III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Data: 23 a 25 DE OUTUBRO DE 2014 ESTABILIDADE DE ÁLCOOL 77% (V/V) EM ALMOTOLIAS E BORRIFADORES 2 ABREU, Alex S.¹; FERRARINI, Marcio ; 1 Estudante do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo; Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo - Campus Ipiranga I; Av. Nazaré, 1.501 - Ipiranga - São Paulo – SP CEP: 04263-200 * Autor para correspondência: [email protected] 2 Palavras chave: Álcool 70%. Álcool. Álcool etílico. Antisséptico. Desinfecção. Introdução O álcool é um composto químico reconhecido como um importante agente antimicrobiano, eficaz na remoção ou destruição de microrganismos. Devido ao seu custo reduzido e baixa toxicidade, é amplamente utilizado em laboratórios, farmácias e em procedimentos de antissepsia e desinfecção. O álcool atua desnaturando as proteínas das células bacterianas sendo que o grau de hidratação do álcool etílico é um importante fator para sua atividade antimicrobiana. O produto deve ser armazenado em frascos adequados de vidro âmbar ou plástico opaco de alta densidade, perfeitamente fechado e ao abrigo da luz, à temperatura ambiente (BRASIL, 2005). Desta forma, alguns fatores podem comprometer a qualidade do álcool como antisséptico e desinfetante, tais como matéria-prima em concentrações diferentes da indicada, uso de água não purificada para diluição, estocagem em locais com temperatura e umidade elevada, embalagens inadequadas que não protegem o produto contra contaminações, entre outros. A primeira edição do Formulário Nacional (BRASIL, 2005) preconiza que a validade do álcool 77% (v/v) é de 7 dias a partir da data de preparo. Entretanto, este curto prazo de validade acarreta gastos financeiros importantes, principalmente para instituições de pequeno porte, devido à necessidade constante de descartes desse produto por conta da expiração da data de validade. Objetivo Verificar a estabilidade do álcool 77% (v/v) armazenado, sob diferentes condições de estocagem, em almotolias e borrifadores. Metodologia O presente trabalho será elaborado através de uma pesquisa experimental longitudinal, utilizando métodos de controle de qualidade físico-químicos, para determinação da estabilidade do álcool 77% (v/v), manipulado na Farmácia Escola da Faculdade São Camilo. As amostras serão mantidas em diferentes condições, sendo periodicamente avaliadas quanto ao teor de etanol, acidez e alcalinidade, de acordo com a metodologia oficial. Revisão bibliográfica A estabilidade é determinada através de um conjunto de métodos qualitativos e quantitativos, que são realizados pelos fabricantes em produtos, os quais são submetidos a diferentes tempos e condições de armazenamento, no sentido de se avaliar sue prazo de validade e determinar data de vencimento(GIL, 2010). A estabilidade para produtos farmacêuticos depende, por um lado, de fatores ambientais tais como temperatura ambiente, umidade e luminosidade e, por outro lado, de fatores relacionados com o produto, como, por exemplo, propriedades físicas e químicas da substância ativa e dos excipientes farmacêuticos, a forma de dosagem e sua composição, além do processo de manufatura, natureza do recipiente de acondicionamento do produto e de propriedades dos materiais de embalagem. Considerando isto, as condições de armazenagem recomendadas pelo fabricante são a base dos estudos de estabilidade e devem garantir a manutenção da qualidade, segurança e eficácia do produto por todo o prazo de validade (WHO, 1996) Realização III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Data: 23 a 25 DE OUTUBRO DE 2014 A desinfecção é definida como um processo físico ou químico de destruição de microrganismos na forma vegetativa, mas não necessariamente nas formas esporuladas, aplicado a superfícies inertes (materiais, equipamentos e superfícies fixas), previamente limpas (GRAZIANO, 2013). O uso de desinfetantes na área hospitalar e em outros serviços de saúde tem grande importância devido as suas propriedades bactericidas, virucidas e fungicidas que causam a inativação de microrganismos na forma vegetativa (não esporulada) em superfícies inanimadas (REIS, 2011). Os antissépticos são substâncias químicas usadas em tecidos vivos. Seu principal objetivo é matar ou inibir microrganismos de maneira segura para o indivíduo (PINTO, KANEKO, PINTO, 2010). Desta forma, estas formulações podem ser classificadas como agentes bactericidas devido à capacidade de destruir as bactérias nas formas vegetativas, e como agentes bacteriostáticos porque inibem o crescimento do microrganismo sem destruí-lo (REIS, 2011). O álcool está entre os antissépticos mais seguros, não só por possuir baixa toxicidade, mas também pelo seu efeito microbicida rápido e fácil aplicação (SANTOS, 2002). Desta forma, o álcool pode ser indicado como antisséptico da pela. Como desvantagens, o álcool sofre inativação na presença de matéria orgânica e provoca ressecamento da pele pelo uso repetido. Para diminuir este efeito, utiliza-se o produto na concentração de 77% (v/v), pois nesta faixa apresenta menor abrasividade, além de possuir melhor efeito antisséptico (CARRARA, 2009). O álcool é classificado como desinfetante de nível intermediário e, devido à praticidade de uso, é encorajada a sua aplicação na desinfecção de superfícies diversas (SANTOS, 2002). A Picnometria é um método para determinação de densidade relativa de uma substância. Calcula-se a densidade relativa determinando a razão entre a massa da amostra líquida e a massa da água, ambas a 20°C (BRASIL, 2010). A densidade relativa é obtida através da fórmula abaixo: Densidade relativa = Massa do picnômetro com a amostra - Massa do picnômetro vazio Massa do picnômetro com água – Massa do picnômetro vazio Material e Métodos Para verificação da precisão das determinações da densidade utilizando o picnômetro e da balança analítica utilizada nas medições das massas, foram realizadas 20 medições com o picnômetro cheio com água e com álcool e a fórmula da densidade relativa foi aplicada. Foi manipulada a quantidade total de 4 litros de álcool 77%(v/v). O volume preparado foi distribuído em almotolias e borrifadores e estes recipientes foram armazenados conforme embalagem e condições ambientais relacionadas na tabela 1. TABELA 1: Condições de armazenagem das diferentes amostras durante o teste de estabilidade. AMOSTRA Amostra 7 Amostra 8 Amostra 9 Amostra 10 Amostra 11 Amostra 12 Amostra 13 Realização TIPO DE TEMPERATURA LUMINOSIDADE RECIPIENTE Temperatura Almotolia Abrigo da Luz ambiente Temperatura Almotolia Exposição Luz ambiente Almotolia Estufa 40°C Abrigo da Luz Temperatura Borrifador Abrigo da Luz ambiente Temperatura Borrifador Exposição Luz ambiente Borrifador Estufa 40°C Abrigo da Luz Temperatura Almotolia Exposição Luz ambiente VEDAÇÃO EMBALAGEM Fechada Fechada Fechada Fechada Fechada Fechada Aberta III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Data: 23 a 25 DE OUTUBRO DE 2014 Periodicamente as amostras foram avaliadas quanto ao teor de etanol, acidez e alcalinidade e as condições ambientais do ambiente de armazenamento registradas. Resultados e discussão O teor alcoólico das amostras, determinado pelo método do picnômetro, estão plotados no gráfico 1. Gráfico 1. Teor alcoólico das diferentes amostras submetidas ao ensaio de estabilidade É possível observar que o teor alcoólico de todas as amostras manteve-se dentro dos padrões do formulário nacional por 15 dias, independentemente da temperatura e umidade de armazenamento. A única amostra que apresentou maior alteração no seu teor alcoólico foi a amostra 13, mantida em um frasco aberto à temperatura ambiente. Com relação à acidez e alcalinidade, todas as amostras estudadas mantiveram-se dentro das especificações da primeira edição do Formulário Nacional (BRASIL, 2005) durante todo o período do estudo, como já observado no teste preliminar. Conclusão Podemos concluir que a validade do álcool 77%(v/v) armazenado em borrifadores e almotolias, nas condições ambientais médias da cidade de são Paulo é de 15 dias, portanto o dobro do especificado pelo Formulário Nacional Referências Bibliográficas REIS, L. M. dos; RABELLO, B. R.; ROSS, C.; SANTOS, L. M. R. dos. 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