J. A. Melhoria contínua através do Kaizen: estudo de caso Daimlerchrysler do Brasil. 2005, 156 f. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005. CAFFYN, S. Development of a continuous improvement self-assessment tool. International Journal of Operations & Production Management, Vol. 19, n. 11, p. 1138-1153, 1999. CALDWELL, C.; DIXON, R.; ATKINS, R. & DOWDELL, S. Repentance and Continuous Improvement: Ethical Implications for the Modern Leader. Journal of Business Ethics, p. 1-15, 2011. DEVELIN, N. Kaizen II: acelerando a melhoria contínua, uma corrida sem linha de chegada. São Paulo: IMAM, 1995. GODINHO FILHO, M. & UZSOY, R. Efeito da redução do tamanho de lote e de programas de melhoria contínua no estoque em processo (WIP) e na utilização: estudo utilizando uma abordagem híbrida System Dynamics - Factory Physics. Produção, Vol.19, n.1, São Paulo, jan.-abr. 2009. HECKL, D. & MOORMANN, J. Process Performance Management. International Handbooks on Information Systems, Handbook on Business Process Management 2, p. 115-135, 2010. IMAI, M. Gemba-Kaizen: estratégias e técnicas do Kaizen no piso de fábrica. São Paulo: IMAM, 1996. JHA, S.; MICHELA, J. L. & NOORI, H. The dynamics of continuous improvement: aligning organizational attributes and activities for quality and productivity. International Journal of Quality Science, Vol. 19, n. 10, p. 1010-1033, 1996. LEEDE, J. & LOOISE, J. K. Continuous improvement and the mini-company concept. International Journal of Operations & Production Management, Vol. 19, n. 11, p. 1188-1202, 1999. MARTINS, P. G. & LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2 ed. rev., aum. e atual. São Paulo: Saraiva 2005. OISHI, M. TIPS: técnicas integradas na produção e serviços. São Paulo: Pioneira, 1995. PANIAGO, A. L. Kaizen - implementação na indústria de autopeças: resultados na redução das perdas na área produtiva. 2008. 132 f. Dissertação (Mestrado), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. REALI, L. P. P. Aplicação da técnica de eventos Kaizen na implantação de produção enxuta: estudo de casos em uma empresa de autopeças. 2006. 102 f. Dissertação (Mestrado), Escola de Engenharia de São Carlos, 12 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Universidade de São Paulo, 2006. ROTHER, M. & SHOOK, J. Aprendendo a enxergar: mapeando o fluxo de valor para agregar valor e eliminar desperdícios. São Paulo: Lean Institute Brasil, 1999. SAVOLAINEN, T. I. Cycles of continuous improvement: realizing competitive advantages through quality. International Journal of Operations & Production Management, Vol. 19, n. 11, p. 1203-1222, 1999. SHARMA, A. & MOODY, P. E. A máquina perfeita. São Paulo: Prentice Hall, 2003. SLACK, N.; CHAMBERS S. & JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2007. ANEXO Anexo A – Questionário de entrevistas 1-Houve mudança cultural na manufatura devido às atividades Kaizen? ( ) nenhuma ( ) muito pouca ( ) pouca ( ) razoável ( ) grande ( ) muito grande 2-Houve o sentimento de ameaça no ambiente da empresa por causa do Kaizen? ( ) não ( ) muito pouco ( ) pouco ( ) razoável ( ) grande ( ) muito grande 3-Qual o nível de barreiras que você identifica para as iniciativas de melhorias na manufatura? ( ) nenhuma ( ) muito pequena ( ) pouca ( ) razoável ( ) grande ( ) muito grande 4-A liderança do chão de fabrica conduz atividades ou iniciativas de melhorias? ( ) nenhuma ( ) muito pouca ( ) pouca ( ) razoável ( ) grande ( ) muito grande 5-O sistema de sugestões de melhoria tem alcançado a participação do pessoal? ( ) não ( ) muito pouca ( ) pouca ( ) razoável ( ) grande ( ) muito grande 6-A participação dos operadores nas atividades Kaizen é: ( ) nenhuma ( ) muito pouca ( ) pouca ( ) razoável ( ) grande ( ) muito grande 7-A participação da área de Recursos Humanos é: ( ) nenhuma ( ) muito pouca ( ) pouca ( ) razoável ( ) grande ( ) muito grande 13