1º WORKSHOP DO INFOSUCRO Inovações tecnológicas em biocombustíveis: as alternativas de desenvolvimento em segunda geração José Vitor Bomtempo [email protected] Gestão e Inovação Tecnológica/EQ - UFRJ Grupo de Economia da Energia/IE – UFRJ 28/11/08 Grupo de Economia da Energia AGENDA  Introdução  Inovações em energia  Dinâmica da inovação em biocombustiveis  Questões-Chave para o futuro dos biocombustíveis no Brasil. Grupo de Economia da Energia Principais Desafios para o Setor Energético  Sustentabilidade ambiental  Segurança do abastecimento  Disponibilidade de recursos Grupo de Economia da Energia NOVAS TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS: IMPACTOS AMBIENTAIS X ESTÁGIO TECNOLÓGICO Estágio tecnológico Desenvolvido Intermediário Preliminar     Eólica Etanol Biodiesel Solar  Gaseificação da biomassa  Etanol por hidrólise  Energia das marés e ondas  TGCC– Turbinas a gás com ciclo combinado  Hidrogênio via gás natural  Gas-to-liquids  IGCC – Integrated Gasification Combined Cycle (coal)     Plantas a carvão Supercriticas Petróleo Ultra-pesado Areias betuminosas Xisto betuminoso  Coal-to-liquids  Transporte H2  Seqüestro de CO2  Hidrogênio por renováveis  Fusão Nuclear Baixo Médio Alto Impacto Ambiental Grupo de Economia da Energia Questões 1. Quais dessas tecnologias serão viabilizadas a longo prazo? 2. Como estruturar o planejamento de longo prazo em relação a essas alternativas? 3. Políticas? Estratégias? 4. Que papel podem exercer novos entrantes na indústria? 5. Que estratégias das empresas de petróleo e gás? Grupo de Economia da Energia Contexto das inovações em energia  Existe um boom de negócios em energia  Existe uma grande variedade de iniciativas em diversas áreas e particularmente em biocombustíveis Características do mercado de energia  Tamanho: ~US$ 6 trilhões/ano  Escala do mercado facilita a exploração de nichos de para aprendizado e difusão das inovações Grupo de Economia da Energia Papel dos biocombustíveis em longo prazo incertezas  Evolução tecnológica Existe uma febre de projetos de pesquisa, em diferentes estágios de desenvolvimento, que têm em comum a incorporação de um nível tecnológico mais sofisticado ao setor (biotecnologia avançada por ex) e a presença de empresas de base tecnológica em associação com empresas estabelecidas das indústrias de energia, química e agroindústria.  Evolução das regulamentações Tendência a exigências mais rígidas em termos ambientais com a evolução do Protocolo de Quioto  Evolução das metas de utilização Hesitações e recuos têm sido a marca atual, rediscutindo as metas mais ambiciosas de utilização dos biocombustiveis em alguns mercados  Evolução das alternativas tecnológicas aos biocombustíveis Grupo de Economia da como Energia A perspectiva de evolução de alternativas aos biocombustíveis, a Biocombustíveis e a dinâmica da inovação  Os biocombustíveis seguirão a trajetória natural de exploração das economias de escala?  Um design dominante vai emergir e a maioria das alternativas tecnológicas e modelos de negócios atuais se tornarão não competitivos e desaparecerão?  Qual o peso dos ativos complementares? Qual o timing de entrada? Grupo de Economia da Energia Estudando a “biofuel fever” EMPRESA BACKGROUND PARCERIAS INOVAÇÃO Iogen biotecnologia Abengoa Engenharia, TI Mascoma biotecnologia Ceres Biotecnologia, eng genética Melhor produtividade (switchgrass, cana, sorgo) Arbogen biotecnologia Melhor produtividade (eucalipto, pinus e álamo) CanaVialis biotecnologia Produtividade da cana Alellyx biotecnologia Synthetic Genomics Amyris Engenharia genética Modificação genética para aumentar teor sacarose Produção e extração de óleos de algas Isoprenoides para substituir diesel a partir da cana de açúcar biotecnologia JV com Shell Etanol a partir de lignocelulose, hidrólise enzimática, planta demonstração (2,5 mi litros) Etanol a partir de lignocelulose, hidrolise enzimática, planta piloto GM, Marathon Crystalsev Etanol a partir de lignocelulose, hidrólise enzimática direta Grupo de Economia da Energia Estudando a “biofuel fever” EMPRESA Choren BACKGROUND Coskata Codexis biotecnologia biotecnologia PARCERIAS Shell, Daimler, Volkswagen GM Shell, participação no capital Du Pont Shell JV Shell- HR Petroleum INOVAÇÃO BTL (syngas + FT), planta demonstração em 2008 Etanol a partir do syngas por clostridium Novos produtos a partir do açúcar EBI (Lawrence Berkeley Nat Lab e Univ Illinois) Georgia Inst. Technology BP/Du Pont BP Novos produtos a partir do açúcar Conversão química de açúcares em combustíveis Planta piloto para produzir biodiesel a partir de algas Pesquisas, US$ 500 mi em 10 anos Chevron Pesquisas, US$ 12 mi em 5 anos Petrobrás EQ Danisco Virent Cellana química Biobutanol por fermentação, produção comercial anunciada Piloto para produção de etanol a partir de lignocelulose, hidrólise enzimática Grupo de Economia da Energia Programa americano de combustíveis renováveis (bi de galões) Fonte: EISA 2007, ÚNICA, 2008 Grupo de Economia da Energia Que indústria de biocombustíveis está em desenvolvimento? A longo prazo, supondo que tenham papel relevante, os biocombustiveis terão uma estrutura muito diferente da atual 1. Matérias primas, processos e produtos serão bastante 2. 3. 4. 5. diferentes do que se tem hoje Distinção etanol e biodiesel deve perder importância Indústria do etanol sofrerá uma transformação da sua base atual, incorporando tecnologias e diversificando para outros produtos. Biodiesel perderá importância na forma atual ou... Convergirá para novas matérias primas como pinhão manso ou algas e poderá ter um papel mais de aditivação do que de substituição do diesel mineral. Grupo de Economia da Energia Características dos investimentos de longo prazo  Biocombustíveis se tornam uma indústria com maior nível tecnológico  Distinção etanol e biodiesel tende a perder significado  Vantagem competitiva passa a se basear também nas novas tecnologias  Cana de açúcar tende a ter papel relevante como matéria prima nobre das tecnologias baseadas em biomassa:  Com o aumento da produtividade agronômica (uso de biotecnologia)  Com o aproveitamento otimizado da energia contida no bagaço e nas palhas (energia elétrica, produção de etanol e outros produtos). Caldo representa apenas 1/3 da energia  Como fonte de matéria para novos produtos por novas rotas  Como fonte de matéria prima para a indústria química  Investimentos de longo prazo devem ser calcados na ótica da inovação e do desenvolvimento de novas matérias primas e novas tecnologias para assegurar posição competitiva Grupo de Economia da Energia Futuro dos biocomustíveis no Brasil  Incorporação de novas tecnologias na produção de etanol e principalmente na exploração da cana de açúcar  Incorporação da nova base tecnológica em biocombustiveis, com capacitação em novos processos, de modo a evitar que o desenvolvimento da infra-estrutura na produção de biocombustíveis convencionais venha a bloquear o desenvolvimento dos biocombustíveis avançados.  Definição do papel brasileiro nas oportunidades em biocombustíveis avançados (2ª geração). Grupo de Economia da Energia Aspectos do esforço brasileiro em biocombustíveis avançados  Empresas Petrobras Produtores importantes de etanol têm postura de “esperar que a tecnologia seja acessível” Cristalsev tem alianças importantes (Dow em alcoolquímca e principalmente com Amyris e Votorantim Novos Negócios para pesquisa e produção de “diesel” a partir da cana de açúcar: meta de ambiciosa 1 bi litros em 2012) Dedini – planta piloto tecnologia hidrólise rápida, esforços de engenharia nas inovações de processo para aproveitar palha da cana, gerar mais energia, subprodutos mais valiosos, otimização do consumo de água Grupo de Economia da Energia PETROBRAS nos biocombustíveis  PE 2020 pretende desenvolver um negócio global na comercialização e logística de biocombustíveis e liderar a produção local de biodiesel  Estratégias incluem ainda desenvolver tecnologias que assegurem a liderança mundial na produção, inclusive baseada em biomassa de baixo valor.  PE2020 prevê investimentos de US$ 1,5 bi, sendo 46% em alcooldutos, 29% em biodiesel, 4% em HBio e 21% em outros.  Esforços tecnológicos contemplam o desenvolvimento de rotas de 2ª geração: etanol de lignocelulose (tem piloto e planeja planta de demonstração), BTL e bioóleo. Grupo de Economia da Energia Aspectos do esforço brasileiro em biocombustíveis avançados  Governo (MCT)  Foram destinados em 2008 cerca de R$ 100 milhões para pesquisas relacionadas a biocombustíveis por meio de editais.  CNPq: R$ 26 milhões em 5 editais centrados em biocombustíveis de 1ª geração.  FINEP: R$ 80 milhões, apenas na Chamada “Subvenção Econômica”, para o tema Energia.  O tema Energia contemplava 3 sub-temas, dos quais 2 em biocombustíveis  Um deles: “Desenvolvimento de equipamentos e processos para extração de óleos de palmáceas e pinhão manso visando a produção de biodiesel em pequena escala”  FAPESP Recursos existem, mas estão sendo destinados para 1ª geração de biocombustíveis? Grupo de Economia da Energia QUESTÕES-CHAVE  Para políticas: fundamental não apoiar somente as opções de primeira geração; Setor deve incorporar a idéia de evoluçao da base tecnológica. Até quando vai a janela de oportunidade para os biocombustíveis de 1ª geração?.  Estratégias e planejamento em biocombustíveis devem considerar os fundamentos da dinâmica de inovação.  Para investidores: To be or not to be? (Shakespeare, in Hamlet, ~1600)  Para o caso brasileiro: Tupi or not tupi? (Oswald de Andrade, in Manifesto Antropofágico, 1928) Grupo de Economia da Energia